Capítulo 73
Uma semana já passou e continuamos na mesma: completamente distanciados.
Ele voltou a dormir no nosso quarto, mas não fala comigo, não me olha e quando vai dormir vira para o lado e dorme.
Parece que estou dormindo com uma pedra de gelo. As vezes nem durmo, apenas fico observando ele e imaginando como seria bom roubar um beijos dos seus lábios.
Como Ross e Allison estão viajando a trabalho e não posso trabalhar, fico o dia inteiro no quarto, deitada e chorando.
Eu li em algum lugar que chorar faz mal para o bebê, ele sente a tristeza e eu não quero isso mais não consigo evitar.
Por falar em bebê, essa semana completo três meses! E tenho uma consulta marcada para amanhã. Mal posso esperar..
Meus pensamentos acabam quando John entra no quarto. Olho o relógio: 01hs03 da manhã.
— Lembrou que tem casa? — pergunto ainda deitada.
John senta na beira da cama e tira seus sapatos e a camisa.
— Não tá tão tarde... — fala de forma arrastada.
Ouço ele soluçar e fungar o nariz algumas vezes, ele tá chorando?
— Você tá bem? — pergunto chegando perto dele, sinto o forte cheiro de álcool — Tá bêbado!
— Não bebi.. só um pouco.. — ele vira e vem pra cima de mim — Você tá muito linda..
Apesar de gostar de beber, esse cheiro de álcool me irrita. Revira meu estômago e me dá náuseas.
Ele deita meu corpo e sobe em cima de mim, começa a distribuir beijos por meu pescoço, enquanto tira minha camisola.
— Para, John! Para! — tento sair mais ele é incrivelmente pesado — Ai, John tá me sufocando!
Jonathan põe as mãos por dentro da minha roupa e continua beijando meu corpo.
— Chaga, Jonathan! — grito para ele que me encara — Sai de cima de mim..
Levanto, ajeito minha camisola e encaro ele, que se mantém deitado.
— Me desculpa.. — ele senta e me puxa pela cintura, a abraçando — Eu sou muito idiota, meu amor...
Ele começa a chorar e aperta ainda mais meu corpo. Levo as mãos ao seus cabelos e acaricio os mesmos.
— John, eu acho melhor você parar de chorar e tomar um banho... Tá fedendo a cigarro e cachaça!
O moreno se põe de pé, leva as mãos ao meu rosto e beija meus lábios.
— Eu odeio não conseguir odiar você. — empurro seus ombros e limpo a boca — Vou tomar banho.. não melhor: vou dormir no banheiro.
Era só que me faltava, John chegar bêbado, com cheiro de cigarro e acha que tenho que aguentar isso.
Volto para cama, deito e me cubro com o lençol.
Acordo cedo, levanto e vou correndo para o banheiro. Acordei mais enjoada que o normal. Ajoelho diante da privada e vômito aquela água nojenta de sempre.
Depois de acabar, abaixo a tampa e vou escovar os dentes.
Depois do banho, e de por uma roupa, desci e fui para a cozinha.
Ele já estava lá, tomando café, seu rosto tinha uma expressão de dor.
— Enxaqueca? — pergunto, pegando uma caneca.
— Das fortes... — ele serve café para mim e eu agradeço — Desculpa por ontem, não quis agarrar você.
Ele lembra?
— Não quis? — pergunto meio triste.
— Você entendeu.. — John olha seu relógio — Acho melhor irmos, a consulta começa em uma hora.
— Vai comigo? — levanto e mal posso conter o sorriso mínimo.
John se põe de pé e oferece a mão para mim.
— Vamos?
Pego sua mão e nos dirigimos ao carro. Ponho o cinto e, após ligar o rádio, ele da partida.
— Não precisa ficar, se quiser pode ir embora. — sugiro para ele.
— Eu sou o pai... E minha obrigação.
Lembro das palavras dele no hospital.
— Fez um DNA escondido de mim? — provoco mais um pouco.
Ele suspira e me olha discretamente.
— Foi mal, não deveria ter dito aquilo. É lógico que ele é meu, naquela noite só poderia resultar em algo bom.
— Como sabe que foi aquela noite? — questiono ele.
— Sei fazer contas. — responde olhado para mim.
— Fez as contas? — pergunto revoltada — Então continua desconfinado?
— Chegamos. — para o carro e desce — Vai ficar aí?
Saio do carro, caminhamos até a entrada e, depois de falar com a recepcionista, sentamos na sala de espera.
