Caverna de Cristal
[SEXTA DIMENSÃO - 2009]
Na dimensão onde habitam todos os seres que compõe a Mãe Gaia, um deles está na imensa Caverna de Cristal. Nela, tudo brilha. Faíscas de energia piscam, batem e rodopiam em volta do ser.
Ele tem olhos de felino, como os de uma onça, estrelados; pele verde-amarela; um tipo de capa que faz parte de sua pele e escorre por suas costas. Essa pele vira asas quando ele precisa se deslocar e vira também algo parecido com a cauda de um pavão quando ele está muito feliz. Seus cabelos longos e lisos parecem uma crina de cavalo, porém são sedosos e brilhantes. No peito dele também brilham estrelas e as palavras Ordem e Progresso começam no seu ombro esquerdo e vão até sua cintura direita. Ele está abaixado como quem reza. Na frente dele está outro ser bem diferente, com aparência de um espírito que flutua muito iluminado por cristais de todos os tons de cores, conhecidas e desconhecidas a olhos humanos. Este ser é o Sábio Meridiano de Greenwich. Ele é mais que um mago, tem poderes de ver o futuro, de alterar os destinos quando lhe é permitido. E nesse momento está realizando um importante ritual, pois aquele jovem país abaixado na sua frente, vai abrir o portal.
Greenwich se abaixa e passa uma luz âmbar na testa do jovem Brasil, o Príncipe da América Latina. Ele passa agora no Ponto Energético dos países que fica na altura da nuca. Brasil estremece e geme. O Meridiano murmura:
- Com este selo te dou o poder de abrir o portal para a Terceira Dimensão, teu corpo territorial.
Brasil ofega: - Mas porque eu?
- Jovem príncipe, teu destino é o mais complicado e grandioso.
- O Imperador deveria fazer isso!
- O Imperador detém o conhecimento mas não tem permissão para abrir o portal. Por isso ele trabalha a mente de suas células humanas com "heróis" que são da cor dele, no desespero de se revelar.
- Mas Sábio, as células humanas não vão entender.
- Confie, Brasil. Em você nasceram algumas das células mais sensitivas de toda a Mãe Terra. Os escolhidos por ela estão esperando e sim, vão compreender.
- Quando devo abrir o portal?
- Daqui sete sóis. Você deve vir aqui para os treinos. Para aprender a suportar a dor da travessia.
Brasil suspira e aparenta cansaço com a situação.
- Posso me retirar agora?
- Está dispensado. Vá em Paz, Príncipe Brasil.
Brasil sai aliviado. Se espreguiça. A noite já caíra e ele escuta uma respiração muito próxima. Fica alerta com todos os sentidos dos animais de suas matas imensas. Não vê um país que está oculto atrás de uma rocha, espiando. Leva um grande susto quando outro país vem por trás e fala: - Olá, Príncipe!
Brasil está sem ar de susto e fica chateado quando vê quem fez a brincadeira:
- Argentina! Isso não foi legal.
A igualmente jovem Argentina ri muito:
- Fica tranquilo, Brasil. Só vim pra saber se a reunião chata tinha acabado.
- Graças ao Universo! Ei. Você tem que me reverenciar! Cadê a reverência?
- Ah si, claro. - mesmo rindo por causa dos laços de amizade com Brasil, a jovem país o reverencia, mas em seus olhos há um relance de paixão.
Na escuridão, o país que os espia parece ter raiva no olhar.
Argentina aponta para um local ao longe.
- Mira, Brasil. Uma festa.
Brasil sorri e segura a mão dela:
- Vamos pra lá! Demorou!!
Juntos, eles tomam impulso e saem voando. O país que os espiava toma uma forma que faz sombra na luz do luar. A sombra de um escorpião que se esgueira na mesma direção em que os jovens foram.
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