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Capítulo 20


Quando Manoela e Stephen chegaram até a sala em que o café da manhã estava sendo servido, – com todo o requinte que aquela família se fazia valer, Manoela limitava-se apenas a sua xícara de café e pãezinhos com manteiga – tirando alguns dos jovens, o restante dos Weber estavam degustando o seu desjejum.

Acomodaram-se um ao lado do outro, praticamente ignorando as suas presenças. Manoela serviu Stephen como qualquer outra pessoa apaixonada faria, porém, cada gesto de carinho tomava outra forma por ali, ganhava outro significado, outro tom. Um vermelho sangue.

Depois de algum tempo, acabaram sendo inseridos na conversa que rolava antes de chegarem, que implicava no que aconteceria naquela noite, mais precisamente na ceia de natal. Manoela apenas acompanhava o falatório e limitava-se a responder quando solicitada, algo que aconteceu poucas vezes.

Conversa mesmo ela travava com Timothy. No dia anterior, na sala de TV, ficaram próximos de uma amizade. O garoto era mais receptivo, falante e monopolizador que a irmã. Ele estava curioso sobre a "namorada" do pai – como os demais – e por isso, esquematizou essa aproximação.

No primeiro momento a sua ideia era de deixá-la desconfortável. O menino ainda se ressentia pela ausência do pai, e observando a forma como ele a tratava ficou enciumado, já que com ele, sendo sangue do seu sangue, mal fora abraçado. Porém, Manoela lhe conquistou com o seu jeito moleca de ser. E no meio daquela tarde sentia que ela talvez fosse a sua ponte de ligação com aquele homem praticamente desconhecido e que tanto queria se conectar.

Toda vez que Stephen conseguia brecha para se inserir no assunto discutido por Timothy e Manoela, Elizabeth roubava a sua atenção. Era visível o esforço que ela fazia para manter pai e filho afastados.

De toda a forma, o café da manhã seguia tranquilo e sem contratempos. Aqueles que iam terminando seu desjejum deixavam a mesa e seguiam para a sala anexa. E dessa forma, permaneceram isolados naquele cômodo: Stephen, Elizabeth, Christopher e Richard. Foi quando o tom de animosidade mudou para outra coisa.

— Que porra foi aquela? — o pai de Stephen bradou assim que ficou praticamente sozinho com o filho mais velho.

Stephen encarava a sua xícara com um sorriso satisfeito nos lábios.

— Estou falando com você! — o pai deu um soco na mesa fazendo com que as louças próximas a ele saltassem. — Que porra foi essa hoje pela manhã no seu quarto?

— Está se referindo ao...

— Não sente nem vergonha? — o mais velho seguiu com a sua indignação fingida.

— Vergonha do que? — Stephen removeu o sorriso do rosto e o encarrou sério.

— De trazer uma qualquer para essa casa? — Richard praticamente espumava quando soltou essas palavras.

— Qualquer? Que qualquer? — Stephen mostrava-se desorientado com aquela afirmação sobre a sua namorada.

— Não se faça de desentendido. — Christopher se meteu na conversa.

— Desentendido? — nesse momento, Stephen levantou a sua voz pela primeira vez naquela manhã.

— Para com isso, Stephen! Todos aqui estamos constrangidos. — Elizabeth ansiava por aquilo desde a primeira vez em que colocou os seus olhos no casal, sendo recepcionados por Emily e Laura. — Realmente não tem consideração nenhuma pelos nossos filhos...

— Consideração? — Stephen encarou a ex-mulher. — Tem certeza que quer falar sobre consideração?

— Você só me dá desgosto. Uma puta. — novamente Richard tomou a palavra usando seu tom de desprezo. Stephen conhecia aquele tom, ouviu praticamente a sua vida inteira.

— Pare de chamá-la assim! — Stephen socou com as duas mãos a mesa, quase aos berros.

— Por que pararia se é isso que ela é? A porra de uma puta brasileira! — o pai, no reflexo da ação totalmente inesperada do filho lhe responde no impulso, porém, sem omitir a sua verdade.

— Como se toda mulher brasileira fosse uma! Somente elas são isso, né querido pai? — Stephen lhe respondia com sarcasmo e com afronta em seu olhar, nunca havia feito nada assim antes, jamais o enfrentou. — Aquelas inglesas que gentilmente entravam no seu carro no final do beco da empresa eram o que mesmo?

