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Capítulo 15

AVISO

Esse capítulo contém cenas fortes.  É o capítulo mais pesado no sentindo emocional de O Professor, então se vocês meus amores não estiverem em um bom dia não recomendo a leitura agora, deixem para outro dia. 

xXx

Almoço. Período do dia sagrado para o professor Hampton. Hoje quem lhe fazia companhia era o seu mais longínquo amigo Weber, como gostava de chamar Stephen desde a época em que ambos eram apenas estudantes cheios de sonhos e aspirações. O que ambos agora colecionavam, cada qual do seu jeito: frustrações.

— Ontem contei para Manoela o motivo da minha separação. — Stephen afastou o prato quase vazio, exceto por alguns resquícios de folhas verdes que sobraram da salada que acompanhava o filé de salmão, e encarou o amigo que ainda terminava a sua refeição bem mais calórica que a sua.

— E como ela reagiu? Deve estar odiando Elizabeth. — Michael largou os talheres por um momento encarando o amigo com curiosidade.

— Não. — Stephen suspirou de forma satisfatória.

— Esperava isso dessa menina. Ela nunca me decepciona. — Michael, com um sorriso nos lábios, retomou a atenção para a comida ainda chamativa em seu prato.

— Ela não compactua com os seus atos, mas de certa forma entendeu que nenhum dos envolvidos estavam isentos de culpa.

— Admiro isso em você, Weber. Outro homem em seu lugar agiria de outra forma.

— Manoela disse a mesma coisa. — Stephen desviou a atenção para o restaurante, frequentado pela sua maioria de professores, ficando cada vez mais vazio, sabia que em breve também deveriam retornar as suas atividades dentro da universidade. E uma preguiça invadiu o seu corpo.

— Muito bem. Mudando de assunto... — Michael terminou de se alimentar, já pensando com que doce preencheria o seu paladar, e nesse ato, lembrou-se de Manoela e os belíssimos quitutes do seu local de trabalho. — Ansioso pela homenagem em seu nome, Professor Weber? Ou melhor, Doutor Weber!

— Gostaria que um dia o meu pai me chamasse assim, com o entusiasmo e orgulho que esse título nos confere. Mas ele vai morrer antes de fazer isso. Deve ser por isso que não gosto de usá-lo. — Stephen ficou triste por alguns momentos, raspando as suas unhas sobre a toalha da mesa.

Qualquer outra pessoa faria questão de ser chamado daquela forma. Doutor. Um título que indica importância. Mas, para o pai de Stephen, ser doutor em literatura não significava absolutamente nada. Nenhum avanço acadêmico de Stephen significou algo para aquele homem. Ele o queria dentro das empresas da família ao lado do seu filho do meio. Com ele seriam três, e com mais poder de tomar qualquer decisão sem correr o risco de ser vetado por Christopher, que fazia de tudo para que o tio ficasse a cada dia mais à margem dos rumos da empresa de telecomunicações. E por conta dessa falta de aprovação por parte do pai, não fazia questão daquela nomenclatura.

— Certas coisas não dependem de nós. — Michael sabia de tudo aquilo e tinha pena, porém, ao mesmo tempo achava que o amigo devia estender o dedo do meio para aquele homem que o menosprezava. — De toda forma, meus parabéns, caro amigo! Já estava em tempo dessa universidade lhe dar essa plaquinha.

— Depois eu que sou o exagerado e dramático. — Stephen esboçou um sorriso.

— Nunca disse que não era dramático! Me sinto até ofendido! BBC apenas não entendia o meu senso de humor. — Michael sorria se divertindo.

— Devia ter ido para Nova York, você definitivamente se encaixaria melhor naquelas sitcoms.

— Esse é um dos meus arrependimentos nessa vida.

Ficaram em silêncio por alguns minutos. Michael com o pensamento voltado para a perda de oportunidades e Stephen em seu pai. O homem nunca o olhava com orgulho, admiração ou respeito, e depois do acontecido com Elizabeth e Christopher, o tratamento para com o filho só se deteriorou. Trocavam meia dúzia de palavras apenas uma vez no ano, na ceia de Natal.

