O Casamento
"Porque eu não consigo evitar
Me apaixonar por você"
Can't Help Fallling in Love (Elvis Presley)
Belle
Um dos garçons passa por mim, ele está carregando uma bandeja com taças, oferece uma para mim, eu aceito, antes de se afastar pisca para mim e uma gargalhada deixa meu lábios. Ao mesmo tempo em que o cara segue para longe, sinto uma das minhas amigas se aproximar, seu braço toca o meu, eu sigo sorrindo.
— Será que existe um curso de como ser garçom em despedidas de solteiro?
Emily é quem grita em meu ouvido, mas seu grito é abafado pela música alta, transformando-se em quase um sussurro. Eu dou de ombros e talvez, ela sequer tenha percebido. Minha risada chega ao fim, trago a taça para meus lábios, bebo um pouco do líquido, é um espumante. Eu posso começar a perceber o efeito do álcool em meu organismo, eu estou um pouco leve e um pouco feliz, sou feliz, mas a felicidade proporcionada pelo álcool é diferente.
Um garçom vestindo apenas uma cueca vermelha e um capacete de bombeiro passa por nós e pisca para Emily e eu, eu sorrio, minha amiga deve estar certa, eles devem fazer um curso, afinal deve ser muito difícil segurar bandejas e distribuir piscadas para pessoas quase casadas e seus convidados.
— Você irá casar, Belle.
Ally grita ao se aproximar de nós, ela está com as meninas, Andreia e Mel, as três estavam no banheiro. Sorrimos, a distância entre nós diminui, Ally passa os braços ao arredor de meu pescoço, ela está tão feliz e bêbada.
— Eu vou casar, Ally.
Minha voz é animada, eu estou tão feliz, dois dias e eu estarei casada com Luís. As meninas se aproximam, sorriem, um sorriso cúmplice, de repente estamos em um abraço coletivo, pulando e gritando, mesmo Emy que não está bebendo está acompanhando nosso repentino surto. Não vejo os meninos se aproximando, somente os percebo quando juntam-se a nós, Matheus e Renan estão tão animados e bêbados quanto nós.
Eu amo esse pequeno grupo, minhas duas melhores amigas, aquelas que conheço desde a escola, há quase onze anos. Mel e Andreia são presentes da vida, chegaram sem eu perceber e conquistaram um espaço em meu coração. Renan é o melhor amigo de Mel, Matheus seu namorado, conheci os dois no último aniversário de Angel. Sentamos todos na mesma mesa, os sete, nós rimos, nós conversamos e naquele dia, nos tornamos amigos. Às vezes, você conhece seus amigos na festa de aniversário da filha da sua amiga.
Nós somos interrompidos por uma voz, música cessa, as luzes são ligadas, o nosso abraço chega ao fim. É a anfitriã, anunciando o show para os quases casados. Gritos ecoam pelo ambiente, o melhor momento chegou.
— Meu momento chegou.
Grito empolgada, olho para minhas amigas, Emy, Ally, Matheus e Mel estão sorrindo, Andreia e Renan estão fingindo abanar o rosto com as mãos, os dois tem olhares maliciosos.
— Você é uma sortuda, Belle.
Andreia assente concordando com Renan, o restante dos nossos amigos somente sorri.
— Venham ao palco, futuras pessoas casadas. — Mais gritos animados. — Não deixem a vergonha interferir à noite de vocês.
Eu olho em frente.
— Amigos, eu estou indo, apreciem com moderação o meu show. — Dou um passo em direção ao palco. — Eu vou dançar com os gogoboys.
Grito, comemoro e enfim vou para o palco. Somos quatro pessoas no palco, somos as únicas pessoas de branco, o que indica que estamos em nossas despedidas de solteiro. Caras vestindo uma cueca vermelha surgem com cadeiras, eles deixa-as no palco, o palco é em formato de um T, quase uma passarela.
— Aproveitem à noite de vocês, quase casados. — A mulher vestida com um vestido vermelho brilhante ergue sua mão e aponta para as cadeiras. — Ocupem seus lugares e divirtam-se.
Está sorrindo, deixa o palco, as cadeiras estão enfileiradas, eu aproximo-me de uma delas. Eu estou sorrindo, o show será divertido. Sento sobre a cadeira, as outras pessoa fazem o mesmo. Eu amo que a Última Noite é uma boate para despedidas de solteiros em que não restrições de gênero ou orientação sexual para quem está casando, há caras dançando e bebidas, se é assim que pretende comemorar sua despedida de solteiro esse é o lugar perfeito, traga seus amigos e venha.
A música inicia, alguns caras saem de trás de uma cortina que há atrás do palco, são seis bombeiros, gritos ecoam pelo ambiente, eu estou gritando e assobiando. Quatro caras param de frente para as cadeiras, os outros dois entre as cadeiras. Eles estão dançando no ritmo da música, eu grito, o cara apoia as mãos em minha cadeira e segue dançando, não se pode tocar nos dançarinos, então mantenho minhas mãos sobre minhas pernas. O bombeiro afasta-se e retira sua camisa, todos os seis fazem, os gritos aumentam. Eu grito, eu sorrio, eu estou me divertindo. É isso, diversão, não estou excitada, ou pensando em sexo, ou melhor, eu estou, mas com o meu noivo.
Eu recebo uma dança de um cara, enquanto ele retira suas roupas e fica apenas de cueca, eu sorrio, eu grito, eu assobio, eu estou me divertindo. Ao chegar ao fim da música, eles sorriem, acenam e desfilam pelo corredor em direção as cortinas. Minha dança chega ao fim, fico em pé, deixo o palco e caminho até os meus amigos.
— Você está com uma expressão de quem precisa transar.
Matheus provoca, dou de ombros, pego uma taça de espumante com um garçom que passa ao meu lado.
— Eu preciso. — Faço uma careta e um beicinho infantil e irritado. — Eu preciso do meu noivo.
Matheus gargalha, nossos amigos fazem o mesmo.
— Eu confesso que depois desses homens dançando, eu quero encontrar o meu marido e transar. — Nós olhamos impressionados para Ally, Ally costuma ser reservada, ela dá de ombros. — Eu estou bêbada e vocês são meus amigos, eu posso ser indiscreta com vocês.
Nós rimos, conversamos sobre as danças, bebemos, dançamos, gargalhamos. E Emily é a primeira a ir embora, eu sei o quão difícil foi se afastar da sua bebê, eu agradeço por sua presença. Eu sei que deixar sua filha de dois meses doeu, eu sei que depois de uma gravidez difícil e sofrido deixar Valentina, e ela fez por mim, para comemorar comigo. Eu tenho as melhores pessoas ao meu lado e eu sei o quão sortuda eu sou por tê-los.
É cinco horas quando deixo a casa noturna e de uber vou para nosso apartamento, eu encontro Luís em nosso novo quarto, ele está deitando sobre nosso novo colchão, apoio meu ombro no batente da porta e o observo. Ele está de barriga para cima, sua respiração não está como costuma ficar quando está dormindo, suas pálpebras estão tremendo e quase há um sorriso em seus lábios.
— Eu sei que você não está dormindo.
Eu sorrio, abre seus olhos e vira-se para mim, ele está sorrindo.
— Você está bêbada, sereia?
Balanço a cabeça negando.
— Não. — Caminho em sua direção. — Não o suficiente para não lembrar do que estou fazendo.
Seu olhar é sexy, é há um brilho em seus olhos, um brilho proporcionado pelo álcool.
— E o que está fazendo, sereia?
Abaixo-me, meus joelhos e minhas mãos tocam o colchão, de quatro vou até Luís.
— Seduzindo meu futuro marido.
Eu estou sobre ele, coloco minhas mãos ao lado da sua cabeça, minhas pernas ao lado do seu quadril, minha boca está a centímetros da sua, olho em seus olhos.
— Sabe qual a vantagem de não termos uma cama, sereia?
Beijo seu queixo.
— Qual, bad boy?
Eu, por alguns segundos, penso sobre quais são as vantagens de estarmos de mudança e sem cama.
— Os vizinhos de baixo não irão reclamar do barulho do ranger da cama.
E pela primeira vez, desde que decidimos alugar nossos apartamentos e comprar um novo, eu estou percebendo uma vantagem. Nós sorrimos, coloca sua mão em minha cintura, aos poucos nossos sorrisos se desfazem, desejo é refletindo em nossos olhos e então, sua boca encontra a minha.
Não queremos saber o que cada um fez em sua despedida de solteiro, confiamos um no outro, confiamos no que temos. Nós precisamos um do outro.
É intenso, é sexo, mas há amor. Há amor, há paixão, há certeza.
Chegamos juntos no ápice do prazer, nossos gemidos ecoam pelo quarto, somos iluminados pelos primeiros raios solares, o Sol está começando a nascer. Minha cabeça está sobre o peito de Luís, minhas pernas entre as suas, seu queixo apoiado no topo da minha cabeça. Nós estamos exaustos, um pouco bêbados, eu estou sorrindo e eu sei que Luís está sorrindo, nós estamos bem.
— O Sol está nascendo, futura esposa.
Eu sou sua futura esposa há seis meses, em dois dias, eu serei sua esposa. Seus braços estão ao arredor do meu corpo, minhas mãos espalmadas sobre seu peito. Nós somos parceiros, companheiros, eu posso imaginar o que está pensando, eu posso imaginar o porquê da sua frase.
— Vamos sair para sacada e vê-lo nascer?
Ajeito meu corpo e minha cabeça de modo que consiga olhar para seu rosto, ele está sorrindo.
— É exatamente o que eu estou pensando, sereia.
E eu estava certa, sorrio e me afasto de Luís, deixo a cama, eu estou nua, puxo um dos lençóis e enrolo ao arredor do meu corpo, olho para ele.
— Vamos, bad boy?
Meu sorriso é sexy, meu olhar é sexy. Viro-me e caminho em direção a sacada, eu estou rebolando mais do que o normal. Posso ouvir o barulho de Luís levantando, abro as portas de vidro, escuto seus passos. Meus pés encontram o piso do exterior, meus fios de cabelos são bagunçados pelo vento, ao longe posso ver o Sol, eu amo vê-lo nascer, há um significado especial. Sinto mãos em minha cintura, braços estão em torno de minha barriga, puxando-me para trás e eu vou, meu corpo encontra o seu, minhas costas encontram o seu peito. Respiro fundo, aconchego-me em Luís, meu rosto em seu ombro, seu rosto ao lado do meu.
— Não importa como seu dia terminou, sereia, sempre haverá um dia seguinte, sempre o Sol irá nascer no dia seguinte.
Nem sempre pensamos iguais, mas quando pensamos é extraordinário. Esse é o significado especial. Fecho meus olhos, beija meu pescoço.
— Eu amo você, bad boy.
E eu estou tranquila, serena, eu estou feliz, eu estou onde gostaria de estar.
— E eu amo você, sereia.
~❤~
Luís
— Você está lindo, querido.
Olho para o lado e encontro minha avó olhando para mim com lágrimas em seus olhos.
— Eu estou não é!?
Eu estou sorrindo, um sorriso emocionado, eu estou emocionado, ela sorri.
— O noivo mais lindo.
Desço e subo meu olhar pelo seu corpo, minha doce avó está vestindo um vestido rosa com bordados pratas, seus cabelos cinzas estão presos em um coque, meu olhar encontra o seu.
— E você é avó do noivo mais linda.
Pega minhas mãos nas suas, nós estamos um de frente para o outro.
— Eu estou feliz por você, Luís.
Sua voz está embargada, lágrimas acumulam-se em meus olhos.
— Obrigada, vó. — Encara-me curiosa. — Por ser minha avó, por ter escolhido ser minha avó, mesmo quando Diana não me amou, você fez.
Uma lágrima desce pelo meu rosto, ergue sua mão e afasta as lágrimas do meu rosto com a ponta do seu dedo.
— Não me agradeça, eu apenas amo você, você é meu neto.
Desvencilha nossas mãos e me abraça, eu abraço minha avó. E eu sinto seu amor.
— Eu amo você, vó.
Beija meu rosto, eu faço mesmo e beijo sua bochecha. Uma batida na porta interrompe nosso momento, Amélia afasta-se, por alguns segundos, olha em meus olhos, há lágrimas pelas suas bochechas e assim como fez, limpo o seu rosto. Nós sorrimos, caminha em direção a porta e a abre. São minhas tias, meu avô e minha avó, irmãs e pais da minha mãe biológica entram no quarto. Estão todas olhando para mim com um olhar feliz, há um sorriso em seus lábios, são a base da minha família, são responsáveis por quem eu sou.
Aproximo-me e beijo o rosto de cada uma, tia Vanda, tia Lorena, tia Lucinda, minha avó Dulce e meu avô Joaquim. Ele arruma minha gravata, seu olhar é emocionado, olha em meus olhos, espalma suas mãos em meu peito.
— Sua mãe iria estar orgulhosa de você, iria estar orgulhosa do homem que você se tornou.
É estranho como nunca conheci minha mãe, apenas a conheço por histórias e fotos, e apesar de não tê-la conhecido eu gostaria da sua presença. Sorrio para meu avô, ele é a melhor figura masculina da minha vida, meu pai não foi o melhor dos pais.
