07 - As ironias do destino
Ela acordou abraçada a Satoru. Ela não queria que aquele momento acabasse nunca. Se ela soubesse que seria tão bom teria feito amor com ele na noite de núpcias.
Ela se virou para ele quando viu que ele também havia acordado.
-Bom dia. - Ele disse com a voz rouca.
-Bom dia.
-Como esta se sentindo?
-Muito bem...
-Esperei 3 meses por isso.
-Você foi paciente.
-Sim. Valeu a pena.
-Você me quis mesmo assim? Um casamento arranjado, com a irmã da mulher que havia sido prometida para você e que fugiu com outro?
-Eu quis VOCÊ. Eu tava te desejando desde o dia que seu pai te jogou aos meus pés.
-Você me faz acreditar que existe príncipe de verdade.
-Quando você perceber verá que sou até melhor que um príncipe.
Ela o beijou novamente. O resto da semana na praia foi para tirar todo o atraso dos últimos 3 meses. Eles exploraram cada canto da casa. Harumi se entregava por completo. Seja no sofá, no chão, no banheiro, no quarto, sobre a mesa.
Eles voltaram para a casa extremamente apaixonados.
Ele gostava dela. Da forma simples e sem pudor, da forma como ela descrevia tudo detalhadamente. De ser desajeitada. Ela parecia uma pessoa tão normal naquele mundo de perfeição.
Eles eram finalmente um casal de verdade. Pelo menos durante os próximos dias.
Longe dali, Kazumi olhava tenso para a futura esposa. Como Mai e Maki eram gêmeas, Massaro aproveitou a oportunidade para engatar dois casamentos na família Zenin.
Mai era uma mulher bonita. Esbelta. Mas, Kazumi sentia um terrível desconforto com a situação.
O pai deles havia acordado que o casamento de Ichiro e Maki seria no próximo mês então fariam um casamento duplo. Kendi Massaro queria cobrir as fofocas. Alguém havia visto Misaki nos EUA acompanhada de um homem de cabelos longos e pretos.
Quando a difícil reunião acabou ele resolveu sair.
-Kazumi. - O pai perguntou - onde você vai?
-Eu vou visitar um amigo.
-Lembre-se que temos agora a responsabilidade de elevar o nome de nossa família. Não se esqueça.
-Claro.
Kazumi fazia faculdade. Dentre as opções determinada pela família ele escolheu medicina. Foi cursando na faculdade que conheceu seu melhor amigo, Megumi Fushiguro.
Ele marcou com o amigo cerca de uma hora antes em uma cafeteira perto da universidade. O jovem de cabelos pretos espetado, sempre com aspecto triste estava sentado à mesa bebendo um copo de água.
-Megumi, obrigado por vir.
-Imaginei que seria algo importante, para não esperar até amanhã na universidade.
-Me desculpe. Realmente é.
-O que aconteceu?
-Meu pai quer que eu me case com sua tia Mai.
-Sério? Como assim?
-Negócio de família.
-Sua família consegue ser ainda pior do que a minha. Não tem muito tempo sua irmã não casou obrigada?
-Os Massaros são assim, fazer o quê?
-Você é um cara legal, não merece se casar assim, sem amor.
-Valeu Megumi.
Kazumi olhava para os olhos de Megumi intensamente, na esperança de que o amigo algum dia percebesse que o sentimento que sentia por ele ia além da amizade. Que ele queria gritar aos quatro ventos o quanto amava Megumi. Mas, ser gay também era um crime hediondo para uma família tradicional como a dele. Então Kazumi suprimia seus sentimentos.
-Bom, de certo modo, seremos parentes não é, Megumi?
-Sim.
-Você vai no meu casamento? - Ele tocou de leve a mão de Megumi.
-Claro que vou. Amigos se ajudam né?
-É...
Para Kazumi, aquele amigo, ele amava de todo o coração.
A situação de Ichiro também não era das melhores. Maki, a futura esposa tinha um temperamento difícil. Desde o primeiro dia, ela era arredia, brava e não dava a menor abertura pra se conhecerem melhor. Para falar a verdade, Ichiro acreditava que ela faria como Misaki e fugiria no dia do casamento.
Sentados de frente um para o outro em um restaurante, Maki estava de braços cruzados olhando para qualquer outra direção menos para o futuro marido.
-Você poderia ao menos tentar. - Ichiro disse soltando um leve suspiro.
-Tentar? Tentar o que? Um teatrinho ridículo?
-Eu também não sou o mais satisfeito. Mas, eu tenho um dever a cumprir.
-Para você tudo é fácil! Um homem compra uma esposa e nós temos que agradecer a Deus por termos sidos compradas!
-Maki, eu não estou te comprando.
-Seu pai está! - Maki tinha a expressão de raiva, tristeza, frustração.
Ichiro sabia que era a verdade. Mas, ele não podia simplesmente fazer como Misaki havia feito. Ele não tinha forças para tal. Sempre foi um bom filho. Dizem que os filhos mais velhos tem sempre a criação mais rigorosa do que os demais e com ele não foi diferente.
Ichiro tinha hora para tudo, teve pouquíssimos amigos e raramente saía dos portões da família Massaro.
Ele não pode ir adiante com as namoradas que teve, e sempre que pensava que poderia, o pai dele estava lá para lembrá-lo de que as coisas seriam sempre do jeito dele.
Maki era um jovem bonita. Olhos caramelo, cabelos meio esverdeados, uma postura imponente. Ela era sem dúvida uma mulher que conquistaria seu coração. Mas, com a obrigatoriedade do casamento é difícil saber se é amor ou convivência que irá os unir, e nesse ponto ele entendia perfeitamente Maki.
-Vamos embora Maki. Eu vou levar você para casa.
-A melhor coisa que você disse hoje.
No caminho, ela pediu que parasse próximo a um parque. Ichiro ficou desconfiado, mas qualquer coisa que ele dissesse ela seria curta, grossa e arredia.
-Tem certeza de que não quer que eu a deixe em casa?
-Não! Eu sei me virar sozinha!
Ele seguiu, e pelo retrovisor viu ela abraçar um jovem se cabelos pretos. O que fazia muito sentido para ele o porquê de tanta hostilidade. Maki amava alguém.
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