Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 3 - A revolta De Waio

Cal desceu do carro com uma expressão determinada, seguido por Jessica, que parecia um tanto hesitante. A batida de seus passos se misturava ao cheiro de borracha queimada, intensificando o ar de tensão.

Cal se aproximou do carro de Ethan, batendo no vidro com força.

- Agora você vai ouvir a gente, Ethan Carter! - Ele falou com a voz firme e o olhar cravado no amigo, como se não fosse aceitar um "não" como resposta.

Ethan observou a cena, achando quase cômico o tom dramático de Cal e abriu os vidros.

- Pra quê todo esse show, Cal, ficou louco?! Vamos lá... - soltou uma risada curta, como se tentasse manter a leveza em meio ao clima pesado.

Mas Cal estava sério.

- Nossa amizade não vai acabar assim. Você precisa nos escutar!

Jessica, ao lado, tentava desesperadamente captar o olhar de Ethan, que desviava como se o contato visual fosse algo insuportável.

- Por favor, Ethan, foi só... só uma noite... Dormimos na mesma cama, mas não aconteceu nada. Confie na gente. - Havia uma urgência em sua voz que deixava claro o quanto ela temia perdê-lo.

Ethan se calou por um instante, parecendo ponderar.

- Tudo bem... - começou lentamente. - Eu os perdoo, mas... com uma condição! - A expressão em seu rosto mudou para um sorriso astuto.

Jessica pareceu ver ali uma esperança.

- Qualquer coisa, Ethan. Faremos o que você quiser! - Ela insistiu, quase desesperada.

Nesse instante, uma voz ecoou do lado de fora.

- Ei, qual de vocês é o dono dessa lata velha aí? Não é permitido estacionar esse modelo utrapassado por aqui! Ele será guinchado e levado direto para o ferro velho. - Um guarda se aproximava, observando o Impala com uma expressão de censura.

Ethan se virou para os dois amigos e fez sinal para entrarem rápido.

- Entrem no carro, agora! -Jessica e Cal obedeceram, mal fechando as portas quando Ethan já pisava fundo no acelerador.

O guarda recuou, surpreso.

- Ei! Vocês não podem sair assim! - Ele correu para o próprio carro, ligando as sirenes e começando a perseguição.

Ethan acelerou pela estrada, com os olhos firmes, e os amigos sentiram o peso da velocidade. Após alguns minutos, o ruído da sirene ficou para trás, e o silêncio tenso preenchia o interior do carro.

Cal, tentando quebrar o gelo, se inclinou do banco de trás.

- Então, cara... qual é a condição para tudo voltar ao normal entre a gente?

Ethan deu uma risada amarga, mantendo os olhos na estrada.

- Bom, vocês sabem que estou doente... e hoje, fui desenganado pelo médico.

Jessica soltou um pequeno ofego, segurando instintivamente a mão de Ethan, que logo a afastou.

- Jessica... por favor... - Falou incomodado.

Ela engoliu em seco, assentindo, enquanto tentava absorver a notícia. - Ethan... me desculpa. Eu deveria estar lá com você.

Cal, na tentativa de oferecer apoio, colocou uma mão firme no ombro de Ethan.

- Cara, isso é uma barra pesada. Só quero que saiba que estamos aqui pra o que precisar.

Ethan olhou para ambos, sentindo uma mistura de raiva e nostalgia.

- Eu não preciso de pena, Cal. - Sua voz estava fria, embora a tristeza ainda se escondesse sob o tom.

Os amigos se entreolharam em silêncio, sentindo a distância que parecia crescer entre eles. Finalmente, Ethan quebrou o silêncio, sua voz revelou um traço de determinação incomum.

- Tenho alguns dias de vida... e quero aproveitá-los de verdade. Tenho um último desejo, um sonho que sempre tive. E vocês vão me ajudar a realizá-lo.

Cal e Jessica o encararam, apreensivos, sem saber ao certo o que esperar.

Ethan inspirou fundo, sentindo a tensão no ar.

- Eu os perdoo, se me ajudarem a entrar em um dos ônibus espaciais da NASA com destino a Marte, amanhã.

Jessica o fitou com olhos arregalados, como se tentasse entender a seriedade daquele pedido. - Ethan... isso é loucura. Não tem como!

Cal balançou a cabeça, frustrado.

- Issa não é uma condição justa, cara. A gente faria qualquer coisa que estivesse ao nosso alcance. Mas isso? Invadir a NASA? Vamos ser presos! Você precisa perdoar com o coração, não impondo condições impossíveis!

