Ela abre os olhos e faz sinal de silêncio, ponho o dedo indicar na frente dos lábios.

— Silêncio, Maisie.. ele está muito cansado. — ela fala debochando de mim — Sabe como Jonathan gosta de dar tudo de si.

— Cala sua boca..

Mal consigo olhar aquela cena, viro o rosto, encosto a testa na forra da porta.

Fecho os olhos e fico apenas ouvindo ela falar.

— John, querido... Acorda, sua esposa está aqui.

Ouço ela chamar por ele. Olho pelo canto do olho e o vejo abrir os olhos, seu corpo estava cheio de arranhões e chupões.

Ao olhar para o lado da mulher, ele franze o cenho e esfrega os olhos.

— Helena? — pergunta, se fazendo de idiota.

Me viro para eles, olho bem nos seus olhos.

— Maisie? — John leva as mãos a cabeça — Ai!

— Por que, John? — pergunto a ele — Por que fez isso comigo?

— O que eu fiz? — volta a atenção para a loira — Por que você está aqui? Eu dormi com você?

— Era só o que me faltava, você pagar de inocente e fingir demência pra cima de mim! — grito com ele.

— Eu não sei o que aconteceu! — continua a tentar me convencer — Helena fala pra ela.

A mulher olha para ele, e pra mim. Sua expressão muda e fica muito séria.

— Tá bom.. — Helena sai da cama e se cobre com um lençol — A verdade Maisie é que... Foi a melhor noite da minha vida, mas você já deve saber disso.

Ela solta uma gargalhada estridente. Sem conseguir segurar minha raiva vou até ela e lhe dou um tapa no rosto.

— Vagabunda! — lhe dou outro tapa, dessa vez cortei o canto da sua boca.

Ela cai sentada na cama. Mais minha adrenalina só aumentou. A peguei pelos cabelos e sair arrastando-a até a sala.

— Me solta sua louca! — ela grita sem parar.

Jogo ela em cima do sofá. A mesma continua com a cara de afronta, como se achasse tudo uma bela comédia.

Perco a cabeça e subo em cima dela e aperto seu pescoço.

— Me solta! — pede com dificuldade.

Com uma mão continuo segurando seu pescoço e com a outra dou mais tapas nela. Minha raiva é tanta que matar os dois parece pouco!

— Maisie, chega! — John pede.

Olho em direção a ele, que já está vestido com uma calça. Vem para trás de mim, me aperta com os braços e me tira de cima dela.

— Me solta, John! — me debato em seus braços — Para de defender ela!

— Não estou defendendo ela, tô protegendo você!

A loira, levanta estampando um sorriso nos lábios. Joga a cabeça para trás, ajeitando os cabelos, e limpa o sangue do rosto.

— Bate, Maisie! Bate mais! — ela pede — Mais antes deixa eu te contar o que aconteceu..

— Helena cala a boca! — John autoriza — Meu amor, não acredite nela!

— John, sua esposa merece saber.. — levanta e fica na minha frente.

Tento me soltar dos seus braços, mais cada vez ele me aperta.

— Eu vou matar você, sua puta! — cuspo no rosto dela.

— Agora chega! Parou de me ofender! — branda nervosa — Não tenho culpa se não soube segurar seu marido! Também olha pra você... Uma pirralha!

— CHEGA HELENA! — o grito dele foi tão alto que me deixou surda — Acho melhor você ir embora.

Ela me encare e suspira fundo.

— Tudo bem.. vou me vestir.

John vacila e lhe dou uma cotovelada nas costelas. Consigo me soltar e a pego novamente pelos cabelos.

— Não mesmo.. — a puxo até a porta — Você vai sair como a puta que é!

Abro a porta e a jogo no chão. Em seguida volta a fechar e vou encarar ele.

— Meu amor, eu não trair você.. juro que nunca olhei pra outra mulher!

Sento no sofá, abaixo a cabeça entre os joelhos e começo a chorar. Minha cabeça doía, as veias quentes pela raiva e o pensamento de que ele me traiu faz tudo ficar pior.

— Maisie.. — ele me chama e ajoelha ao meu lado.

Levanto a cabeça, sem encarar seu rosto e soluço.

— O que faltou para você? — pergunto baixo — O que não dei a você que precisou buscar em outra?

— Nada, não me faltou absolutamente nada. — ele pega minhas mãos, mas solto-as das suas — Eu não dormir com ela, nem com ninguém...

Se ele assumisse a culpa, talvez o perdoaria mais tentar me enganar de novo é demais.

— Eu vi.. — olho seus olhos — Você e ela, deitados, abraçados.. só de pensar em vocês.. me dá enjoou!

Fico de pé, saio de perto dele e apoio as mãos em um aparador.
Como não queria chorar na frente dele, mais isso é uma missão impossível. Sinto sua presença perto de mim, suas mãos tocam meus braços.

— Não encosta em mim! — o empurro — Minha vontade é de matar ela, você e depois me matar!

Realmente se estivesse com uma arma, não pensaria duas vezes em atirar neles.

— Ela veio aqui, conversamos e bebemos um pouco..  Pensa: se estivesse com ela, porque eu insistiria em ficar com você?

— Eu não sei! — ele não vai me confundir — Você prometeu que nunca me machucaria e foi exatamente o que fez! Mostrei a você onde doía e foi lá que resolveu bater!

Sua expressão era de um homem arrasado, olhos vermelhos, respiração pesada e rosto avermelhado.

— Tem que acreditar em mim.

Nunca John.

— Não posso... — corro para a porta e a abro — Não quero atrapalhar sua vida, mas nunca mais dirija a palavra a mim.

— Maisie! — chama por mim — Maisie volta aqui. Não faz isso com a gente.

— Você fez isso com a gente, Jonathan Wick.

Saio de lá e vou andando pela estrada. Mal conseguia enxergar pelas lágrimas, meu peito ardia de tanta dor. Não posso acreditar que ele fez isso, ele não.

Tudo que quero é morrer, deixar de existir... Nada mais vale a pena.
O pior é que ele nem gosta dela, só transou com ela porque é parecida com a Helen. E eu não posso competir com uma defunta!

Ando tanto que meus pés doem, quando me dou conta estou em frente a casa de Marisa.

Tomo coragem e bato na porta, que é aberta em seguida revelando ela.

— Maisie? O que tá.. — sem esperar ela terminar a pergunta a abraço bem forte.

— Eu entendo você! Agora entendo! — soluço com o rosto no seu peito.

— Tudo bem.. tudo bem..

Por mim o John pode ficar com a Helena, porque cachorro combina com cadela. Concordam?

Espero que tenham gostado ♥️