— Como se atreve? — o homem se levantou indignado com aquela acusação, olhando para os lados, verificando se a esposa estava longe daquele show.

— Como se atrevem vocês a julgar uma pessoa sem conhecer? Manoela é brasileira, e é a pessoa mais incrível e inteligente que já conheci. Sobre constrangimentos... — Stephen voltou-se para a ex-esposa e o primo. — não estou sozinho nessa parte.

Stephen levantou-se da mesa e seguiu em direção à sala em que os filhos estavam com Manoela, e o restante da família que haviam perdido o espetáculo na mesa do café da manhã. Sua intenção era de sentar ali e seguir com aquele dia normalmente.

— Quero que saia daqui e leve essa... — Elizabeth o seguiu, o alcançando no arco de entrada da sala.

— Escolha bem essas palavras, Elizabeth. — Stephen alertou a mulher.

— Vai fazer o que? Esqueceu que você é a porra de um covarde que nunca faz nada! — Elizabeth berrava sem se importar com a presença de mais ninguém.

— Teria feito alguma diferença? Você já tinha dormido com ele mesmo.

O som seco do tapa deferido por Elizabeth no rosto de Stephen ecoou por todo o ambiente. Os irmãos, junto dos sobrinhos, olhavam incrédulos para aquela cena. Manoela, Timothy e Charlotte levantaram cada um com um sentimento no olhar. As crianças ficaram envergonhadas. Manoela revoltada.

— Manoela, — Stephen encarava Elizabeth sentindo o seu rosto arder — vá para o carro.

— Isso, sua vadiazinha, vá para o carro. — Elizabeth a encarou por cima dos ombros de Stephen.

— Já falei para parar de chamá-la assim! — Stephen, com força, segurou a ex-mulher pelo braço. — Manoela faz o que falei. — a voz de Stephen vinha alta e seca, a raiva o dominava naquele momento. — Vá para o carro. Timothy e Charlotte vocês dois também.

— Está louco se pensa que deixarei meus filhos entraraem no mesmo carro que essa mulher. — Elizabeth se remexia tentando se desvencilhar das mãos de Stephen.

— Não tem o que deixar, eles são meus filhos e vão comigo. — Stephen manteve a postura indo para o ataque, olhando direto naqueles olhos azuis.

Stephen, ainda com raiva, após ver que nada havia sobrado da mulher que conheceu um dia, soltou a ex e seguiu em direção ao hall onde estavam os casacos. Deu de cara com Manoela a sua frente, atônita.

— Vocês fiquem onde estão! — Elizabeth impediu os filhos de seguirem o pai.

— Me esperem no carro. — Stephen falou ainda mais firme com os filhos, como se fosse uma pessoa decidida. — Tome. — em seguida, voltou a sua atenção para Manoela lhe jogando as chaves — Fiquem lá dentro.

— Eles não vão! Christopher? — Elizabeth encara o marido pedindo auxílio.

— Christopher não tem nada com isso. — Stephen voltou alguns passos, tornando a ficar diante de sua ex.

— Claro que tem! — Elizabeth não se deixaria intimidar e também o encarava como se o desafiasse para um duelo.

— Pelo que eu saiba são meus filhos, portanto eles vão entrar na merda daquele carro! — disse entre os dentes.

— Eu tenho a guarda! Eles ficaram comigo! — Elizabeth o seguia no seu descontrole, gritando.

— Ela é compartilhada, esqueceu?

— Mero detalhe, né? Seu covarde!

Stephen respirou fundo fechando os olhos. Podia sentir os de Manoela nas suas costas, dos seus filhos ao seu lado e da ex-mulher a sua frente. E depois todos os outros que ali estavam a contemplar aquela cena digna de filmes sobre famílias desajustadas que lavam roupa suja nos encontros natalinos.

— Charlotte, Timothy... — a voz de Stephen voltou ao seu tom usual, baixo e constante ao encarar os olhos azuis cheio de lágrimas dos seus filhos. — Querem vir comigo?

— Sim.

Essa foi a resposta que os dois deram ao mesmo tempo, colocando inclusive a mesma entonação.