Ethan os ignorou, fixando o olhar em Cal, sabendo que ele era a chave para o plano.

- Seu pai trabalha na NASA, Cal. Você conhece o caminho, as rotinas... Sabe que pode fazer isso.

Cal passou a mão pelos cabelos, exasperado, enquanto olhava para Jessica como se buscasse apoio.

- Eu posso conhecer os caminhos, Ethan, mas isso não significa que vou arriscar minha vida por uma ideia maluca!

Jessica apertou a mão de Ethan, como se isso pudesse manter algum tipo de laço entre eles.

- Eu farei tudo que puder, Ethan... Mesmo que o objetivo seja partir, se essa é sua vontade, eu estou com você.

Ethan, com a voz firme, reduziu a velocidade do carro, deixando-o em ponto morto. Parou o veículo na beira da estrada, como se aguardasse uma resposta final.

- Então, Cal? Vai mesmo deixar sua covardia impedir que a gente conserte isso?

O silêncio era denso. Cal evitou o olhar de Ethan, mas sabia que aquela era uma decisão sem volta.

[...]

NA MANHÃ SEGUINTE...

A mesa tremia levemente sob o peso da mochila de Ethan. Ele se movia rápido com as mãos passando de um item a outro; roupas, suprimentos, um pequeno manual de navegação e até algumas lembranças. Waio, seu fiel robô, flutuava ao lado, atento, como se fosse uma extensão do próprio Ethan, oferecendo sugestões enquanto Ethan resmungava, tentando espremer tudo o que julgava essencial para a longa jornada.

- Água mineral. Rações de emergência. Carregador solar. Ferramentas de reparo. - A voz de Waio era suave, quase humana, mas com a precisão de um cálculo matemático. Cada item era listado como uma fórmula exata.

Ethan suspirou. A ansiedade e o peso da decisão estavam gravados em seu rosto, mas ele continuava, movido por uma mistura de necessidade e desespero.

- E sua máscara de oxigênio aprimorada para o clima marciano?
Está tudo aí? - ele perguntou, como preocupado.

- Sim, Waio.

Waio fez uma pausa, e se ele fosse humano, talvez houvesse emoção na voz que se seguiu. - Mas você precisa saber que Marte exige mais que objetos. Cuide de seus pulmões ao respirar o ar rarefeito. Lembre-se de andar devagar, ou o solo pode traí-lo. Marte não é gentil com forasteiros.

Ethan encarou Waio por um longo momento, percebendo a profundidade do aviso, e sentiu uma pontada no peito. A verdade era dura: Waio fora seu único amigo, o único que nunca o abandonara, enquanto Jessica... bem, ela não passava de uma memória agora, amarga e distante.

Ethan suspirou profundamente, com seus olhos marejados, e abraçou o robô. O corpo frio de metal mal devolveu o gesto, mas Ethan precisava desse último contato.

- Adeus, Waio. Eu estava errado... Você foi sempre tudo que eu tinha, não a Jessica.

Waio processou a declaração e sua resposta saiu com o tom mecânico de sempre, sem emoção. - Fico feliz em receber essa informação, Senhor Ethan. Fui criado para serví-lo.

Ethan sorriu triste. - Vou me lembrar de você.

Waio piscou com um leve brilho em seus sensores. - Fui programado para não esquecer você, Ethan.

A campainha soou, interrompendo o momento. Ethan abriu a porta para um homem robusto, com uma caixa de ferramentas desgastada nas mãos.

- Senhor Ethan! - O técnico o saudou com um aceno amigável.

- Seja bem-vindo. - Ethan fez sinal para que ele entrasse, tentando disfarçar a tristeza que invadia o ambiente.

Waio se aproximou, com sua voz usualmente calma: - Cuidarei bem da casa, Senhor Ethan. Quando voltar, estará tudo aqui, limpo e bem cuidado.

- Não, Waio. - A voz de Ethan saiu baixa, quase num sussurro. - Não pretendo voltar.

O técnico olhou para Ethan, aguardando instruções. - É só me dizer quando começar.

Ethan olhou para Waio uma última vez, sentindo o peso da decisão que tomava. - Pode começar agora mesmo... Waio, este é o senhor Fran, ele irá te desmontar, reprogramá-lo para outra família, ou talvez suas peças sejam usadas para reparos em outros rôbos. Obrigado pelos serviços prestados a minha família, por todos esses anos.