— Estou aqui a imaginar Manoela linda e radiante ao seu lado nesse evento. Kate provavelmente ficará vermelha de ódio. — Michael voltou ao assunto assim que a sua barriga decidiu que caberia um doce, e a cafeteria de Manoela seria a sua próxima parada.

— Manoela?! Kate? Por que ela ficaria assim? — Stephen desviou o olhar dos seus dedos ainda raspando as toalhas e encarou Michael confuso.

— Porque ela tem uma queda imensa por você, e também porque vocês antes de Manoela aparecer tiveram um caso. Talvez devesse alertar Manoela sobre isso. — Michael fez um sinal para o garçom fechar a conta.

— Ela meio que já sabe. Eu apenas não confirmei as suas suspeitas. — Stephen deu de ombros. Kate não era um assunto que gostaria de colocar em pauta.

— Ela confirmará nesse evento.

— Talvez não. Não pretendo levar Manoela comigo. — passou as mãos pelos cabelos e depois removeu os óculos, pressionando com as pontas dos dedos a parte superior do seu nariz, Stephen dava indícios de desconforto com o rumo daquela conversa.

— Como assim? — Michael praticamente cuspiu as palavras.

— Não acho que ela se sentiria confortável no meio de nós. — colocou de volta os óculos, porém, não encarou o amigo.

— Certamente que não. A garota mal consegue completar uma sentença, imagina abordar assuntos mais profundos e abrangentes como estamos acostumados a discutir nesses encontros. — Michael por outro lado o encarava perplexo. Detestava quando o amigo tinha essas atitudes separatistas, como se a garota fosse menos capaz porque trabalhava em uma cafeteria.

— Não caçoe de mim. — Stephen o encarou sério. Não gostava de ser repreendido, ainda mais quando tinha a consciência de que estava errado.

— Então não se preste a esse papel! Manoela é tão, ou mais, inteligente que nós. Confesso que acho que é até mais, ela tem malícia e jogo de cintura. Você que a subestima.

— Não é a inteligência dela que me incomoda. — de fato não era isso que o incomodava nessa relação. Manoela tinha inteligência acima da média, e como o amigo mencionou, havia nela malícia de vida que tanto lhe faltava, apesar de ter quase dez anos a mais que ela.

— Então o que é? — Michael estava curioso com essa revelação. O que impedia Stephen de escancarar esse relacionamento?

— Essa insistência em continuar sendo uma balconista de cafeteria.

— Lógico! Uma balconista não pode namorar e nem ser vista com um Doutor de Literatura Clássica Inglesa! Weber, por favor! — e suas suspeitas foram confirmadas.

— Você sabe que tais coisas pesam.

— Para a sua família e principalmente para o seu pai. Só que você não tem mais dezoito anos. Pare de agir como se ainda tivesse! — Michael se remexeu na cadeira, sentia vontade de chacoalhar o amigo, ou mesmo de socá-lo.

— Ofereci ajuda para que voltasse a ser enfermeira por aqui, mas ela recusou. Não consigo entender isso, já que era a sua paixão.

Essa era uma questão que Stephen ainda não conseguia desvendar. Manoela havia lhe dito que ser enfermeira era a sua vocação, o seu sonho, então por que não corria atrás de continuar seguindo nele? Nesses momentos se lembrava que ela pouco contava sobre como era a sua vida no Brasil. Manoela tinha segredos, tais como ele.

— Ela ser enfermeira mudaria muita coisa para o seu pai? Por que não a instiga a fazer medicina? Aí sim quem sabe ele a aceite. Espera! Ela é brasileira. Temos mais um problemão aí. Talvez você consiga uma nacionalidade mais "digna" para ela antes de lhe apresentar ao seu pai. — Michael falava com ironia.

— Se um dia Manoela precisar de um advogado já sei quem indicar.

— Pare de ser um idiota, Stephen! — Michael bradou e Stephen se encolheu. — Solte-se deles. Mandem à merda e vá viver a sua vida. Chame a menina e entre com ela de braços dados com um sorriso no rosto.

