CAPÍTULO 1
Capítulo 2: O Cheiro da Liberdade
Jimin observava o luar que se derramava pela janela da torre, seu olhar distante, perdido em pensamentos. Havia muito tempo desde que ele começara a aceitar sua prisão. Desde que a maldição o tornara uma sombra do que ele já fora. Não era mais um príncipe, não era mais quem ele sonhava ser. Agora, ele era apenas uma alma solitária, aprisionada nas paredes de uma torre que o mantinha afastado do mundo e de todas as coisas boas que ele conhecia.
Quando foi trancado ali, aos dezessete anos, Jimin se rebelou contra o destino. Lutou contra as correntes invisíveis que o mantinham preso à solidão. Mas o tempo, como sempre, o dobrou. Ele se afastou das pessoas, das lembranças e até de si mesmo. O vazio se espalhou por sua alma, tomando tudo. Mas, no fundo, Jimin sabia que a maldição não era apenas sobre a torre. Era sobre a dor interna que o transformava, o lobo que ele se tornara. Não um lobo real, mas algo mais simbólico. Uma fera presa em sua própria natureza, sua própria tristeza.
Ele suspirou, sentindo o peso da solidão em seus ombros. Sua vida na torre era uma rotina fria e repetitiva. Mas havia algo diferente naquela noite. Algo no ar que o fazia sentir uma inquietação crescente, uma sensação que ele não conseguia ignorar.
O cheiro, doce e fresco, entrou pela janela aberta, trazendo consigo uma sensação de mudança. Era uma fragrância suave, mas forte o suficiente para invadir seus sentidos. Baunilha e menta. Jimin parou imediatamente, seu corpo tenso. Ele conhecia aquele cheiro. Um cheiro doce, familiar, que invadiu sua mente como uma brisa suave. Algo sobre o cheiro lhe dizia que havia algo novo, algo estranho, mas também… reconfortante.
“Quem está aí?” Jimin murmurou para si mesmo, seus sentidos aguçados, tentando distinguir a origem da fragrância. Ele não sabia explicar o que estava sentindo, mas algo estava acontecendo. A presença que o envolvia não era como as outras. Não era a presença de animais, ou o som da noite. Era humana. Ele sentia o peso do olhar de alguém, o peso de um ser que não deveria estar ali, mas que, de alguma forma, parecia ser exatamente o que ele precisava.
Ele se aproximou da janela, seus olhos tentando ver além da escuridão que envolvia a torre. Mas tudo o que ele podia ver eram sombras e formas difusas. Contudo, a fragrância persistia. Baunilha e menta. Como se fosse um farol em meio ao caos. Um aviso. Ou talvez uma promessa.
Jimin fechou os olhos por um momento, permitindo que o cheiro o envolvesse por completo. Ele havia se acostumado com o silêncio da torre, com a falta de companhia, mas aquela sensação, aquela presença estranha e doce, mexia com ele. Ele não sabia como, mas algo dentro de seu peito se mexeu, algo que ele não sentia há muito tempo. Ele estava em paz, mas também inquieto. O cheiro trazia consigo uma sensação de pertencimento, uma promessa de liberdade — algo que ele achava que já havia perdido para sempre.
Então, como se a fragrância tivesse guiado seus passos, ele olhou mais uma vez para fora, para a floresta que se estendia além da torre. Aquela mesma floresta que o rodeava todos os dias, mas que, naquela noite, parecia diferente. Algo estava prestes a mudar, ele sentia. E não era apenas o cheiro. Era a sensação de que alguém, alguém que não era parte do seu mundo, estava perto. Mas quem seria?
À medida que o cheiro ficava mais forte, Jimin fechou os olhos e, de repente, o sentiu mais intensamente. Um arrepio percorreu sua espinha quando ele percebeu: alguém estava se aproximando da torre. A fragrância estava ficando mais forte, mais presente. Ele sentiu uma mistura de medo e curiosidade. Não estava acostumado com visitantes. Mas o que o estava incomodando não era o fato de alguém estar ali, mas a sensação de que esse alguém não era como os outros. Algo no ar dizia que, talvez, finalmente, algo mudasse. E Jimin não sabia se isso seria bom ou ruim.
A sensação de ser observado se intensificou, e ele rapidamente se afastou da janela. Seu coração batia mais rápido, um calor crescente tomava seu corpo. Ele se sentou na cama, com as mãos fechadas nos lençóis, tentando processar o que estava acontecendo. Não era só o cheiro, não era só a presença. Era tudo junto. Ele estava começando a sentir algo que há muito tempo não sentia: esperança.
Mas, ao mesmo tempo, uma parte de sua mente gritou para que ele se afastasse. Para que ele não se deixasse enganar novamente. Porque, embora o cheiro fosse doce, embora a presença fosse nova e intrigante, Jimin sabia que, no final, ele sempre estaria sozinho. Ele sempre seria o lobo na torre, distante do mundo, distante de qualquer coisa que pudesse realmente tocá-lo.
Mas, por algum motivo, o cheiro de baunilha e menta parecia prometer algo mais. Algo que ele não podia mais ignorar.
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