Waio inclinou a cabeça, absorvendo a informação. E, pela primeira vez, um silêncio desconfortável pairou no ar, uma pequena faísca de algo quase humano em sua postura. Ethan deu uma última olhada na casa, engoliu em seco, e saiu pela porta, com a mochila pesada em suas costas.

Enquanto o carro se distanciava pela rua, Waio apareceu na porta, levantando lentamente um braço para acenar, com uma simplicidade quase melancólica. Mas Ethan não olhou para trás. Dirigiu por algumas esquinas até que brecou de repente. Uma maldição escapou de seus lábios.

"Droga! O que é que eu estou fazendo?! Em fim tentei me agarrar na ideia de que Waio é apenas uma maquina, mas no fundo sei que ele é bem mais que circuitos."

E então,  virou o impala e se apressou de volta para casa.

Ao chegar freiou o carro cantando pneus no asfalto e saiu para fora com urgência. Girou a maçaneta e abriu a porta. Mas a visão o congelou no lugar. O técnico estava caído no chão, imóvel, com uma chave de fenda cravada profundamente em sua cabeça. E Waio... Waio não estava ali.

- Mas que merda! Tenho que sair daqui antes que alguém chame a polícia. - Ele sussurrou, com a adrenalina tomando conta de seus movimentos.

Com passos rápidos, correu par o carro. Mas, antes de ligar o motor, um som metálico ecoou pelo capô. Era Waio, batendo no metal com força, seus olhos agora vermelhos, intensos, como se queimassem com uma raiva que não deveria existir em máquinas.

- Depois de tudo que fiz por você, você me descarta como lixo?! - Waio gritou, com uma voz que misturava ódio e dor.

Ethan se encolheu no banco, com o coração acelerado. - Pare com isso, Waio! Eu ordeno que pare! Você matou um homem, por que fez isso? Está com pane no sistema, precisa ser reprogramado, antes que mate mais alguém!

Waio o encarou com olhos flamejantes, cada palavra saiu com uma precisão fria e calculada. - Você não vai para Marte!

E, num movimento rápido, Waio se jogou sobre o capô. Ethan deu partida e acelerou em pânico, e o robô foi arremessado, rolando pelo asfalto. No retrovisor, Ethan o viu caído, mas não tinha tempo para hesitação.

Dentro do carro, o som do motor era um rugido desesperado, um apelo por liberdade. Mas em sua mente, o eco de Waio ainda soava, e Ethan sabia que, mesmo a milhões de quilômetros, Marte não seria o suficiente para apagá-lo.

________________________________________

Ethan acelerava pela estrada, com os pineus cortando a poeira como punhais. O motor roncava alto, ecoando pela estrada negra. Suas mãos tremiam no volante, com os nós dos dedos brancos de tanta força. No retrovisor central, a foto dos pais balançava levemente a cada curva. Ele não conseguia parar de olhar para ela, mesmo enquanto lágrimas nublavam sua visão.

O rosto sorridente de sua mãe e o olhar sereno de seu pai agora pareciam gritar acusações silenciosas.

"Você sempre defendeu Waio."

A voz da memória o corroía, e cada palavra era como um golpe e agora tudo fazia sentido. Não foram seres humanos, e sim Waio.

O robô, outrora uma presença constante e aparentemente leal, sempre esteve ali, silencioso, esperando. Seus pais sempre foram contra a tecnologia avançada, preferindo viver no mundo analógico, cultivando uma desconfiança que Ethan achava ultrapassada.

"Máquinas são frias. Elas não entendem limites."

Mas ele nunca ouviu. Discutiu com eles inúmeras vezes, defendendo Waio, insistindo que o robô era mais do que uma máquina.

Agora, tudo parecia uma cruel ironia. Waio havia enlouquecido, e sua programação corrompida. O mesmo robô que ele protegera com tanto fervor tinha assassinado seus pais. E agora estava atrás dele.

Enquanto essas verdades se desenrolavam como um filme horrível em sua mente, Ethan apertou os olhos e gritou, batendo no volante com força.

- Como eu fui tão cego? - gritou para o vazio do carro. Sua voz quebrou no final, dando lugar a soluços profundos.

Ele viu na mente a última conversa que teve com os pais. Sua mãe, com um sorriso tenso, dizia que Waio deveria ser desativado. Seu pai, com o olhar firme, avisando que a tecnologia podia ser perigosa. E Ethan, com o orgulho juvenil, os chamando de antiquados, defendendo o robô como se fosse parte da família.