— É o primeiro? — uma mulher, com uma enorme barriga, pergunta.
— É... — respondo — O seu também?
— Não! É o terceiro! — ele sorrir enquanto passa a mão na barriga.
Queria que a minha tivesse assim, o único volume que consigo é quando estou sentada.
— Pretendem ter mais? — continua.
— É.. — olho para John — Não.. Será o único.
A enfermeira aparece e chama meu nome. A mulher que conversava comigo me deseja sorte.
John e eu fomos até a sala da doutora e entramos.
Ela era bonita, elegante e tinha um belo sorriso.
— Bom dia! — murmura.
— Bom dia. — respondemos em uníssono.
Nos sentamos nas cadeiras a frente dela. A mulher estendeu a mão e se apresentou como: Doutora Patrícia Gutierrez.
— Vamos lá? — começa a anotar alguma coisa — É sua primeira consulta?
— Sim...
— Uhm, então acho que deveríamos começar com uma ultrassonografia.
Ai Deus, vou ver meu bebê!
Ela me fez deitar na maca, cobriu minhas pernas até o quadril, levantou meu vestido na altura dos seios e passou o gel por minha barriga. Aquilo era gelado pra caramba!
Pela pôs um aparelho sobre o abdômen pediu para olharmos o monitor ao meu lado.
Sentou na cadeira e começou a deslizar por minha barriga. Aos poucos uma imagem foi surgindo. Era ele... O meu bebezinho.
— É o meu filho? — John pergunta afobado.
— É.. é o seu filho, senhor Wick! — responde a médica.
— Como ele é agitado! — lágrimas começaram a se formar nos meus olhos — Isso é normal?
— Totalmente, essa fase ele fica muito agitada e agora dar cambalhotas. — explica ela.
Fecho os olhos, o coraçãozinho dele começa a bater. Que som doce, o mais lindo do mundo!
— John.. — olho para ele — É lindo!
Jonathan se aproxima de mim, põe uma mão na minha testa e a outra segura uma das minhas.
Ponho a mão no seu rosto e deixo um selinho nos seus lábios.
— Ele é perfeito.. — sussurra no meu ouvido.
....
Depois do exame voltamos a nos sentar.
— Muito bem, senhora Wick! — começa — Aqui diz que seu bebê está com cinco centímetros..
— Tão pequenininho.. — sussurro.
— Vai começar a fase de desenvolvimento, Mas ele está com doze gramas.. o normal seria dezesseis. — aquilo me preocupa — Tem passado por estresse?
— Sim, não estou em uma fase muito boa.
Aperto a mão de John.
— É importante que você não passe por esse tipo de situação, além de fazer mal, pode inibir seu apetite, o que leva a vários problemas.
Abaixo a cabeça, recebendo a bronca.
— Vou receitar algumas vitaminas, pedir um exame de sangue, DSTs e marcar uma próxima consulta.. — começa a prescrever — Seus enjôos diminuíram?
Quem dera.
— Não, pelo contrário, mais não quero tomar nenhum remédio para parar.
— Tudo bem... Não preciso falar para ficar longe de drogas lícitas ou não. — me entrega outro papel — Apesar da fase de risco ter passado, eu soube que sofreu uma queda, então sem relação sexual e exercícios físicos intensos, ok?
Do jeito que as coisas vão, relações sexuais é algo que não teria por um bom tempo.
— Ok! — cumprimentamos ela novamente — Até a próxima.
— Até e boa sorte!
Saímos da sala e voltamos para o carro.
No caminho parar comprar uma torta de morango que eu estava muito afim de comer.
Enquanto fui até o balcão, ele ficou no carro.
— Oi! — cumprimento a balconista — Eu vou querer uma torta de morango e uma de limão..
Então a moça prepara o que pedi, observo os doces. Sinto alguém me observar, olho pelo vidro e vejo um homem. Ele era alto, moreno e estava de terno. Roupa incomum para um dia quente como hoje.
Desço o olhos para sua mão direita, tinha uma tatuagem, uma espécie de rosário ou terço.
Não espero meu pedido e saio dali.
— O que aconteceu? — John pergunta.
— O que você fez com o Santino? — pergunto entrando no carro.
Ele continua calado.
— Fala, Jonathan!
— Matei ele... Santino D'Antonio está morto.
Ai que merda! Com certeza são homens dele. John não podia ter feito isso, e o vai acontecer agora?
Espero que tenham gostado, beijos e até a próxima ❤️
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