Decisão
Ian García
-Posso entrar?- pergunto abrindo só um pouco da porta da sala de Andrew.
Bem, Andrew não tem uma sala fixa, ele sempre fica resolvendo as coisas enquanto anda. Chris também é assim, para que consigam resolver mais coisas, só que parece que ele está mais com a filha e deixando tudo para Andrew.
Era para Izzy estar ajudando, Andrew está tão cheio de trabalho que até da pena de ver ele resolvendo as coisas. Sarah ajuda na parte espanhola, até por que é ela quem manda em tudo, mas parece que a maior parte fica em cima dele.
-Pode.- Andrew fecha uma pasta e ergue os olhos.- Tudo bem com Izzy?
-Sim, ela está treinando com Dakota e Sophia.- informo.
-E você aproveitou para passar por aqui...
-É.- sento em uma cadeira e cruzo meus braços.
-Se isso for sobre faltar dois meses para você ir embora...
-É exatamente isso.- respondo e nos encaramos.
-Ian, eu sinto que você pode ser útil aqui.- Andrew começa.- Se você não acha bom ficar nos carregamentos, eu posso colocar você para ajudar Chris.
-O que?- fico surpreso e Andrew percebe.
-Chris está sobrecarregado com Amy e os negócios.- explica.- Você podia ajudar ele.
-Sério?- ainda não consigo acreditar.
-É, ele mesmo falou que estava precisando de alguém.- informa percebendo que me pegou.- E então?
-Eu vim aqui dizer que aceitava ficar com os carregamentos.- falo e Andrew sorri lentamente.
-Pai, precisamos ir cobrar aquele cara que pegou LSD e não...- Chris para de falar quando vê que eu estou aqui.- Tudo bem com a Izzy?
-Sim.- Andrew é quem fala.- Você queria ajuda, né?
-É.- assente.
-Leve Ian para cobrar com você.- Andrew pede e olho para Chris.
Ele parece surpreso e ao mesmo tempo parece já esperar, então mexe a cabeça para que eu o acompanhe e me levanto rapidamente. Não acredito realmente que estou fazendo isso, que vou ficar aqui de vez.
Saímos da sala em que Andrew está e Chris pega o celular para mandar mensagem para Dakota. Olho por cima do ombro e parece que eu posso ver de longe Izzy treinando com ela e com Sophia.
-Esse cara vive em um prédio residencial abandonado.- informa.- Então a gente vai levar um pessoal para poupar tempo.- explica.
-Ok.- assinto.
-Meu pai gosta de você.- avisa e nos encaramos.- Espero que ele esteja certo dando um cargo tão importante.
-Eu vou me esforçar para merecer.- mexo a cabeça.
-É bom mesmo.- assente.- Ok, se precisar falar com alguém, fala dentro do carro.- entramos na garagem e Chris vai até uma BMW enorme.
Abro a porta e entro rapidamente, não tem ninguém que eu precise avisar além de Izzy e o meu pai, mas meu pai deve estar caindo de bêbado no bar e Izzy deve estar ocupada. Então eu aviso o que aconteceu depois de tudo, talvez peça para ela ir no meu apartamento para eu não ficar perto da casa dela sem ser mais segurança.
❁
Izzy Ballard-Hunt
Amy me observa com aqueles olhos grandes e azuis e fico me perguntando se ela vai puxar o Chris ou a Dakota. Talvez ela não puxe nenhum dos dois, talvez ela desenvolva uma personalidade própria, foi isso o que eu fiz, nem meu pai e nem minha mãe.
-Olha ali.- aponto para Dakota treinando com Sophia.- É a mamãe.- sorrio quando ela estende as mãos para tentar alcançar Dakota.- Você vai ser igual a ela?- faço cócegas em sua barriga e ela ri alto.- Vai ser igual a Dakota? Matando pessoas e sendo bonita aí mesmo tempo?
-Oi.- Theo senta ao meu lado e paro de sorrir.- Você não me responde desde...
-Eu sei.- mexo a cabeça.- Eu estava pensando.
