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12 - Alan Desafia César


     Enquanto isso...

     ─ Caramba, até que enfim! ─ Juninho finalmente encontra César, treinando com a espada no tronco de uma árvore muito grande. Ele está atrás, na parte dos alojamentos dos marinheiros.

     ─ Viu algo suspeito Juninho? ─ ele percebe a aproximação de seu amigo.

     ─ Como sabia que eu estava chegando? ─ surpreso, pois chegava sorrateiramente por detrás, para dar-lhe um susto.

     ─ Senti a sua presença. ─ sacode sua espada como se a limpasse com apenas um movimento de punho, como faziam os antigos samurais para limpar o sangue de sua lâmina. Na sequência ele a guarda com muito carinho na bainha.

     ─ Até agora não vimos nada de suspeito. Vamos voltar para a festa, se nos pegarem aqui estaremos com problemas.

     ─ Vamos. ─ só agora César virou-se de frente para o seu amigo.

     ─ Cara, você está suando muito. ─ eles vão caminhando lado a lado.

     ─ Eu transpiro muito, mas daqui a há pouco a temperatura do meu corpo estabiliza novamente. ─ balançando o seu manto para ventilar um pouco.

     Eles apertam o passo e caminham mais rápido, até que ouvem algo vindo detrás de algumas árvores.

     ─ Não. Já disse que não! ─ uma voz feminina ao longe.

     ─ Parece a voz da Patrícia! ─ Juninho para e escuta para ver se realmente é a voz da sua amiga.

     ─ Parece não, é. ─ César continua andando sem se abalar.

     ─ Não, por favor... para! ─ Patrícia sai correndo com a blusa nas mãos tampando os seios. Ela esbarra em César, que a olha nos olhos por alguns segundos antes dela continuar a correr.

     ─ César, lá está ele! Não podemos deixar este desgraçado sair ileso dessa! ─ Juninho arrebatado pela fúria, corre para bater em Alan que imóvel fecha os olhos e...

     ─ PULSARRRRRRRRR! ─ Alan puxa o seu braço direito para trás e o lança para frente, como se estivesse empurrando algo com toda a força. Da sua mão explode um raio roxo.

     Juninho foi arremessado para trás com grande violência. César que ainda estava de costas vê o corpo do seu amigo passar por ele (em câmera lenta) e se estatelar no chão a sua frente. Ele está cheio de ódio, mas mesmo assim, permanece imóvel com seus dois punhos fechados, como uma bomba prestes a explodir.

     ─ Vocês são fracos demais para me desafiar, os ensinamentos do seu mestre devem ser uma bosta! ─ Alan andando e apontando para César que...

     ─ HAAAAAARRRR! ─ virando-se de frente para ele. ─ RE... PUL... SAR! ─ Ele joga os dois punhos para a frente e depois faz um movimento como se puxasse algo de uma vez só. O corpo do seu adversário a princípio é jogado levemente para trás, com força suficiente para quebrar a sua postura defensiva, logo em seguida é puxado para frente. Alan voa por uns seis metros e cai perto de César que automaticamente se abaixa e lhe aplica um belo gancho no queixo com toda a força. ─ o corpo dele agora é jogado para trás com o impacto do golpe. ─ Droga! ─ César fica balançando a mão direita, devido a dor que sente.

     ─ Você o acertou! ─ Juninho tentando se levantar sem sucesso.

     ─ Você está bem? ─ erguendo seu amigo pelo braço.

     ─ Sim, mas ele está se levantando. ─ Juninho apontando.

     ─ Ouça com atenção, nunca brinque com um de meus amigos, nunca bata em um de meus amigos e nunca mais fale de meu mestre novamente! Você não é digno para falar dele! ─ César aponta para o seu adversário, que se limpa ao levantar-se do chão.

     ─ Eu admito que subestimei você, mas isso nunca mais acontecerá! ─ ele limpa o sangue que escorre de sua boca. ─ Quem olha um traste como você, não pode imaginar que seja mais que um iniciando na magia! ─ Alan parece disposto a usar todo o seu poder desta vez, seu corpo se envolve de uma áurea roxa e ele deixa seus antebraços cruzados desenhando uma cruz. ─ Ômmmmmmmmmmm... ─ de repente, começa a entoar o mantra ôm aumentando-o progressivamente.

     ─ Cuidado César, não conhecemos seu verdadeiro poder! ─ Juninho se afastando um pouco.

     ─ TWINNG. ─ César em silêncio tira sua espada sagrada da bainha e a mantém ao alto, seu olhar está fixo nela agora. ─ Seja lá o que ele vai fazer, vai levar o contra-ataque. ─ ele olha para Alan, bem dentro de seus olhos.

     ─ Ele tem um olhar diferente, um olhar de quem não perde a confiança, um olhar de quem não teme a própria morte! O que foi isso?! ─ pensa, ao ver o corpo de César piscar uma luz branca. ─ Não pode ser, deve ter sido o brilho da espada, ele não poderia ter uma energia tão grande! De qualquer forma é uma pena ele ter cruzado o meu caminho, pois ele seria um bruxo muito poderoso um dia. ─ diz em voz baixa. ─ ESTÁ PRONTO PARA MORRER?