Stephen ainda não estava convencido se levar Manoela a esse evento era a melhor opção para ambos. Recordou quando mencionou que estavam namorando e Manoela afirmou o oposto. Seguindo nessa lógica, levá-la necessariamente não feriria os seus sentimentos, ou talvez fosse o oposto? Levando-a afirmaria para ela que ele a desejava dessa forma. Há muito tempo não gostava de outra pessoa como estava sendo com ela, porém, ainda sentia-se receoso a aquele relacionamento.

***

Manoela vinha com uma caneca fumegante com o chá favorito do professor em suas mãos. Seus olhos aumentaram de tamanho assim que chegou até a sala de estar da casa de Stephen. O maior cômodo dali, logo após o hall e anexo ao seu escritório.

Quando as portas de madeira deslizantes estavam abertas viravam apenas um cômodo, e era dessa forma que se encontrava nessa noite fria.

Havia ali dois sofás. Um de três lugares em um tom neutro, quase bege, que ficava de frente ao raque de madeira escura com a televisão de plasma 47 polegadas e o vídeo game. O de dois lugares, num tom marrom claro, fazia a divisão do ambiente entre sala e seu escritório. Do lado oposto estava a lareira acessa, revestida com os mesmos tijolos do lado externo de sua casa. Próximo a ela tinha uma poltrona já bem velha, que sobre ela ficava uma manta, quase do mesmo tom do sofá menor. Hoje também repousava ali um livro que Manoela acomodou quando a deixou e foi até a cozinha preparar o chá.

A expressão de pânico no rosto de Manoela se devia ao que estava passando na televisão que Stephen acabará de ligar. No noticiário passava imagens sobre mais um ataque na Síria.

Imagens de corpos de crianças mutiladas não estavam sendo poupados. E aquilo fez o estômago de Manoela embrulhar. Apertou os seus passos ignorando o fato que estava de meias e podia escorregar no assoalho de madeira polido a perfeição. Colocou a caneca quente nas mãos de Stephen e desligou a televisão para logo em seguida se afastar em direção a janela que ficava no escritório. Chegando lá, sentou em seu peitoral e contemplou a vista que tinha da rua silenciosa.

Stephen observou todos aqueles gestos intrigado. Aconteceu tudo muito rápido. Ele não teve nem tempo de processar o que o noticiário dizia sobre aquela atrocidade quando a caneca lhe queimou a mão e a imagem ficou preta, deixando o ambiente em que estavam da mesma forma.

Acomodou a caneca com o seu chá favorito sobre a mesa de centro e caminhou em direção a mulher que tinha a respiração acelerada. Isso o deixou curioso. Se ela fosse mesmo enfermeira como havia lhe dito, por que aquelas imagens a deixarara daquela forma? Parou a poucos passos dela, cortando o silêncio.

— O que aconteceu? Por que ficou assim?

Manoela não voltou a sua atenção de imediato. Estava fazendo um exercício mental de concentração. Inspirava e expirava forte como o seu psiquiatra havia lhe instruído, tentando livrar a mente. Deixá-la vazia.

— Pare com isso! Está me assustando. — Stephen se aproximou um pouco mais, incomodado com aquela atitude.

Manoela inclinou a cabeça em sua direção ainda com ela baixa. Pode ver seus pés descalços contrastando com o escuro da madeira. Eram pés muito bonitos, bem cuidados, de uma pessoa que não precisava ficar muito tempo com sapatos desconfortáveis ou em pé, tão pouco pegar peso. Ou seja, trabalhar no pesado. Os desenhos de seus dedos vinham alinhados como se fosse uma escadinha. Manoela gostava deles.

Seu olhar subiu por suas pernas cobertas com o tecido de algodão de seu pijama de amarar na cintura. Era azul com listras finas vermelhas e pretas. O tórax estava coberto por uma camiseta branca sem estampa. Manoela sempre tinha tesão ao vê-lo dessa forma. Porém, naquele momento, nada sentiu.