Seguiram na frente do pai em passos rápidos, passando por Manoela estática na porta de entrada. Stephen chegou até ela lhe segurando a mesma mão em que mantinha as chaves. Durante o percurso ele ficou com o objeto sobre as suas posses. Elizabeth não tentou protestar. Percebeu que estava sozinha. Christopher indiferente e o ex-sogro com um olhar interessado sobre o seu primogênito. Seria algo como satisfação ou mesmo orgulho? Ainda estava longe de ser uma coisa ou outra, apenas gostou do que aquele homem havia feito com aquela mulher.

Os quatro entraram no sedan prata de Stephen em silêncio, segurando dentro deles qualquer questionamento, apenas precisavam abandonar aquele lugar.

O chão da estrada estava úmido por conta da névoa que tomou boa parte da madrugada e da manhã. As mãos no volante estavam firmes, decididas em levar os ocupantes daquele carro o mais distante possível, mesmo que o condutor não soubesse para onde iriam.

O aquecedor foi ligado. Desejava que todos ali estivessem confortáveis. Pensou em ligar o rádio e deixar que alguma melodia distraíssem as suas mentes, ou mesmo apagar o que havia acontecido minutos atrás. Desejou perguntar se os filhos tinham alguma música favorita. Stephen não sabia nada dos gostos daqueles adolescentes assustados sentados no banco de trás e encarando o pai pelo retrovisor.

Quando constatou que nada sabia sobre seus próprios filhos, o seu corpo despejou em seus braços toda a tensão que manteve enclausurada enquanto discutia e se firmava perante Elizabeth.

— Stephen! — Manoela, desde que entraram no carro, não havia tirado os olhos dele por um segundo e percebeu que seus braços tremiam sem controle. — Pare o carro.

— Não posso. Temos que ir para outro lugar... Um bem longe daqui.

— Querido...

— Não me chame assim! — aquela palavra lhe lembrava de Elizabeth e tudo que ele queria naquele momento é que ela deixasse de existir.

— Tudo bem, Stephen. Você está nervoso, pare o carro que eu dirijo. — Manoela, mesmo com medo, tentava manter-se calma, passar qualquer outra reação para ele naquele instante poderia ser catastrófico.

— Chega de alguém controlando a minha vida.

— Pai! — a voz de Charlotte veio tímida, quase tremida. — Deixa Manoela dirigir, assim podemos conversar.

— Não sabe como é bom ouvi-la me chamando dessa forma.

Stephen, por um momento, desviou o olhar da pista para mirar os olhos azuis da filha iguais ao de Elizabeth. Estavam lá, com a mesma coloração, porém, o formato pequeno era igual aos seus. Encaravam-lhe também, com tristeza. Stephen não gostou nada daquele olhar, não era dessa forma que gostaria de ver a sua filha. Sua bela Charlotte de cabelos loiros ralos até os três anos de idade. A menina gordinha e engraçada até por volta dos seus sete anos. E então, não soube mais nada. Apenas silêncios, alguns sorrisos forçados, abraços sem emoção. O pai não sabia dos distúrbios alimentares que a garota teve de enfrentar e ainda enfrenta. Nada soube quando um dos garotos a molestou na escola e quando os cortes na parte interna da coxa apareceram. E também não sabia do desejo que ela tinha de abandonar essa vida.

Stephen, ainda transtornado com tudo que estava acontecendo a sua volta, fez o oposto ao que lhe fora sugerido. O carro acelerou. O asfalto permanecia escorregadio. Os reflexos de Stephen comprometidos e aquele olhar de ajuda visto no rosto da filha lhe assombrava. Manoela ainda lhe suplicava, segurando firme no assento ao seu lado. Estava assustada, nunca o tinha visto daquela forma.

As curvas daquela estrada sinuosa e estreita, emoldurada por árvores gigantescas e cobertas por musgos verdes, ficavam mais perigosas. O sol que permanecia encoberto pelas nuvens cinza deixava aquele trajeto ainda mais escuro, como os sentimentos de todos ali dentro.

— Pai!

Timothy gritou. O que se seguiu foi um silêncio amedrontador. E então, o baque. Tudo escureceu. Ausência de luz e consciência. O professor havia desmaiado.

