Exceção
eu nunca te conheci, apenas sonhei com você
mas é extramamente abstrata e físico as suas consequências a minha pessoa
abstrato pois nada superou o sonhar e lágrimas de alegria no banho
físico pela dor. abstrata também, uma vez que a escondo de todos
"bom dia. tudo bem?"
"bom dia. sim, e você?"
"tudo ótimo, como sempre!"
adicionei essa frase no simples intuito de tornar minha dor palpável, mas as pessoas preferem manter certos assuntos no subjuntivo... caminhando e cantando, estamos muito ocupados com nós mesmos para perceber no outro um grito de socorro
socorro. socorro. socorro.
repito três vezes, pois gosto de números ímpares. mas vocês gostam do silêncio, por isso, meu quarto branco se contrai e o meu joelho se aproxima do rosto.
socorro?
aproveito os segundos antes de anos presa em um lapso de infelicidade para tirar os retalhos do meu sonho da parede. grito em silêncio. há antítese, mas não na chegada da dor, conheço seu antecendente e consequente.
lágrimas embaçam a lente que clareia o mundo para mim, mas elas não lavam a minha alma, apenas regam as flores da dor. como cheguei aqui?
talvez tenha feito coisas demais, enquanto outras de menos.
nunca saberei a resposta. o papel laranja já desbotado, dos quatro que sobraram na minha parede, observam eu me esvair em lágrimas. mas assim que me levanto, abro um sorriso e guardo minha dor em um lugar que até eu desconheço; e ali, ela encontra as migalhas do meu sonho e propósito de vida. por isso ela apenas se expande em silêncio
já não sei quem sou. mas tenho fé no pedido de socorro, tem alguém ai?
se sim, por favor, me socorra, eu estou afundando na tristeza.
socorro, socorro, socorro, socorro, socorro, socorro, socorro
dessa vez, sete vezes, meu número da sorte. ainda tenho esperança, e pretendo regar essa planta morta para sempre.
doutora dos sonhos. e socorros.
13/04/2020
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