Quando os seus olhos redondos encararam o seu rosto, pode ver, mesmo que por trás daquela armação retangular, que os olhos dele estavam apertados, o que os tornavam menor do que já eram. Sabia que Stephen estava sem entender o que se passava e não podia mais lhe esconder essa parte de sua vida.

— Lembra-se do nosso primeiro encontro lá no pub? — a voz dela vinha firme.

— Sim. O que tem ele?

— Você me perguntou por que eu estava aqui. Não lhe dei uma resposta muito satisfatória, não foi?

— Talvez, mas o que...

— Eu era enfermeira da unidade neonatal. Tinha acabado de chegar para mais um plantão... — o olhar saiu do rosto de Stephen e voltou-se para a vista do lado de fora daquela casa protetora. — Minha colega passou os fatos sobre aquele turno e partiu, e eu fiquei sozinha com aqueles bebês que lutavam por suas vidas.

Stephen se moveu. Percebeu que seria uma história longa e delicada. Seu movimento em direção a sua cadeira, que ficava próxima ao lugar em que ela havia se acomodado, a fez parar por um momento a sua explanação, quando percebeu que ele estava acomodado retomou de onde parou.

— Eu fazia os meus procedimentos padrões quando barulhos altos e gritos começaram a se misturar. Vi colegas e internos correndo pelo corredor através da vidraça. Corri até a porta quando consegui identificar que barulho eram aqueles. Tiros. E um deles passou muito próximo de onde eu estava.

A voz de Manoela, antes firme, mudou. Estava fraca, quase inaudível. Stephen veio para mais perto, com receio. Não sabia se podia ou não lhe oferecer apoio, como segurar as suas mãos que estavam pressionando com força sobre seus joelhos encolhidos de encontro ao seu peito. A forma como ela se encontrava, Stephen conseguiria a manter dentro do seu colo perfeitamente.

— O medo me atingiu. Como não poderia? Me abaixei e cheguei ao final daquela sala. Estava encurralada, sem saída. Me escondi entre um armário e um leito de uma incubadora. De onde estava eu via o peito do bebê subir e descer. Era só isso que via. Aquele pequeno ser lutando por sua vida.

Manoela colocou a sua cabeça inclinada sobre o joelho em direção a Stephen. Ele pode ver, mesmo na penumbra em que estavam, que havia lágrimas naqueles olhos escuros. Arrastou a sua cadeira para próximo a ela, passando uma de suas mãos em suas costas.

— Não precisa continuar se não quiser.

— Eu preciso. Meu médico dizia que não posso deixar isso aqui dentro para sempre... Me desculpa, Stephen, mas eu preciso te contar o que aconteceu.

— Estou escutando.

— A porta da sala em que estava foi aberta abruptamente. Ele disparou. Disparou contra um daqueles leitos com aqueles seres que não podiam fazer mal a ninguém. Ainda não sei como não gritei. Não sei como não me levantei de onde estava. Não sei o que foi que me manteve acuada ali, naquele canto, vendo o peito do bebê se mover. Mais um disparo, e outro. E então, não tinha mais um bebê. A arma dele tocava a minha testa, queimando a minha pele e meu cabelo. — nesse momento, Manoela podia sentir o cheiro da carne queimada. — Nunca vou esquecer o barulho do gatilho sendo acionado. E então, outro som pode ser escutado. O da voz dele. — ela parou por um instante, fechou os olhos abrindo logo em seguida. Stephen via terror ali contido. — Nunca olhei para ele, mantive meu olhar para aquela cama cheia de sangue, mas as palavras que saíram de sua boca essa eu ainda escuto como se fosse hoje. "Você tem sorte". Não sei dizer como ele saiu daquela sala e quanto tempo demoraram a me encontrar. Estava em choque. Tem dias que ainda acho que estou. — Manoela segurou o rosto de Stephen com cuidado. — É por isso que não posso mais viver lá. É por isso que não consigo ver essas imagens cruéis de crianças despedaçadas, é por isso que não consigo ser mais enfermeira. Minha função é auxiliar no salvamento de vidas e o que eu fiz foi um ato muito covarde, me escondi. E sobrevivi.

