Prólogo
Ele sabia que algo estava errado. Ela não havia o beijado ainda, não tinha corrido para os seus braços quando os viu abertos e estendidos para ela. Seus olhos azuis cobalto estavam frios como o clima gelado do reino, e seu toque era indiferente. Havia uma certa inquietação silenciosa em seu olhar. Quando ele se aproximou para beijá-la, ela virou o rosto em direção ao pôr do sol da floresta do verão, cerrando os seus lábios com força.
Ele sacudiu vagarosamente a cabeça. " Algo está errado" pensou. "Algo está muito errado".
Ela olhou para ele com pena e dirigiu-lhe um sorriso amarelo. Ele pegou em sua mão, mas ela deslizou seus dedos rapidamente em um gesto brusco.
— Não toque em mim. — Ela pediu cruzando os braços e contraindo o corpo, voltando a olhar fixamente para o horizonte.
— O que houve? — ele inquiriu observando atentamente o semblante dela cuja uma fina camada de suor escorria pelo seu rosto pálido.
A respiração rítmica dela e suas mãos trêmulas denunciavam que algo grave havia acontecido, porém ele resolveu ignorar e acreditou que era apenas alguma chateação dela, que logo acabaria. Ele manteve seus olhos atentos ao seu pescoço encurvado, aos seus olhos fixos em um luminoso raio de sol que batia em sua têmpora. Ele achava que ela ainda estava chateada com a última discussão deles.
Olhou para as árvores acima de suas cabeças. As folhas eram de um tom de verde muito vivo e os troncos ásperos liberavam uma resina. Ele olhou para ela outra vez e viu que ela também encarava as árvores que cobriam um pouco da luz forte do sol.
— Deve ser maravilhoso morar aqui. — Ela pôs-se em movimento, sua voz demonstrava certa cautela.
— É sim, mas sinto saudade de casa.
Ele se lembrou da neve e da noite, do vento gélido do inverno rigoroso que Pandora vivia, e sentiu saudades daquilo.
— Ás vezes vou lá fora. — Ele confessou sem jeito. — Vi você um dia desses, debruçada no peitoril da janela.
— Você foi lá fora? — ela perguntou com um tom de voz mais alterado e com as sobrancelhas grossas arqueadas.
— Ninguém me viu, fica calma. — Ele estendeu a mão para tocá-la, mas ela desviou rapidamente e o olhou furiosa.
— Não pode fazer mais isso. — Ela o repreendeu seriamente com a voz firme.
— Só queria te ver — ele respondeu com um tom amável. — Sinto saudades de você, sinto saudades de casa.
— Eu sei. — Ela revirou os olhos um pouco irritada com o que ele havia feito. —Mas não pode ficar indo lá fora, se descobrem que você ainda está aqui, estamos mortos!
Ele percebeu a ira em seu olhar e apertou seu ombro como um pedido de desculpas. Ela mais uma vez desviou e passou as mãos pelos cabelos negros.
— O que houve? Por que você está assim? — ele perguntou confuso com a reação dela. — Não vou mais lá fora se é isso que você quer.
— Não é isso — ela respondeu rapidamente com a boca entreaberta. — Estou grávida.
Ele entrou em estado de choque. Balançou a cabeça, cambaleou um pouco liberando lentamente o ar dos pulmões. Grávida?
— É dele? — Foi a única coisa que ele conseguiu falar. Se a resposta fosse sim, ele tinha certeza de que a morte doeria menos.
— Não. — Ela olhou para o pôr do sol e colocou suas mãos na barriga. — Não ficamos juntos ainda.
Ainda?
— Como assim ainda? — ele indagou perplexo com um misto de sentimentos em seu peito. Não sabia se estava feliz, porque iria ser pai, ou triste com a fala dela.
— Vou resolver isso hoje — ela falou friamente sem olhar para ele.
Uma lágrima desceu pelo seu rosto. Ele não acreditava que isso estava acontecendo.
— Resolver isso? — Ele não conseguiu disfarçar a sua decepção.
—Vou. — Ela confirmou e suas palavras o feriram como uma espada certeira no seu peito.
— Não pode fazer isso! — Ele reagiu, não deixaria outro homem criar seu filho.
— Posso sim. — Ela olhou para ele e pela primeira vez ele viu tristeza em seus olhos.
— Não! Venha morar comigo aqui, vamos estar seguros, ninguém vai descobrir.
— Não seja tolo! — ela gritou. — Estou pensando no bem dessa criança. Se eu fugir, todos irão me procurar.
— Não faça isso, por favor. — Ele implorou segurando o braço dela, o que a fez desviar dele.
— Acabou, eu não quero mais isso. — Sua voz era cautelosa e confiante ao mesmo tempo. - Eu amo o meu marido, o que houve entre nós foi um erro enorme, preciso consertar isso agora.
— Consertar? Você fala como se eu fosse um brinquedo.
Ele ficou destruído com a forma que ela o tratou. Era melhor estar morto ao ter que viver naquela floresta sem ela.
— Minha prima disse que pode te levar para o mundo lá fora...
— Não! — Ele gritou com hipótese de ter que sair dali, não queria ficar longe dela, ainda mais agora. — Eu amo você, porque está fazendo isso comigo?
Os olhos dele se tornaram rios de lágrimas, cachoeiras que jorravam água sem parar. Sua alma doía. Ele havia entregado tudo para ela, menos o seu coração, porque ele ficou com o Destino.
Ela olhou para ele com pena. Ele se ajoelhou e beijou a barra do vestido dela, implorando para que ela mudasse de ideia e não o abandonasse.
— Eu a amo — ele falou com voz de choro, levantando os olhos para ela.
— Eu sinto muito. — Foi a única coisa que ela conseguiu dizer.
Ela partiu sem dizer adeus e ele ficou plantado na floresta com a alma destruída. Ele rasgou sua camisa velha com raiva ficando com o peito nu. Encarou o horizonte e ficou furioso, porque aquele lugar mesmo com o fim do pôr do sol não escurecia.
Ele pensou que nunca mais a veria, até agora.
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Oi o meu nome é Michele :) e esta é uma das minhas histórias, eu não me acho uma escritora sou só uma amadora. Convido você a ler este livro e se você gostar peço por gentileza que comente e me conte o que você achou, a sua opinião é muito importante para mim :D
PLÁGIO É CRIME!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! NÃO COPIE HISTÓRIAS DE NINGUÉM, SEJA CRIATIVO E CRIE A SUA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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