Prólogo
ERA UM CHORO de mulher. Galroth logo percebeu.
Não ventava naquela madrugada e a floresta estaria em mórbido silêncio, não fossem os soluços, que ecoavam baixinho por entre os troncos ancestrais das árvores.
Nem mesmo a beleza da luz lifana, o brilho noturno emitido por quase todas as plantas do Mundo, conseguia inibir aquela atmosfera pesarosa.
Sem dizer uma palavra sequer, a desconhecida clamava, inconscientemente, pelo conforto de qualquer coisa que pudesse lhe oferecer um ombro amigo. E esse sofrimento, doce e apetitoso sofrimento, era o que atraía o Nunca-Satisfeito. Afinal, o fardo de sua fome, em todas as vezes que ela o perturbava, era mais forte até do que suas próprias vontades.
Ah, mas ele não se sentia culpado! Não mesmo.
A culpa era para aqueles que preferiam ficar de barriga vazia.
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