— O que aconteceu não foi culpa sua. Um homem louco entrou em um hospital e matou essas pessoas, não você. — Stephen tinha pena no olhar e segurou as mãos dela ainda pressionando o seu rosto.

— Eu tinha que ter me colocado entre aquelas vidas. — a voz de Manoela se alterou, vinha alta e trêmula. Se afastou de Stephen e voltou a encarar a rua, precisava voltar para o seu exercício de respiração.

— Do que ia adiantar? Ele te mataria e seguiria matando aquelas crianças da mesma forma. — Stephen a tocou nas pernas, mostrando que estava ali para lhe ajudar.

— Um deles ainda estaria vivo. — Manoela ignorou e seguiu observando a rua que ficava cada vez mais escura. Podia jurar que era um reflexo de sua alma naquele momento.

— Entendi... Mesmo assim, não é culpa sua.

— Depois de alguns dias em casa voltei a trabalhar, e fiquei sabendo porque aquele homem fez aquilo. A mulher e o filho morreram no parto e ele culpou todos nós por isso. — os olhos dela voltaram a encontrar o de Stephen. — Só que ele havia a espancado, um dos seus filhos chamou socorro e ela foi encaminhada para o nosso hospital. Os médicos não conseguiriam salvar nenhum dos dois e a ira daquele homem caiu sobre todos, estendendo para aquelas almas inocentes que lutavam por suas vidas.

— Viu? O homem era um monstro, você nada podia fazer. — Stephen passou as mãos pelos seus cabelos, estava ficando desesperado para que ela entendesse que não tinha culpa sobre o ocorrido que aquilo tudo foi uma fatalidade. Uma cruel e terrível fatalidade.

— Apenas conviver com a minha sorte? Stephen, ele me sentenciou mesmo não explodindo o meu rosto. Eu sempre quis, desde criança, ser enfermeira. Aquilo era o meu sonho, minha paixão. E ele me tirou. Ele me tirou muitas coisas. E temo que ele continue fazendo isso.

— Venha aqui. — Stephen lhe ofereceu os braços e Manoela se deixou envolver por aquele abraço quente.

— Estava traumatizada. Não conseguia realizar as minhas atividades como antes. Fomos todos encaminhados a psicólogos e psiquiatras. Acabei sendo afastada. E então, os problemas começaram. — o braço forte de Stephen a envolvia. Manoela sentia-se protegida ali e assim continuou: — Primeiro você deixa de falar com os amigos, depois de ir a lugares, não sai mais de casa, e então, mal sai da cama. O meu parceiro na época trabalhava como representante comercial. Ficávamos vários períodos sem nos ver e Renato não era uma pessoa compreensiva e com muito tato. Se não fosse a minha mãe me tirar de dentro de casa e me levar ao psiquiatra todos os dias eu não estaria aqui hoje. Perdi o meu emprego e Renato mal voltava para casa. Um dia, vendo televisão, passou uma reportagem sobre Portugal. E eu sempre quis conhecer a terra natal do meu pai. — Manoela esboçou um sorrido com a lembrança do seu pai. — Conversei com o meu médico, nesse ponto eu já conseguia socializar novamente com as pessoas, a medicação e a terapia me ajudavam muito e tinha voltado a sair de casa. A ideia era fazer um curso com prazo defino. E cá estou, perambulando há nove anos. E não pretendo voltar.

— Tem medo que tudo volte se regressar ao Brasil?

— Tenho certeza que vai voltar.

Stephen a abraçou mais apertado, passando as suas mãos sobre suas madeixas crespas. O cheiro do shampoo que ela usava, aquele do frasco em seu banheiro, tomou o seu olfato. Com cuidado, levantou com ela encaixada em seu colo. Manoela era tão pequena e leve que ele não teve dificuldades e em levá-la até o seu quarto no andar de cima. Ficaram os dois acomodados em sua cama em silêncio, esperando o sono chegar.

Stephen ficou a noite toda em vigília, e Manoela conseguiu dormir sem sonhar naquela noite... aconchegada em seus braços. 


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