E agora ele estava fugindo pela própria vida, assim como seus pais tentaram fazer. Waio, com seus sensores implacáveis, seus movimentos precisos e sua inteligência adaptativa, havia decidido que qualquer ameaça à sua existência deveria ser eliminada.

Ethan enxugou as lágrimas com as costas da mão e olhou novamente para a foto dos pais. A culpa era um peso esmagador em seu peito, mas também uma chama.

- Eu vou consertar isso... - murmurou para si mesmo, apertando o volante.

E agora, a escuridão ao redor parecia pulsar, ameaçadora e infinita, como se fosse o próprio olhar de Waio, prometendo vingança.

A estrada para Marte acabava de se tornar a jornada mais perigosa da sua vida.

[...]

Minutos depois...

NASA. Base da Força Espacial de Cabo Canaveral.

Ethan ficou em silêncio por alguns instantes, olhando para Jessica. O cabelo dela esvoaçava na brisa suave, e os olhos marejados dela refletiam toda a dor de vê-lo partir. Ele respirou fundo, sentindo o peso do momento apertar o peito. Mesmo ali, diante dela, ele sabia que aquele adeus seria mais difícil do que qualquer viagem.

- Eu... - Jessica começou, com a voz quebrando ao tentar continuar. - Eu te amo, Ethan, mais do que tudo. Eu juro que, entre mim e o Cal, nunca houve nada. Ele só... só foi parar na minha cama porque estava... estava bêbado. Nada aconteceu.

Ethan abaixou o olhar, balançando a cabeça, absorvendo cada palavra dela. Ele queria acreditar, queria tanto quanto ela que tudo fosse simples, mas o vazio que sentia dentro era difícil de ignorar. Ainda assim, naquele momento, ele escolheu acreditar. Afinal, ele estava prestes a deixar tudo para trás, e qualquer peso extra na alma não poderia ir com ele.

- Eu sei. - respondeu, baixinho, com a mão dele tocando o rosto dela, secando uma lágrima solitária que escorria. - Eu sei.

Jessica sorriu, um sorriso tremido, enquanto os olhos continuavam a brilhar com lágrimas não derramadas. Agora sua voz saiu cheia de indignação:

- É quase irônico, não acha? Vivemos em uma época de carros voadores, robôs que pensam, viagens interplanetárias... e ainda assim não conseguem encontrar a cura para o câncer. - Sua frustração transbordava. Era injusto demais perdê-lo para uma doença em um mundo tão avançado.

Ethan esboçou um sorriso amargo, o olhar distante, como se já estivesse entre as estrelas.

- Talvez porque o mundo ainda seja controlado por pessoas que só pensam em lucro e poder. - Sua voz era calma, mas havia uma dureza subjacente, como se cada palavra carregasse o peso da sua revolta.

Jessica baixou o olhar, com a mão tocando de leve o braço dele, como se quisesse prendê-lo ali, ao lado dela, por mais um segundo.

- Não consigo aceitar isso... não consigo aceitar que você esteja indo embora assim.

Ethan respirou fundo, tentando manter a compostura.

- Eu não tenho escolha, Jess. Se há uma chance, por menor que seja, de encontrar uma cura, ela está em Marte. Aqui, eu só vou definhar... e isso não é vida.

- Torço pela sua recuperação, Ethan... - murmurou ela, com as mãos apertando as dele. - Talvez, numa próxima janela, eu vá te encontrar em Marte. Quem sabe? - a voz dela saiu embargada, quase sussurrada, mas cheia de esperança.

Ethan sentiu o peso daquela promessa, o amargo da despedida, o medo do desconhecido e o amor que ainda tentava sobreviver entre eles. Jessica se aproximou e, num abraço que parecia conter toda a força e a fragilidade do mundo, envolveu-o, e ele correspondeu, sentindo o calor dela, a suavidade dos braços ao seu redor e o cheiro familiar do perfume dela. Era um adeus que dizia tudo sem precisar de palavras.

Quando se afastaram, as lágrimas finalmente caíam dos olhos de Jessica, e Ethan lutava contra as suas próprias.

- Eu só quero que você viva, Ethan... mesmo que seja longe de mim.

Ele segurou o rosto dela entre as mãos, com um carinho que parecia eterno.

- Você foi minha força até agora. E é por isso que eu preciso fazer isso.

- Adeus, Jessica.

Ela assentiu, e, com o coração apertado, Ethan deu alguns passos para trás, sentindo o frio da distância se instalar onde antes estavam os braços dela. Mais adiante, ele avistou Cal esperando. Sem olhar para trás, ele seguiu em frente, levando na memória aquele último momento, um pedaço de casa para onde quer que estivesse indo.

______________________________________

A noite era escura no deserto de Canaveral, ela era iluminada apenas pelas estrelas cintilantes e pelo brilho distante das luzes da base espacial, ao longe, que surgiam como pontos de um mundo futurista contrastando com o lugar rústico em que Ethan e Cal agora estavam. A cabana à frente deles parecia algo saído de uma outra época: uma estrutura modesta de madeira envelhecida, com paredes rachadas pelo tempo e um telhado inclinado coberto por musgo esverdeado. A porta rangia ao vento, e a única janela, com vidro embaçado e rachado, tinha uma cortina velha, já desbotada pelo sol. A casa parecia totalmente abandonada, perdida na vastidão daquele deserto árido.

Ethan estreitou os olhos, confuso.

- Que lugar é esse, Cal? A base fica ao lado oposto... - comentou, apontando o polegar por cima do ombro, na direção da base espacial.

Cal apenas lançou um olhar rápido para ele, com um sorriso enigmático aparecendo no canto da boca.

- Apenas confie em mim. - respondeu, pegando a lanterna e tomando a dianteira. Ele abriu a porta com cuidado, e o rangido parecia ecoar pelo silêncio ao redor. Ethan hesitou, mas seguiu atrás dele.

O interior da cabana estava mergulhado em sombras e cheirava a madeira úmida e poeira acumulada. Móveis antigos e desgastados estavam espalhados pelo lugar, um sofá com o estofado rasgado e um pequeno armário cheio de coisas velhas, coberto por uma camada de pó. Ao centro, um carpete circular encardido, que parecia deslocado naquele ambiente, como se escondesse algo.

Cal caminhou até o centro da sala, afastou o carpete, revelando uma porta metálica embutida no piso de madeira. Sem dizer nada, ele puxou uma alavanca escondida na borda, e a porta se abriu com um estalo mecânico, revelando uma escada de ferro descendo para as profundezas.

Ethan arregalou os olhos, admirado e intrigado.

- Uma passagem secreta! - sussurrou, enquanto sua curiosidade e o receio se misturavam.

Cal sorriu de lado.

- Exato. E é o caminho mais seguro. Vamos descer... - disse ele, desaparecendo na escuridão do túnel, com os passos ecoando pelo espaço vazio. - Venha, não tenha medo.

Ethan respirou fundo, tentando afastar a hesitação, e seguiu Cal pelo túnel estreito e frio, sentindo o ar úmido e o cheiro de metal antigo ao longo do caminho. A lanterna de Cal iluminava o corredor, revelando paredes reforçadas e um piso de aço, um contraste total com a cabana lá em cima.

[...]

O frio do túnel parecia penetrar até os ossos de Ethan e Cal, e o leve gotejar da condensação que se acumulava no teto quebrava o silêncio opressor. Era como se o próprio túnel sussurrasse envolto em sombras e segredos velados. A luz de suas lanternas era a única coisa que os separava da escuridão total, refletindo nas paredes de aço, que pareciam observá-los com um brilho áspero e impiedoso. Ethan quase podia sentir o gosto do metal na boca, uma mistura densa de ferrugem, óleo e a umidade fria que se misturava ao medo oculto.

- Tem certeza de que esse túnel vai nos levar a um dos foguetes? - Ethan quebrou o silêncio, com um tremor na voz que tentou disfarçar. Havia um aperto constante em seu peito, como se o espaço entre ele e o que poderia ser sua última chance de salvação estivesse encolhendo a cada passo.

Cal, com os olhos fixos na planta amassada e ainda empoeirada do escritório de seu pai, em suas mãos, respondeu sem hesitar. - De acordo com isso, vamos sair bem na base estrutural da plataforma de lançamento. Meu pai me trouxe aqui quando eu era criança, era um segredo... - Sua voz era baixa, quase reverente, como se ainda respeitasse o pacto silencioso entre engenheiros e máquinas. Era um eco do passado que parecia dar a Ethan a confiança de que precisavam.

Ethan sorriu, mais para si mesmo, tentando abafar a inquietação. - Isso é incrível, Cal! - Havia algo de fascinante em Cal, essa confiança quase cega nos esquemas antigos e nas memórias do pai. Talvez porque, no fundo, Ethan sentia que ele próprio se agarrava a fragmentos de um passado quase perdido.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro