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05 - A dona da casa

Harumi acordou num salto. Assustada, ela olhou ao redor e se deparou com o quarto de Satoru. Não. Agora era seu quarto. Havia sonhado que estava em casa. Olhou para o lado e o marido não estava. Ela se levantou e foi tentar se habituar. Na porta se deparou com uma mulher já mais velha, Kimiko, uma espécie de governanta da casa que trabalhava para a família Gojo há mais de 30 anos.

-Harumi-sama. Bem vinda. Eu sou Kimiko e sou a governanta desta casa. Gostaria de saber o que a senhora quer que façamos para o almoço.

-O que eu quero? Espera... cadê o Satoru?

-Ele saiu cedo senhora. Deve vir para o almoço. Ele disse que faz questão de almoçar com a senhora no primeiro dia nesta casa.

-Ah..

-E o almoço senhora...? Já são quase oito e meia e dependendo tenho que comprar os produtos. Satoru-sama gosta de tudo muito fresco.

-Fique a vontade, a senhora decide. A senhora faz isso a um tempo ne?

-Como preferir. A sua dama de companhia já chegou. Devo mandá-la para seus aposentos?

-Por favor!

Harumi tomou um banho, escovou os dentes e trocou de roupa. Ela olhava a decoração e tentava entender a maneira como as coisas seriam naquela casa.

-Haru-sama?

-Keiko! - Harumi correu até a jovem e abraçou fortemente.

Keiko nasceu e foi criada na mansão dos Massaros. A diferença das duas era de apenas 2 meses e acabaram crescendo juntas. Keiko era como uma irmã para Harumi.

-Como esta Haru? Fiquei tão preocupada!

-Eu tô sem rumo... É isso. Não sei o que fazer?

-Você dormiu com ele? Ele te machucou.

-Não. Não fizemos nada. Apenas dormimos mesmo. Acho que devo agradecer por isso. E a Misaki?

-Nada. O seu pai está furioso com ela. Disse que vai deserdá-la.

-E ele não disse nada sobre mim...?

-Você não vai querer saber...

-Por favor...

-Disse que o casamento não está garantido. "Que quando o Gojo-sama ver a desgraça que você é, vai te devolver para a família."

-Quem ele acha que eu sou? Palhaçada.


-Não fique assim Haru. Logo você se acostuma com o casamento...

-Ele não tem interesse em mim. Ele só quer saber dos negócios que fez. Além do mais, levou gato por lebre. Foi o que ele disse.

-Olha, vamos caminhar em volta da propriedade? Ver como são as coisas por aqui...

-Vamos!

Harumi e Keiko caminharam pela luxuosa propriedade observando cada detalhe. Elas acabaram dando de cara com um jovem, mais ou menos da mesma idade que elas. Forte, alto, e com um curioso cabelo cor de rosa.

-Oi! - o rapaz tinha um sorriso contagiante. - Me desculpem, o Gojo pediu para eu vir hoje, para nos resolvermos alguns assuntos da empresa.

-Tudo bem. Fique a vontade.

-Eu sou Yuji Itadori! E vocês? Eu não lembro de ter visto vocês por aqui...


Keiko deu uma longa olhada para o rapaz e ficou empolgada com a beleza dele.

-Eu sou Keiko Shinomia. Sou a dama de companhia de Harumi Gojo.

-Harumi Gojo? Você é parente do chefe?


-Sou a... - Harumi tinha dificuldade em terminar a frase.

-A esposa do Gojo-sama. A dona da casa.

-O Gojo casou??? Como assim?

-Sim. Se casou ontem.

-Me perdoe a insolência, Sra Gojo!

-Não se incomode. Tá tudo bem. Vamos, eu te acompanho. E você faz o que com o Satoru?

-Sou funcionário/estagiário. Sou T.I.

-Que legal.

Kimiko encontrou-se com eles no caminho.

-Harumi-sama, o senhor solicita sua presença. E pediu para que você Yuji, se não se importasse, juntasse a nós para o almoço. Ele quer almoçar com a esposa pela primeira vez.

-Por mim tudo bem.

Harumi seguiu Kimiko até onde o Satoru estava. Uma mesa havia sido posta do lado de fora, onde ele aguardava a esposa para o almoço. Ele se levantou quando a viu e tocou em seu queixo, ela ergueu o rosto e ele lhe deu um leve beijo nos lábios.

-Me perdoe por sair hoje de manhã sem me despedir. Você parece que não dormiu bem essa noite.

-É o costume. Logo eu vou me adaptar.

-Ok, venha. Vamos comer.

-Não precisa fazer tudo isso... eu entendo o que somos.

-E sua vida será só isso aqui? A propósito Kimiko me disse que deixou ela a cargo do almoço. Você é a dona desta casa. Você manda aqui.

-Eu não mandava nem na minha casa.

-Esqueça a sua vida lá. A partir de agora você mora comigo e nesta casa você será respeitada.

O almoço foi assim. De Alguma maneira ela sentia que ele se esforçava para que ela se sentisse em casa. O fim daquele dia chegou e o tempo parecia passar mais devagar naquela casa. Ela foi até Kimiko tentando se adaptar.

-Kimiko?

-Harumi-sama, em que posso ajudar?

-Eu sou horrível cozinheira e não sei nada sobre culinária, mas se a senhora puder me ensinar serei grata.

-Será um prazer ajudá-la.

A noite, na hora de dormir, ela sentou-se a cama e o aguardou chegar. Ele entrou já vestido para dormir, desta vez mais casual. De calça de moletom e camiseta.

-Vai dormir aqui? - Ele perguntou sorrindo de lado.

-Não é o meu quarto?

-Claro.

Ele se ajeitou na cama.

-Está se sentindo acomodada aqui? - Ele perguntou encostado no braço e olhando para ela.

-Mais ou menos.

-O que foi?

-Estou entediada. Não tem nada para fazer aqui.

-Você não estuda ou faz alguma coisa do tipo?

-Eu comecei a fazer faculdade. Mas, meu pai queria que eu fizesse direito...

-Não tem nada a ver com você...

-Você faz o que além de ser rico? - ela disse ironicamente.

-Sou empresário. Mas, na verdade sou engenheiro.

-Mesmo?

-Sim. Devia aproveitar o dom que você tem. Posso ajudar você a publicar caso vc queira...

-Como você sabe?

-Eu vi uns rascunhos em cima do seu criado mudo. Você é muito boa nisso. Devia investir. Se precisar de algum material pode comprar. - Ele tirou um pequeno envelope de dentro da gaveta e entregou a ela.

-O que é isso?

-Um cartão, um pouco de dinheiro e um número de conta corrente.

-Eu não posso aceitar. Eu posso trabalhar!

-Trabalhe na sua arte. E depois a gente vê o que você pode fazer.

-Mas...

-Minha esposa não vai ficar por aí trabalhando em qualquer lugar. Posso dar a vida que você quiser.

Harumi ficou vermelha. Ela queria entender o porquê de tanta gentileza. Ele mal a conhecia. Mesmo assim, tratava ela de tal maneira que tudo com ele era difícil de recusar.


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