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I 1.5 Raja ou Kaal

As malas de Noa já estavam prontas. Tomou um banho demorado e desceu para o café da manhã. Encontraria Liam e Joshua no navio. Seu tio não estava no salão de jantar. Sentou-se à mesa, sozinho, enquanto uma criada servia seu café. Assim que ela o deixou, pegou sua xícara e foi para a cozinha real. Desde pequeno, quando chegara a Palacianos, era lá que costumava fazer suas refeições. Sem pais, nem amigos na região, sua principal companhia era a cozinheira Maria José.

Hoje, Zezé terminava de preparar seus deliciosos pãezinhos recheados, os favoritos de Noa. Era uma receita típica que ela fazia há muitos anos. Os pãezinhos doces tinham um recheio de caramelo com coco e eram assados lentamente, durante a madrugada. Depois de assados, a cozinheira embrulhava cada pãozinho em um tecido fino. Ela sempre dava uma cestinha para Noa e ele levava em sua mala para Shailaja.

- Bom dia, Zezé - cumprimentou Noa, sentando-se à mesa da cozinha.

- Ah, bom dia, meu garoto. Estava esperando você, hein.

Apesar de já ter passado há tempos dos seus 70 anos, a cozinheira amava trabalhar no palácio e se recusava a ficar em casa. Era morena, a pele bronzeada como a maioria dos palacianos, os cabelos longos e brancos estavam atados em uma trança, enrolada como um coque no alto da cabeça. Era uma senhora robusta e sorridente. Sua pupila direita era esbranquiçada devido a uma doença de anos atrás. Enxergava apenas com o olho esquerdo, por isso estava sempre virando a cabeça pra lá e pra cá.

- Animado para voltar, hein?

- Não muito, sabe, Zezé...

- Quem sabe dessa vez não escolhe uma moça para alegrar esse lugar, hein?

- Não vai ser dessa vez - respondeu Noa, rindo.

Ele se divertia com a falta de acanhamento da cozinheira. A maior parte dos palacianos preferia manter distância dos Rariff. Estavam nessas terras há dez anos, mas eles ainda o olhavam desconfiado, não faziam muito contato. Era tudo: "sim, Kaal", "como desejar, Kaal"... Noa sentia que era apenas tolerado pelos locais, porém seu tio sempre dizia que os palacianos eram um povo bom, pacato e religioso e, portanto, agradeciam a invasão dos Rariff. Afinal, eles os libertaram de um clã que venerava o ocultismo.

- E esses doces? São para mim, acertei?

- Mas é claro, hein? Como posso deixá-lo viajar sem nada para comer? Essa viagem de navio, não sei, não, hein, muito longa, muito longe...

Zezé sempre fazia um discurso sobre como Shailaja era distante. Por que não poderia permanecer ali mesmo? Era perigoso para um raja ficar viajando em alto mar, pegando um navio atrás do outro etc. Por mais que a maioria dos palacianos já o chamassem de kaal, que significa o herdeiro do kral em sua terra natal, Zezé sempre se referia a Noa como o raja que, em Palacianos, significava o filho do Raj. Não era o correto e, caso um guarda real ouvisse, poderia repreendê-la, mas era idosa e já estava ficando esquecida. Além disso, Noa não corrigia a cozinheira. Gostava da ideia de ser o raja de Palacianos. Fazia com que se sentisse mais legítimo quando estava por lá.

Noa tomou seu café enquanto ouvia a ladainha de sempre. Era bom ter alguém se preocupando com ele, alguém sem nenhum interesse a não ser uma afinidade genuína com ele. Desconfiado por sua posição de kaal e praticamente sem família, estava sempre se perguntando quem estaria realmente ao seu lado.

- ... fica aqui pelos cantos sozinho. Uma moça faria bem, hein? Poderia começar uma família sua, o que acha? Nada mal, hein?

- Ainda não encontrei ninguém interessante, Zezé... Mas fico agradecido pela preocupação! Nos vemos em alguns meses, hein? - respondeu Noa, imitando a cozinheira.

Já estava tão acostumado com as pessoas querendo que se casasse logo que nem ligava mais para esses comentários. Terminou seu café, pegou a cesta com os pãezinhos e já ia saindo, quando ouviu a voz de Zezé.

- Raja Rariff...

Ele se virou. Zezé parecia encabulada. Devagar, foi até a mesa e pegou uma segunda cesta de pãezinhos doces. Ele nem reparara que havia outra.

- Eu... Desculpe a falta de modos, hein... – Ela hesitou. – Quero pedir um favor ao senhor... Se não puder, tudo bem, hein... É só que faço esses doces há muitos anos, sabe... É uma receita aqui de Palacianos. Só tem aqui... – Ela respirou fundo, como que para tomar coragem e completou: - Poderia entregar essa cesta para a rani? Quer dizer, a menina Hannah não é mais rani, assim, né... Ouvi dizer que ela vai para lá também... Esse lugar dos nobres. Se puder... – e estendeu a cesta.

Noa não sabia o que dizer. Hannah. Ela era a rani, a herdeira daquele castelo, na mente daquelas pessoas. Eles eram o povo de Palacianos. Ele jamais seria um palaciano.

- Sabe, ainda me lembro de quando ela era pequena e corria aqui pelo Palácio... Você a conheceu, não foi? Se lembra também, hein?

Zezé sabia. Era uma das poucas pessoas que sabiam. Sim, ele se lembrava. Já conhecia Hannah Maël, mas de muito tempo atrás. Deu um passo para frente e pegou a cesta.

- Vou entregar - disse. E saiu.   

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