***

Uma dor excruciante impediu que os olhos fossem abertos com rapidez. Até a consciência vinha falha. Havia, na verdade, muita confusão em sua mente.

Ouvia sons ritmados e ininterruptos e aquilo passou a irritá-lo. A dor aumentou e agora se estendia por todo o seu corpo. Tentou se mover, mas seus movimentos de certa forma estavam comprometidos, como se uma moleza sem explicação o impedisse de se levantar. Conseguiu abrir uma fenda naqueles olhos pequenos e a claridade lhe machucou. Soube nesse momento que esteve muito tempo com eles fechados.

Por quê? Se perguntava.

— Stephen?! — aquela voz doce, e com sotaque inconfundível, entraram dançando pelos seus ouvidos. — Não se mexa. Isso pode te deixar zonzo. Abra os olhos com cuidado. — Manoela estava no seu modo enfermeira depois do acidente do seu professor.

— O que aconteceu? — Stephen fez o que ela sugeriu e foi abrindo os olhos devagar, estava em um lugar desconhecido, porém, familiar. — Por que estou em uma cama de hospital?

— Não se lembra de nada? — Manoela se aproximou, ficando próxima do seu rosto, fazia isso para não forçar ele a se levantar.

— Lembro-me de estar no carro com você e os... — Stephen recordou, e em um rompante levantou-se bruscamente e com isso sentiu que milhares de agulhas entraram na sua cabeça, e gritou de dor.

— Por favor! Não faça isso, a pancada que levou na cabeça foi séria. — Manoela falava em um tom de repreensão, o colocando deitado de volta.

— Como eles estão? Me diga! — Stephen gritou com ela.

— Estão bem, contando com o susto que levaram. O corpo ainda está um pouco dolorido pelo uso do cinto, graças a deus usavam cinto, diferente de você.

— E você como está? — Stephen, assim que foi tranquilizado sobre os filhos, lembrou-se que Manoela também estava dentro daquele carro.

— Fisicamente? Bem. Emocionalmente? Nem tanto. Quase nos matou, Stephen.

— Eu sei. Me desculpa.

— Sei que não era a sua intenção o que aconteceu, mas devia ter me deixado guiar o carro.

— Não devia ter vindo até aqui para início de conversa. Como aconteceu?

— Você acelerou o carro na curva, e como a pista estava escorregadia por conta do tempo, o carro derrapou batendo nas árvores. O impacto maior ficou em você, já que aconteceu do seu lado. Pois é, ganhou um braço quebrado e uma tomografia. — Manoela voltou a lhe encarar com repreensão. — Essa dor que sente na cabeça vai passar em alguns dias, a do braço vai ter que ficar pelo menos por mais um mês com esse gesso.

— Preciso te pedir desculpa por muitas coisas...

— Agora não é momento para isso. Sua família está toda lá fora. Seus filhos se recusaram a sair daqui. O tufão ainda não acabou, professor.

Stephen segurou a mão de Manoela com aquela que não estava engessada. Olhou naquele rosto e viu no pescoço dela a marca roxa que o cinto havia lhe deixado. Sentiu-se o pior dos homens naquele momento, um verdadeiro fracasso, como o seu pai costumava lhe dizer, e também o covarde que Elizabeth tanto lhe acusava de ser.

— Seu grande filho de uma puta! — Elizabeth, ao passar pelo corredor, percebeu que Stephen estava acordado e não perdeu tempo invadindo o seu quarto. Chegou lá aos berros.

— Elizabeth, por favor! — Manoela caminhou em sua direção — Aqui não é a hora e nem o lugar.

— Saia da minha frente! — empurrou Manoela para longe. — Você nem deveria estar aqui para começo de conversa.

— Quem não deveria estar aqui é você! — Manoela respondeu, se colocando novamente entre eles.

— Como não? Esse idiota quase matou os meus filhos.

— Nossos filhos. — Stephen a corrigiu.

— Então está confessando! — Elizabeth lhe encarou surpresa.

— Não. Apenas corrigindo o "meus" para o "nossos".

— Stephen! Não me provoque mais... — Elizabeth avançou bufando em sua direção.

— Pai! — Timothy entrou no quarto e correu para abraçar Stephen na cama.

