Parque
Izzy Ballard-Hunt
-Eu quero de morango, chocolate, creme, pistache....
-Querido, é só um.- aperto a mão de Nico.
-Por que só um?- faz bico.
-Porque senão você vai sair rolando.- aperto o nariz dele e Nico ri.
-Então eu quero de chocolate.- ele coloca o dedo no vidro.
-Um de chocolate e outro de brigadeiro.- peço.
-Eu posso sentar na janela?- balança minha mão.
-Sim.- assinto.
Ele corre para a única mesa da janela e pago antes de pegar o sorvete, então caminho até Nico e estendo o pote para ele. Nico pega a colherzinha rosa e começa a comer rapidamente balançando as perninhas embaixo da mesa.
-Se comer rápido demais seu cérebro congela.- semicerro os olhos.
-O que?- ele fala fino e rio.
-É.- assinto.
-Eu quero ver.- ele começa a comer mais rápido.
-Nico.- aviso.
-Ai.- ele faz careta e sorrio.- Dói.
-Pois é.- sinto o gosto do brigadeiro.
-Tia Iz.- ele me chama e o encaro.- Minha mãe vai conseguir me dar uma irmãzinha?
-Vai sim, querido.- assinto.- Mas cada bebê tem o dia certo para nascer.- explico e ele me olha com atenção.- Tipo você, você tinha que nascer no dia que você nasceu, não antes e não depois.
-Então ela só tá esperando?- pergunta.
-Sim.- assinto sorrindo.- E digo mais, ainda acho que sua mãe vai ter muitos filhos.
-Vai?- ele se anima.
-Sim, por que ela ama tanto seu pai que os dois precisam demonstrar isso.- sorrio.- Então vai ter muitos irmãos.
-Vou ser irmão mais velho.- sorri orgulhoso.
-Vai ser o melhor irmão mais velho.- arrumo os cabelos dele.
Nico olha para o lado e acompanho o olhar dele, mordo o lábio ao ver todos aqueles seguranças. Eram os meus e os dele juntos perto da sorveteria, percebo seu olhar menos alegre e então belisco seu braço.
-É para sua proteção, pequeno.- explico.
-Você também.- aponta para Ian.- Aquele é seu protetor?
-Segurança.- corrijo.
-Minha mãe fala que tem gente que machuca crianças por causa de quem são meus pais.- informa.
-É.- assinto.- Mas nada vai acontecer com você.
-Uma vez, Xavier falou que eu ficaria mais seguro com uma aliança.- diz.
-Xavier é um idiota.- fico séria.
-Ele diz que eu preciso ficar com Luna.- termina o sorvete.- Eu gosto dela, até. Os olhos dela são tão fofos, e ela quase falou meu nome.
-Meu amor, você tem que ficar com quem você quiser ficar.- falo mais calma.- Não deixe Xavier ficar falando besteira, tá?
-Tá.- assente.
-Acabou?
-Sim.- sorri mais.
-Então você e eu vamos balançar.- coloco ele no colo por que adoro ficar com Nico no colo.
-E depois ir na gangorra?- se anima.
-Sim.- assinto saindo da sorveteria e atraindo a atenção dos seguranças.
-E depois adotar um cachorro?- pergunta.
-O que?- franzo as sobrancelhas.
-É dia de adoção no parque.- aponta.
-Você planejou isso, não é, senhor Nico?- o encaro e ele tenta não sorrir.
-Eu não.- fala rindo.
-Não vou adotar cachorros.- digo.- Sua mãe vai me matar.
-Mas ela ama você.- diz quando eu o coloco no balanço.
-Mesmo assim, sua mãe que tem que adotar o cachorrinho.- sento no outro balanço.- Vamos balançar.
-E se você pedir para ela?- pergunta.
-Nico, eu não vou me envolver nisso.- suspiro.
-Nem um pouco?- me olha e fico com pena.
-Não.- me contenho.
-Ah.- ele faz bico.
-Se você pedir com jeitinho, eu acho até que ela pensa em comprar.- tento o alegrar.
-Você acha?- fica esperançoso.
-Sim.- assinto.
-Ok, eu vou tentar.- ele sorri mais.
Observo Nico se balançar mais e sorrio mexendo minha perna na grama e me empurro para frente enquanto vejo ele de bom humor. Acho que tudo melhorava mais quando eu fazia Nico sorrir, parecia um tipo de presente sem preço, quase esquecia o resto das coisas.
Quase.
❁
Ian García
Mexo no celular e abaixo o bastante para ver Izzy no balanço com Nico, olho para o lado e vejo um dos italianos olhando para Izzy com o olhar que sempre vejo os caras olhando para ela.
Então fico surpreso quando ele fala com Leon e depois começa a vir na minha direção, cruzo meus braços e espero ele chegar perto. Então o cara encosta no carro ao meu lado e volta a olhar para Izzy.
-Ela está livre?- pergunta.
-Sim.- respondo.
-Depois daqui?- franze as sobrancelhas.
-Sim.- aperto o maxilar.
-Ótimo.- ele sorri.- Posso esperar aqui?
-Faz o que quiser.- mexo os ombros.
Izzy levanta ajeitando a saia e vejo o olhar faminto daquele cara, Izzy caminha com Nico até o carro que Leon está e o coloca na cadeirinha. Ela o faz rir e então beija a cabeça de Novo antes de fechar a porta e falar com Leon.
Ela caminha até o carro e parece surpresa quando vê que tem um cara do lado italiano aqui. Então afasta os cabelos para trás e é nesse momento que sei que ela vai começar a flertar com ele.
-Nico fala muito bem de você.- o cara informa.
-Ah, é?- franze as sobrancelhas.
-Ele diz que você é a melhor tia do mundo.- explica.
O cara é inteligente, usando Nico para chegar perto de Izzy, ela ama o garoto tanto que entraria na frente de uma bala por ele. Então Izzy começa a falar com ele de um jeito manhoso e ele tem a coragem de afastar uma mecha de cabelo do rosto dela.
-Precisamos ir.- digo.
-Que tal a gente jantar hoje?- pergunta e os olhos de Izzy brilham.- Pego você...
-Eu tenho que deixar ela.- informo e ele me encara.- Se ela quiser jantar.
-Ah.- ele sorri para ela.
-Me dá seu número.- ela sempre é a que avança mais.- A gente marca.
-Ok.- ele pega o celular e dá para ela.
Izzy pega o próprio celular e fica concentrada enquanto troca os números, abro a porta fazendo o maior som que posso e Izzy sorri para ele enquanto entra. Fecho a porta rapidamente e passo pelo cara sem falar nada.
Entro no carro e o ligo, Izzy começa a mexer no celular e sorri enquanto digita, freio o carro de uma vez e ela se irrita quando o celular cai no chão. Então ergue a cabeça e me encara pelo retrovisor.
-Foi de propósito.- murmura.
-Lembra do que o Sérgio falou?- pergunto.
-Lembro, e lembro que você deixou ele fugir.- ela bufa pegando o celular.
-Ele disse que iam tentar enganar você para ficar com o tal cara que mandou matar Kira.- lembro.- É bom você lembrar disso quando conhece alguém na rua assim.
-É segurança do Nico, ele não vai ser o cara.- ela relaxa no assento e volta a mexer no celular.
Aperto o volante e acelero, mas logo tenho que frear por causa do sinal, olho pelo retrovisor e percebo que Izzy está com as pernas meio separadas. Engulo em seco quando passo os olhos pelas coxas e então...
-Pode parar na farmácia?- ela abaixa o celular.
-Posso.- entro na rua de uma farmácia e paro.
Izzy saio do carro e apenas me controlo enquanto saio e vou atrás dela, estou muito estranho esses dias e preciso me lembrar que logo vou acabar com isso e vou para Nova York. Eu vou sair daqui e não posso ficar enlouquecendo desse jeito, só preciso aguentar esses três meses.
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