— Obrigado, vó.
Ele assente, puxa-me para um abraço, é bom ter seus braços em torno do meu corpo, é reconfortante. Em seguida, vários braços estão ao arredor de nós dois, um abraço coletivo e por alguns segundos, permanecemos unidos.
O abraço se desfaz, recebo palavras de carinhos, e então todos saem do quarto, eu estou sozinho. Meu coração está acelerado, minha respiração irregular, meu estômago reclamando, minhas mãos suando.
Olho para o espelho, eu estou vestindo um terno preto e gravata azul, eu vou casar. Eu sorrio, há um brilho em meus olhos. Eu posso estar ansioso, mas eu estou feliz. Mais feliz que ansioso. Ergue minha mão, olho para o meu pulso, para o meu relógio, está na hora. Respiro fundo, encaro meus próprios olhos no espelho, sorrio, então viro-me, caminho em direção a porta, abro-a e deixo o quarto. Amélia está no fim do corredor, apoiada na parede, ela está a minha espera, meu olhar encontra o seu e sorri.
— Está na hora, meu menino.
Sorrio e vou em sua direção, coloco minha mão em sua cintura, paro de frente para ela, deixa a parede, vira-se, entrelaça nossos braços, nós estamos lado a lado. E assim caminhamos para o Jardim da casa de campo que alugamos.
A cada passo meu coração dispara ainda mais, talvez, eu morra antes de dizer sim, não cruzamos com ninguém no caminho, nós estamos em silêncio, eu acredito que mesmo que tentasse, não conseguiria falar, minha voz falharia, paramos em frente a porta que dividi casa interior e jardim. Olho para minha avó, ela sorri.
— Está na hora, vovó.
Eu sorrio, apesar do meu nervosismo e ansiedade, Amélia beija o meu braço e o local o qual sua boca consegue alcançar.
— Seja feliz, Luís.
Assinto, beijo sua testa, olhamos em frente, ergo minha mão e bato três vezes na porta e o sinal para que a cerimonialista abra a porta e autorize a música.
Meu coração dispara, as portas são abertas, a música ecoa, nós damos passos em frente, olho ao arredor e encontro nossos amigos, nossa família, eles estão em pé em frente as suas cadeiras em fileiras dispostas em dois lados formando um corredor e no final do corredor há o juíz de paz, nossos padrinhos, seus pais e meus avós maternos. Meus parentes por parte do meu pai e alguns por parte de Amélia estão aqui, mas com exceção de Amélia e Ally, nenhum ocupa um lugar de destaque.
Caminho pelo corredor, não estou exatamente em piloto automático, mas estou diferente, é como estar vivendo e presenciando o momento, eu estou me sentindo flutuando. Paramos de frente para o juiz de paz, Amélia olha para mim, retira seu braço do meu, beija minha testa.
— Eu amo você, querido.
Antes que possa respondê-la, afasta-se e ocupa seu lugar ao lado dos meus avós. Eu sorrio e ela pisca para mim, respiro fundo, eu irei casar. Os próximos minutos demoram a passar, eu converso com o Juiz, com nossos padrinhos, as garotas garantem que Belle não irá desistir, os garotos estão rindo do meu nervosismo. Será que alguém já morreu de nervosismo em seu próprio casamento? Se não, talvez, eu seja o primeiro.
A cerimonialista olha para mim, sorri, faz sinal de ok com as mãos e mais uma vez nossa música ecoa pelo jardim, nós dois decidimos que Shape Of You, seria a música de entrada tanto sua quanto minha. Meu coração dispara, eu estou parado de frente para as portas de vidro, os vidros que estão cobertos por uma cortina branca. Minha respiração está tão irregular, eu acho que estou prestes a desmaiar, então as portas são abertas e ali está Belle.
Meu olhar encontra o seu, nós estamos distantes, não consigo distinguir os detalhes dos seus olhos, mas eles estão brilhando e Belle está olhando para mim com amor. O mesmo amor com que eu estou olhando para ela. Caminha em minha direção, meu olhar desce pelo seu rosto, há um sorriso em seus lábios pintados de um rosa claro, um sorriso lindo e radiante. Eu sorrio. Desvio o olhar do seu sorriso para olhar para minha noiva, um olhar completo, encaro Belle por completo, cada detalhe e ela está tão linda.
Seu cabelo metade preso, metade solto realça seus fios ruivos, a maquiagem simples realça seus olhos, seu sorriso. Não usa muitas joias, apenas um brinco pequeno e um colar de prata. Ela está deslumbrante, mas é o vestido que rouba meu fôlego. O vestido é de cor marfim, não há alças e em torno dos seus seios o tecido forma quase um coração, é um vestido justo até metade das suas coxas e em seguida abre-se, imitando uma calda. Belle está vestida de sereia.
Cada passo seu, diminui a distância entre nós, meu coração está tão acelerado, existe milhões de borboletas em meu estômago. Belle não usa veu e segura um buquê com variados tipos de flores do campo. Mais uma vez, eu estou me sentindo como se estivesse flutuando. É tudo tão real, mas ao mesmo tempo é como se fosse um sonho.
Nós estamos sorrindo, olhando nos olhos um do outro, não importa nossos convidados, o mundo parou e somos nós dois. Sua caminhada chega ao fim, a música cessa, estamos tão perto. Belle está sozinha, escolheu não entrar com o seu pai e a sua maneira de dizer que não é propriedade, ou objeto de ninguém, seu pai não está entregando a filha para outro homem. Seu pai ccontinua sendo seu pai, eu serei seu marido e Belle continua sendo ela.
Eu dou um passo em frente, ergo minha mão e a ofereço para Belle, estamos um do lado do outro, eu estou olhando para ela e ela está olhando para mim. Belle coloca sua mão sobre a minha, há tanto amor entre nossa troca de olhar, é como se um imã aproximasse nossos corações. Sorrimos, nossas mãos estão unidas ao lado do nossos corpos, olhamos para o juiz e então, suas palavras ecoam pelo jardim, a cerimônia inicia, Belle e eu vamos casar.
Meu coração acelera, meu corpo treme, adrenalina corre por meu sangue. Eu estou feliz. É um tipo de felicidade diferente, eu nunca experimentei esse tipo de felicidade.
O juiz segue a cerimônia, são palavras bonitas sobre amor, cumplicidade, parceria, nós olhamos um para o outro em alguns momentos e sorrimos. Há lágrimas em nossos olhos, nós estamos emocionados. E felizes.
Após seu curto discurso, é o momento da troca de alianças, nós ficamos um de frente para o outro, de lado para o juiz e de lado para nossos convidados, a pequena Alice de quase dois anos, filha de Ally e Daniel e Arthur, filho da Andreia e Pietro, caminham pelo corredor em nossa direção, Arthur trás em suas pequenas mãos uma almofada branca com nossas alianças. Nós estamos encarando os dois, na metade do caminho Alice corre para os pais, todos sorriem. Arthur segue, eu pego a aliança de Belle, Belle pega a minha, beijamos a testa do pequeno, ele sorri e corre para os pais.
Estamos com a aliança em mãos, meu olhar encontra o seu, não vamos seguir os votos tradicionais, Belle respira fundo, posso ver seu peito descer e subir, ela será a primeira, segura minha mão com as suas, eu sinto seu toque, suas mãos estão tremendo. Meu coração está acelerado, eu estou tão nervoso quanto Belle. Ela sorri, um sorriso tímido, nervoso e lindo, seu olhar não desvia do meu.
— Eu estava feliz, eu estava completa, eu não estava procurando alguém, mas você chegou, naquela noite, há dois anos e seu jeito, seu sorriso, seu olhar chamaram minha atenção. — Eu relembro da noite em que nos conhecemos, imagens e cenas ecoam em minha mente. — Eu sou livre, eu gosto de arriscar, eu gosto de encontros e você foi meu encontro do dia, e foi uma noite incrível, nós tínhamos uma conexão especial desde a primeira vez.
Uma lágrima desce pelo seu rosto.
— Eu encontrei você no dia seguinte e marcamos um encontro para o próximo sábado, não hesitamos, não fugimos, trocamos mensagens durante a semana e no sábado, eu tive o melhor encontro da minha vida, nós rimos, conversamos sobre tudo, nosso primeiro encontro rendeu um segundo no mesmo dia, e um terceiro, quarto, quinto nas semanas seguintes e de repente estávamos construindo um relacionamento, construímos nosso relacionamento gradualmente e quando percebi, eu estava amando você. — As palavras são certeiras, acionam as minhas memórias, as memórias de nós dois, são palavras que acertam meu coração. — Eu nunca quis um relacionamento, eu nunca quis amar alguém romanticamente, porque eu acreditei que amar era sobre perder, sobre perder a liberdade, sobre outra pessoa estar no poder, sobre outra pessoas ter poder sobre você, mas eu aprendi com você o que é o amor, você não me ensinou sobre o amor, nós aprendemos juntos.