     ─ NÃO! ─ Dimitri chegando. ─ Vá para a festa, depois conversamos.

     ─ Mestre ele começou. Deixa-me dar uma lição nele, prometo não o matar. ─ Alan.

     ─ Pelo que vejo, ele está em posição de defesa e você prestes a ataca-lo. Não discuta, vá para a festa e depois conversaremos, agora.

     ─ Maldição! ─ Alan caminha em direção a César e parece que vai passar por ele, mas para bem do seu lado. ─ Meta-se em meu caminho novamente e vou te dar uma lição que nunca esquecerá! ─ ele segue para a festa enquanto César apenas guarda sua espada com grande classe, girando-a.

     ─ Vou ver como está Patrícia. ─ Juninho vai em direção à festa também.

     ─ Quem lhe ensinou está posição? ─ Dimitri saca a sua espada e repete a mesma posição que ele havia feito, simulando os movimentos de ataque e esquivas rápidas.

     ─ Apenas segui meu instinto.

     ─ É uma boa técnica, ela permite que se ataque o inimigo logo após o primeiro movimento do ataque dele, dificultando a defesa. Porém, também é uma técnica muito perigosa, por que se você falhar na sua esquiva, receberá o golpe dele em cheio.

     ─ Eu nem tive tempo de pensar nisso, digamos que eu esteja em um dia ruim e na sequência, Alan me irritou bastante ao bater no meu amigo e falar mal do meu mestre.

     ─ Hum! E como aprendeu tão rápido a manejar a espada?

     ─ Eu estava treinando naquele tronco. ─ ele aponta. ─ Dimitri, eu ia realmente tentar acertá-lo antes dele me atingir. ─ abaixando a cabeça.

     ─ Com certeza. Ele não consegue enxergar todo o problema e suas possibilidades de correção, sempre foi uma fraqueza dele. Se ele tivesse apenas olhado a sua postura, poderia tentar quebra-la antes de atacar ou forçar você a cometer o erro de ataca-lo primeiro. ─ guardando a espada, enquanto caminha de volta a festa ao lado dele.

     ─ Nossa, você falou realmente como um mestre agora.

     ─ Grave bem o que falei César, um dia salvará a sua vida e quanto mais aprender a usar isso, maior será a sua vantagem frente a um inimigo. ─ fala em um tom muito sério.

     ─ Eu consigo entender perfeitamente, porém às vezes sou muito impulsivo.

     ─ THWINNN. ─ ele saca sua espada novamente. ─ Vou lhe ensinar a técnica de ataque mais poderosa que conheço. Meu mestre a chamava de; a arte de fundir a alma com a espada. Acompanhe meus movimentos. ─ com a espada em seu punho direito.

     ─ Claro. Twinnn. ─ César sacando a sua espada.

     ─ Afaste-se e observe com muita atenção. ─ posiciona a espada com a lâmina para baixo, apoia seu braço esquerdo bem no cotovelo do outro e a movimenta formando o símbolo do infinito, ele vai aumentando gradativamente a velocidade, em pouco tempo não se vê mais a lâmina da espada.

     ─ Eu mal consigo ver os movimentos do braço dele!

     Alguns segundos depois...

     ─ Diga-me o que viu. ─ parando a espada na mesma posição em que iniciou o movimento.

     ─ Eu não consegui ver a espada, muito mal conseguia ver os movimentos do seu braço! Quem poderia se defender de ataques tão rápidos? ─ o jovem fica muito admirado.

     ─ Ela é uma técnica de defesa que permite o ataque. Se o adversário se mantiver a distância, bastará manter a técnica em execução e ir causando cortes em seu corpo, mais cedo ou mais tarde ele vai vacilar e você o mata. Agora, se seu adversário tomar a iniciativa e vir para cima com agressividade, use isso a seu favor, recue e sempre mantenha uma distância segura, quando não tiver jeito de fugir ao contato defenda-se, quando tiver uma oportunidade de atacar ataque-o e quanto mais ele se cansa, mais fácil vai ficar para derrotá-lo.

     ─ Você não deve se preocupar tanto assim com o adversário, duvido! Você é muito poderoso! ─ César imaginando-o lutando em condições reais contra um adversário, primeiro ele arranca os braços e depois a cabeça do inimigo, assim que ele se moveu para atacá-lo.

     ─ Devo lembrá-lo que treinei duro com meu mestre durante anos, até conseguir fundir a alma com a espada.

     ─ Fundir a alma! ─ olhando a espada em sua mão.

     ─ O segredo inicial está na postura, no auxílio do braço esquerdo junto a dobra do cotovelo do braço direito, e nessa pegada suave no cabo. ─ ele fica com o braço direito esticado e segurando a espada coma lâmina voltada para o chão, ele segura seu cabo com o polegar e o indicador, seus outros dedos ficam esticados.

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