Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

II 2.8 - Inimigos

O último compromisso do dia de Hannah foi uma interminável lição de costura, na qual ela realmente aprendeu alguma coisa. Claro, não sabia nada sobre costura. Pelos deuses, elas não eram nobres? Jamais precisariam costurar coisa alguma. Mas Hannah guardou esses pensamentos para si enquanto tentava espetar a agulha e fazer os movimentos corretos a fim de fazer um bordado bom o suficiente para que não passasse mais vergonha do que já estava passando.

Como se não bastasse ser – de longe – a aluna mais velha entre elas, ainda não sabia fazer nada do que essas lições pediam. Na lição de História, não podia abrir a boca, porque, é claro, a história ensinada na nobreza Rariff, definitivamente, não era a história ensinada na Ilha. Ah, Hannah conhecia história. Pelos deuses, ela era a própria história, andando e respirando e se abrisse a boca para contestar algo tinha a impressão de que jamais se calaria, por isso ficou muito focada em não emitir nenhum som durante duras horas.

Na lição de dança, ela fingia não saber dançar, afinal com quem uma moça criada na fazenda teria dançado? O mesmo se passava nas lições de canto. Esperava que essas mocinhas não precisassem cantar para conquistar um marido, porque estariam todas – e ela podia jurar que eram todas! – perdidas. Em Literatura, ela até participara. Até uma moça da fazenda poderia ter acesso a livros.

Ao final de todas essas atividades extremamente maçantes e sem ter tido uma conversa agradável com ninguém – nenhuma das calouras ousava lhe dirigir a palavra, nem mesmo os tutores – Hannah estava exausta e ao mesmo tempo cheia de energia. Era possível isso? Ela sentia que precisava extravasar. Estava acostumada a uma rotina muito agitada. Pela manhã fazia um longo e desgastante treinamento na areia. Corria e depois nadava no mar. Em seguida, agendava reuniões com conselheiros, respondia sua correspondência, encontrava aliados. Na parte da tarde, era a hora do seu treinamento de dança, sua turma...

Ela estava em Shailaja há menos de um mês, mas sentia falta das suas pupilas. Desde os 15 anos, ensinava os primeiros passos de dança às crianças pequenas da Ilha. O que diriam as pequeninas se pudessem vê-la fingindo ter dois pés esquerdos nas lições de Shailaja? Sentia falta da dança, de conversar com outras pessoas, mas principalmente do seu cavalo...

Mas logo anoiteceria e ela já descobrira o caminho para as cocheiras. Caminhou rapidamente, evitando os nobres que se dirigiam para a sala de chá. Os raios já estavam fracos no horizonte e uma dama não poderia sair sozinha... Tomou as precauções para que não fosse flagrada. Pegou o caminho por entre as árvores e, chegando às cocheiras, escolheu o cavalo mais negro que encontrou. Assim, seria mais difícil que alguém a visse. Tirou sua sela e a deixou de lado. Tocou na penugem macia entre seus olhos enquanto fazia contato visual. Devagar, passou a mão pelo seu pelo e com um leve salto, montou. Observou enquanto os raios se punham e saiu devagar até chegar à areia da praia. Encostou em sua nuca com delicadeza e pensou em suas coxas e pernas fortes e nos cascos batendo contra o chão. Hannah desejava correr e ele correu até que ela sentisse lágrimas provocadas pela força do vento em seus olhos.

Como todo palaciano, Hannah amava cavalgar. Seu povo tinha uma ligação especial com os cavalos e podiam controlá-los como se fossem uma extensão do seu corpo. Quando diminuiu o ritmo, a lua já brilhava. O barulho das ondas, apesar de bem mais revoltas que na Ilha, lembrava a sua casa e ela quase podia imaginar que estava lá. Quase. Os ventos gelados a faziam tremer e ela odiava passar frio.

Deixou o cavalo na cocheira e passou com cuidado pelos corredores. Não poderia jamais ser vista a essa hora fora do seu alojamento. Era totalmente contra as regras para as damas. Mas, apesar de já passar da meia-noite, ainda havia homens no salão de jogos. Era preciso tomar cuidado. Quando entrou pelo corredor que dava para o Mavi, imaginou se ainda haveria alguém no salão, mas sabia que era improvável. Abriu a porta devagar e viu o ambiente totalmente às escuras. Suspirou e já ia subindo as escadas, quando ouviu uma voz grave atrás de si.

- Boa noite.

Ela se virou com um pulo e levou a mão ao peito, sentindo o cabo da adaga. Quando viu que era apenas Rariff, sentado na sacada do salão, agradeceu aos deuses por não ter tirado a arma. O que ele estava fazendo ali a essa hora? Esse homem não dorme?

- Sr. Rariff – cumprimentou, cordialmente. Uma pilha de cartas estava à sua frente, acompanhada por um copo de uísque.