-Em que?- ele brinca com a mão de Amy e ela fica encantada com ele
-Em tudo.- mexo a cabeça.- Eu vou parar com as lutas.
-Isso é bom.- ele sorri.- Sempre pedi para você parar, o que mudou agora?
-Nada demais.- curvo minha cabeça e meu nariz toca os cabelos cada vez mais escuros de Amy.
-Entao que tal a gente se encontrar hoje a noite?- afasta meus cabelos do rosto e nos encaramos.
-Não posso.- balanço a cabeça.
-Por que?- franze as sobrancelhas.
-Porque eu...
O celular de Dakota vibra e pego para saber quem é, vejo a mensagem de Chris e franzo as sobrancelhas não entendendo. Parece que Ian está indo trabalhar com ele, não entendi exatamente o que isso significa. Como assim Ian está indo trabalhar com ele?
-Eu não quero.- termino levantando.
-Izzy.- ele parece surpreso.
-Dakota.- me aproximo rapidamente.- Não posso mais ficar aqui, quem fica com ela?
-Theo.- chama e ele para antes de sair.- Pode cuidar de Amy?
-Posso.- ele caminha na minha direção.
-Ok.- dou Amy para ele.- Chris mandou uma mensagem...
Falo andando rápido até a porta, começo a correr pelos corredores e desvio de um monte de gente trabalhando. Alcanço a garagem e vejo que falta uma das BMW, passo a mão pela testa e respiro fundo voltando para os corredores.
Controlo minha respiração tentando pensar no porque que isso iria acontecer, chego no escritório do meu pai e bato algumas vezes na porta antes de abrir e ver que ele está dormindo encostado na mesa. Percebo o quão cansado ele está e entendo o motivo de pedir para Ian ajudar Chris.
Fecho a porta atrás de mim e pego um cobertor para cobrir meu pai, olho para as folhas que estão embaixo das mãos dele e percebo que tem alguns carregamentos aqui para coordenar e mandar para os traficantes.
Esse já foi meu emprego de verão.
Não traficante, mas ajudar meu pai a separar as seções. Então pego a prancheta debaixo da mão dele e uma caneta, saio da sala e entro em um dos locais onde as drogas são colocadas nos saquinhos e mandadas para cada traficante, boate e ponto que temos.
-Querida.- minha avó parece surpresa.
-Precisa de ajuda?- pergunto.- O papai dormiu na sala, parece cansado.
-É melhor deixar ele dormir mesmo.- ela acaricia minhas costas.- Vai voltar a trabalhar aqui?- brinca.
-Posso levar amostrar de graça?- pergunto e ela me belisca.- Vou.- sorrio.
-Ótimo, Chris não está dando conta de tudo.- ela explica.- Devia conversar com seu pai. Você fica nas drogas e nas armas, eles com os papéis e Chris tira um tempo para ele, Amy precisa de um pai presente.
-É, vou falar com eles.- olho para a prancheta.- Cadê o vovô?
-Brigando com os brasileiros.- aponta para meu avô lá no fundo.- Trouxeram menos metralhadoras dessa vez.
-Ah.- mexo a cabeça.- Podemos começar?
-Claro, é todo seu.- ela dá tapinhas no meu ombro.- Vou pegar seu avô antes de algum deles se irritar e atirar nele.
-É melhor.- sorrio vendo ela andar rápido até ele.
Começo a dar ordens sobre onde cada e quantos saquinhos vão para casa caixa, que tem os nomes dos traficantes, pontos e bares que vão receber. Assim que fechamos a caixa, colocamos no caminhão com uma logo de bebidas e mandamos como se fosse uma entrega normal.
Sempre achei legal fazer isso, não sei porque parei de vir aqui, talvez depois de tudo que aconteceu eu tenha mudado de rumo....mas agora eu estava aqui, o motivo real era por raiva de Ian e queria ocupar minha cabeça com isso para não ir atrás dele e dar um tiro na coxa dele.
Só precisava me distrair um pouco.
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