Saber dos nossos votos, não está tornando a experiência menos emocionante, como ouvimos de algumas pessoas quando contamos que nossos votos seriam escritos juntos, nós não temos votos individuais, os votos são nossos, elaborados por nós dois. Afinal é a nossa historia em frases e os nossos sentimentos transformados em palavras. É a minha vez, algumas lágrimas deixam meus olhos, eu respiro fundo.
— Nós aprendemos quando descobrimos que amor nunca foi sobre poder, submissão, sobre deixar de ser quem é você, sobre a outra pessoa se tornar seu tudo, sua vida, nós descobrimos que amar é fácil, porque é amar é apenas gostar de estar com a outra pessoa, é gostar de outra pessoas mesmo quando não concorda em tudo com ela, amar é compartilhar seus medos, seus segredos, sua vida, mas não torná-la do outro, amar não é sobre completar, amar não é sobre dividir, não é sobre ser outra pessoa, amor não é sobre salvar ou ser salvo. — Nossos lágrimas descem pelos nossos rostos, nós não temos vergonha e mais uma vez, eu preciso respirar fundo para que minha voz não falhe. — Eu posso recordar cada momento nosso em que nós fizemos essas descobertas, cada momento que aprendemos o que é o amor.
Belle segue chorando, mas sorri, um sorriso feliz.
— Nós aprendemos enquanto apoiávamos um ao outro, enquanto permanecíamos ao lado um do outro, enquanto conversávamos, riamos, enquanto assistíamos televisão deitados no sofá, enquanto bebíamos vinho em um restaurante chique, ou sentados no chão da sala. — Eu sorrio ao lembrar dos nossos momentos. — Nós não estamos casando, porque não conseguimos viver longe um do outro, porque nós provavelmente conseguiríamos, poderia doer no inicio, mas em algum momento seguiríamos em frente, nós estamos casando, porque no momento eu amo você e você me ama. E vamos casar e vamos continuar sendo Belle e Luís, vamos dividir alguns momentos, mas ainda somos nós, ainda amamos sair com nossos amigos, ainda amamos ser quem somos, você segue sendo Belle Albuquerque Farias e eu sendo Luís Santos Gonçalo, nós seguimos sendo amigos, parceiros e cúmplices, você segue sendo a sereia da minha história e eu o bad boy da sua.
Estamos em um jardim com mais de duzentas pessoas, mas todas sumiram neste instante, eu faço silêncio, Belle suspira.
— Não estamos casando pela cerimônia tradicional, ou pelo documento, ou pela formalização, estamos casando para dividir o nosso amor com as outras pessoas que amamos e porque, amamos uma festa e porque, eu fico linda em um vestido de noiva. — Mais uma vez, nós dois estamos sorrindo. — Não vamos prometer um casamento eterno, bad boy, vamos prometer um casamento enquanto o amor existir.
Continua olhando em meus olhos, sua mão está tremendo, mas consegue colocar a minha aliança em meu dedo.
— Nós estamos casando, porque somos parceiros. — Acaricio sua mão e a minha vez de colocar a sua aliança em seu dedos. — Nós somos cúmplices, sereia.
Seus olhos brilham, meu coração bate forte.
— Eu sei, bad boy, nós somos cúmplices, porque talvez, apenas nós dois entendemos o tipo de amor que compartilhamos.
Ela sorri, eu sorrio, unimos nossas mãos, nossas alianças se encontram, o dourado dos anéis brilha. Diminuímos a distância entre nossos corpos, apoio minha testa na sua e ao mesmo tempo sussurramos um eu te amo.
~❤~
Olá pessoas! Decidi respostar essa serie mesmo sem todos os livros estarem revisados. Então aqui vai alguns avisos:
1 - Essa série foi escrita há muito tempo então os primeiros livros estão mal escritos e com muitos erros.
2- Como estou reescrevendo a série e repostando conforme vou fazendo isso algumas coisinhas não irão bater, detalhes que pretendo mudar.
3-Siga-me no instagram, porque em breve tem novidades aqui no wattpad e eu irei lançar meu primeiro livro na Amazon em Julho, meu insta é @lanasilva.sm.
4 - link do grupo no whats (ou deixe seu número nos comentários).
Bjs e até mais ❤️Boa tarde (quase noite )
Como estão? O que estão achando? Me contem tudo, galera. Morro para saber o que vocês estão achando 🤭
Bjsss ❤
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