Ele não respondeu. Com certeza, queria saber o que ela estaria fazendo a essa hora fora do alojamento, mas parecia não ser capaz de perguntar. Ele abriu a boca para dizer algo, mas ela se adiantou:

- Sr. Rariff... Eu gostaria de aproveitar e...

- A senhorita vai precisar falar mais alto se quer que eu ouça – disse Noa, com um sorriso divertido.

- Me desculpe – respondeu, descendo o único degrau que subira. Ela não tinha a intenção de se aproximar mais do que isso, mas Noa se levantou e caminhou até o fim da sacada, se apoiando em uma pilastra a menos de um metro. Ainda não tinham ficado tão próximos e ela agora pensava que precisava erguer o rosto para falar com ele.

- A senhorita tinha algo a dizer?

Aquele maldito sorriso significava o que, afinal? Será que ele achava que era capaz de deixá-la constrangida por ter flagrado sua chegada tardia?

- Ahn... – O que era mesmo? – Eu gostaria de agradecer, é claro. Pelos doces. Foi muito gentil da sua parte entregá-los.

***

Noa havia notado a ausência de Hannah, mas imaginara que se recolhera mais cedo. Foi grande a sua surpresa quando ouviu seus passos furtivos àquela hora. Agora, estava curioso e seu acanhamento o intrigava. Quando se aproximou, percebeu o desconforto dela crescer a cada passo.

Aquilo era novo. Noa estava acostumado a causar grandes reações nas mulheres. As que achavam que possuíam alguma chance com ele demonstravam esse interesse de diversas formas. Era o caso de Christine, pensou. Ela era divertida, não temia falar o que vinha à mente e, pelos sinais que dera, não era nenhuma donzela. Noa já entendera bem a reação que causava nela. Ah, mas havia as donzelas. Elas costumavam suspirar e ficar nervosas a cada sinal de Noa. Mal conseguiam falar duas palavras e quando ele as deixava, soltavam risinhos nervosos. Também havia, ainda bem, aquelas que não queriam nada com ele. Algumas temiam não conseguir sinalizar da maneira correta que não estavam interessadas e acabavam se afastando. Mas outras conseguiram romper essa barreira e eram as poucas mulheres com quem Noa se relacionava.

Mas Hannah o deixava incomodado. Ela o evitara durante a semana inteira. Evitara qualquer interação, conversa, jogo ou jantar com qualquer pessoa do Mavi. As outras meninas diziam que ela parecia bem reservada e não insistiam em se aproximar, mas ele temia que esse comportamento fosse sua culpa. Se sentia culpado. Será que ela estaria com medo dele?

Hannah definitivamente parecia desconfortável. Ele notou que ela tremia de frio. Usava um vestido azul escuro bem simples. Se fosse apenas pela roupa, poderia até ser confundida com uma criada. Mas ela não seria confundida. Tinha a questão da sua altura. Era motivo de chacota pelos cantos de Shailaja, Noa sabia. Mais de uma pessoa tentara rir de sua altura com ele. Para agradá-lo, talvez.

Ela era baixa, sim. Era pequena e era também graciosa - como as mulheres palacianas. Mas o principal motivo pelo qual jamais seria confundida era o seu modo de andar. Por mais discreta e reservada que fosse, Hannah andava com uma postura que poucos possuíam. Poucos como ele, porque era um herdeiro. E um dia seria um kral. Joshua havia comentado há uns dias: Para quem mal fala, tem uma atitude bem confiante, anda por aí como se fosse uma krali.

E era, pensara Noa. Era uma krali sem coroa. Era a última de sua linhagem. E agora estava à sua frente agradecendo por doces. Doces de sua terra e que não provava há anos. Noa não conseguia evitar um angustiante sentimento de culpa.

- Não foi nada – sua voz saiu mais grave do que esperara.

- Boa noite, Sr. Rariff – Ela se virou e já ia subindo a escada de novo.

Mas ele não queria que ela fosse.

- Srta. Maël – Institivamente, Noa deu dois passos para frente. Ela chegara ao segundo degrau e agora estavam a bem menos de um metro de distância. – Quero deixar claro que não a considero uma inimiga. Gostaria que pudéssemos conviver mais.

Era algo em que ele estava pensando há um tempo. Quando crianças, assim que se mudara para Palacianos, eles haviam convivido intensamente por quase um ano. Ele se lembrava muito dessa época. Era uma das poucas crianças com quem tivera contato na infância após a morte dos pais. Hannah era uma prisioneira de seu tio, mas podia andar pelo palácio, e tinham ficado muito próximos... Até ela fugir.

Noa a olhava diretamente nos olhos e ela não desviou o olhar. Mesmo assim, sua resposta não poderia ter sido mais inesperada.

- Sempre subestima seus inimigos, Sr. Rariff?

A voz era baixa, mas ele entendeu cada palavra. Ele a ofendera, mas não era essa a sua intenção. Tentou não se abalar.

