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Capítulo 75



Já amanheceu e continuo deitada no chão, nenhum som sai da minha boca a não ser os soluços, que eram acompanhados de lágrimas e mais lágrimas.

Meu desejo é levantar daqui e ligar para ele, ou pior, ir andando até aquela casa. Mais meu orgulho é muito maior que a vontade de tê-lo pra mim.

A única coisa que me resta é esquecer. Levanto do chão, sento no sofá e avisto ao longe uma garrafa de whisky. Era como se ela me chamasse, mais eu não posso fazer isso!

— Quer saber? — vou até ela — Dane-se!

Abro o frasco, pego um copo e ponho uma quantidade moderada no mesmo. Levo a boca e me delicio com o amargo gosto da bebida.

Um brinde a merda da minha vida! — bebo mais um pouco.

Subo as escadas e entro no quarto. Sobre a cama haviam roupas dele. Deixo o copo sobre a mesa de cabeceira, pego uma camisa e a cheiro. Ele se foi há menos de 24 horas e a saudade já se instalou no meu peito.

Mais a raiva volta a tomar conta de mim, seguro os dias dois lados da gola e puxo rasgando o tecido.
Repito a ação em outra e mais outra!

Que ódio de você!

Meu celular toca, corro até ele e o atendo. Era Allison.

Ally...

Maisie? Que voz é esse? Tá chorando?

Sento na cama e pego o copo.

O John... Eu mandei ele ir embora!

Soluço novamente.

Embora? Calma eu vou pra ir, tá?

— Tá... Obrigada.

Ela desliga, bebo o resto do whisky. Deito e fico lembrando dos nossos momentos juntos.

...

Ouço passos vindo da escada, mas não viro, e depois Allison me abraça por trás encontrando a cabeça no meu ombro.

Amiga.. Você tá bem? — pergunta baixinho — Tava bebendo?

— Eu sei que sou uma péssima mãe!

— Não fala isso.. O que o Jonathan fez?

— Ele me empurrou..

— Como assim? — seu tom mandou totalmente, agora estava mais sério — O John machucou você?

Viro para olhar ela.

Não.. quer dizer: não fisicamente.

Fungo o nariz, agora as lágrimas cessaram. Allison começa a fazer cafuné nos meus cabelos.

Eu não devia ter mandado ele embora, mais quando vejo aquela mulher perto dele me sobe um ódio! Vontade de espancar eles!

Calma! — respiro fundo — Olha só, há alguns anos eu amei um homem.. mais por um erro meu ele se foi e eu não fui atrás.

— E o que aconteceu?

— Nunca mais nos vimos, mas se eu podesse voltar no tempo... Ficaria com ele apesar de tudo.

Ela estava chorando e agora reparei que seu olhos estavam inchados.

Por que não vai atrás dele agora? — questiono.

Porque esse homem era o Santino, ele está morto e eu acabei de vir do enterro dele.

Como é que é? Allison e Santino? Juntos?

Uau! — sento e fico de frente a ela — Desculpa.

— Pelo quê?

— Porque foi o John que matou ele.. por minha culpa.

A mulher limpa o rosto, se recompõe e da um sorriso.

A culpa não foi sua... Agora eu sugiro que a senhorita ponha uma roupa daquela e vá buscar seu homem.

— Será? — ela inclina a cabeça para o lado — Não! Vai ser bom ficar longe dele.

— Tudo bem.. — fala por fim — E o meu afilhado como está?

Finalmente um assunto bom.

Enorme! Vou mostrar a foto da ultrassom! — levanto e vou até a cômoda pegar a pasta.

Você não vai mais beber não é? — pergunta.

Não! — volto para perto dela — Aqui está!

Entrego a morena, que abre e pega a foto.

— Que pequeno! — Allison estava do mesmo modo que fiquei — Eu acho que é uma menina!

— Eu também acho! Mais John insiste que é menino..

— Homens.. — revira os olhos — O jeito é esperar.

— Ai meu Deus!

— O que foi?

— Eu não tenho ideia de nomes.. — aviso a ela.

Então vamos a lista!

...

Depois de falarmos um monte de nomes sem sentido, Allison disse que era hora de ir embora. Parece que ela vai para a Itália cuidar de algo relacionado a D'Antonio.

Foi difícil dormir sem John, mas conseguir de manhã bem cedo Chris mandou uma mensagem avisando que tinha algo sobre a investigação.

Então me arrumei e fui ao seu encontro no departamento de polícia. De lá entramos no carro e partimos ao nosso destino.

— O que estamos fazendo aqui? — pergunto a ele.

Estamos no bairro onde Marisa mora.

Uma testemunha.. a polícia não quis interrogar porque achou a idade dela avançada demais. — responde sem tirar os olhos da estrada.

Quantos anos?

— Oitenta e cinco.. — reponde.

Faz sentido.

Chegamos em frente a casa, ele parou o carro e descemos.

Você tá bem? — pergunta enquanto caminhamos.

Tô.. só cansada.

— Eu soube da novidade.. Parabéns pra você e o John..

— Sebastian te contou? — pergunto e ele concorda — Fofoqueiro, mas obrigada.

Isso é estranho, falar disso com ele.

Será que tem alguém? — duvido.

Vamos descobrir.

Chris toca a campainha duas vezes. Alguns segundos depois alguém abre a porta. Realmente ela parece ter Oitenta e cinco anos.

Senhora, eu sou o investigador Christopher posso lhe fazer algumas perguntas?

A mulher nos olha e nos da passagem.

...

Então? Lembra de ter visto algo naquela noite? — pergunto e ela me entrega uma xícara de chá.

Eu lembro que minha neta, Martta, me pediu para sair mais não deixei.. esses jovens são muito festeiros!

— Hã, não senhora Smith.. o que minha amiga quis dizer é se viu algo na casa da frente. — Chris explica.

Ah.. bom eu vi um homem entrando..

Com certeza essa informação é valida.

— Como era este homem? — pergunto.

Bom, tinha os cabelos escuros, estava de preto, mas aquela noite tava escura então eu não me lembro muito bem.

Ótimo!

Se o visse novamente o reconheceria? — Chris continua.

Ah, sim..

Ele pega o celular e mexe um pouco por ele. Para em uma foto e mostra para a mulher.

Era esse homem?

A mulher analisa a foto e demostra indiferença.

Não..

— Tem certeza?

— Tenho.. o seu rosto sim é impossível de esquecer.

Pego celular da mão dele e olho a foto. Era John nela.

Nos despedimos da senhora e saímos dali.

Por que está brava. — com certeza ele recebeu minha carranca.

Por que acha que foi o John?

— Sei do passado dele.. — franzo a testa — Achou que eu não soubesse em que ele trabalhava?

— Não me interessa, não foi o John!

Saio andando deixando ele pra trás.

Como sabe?

— Por que conheço o homem que dorme do meu lado... Sei que ele não faria isso comigo!

Ergo o braço e chamo um táxi.

Tá bom... Eu levo você..

— Não. Vou sozinha!

Um carro para e eu entro nele. Dou o endereço de John para o taxista. Talvez Alisson tenha razão, conversar com ele vai ser bom.

Paro em frente sua casa, pago o homem e saio do carro.

Quando vou tocar a campainha, vejo que a porta não está trancada. Abro a mesma e entro.

John? — chamo por ele — Preciso conversar com você..

Não ouço nada.. olho para o chão e vejo uma blusa jogada. Voy até a peça e pego. De mulher.

Parto em direção ao quarto dele e quando chego quase caiu para trás.

Com o susto dou um passo atrás, lágrimas caiem pela decepção.

Era ele alí, ele é aquela maldita! Os dois nus e abraçados.

John..?

Ela abre os olhos e faz sinal de silêncio, ponho o dedo indicar na frente dos lábios.

Silêncio, Maisie.. ele está muito cansado.



Aí, aí, aí.. o que aconteceu?

Beijos e até a próxima 😘

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