— Tim! Meu filho. Deixe-me te ver. — Stephen acariciava com cuidado os cabelos do filho abraçado em seu tronco. O menino chorava.

— Saia daí, Timothy. — Elizabeth chamou o rapaz.

— Não! — Timothy respondeu embargado pela emoção.

— Filho, faça o que mandei. — Elizabeth lhe puxava pelo braço — Seu pai quase o matou...

— Ele não fez nada disso! — Timothy lhe encarou com os olhos vermelhos tanto pelo choro quanto pela raiva que lhe subiu pela cabeça, já estava farto de ver aquelas brigas entre os dois e ficar quieto.

— Como não? Olha o que aconteceu!

— Você não estava lá para saber o que aconteceu! Já te falei que foi um acidente! — o menino tornou a gritar.

— Timothy... — Stephen tentou agarrar em seu braço, mas o menino seria mais rápido e correu em direção da mãe que estava chocada com aquela atitude.

— Ele nos salvou foi isso que aconteceu! Uma raposa idiota entrou correndo na pista e o pai apenas tentou desviar, só que a pista estava molhada e o carro derrapou. Foi isso que aconteceu! Não foi, Charlotte? — Timothy encarou a irmã atrás de sua mãe pedindo ajuda naquela mentira que contava.

— Foi isso mesmo que aconteceu, mãe. Uma raposa. — Charlotte avançou para dentro do quarto indo em direção ao pai.

— Querem que eu acredite nisso? — Elizabeth olhava os filhos com desconfiança.

— Queremos que entenda que não teve um culpado, além do fato de todos estarmos abalados. — Charlotte seguiu. — Mãe, você sabe que nada está bem há muito tempo e esse acidente só trouxe tudo à tona.

— Precisamos ir embora. — Elizabeth se recompôs e voltou a falar normalmente.

— Ficaremos aqui com o pai. — Timothy afirmou. tanto para ele quanto para a irmã.

— Elizabeth... — Richard interferiu. — vou ficar e cuido dos meninos, tem a minha palavra.

— Não quero que fiquem perto dela. — Elizabeth apontou com a cabeça em direção à Manoela.

— Pode ficar tranquila. — Richard apenas abriu espaço para que ela saísse e assim ela fez, sem se voltar para trás.

— Não devia ter dito isso, pai. — Stephen encarava o seu velho pai. — Manoela faz parte da minha vida.

— E você quer arrumar mais discussão nessas horas para que?

— Seu pai tem razão. — Manoela, que estava em um canto encurralada observando toda aquela movimentação, voltou a tomar a palavra. — No momento todos nós deveríamos sair para que ele descanse. Stephen, você não pode se estressar.

— A moça está certa. — Richard concordou e fez sinal para os netos, que estavam cada um de um lado da cama de Stephen, saíssem. — Vamos deixar o seu pai descansando.

— Estaremos lá fora, pai. — Timothy lhe deu um beijo no rosto e seguiu para o corredor, enquanto que Charlotte apenas lhe segurou com carinho na mão para logo se afastar.

Estava novamente apenas ele e Manoela naquele quarto, se encarando.

— Falei sério quando disse que tem de descansar. Durma Stephen, tudo vai ficar bem.

Stephen fez o sugerido. Os remédios que tomava também auxiliaram nesse processo e logo adormeceu. Manoela ficou do lado de fora em um canto observando Richard com os netos em outro. Foi quando entendeu que não conseguiria fazer parte daquilo. No fundo ela sempre soube disso, mas deixou ser guiada pela paixão.

— Richard, podemos conversar? — Manoela parou diante daquele homem sério e com cara de poucos amigos. Stephen não lhe lembrava na aparência, talvez ali no formato dos olhos apenas.

— Acredito que devemos. Crianças, fiquem aqui.

Charlotte e Timothy nada responderam, apenas observaram o avô e Manoela se distanciando até sumirem de vista. Muito tempo havia se passado quando o avô retornou sozinho.

—O que aconteceu com Manoela? — Charlotte questionou.

— Sensatez.

E com apenas essa palavra, tanto Timothy quanto Charlotte souberam o que tinham acontecido. Stephen ficaria muito triste quando acordasse e constatasse que ela não mais estaria ali.

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