- Me considera um inimigo, Srta. Maël? – Ele se aproximou um pouco mais. Hannah apenas o encarou. Noa podia sentir sua respiração acelerando. Agora estavam muito próximos. Não sabia por que se aproximara tanto, mas não se mexeu por um minuto inteiro aguardando uma resposta. Mas ela não veio. Era uma pergunta injusta, concluiu. A intenção não era deixá-la à vontade? O que estou fazendo? Se afastou. – Quero apenas que saiba que não precisa ter medo de mim.

Hannah abaixou a cabeça por um instante e quando a ergueu havia um leve sorriso em seus lábios. Ele percebeu que esta era a primeira vez que a via sorrir. Ela abriu a boca para dizer algo, mas então mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça levemente para os lados.

- Sr. Rariff, eu lhe garanto que não precisa se preocupar com o meu bem-estar.

Noa passou a mão direita pelos cabelos. Não sabia por que estava insistindo naquela conversa, mas foi ainda mais franco.

- Sinto que a minha presença a intimida. E, talvez, por isso, esteja evitando o nosso convívio.

Ela pareceu pensar naquilo por um instante, depois respondeu com a voz baixa: - Sr. Rariff, sinto que a sua presença intimida a maioria das pessoas.

Era verdade. E ele odiava isso. Mas agora era diferente. Ele queria conhecê-la. Queria falar com ela, saber como era sua vida. Queria que ela se sentisse à vontade com ele a ponto de satisfazer sua curiosidade. Ela era o objeto de sua curiosidade agora. Noa percebeu nesse momento que passara a última semana se consumindo em perguntas. Eram tantas! Quem era aquela moça da fazenda de roupas simples e voz baixa? Quem era essa inimiga que seu tio fazia tanta questão de manter viva? Ela tinha medo dele? O desprezava? Lembrava de seus tempos de criança? Queria vingança? Ou queria apenas ser deixada em paz?

- Srta. Maël,... – Noa começou, mas sua voz saiu rouca e ele engoliu em seco antes de continuar. – Acha que consegue se juntar a nós amanhã à noite? O Sr. Blake organizou um jantar com alguns amigos.

Hannah olhou pra baixo e piscou algumas vezes antes de responder.

- É claro. Descerei para jantar em sua companhia. Obrigada pelo convite, senhor.

- Eu que agradeço – Eles se olharam por mais uns segundos até que Noa se lembrou da hora. – Não vou mais incomodá-la. Boa noite, Srta. Maël.

Noa fez um pequeno aceno antes de se afastar e se sentar novamente com seu uísque e sua pilha de cartas.

~*~

Fim da degustação

Quer continuar lendo? "O Portal 1" está disponível na Amazon no link: http://bit.do/oportal

Tem o link também na minha bio do instagram amandeep.1009.

✨ Essa é a primeira vez que você lê um livro meu? Sabia que eu tenho mais três livros? Vou deixar as sinopses aqui embaixo!

Café, milho e... Miguel

[enemies to lovers] [hot] [vizinhos]

Inimigos nos negócios podem se dar bem na cama? Quando uma chef de cozinha se envolve com seu rival, ela está determinada a não se apaixonar, mas ele vai deixar isso bem difícil...

Júlia está lutando para manter o restaurante da família durante a pandemia. Para seus pais não se exporem ao vírus, ela suporta uma rotina pesada e solitária, mas está determinada a salvar o restaurante que já tem mais de 50 anos. Porém, quando estranhas sensações começam a surgir, Júlia se pergunta se está ficando louca e se, realmente, está apta a comandar o restaurante. Desesperada para manter seu segredo e proteger seus pais, ela recorre ao único que pode ajudá-la: Braga, o instigante e mulherengo chef do restaurante em frente ao seu.

Amanda, Doce Obsessão

[suspense] [aluna x professor] [hot]

Há quatro anos, Amanda sonha com o enigmático professor Marco, mas nem imagina que sua atração é correspondida. Prestes a se formar na faculdade, ela já sente saudade das aulas em que mal conseguia prestar atenção, mas é surpreendida quando Marco faz um convite. Dividida entre viver uma nova paixão e dar ouvidos aos obscuros rumores que envolvem o passado do professor, ela se vê no meio de uma investigação clandestina que pode revelar um segredo guardado há mais de dez anos.

O Portal (Livros 1, 2 e 3)

[fantasia] [medieval] [magia] [amor proibido]

Eles assassinaram sua família, roubaram sua coroa e amedrontaram seu povo. Por dez anos, Hannah se escondeu, mas agora está de volta, morando na fortaleza do inimigo e cada vez mais próxima de Noa Rariff, o herdeiro que, um dia, assumirá o trono dos seus antepassados.

Enquanto finge ser dócil e inofensiva para cumprir a missão deixada por seus pais, Hannah se descobre incapaz de afastar o herdeiro. Suas respostas ácidas, em vez de irritá-lo, o fascinam cada vez mais. Suas tentativas de se esquivar, o atraem até a porta do seu quarto. Dividida entre seguir seu coração e honrar o legado da sua família, ela precisará decidir: é possível confiar no seu maior inimigo?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro