Capítulo 72
Hoje finalmente recebo alta médica, apenas de Sebastian achar que amanhã é melhor pois já está de noite, e não vejo a hora de chegar em casa, tomar um banho e ter que enfrentar John.
Fiquei neste hospital três dias e ele não veio me ver, mas soube por Sebastian que o mesmo apenas pergunta por mim na recepção ou a algum médico. Como se isso fosse suficiente para demostrar que se importa.
Alguém bate na porta e eu peço que entre. A porta abre e John aparece na soleira.
— Lembrou que existo? — debocho, ele me olha e revira os olhos.
— Já está pronta? — pergunta entrando no quarto.
Nem de longe estou pronta, nem o calça pus. Também esse corte tá doendo horrores!
— Dá pra me ajudar? — peço a ele que vem até mim.
John se agacha, levanto o pé, ele põe uma das pernas da calça e depois a outra subindo até a cintura onde abotoa e sobe o zíper.
Seus olhos encontram-se com os meus. Levo minha mão ao seus cabelos e deslizo por seu rosto.
Ele segura meu punho e abaixa minha mão aos poucos.
Engulo em seco, ele ainda está bravo... E acho que nem tão cedo vai voltar a ser o meu John de sempre.
Pego minha bolsa e saio do local, sendo seguida por ele.
...
Chegamos em casa, o caminho todo foi em silêncio, entro primeiro que ele, que vem logo atrás e fecha a porta.
— Garoto! — chamo pelo cachorro.
— Está na casa do vizinho..
Volto a atenção para ele, mais uma vez nos encaramos. Seu olhar de raiva me leva abaixar a cabeça e seguir para as escadas.
Ao dar o primeiro passo, sinto a perna latejar de dor.
— Espera.. — murmura, John — Não pode subir escadas, esqueceu?
Ele vem em minha direção, segura minhas costas com um braço e passa o outro por trás dos meus joelhos.
Seguro nos seus ombros e tento resistir a vontade de não olhar para ele, enquanto subimos para o quarto. Chegando lá Jonathan me pôs no chão e seguiu para o banheiro.
Sento na cama, tiro os sapatos e a blusa. Preciso muito de um banho.
Ele sai do banheiro vestido com roupas leves, porém continua sem olhar para mim ou dizer alguma coisa.
— John precisamos conversar...
— Não, não precisamos.
Ele vai até o closet, sigo o mesmo e vejo ele pegar um cobertor.
— Você tem que me ouvir!
— Eu sempre ouvi você, Maisie.. — ele pega o travesseiro e sai do quarto — Quem não falou foi você!
Vou atrás dele, que entrou no escritório, John põe o travesseiro sobre o sofá que ficava no canto do cômodo.
— É sério isso? — pergunto mais sou ignorada — Vai dormir aqui?
— Vou, agora se poder sair e apagar a luz eu agradeço.
— Você é um idiota! — aponto o dedo no seu rosto — Não vem achando que é santo, também mentiu pra mim quando não disse que ia ver aquela vagabunda!
— Só que o que eu fazia não colocava minha vida em risco! — grita, trincando os dentes.
— Dependendo do que fazia poderia sim!
Zombo dele que parece se irritar mais ainda.
— Sempre agindo como criança! — murmura — Agora por favor saia de apague a luz.
Deita no sofá e se cobre.
Irritada, saio dali sem apagar a maldita luz.
Dois dias se passaram e Jonathan continua irredutível. Não fala comigo, não dorme mais na nossa cama nem ao menos me olha.
Prefere ficar no escritório ou no terraço de cima. O pior é que eu me sinto tão só, tão culpada e por mais que tente ficar calma, para não fazer mal para o bebê, não consigo parar de pensar em onde vamos chegar.
Encorajada vou até ele, que está tomando banho no nosso banheiro. E como sempre ele deixa a porta aberta, descido entrar.
Ao entrar paro um pouco para observá-lo melhor. Ele me excita até de costas.
— Sabia que eu adoro suas tatuagens? — sussurro para ele.
John vira e me olha, fecha o chuveiro e sai do box.
Alcanço uma toalha e entrego a ele, que a amarra no quadril.
— Maisie, agora não..
— Agora sim, John! — replico tentando manter a paciência — Eu não aguento mais essa situação! Sabe como dói não ouvir você, não poder chegar perto?..
Chego mais perto dele, segurando no seu pescoço molhado, e aproximo nosso rostos. Começo beijando seu pescoço e desço para seu peito.
— É muito ruim ficar perto de você.. — sussurro entre beijos.
Ele me segura pelos braços e se afasta de mim.
— Eu fiz aquilo por você. — confesso.
— Eu não pedir!
— Mais sei que faria o mesmo... O Santino iria te tirar de mim, e eu sei que ele ia te matar.. eu sei disso!
Grito desesperada para ele que me responde no mesmo tom.
— Não! Você fez isso por si mesma. Se pensasse em mim, saberia que ficaria destruído se alguma coisa acontecesse com você! — seus olhos estavam altivos, o rosto vermelho — Você é muito egoísta! Pensou somente em como ficaria e não em mim!
— Não queria te perder..
— Me perdeu quando mentiu..
Aperto os olhos e as lágrimas descem.
— Desculpa.. — peço entre soluços.
— Não dá..
Dito isso ele sai do banheiro e vai para o quarto que era meu. Vou atrás dele, mas encontro a porta trancada.
— Abre a porta, John! — bato na porta com a palma da mão — Jonathan, abre a porta por favor!
Bato tanto que chega a cortar minha mão.
Cansada sento no chão e encosto a cabeça na madeira.
— John, abre... Por favor, abre! — murmura mais sei que ele não vai ouvir.
Do outro lado ouço coisas quebrando. A única força que eu tenho uso para chorar.
Porque não falei pra ele quando tive chance, porque?
Espero que tenha gostado, até amanhã😘
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