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Nós estamos apaixonados

"Vamos nos entregar ao amor esta noite
Levantar a mão para tocar o brilho das estrelas
E vamos saborear cada segundo
Que passarmos junto"

Love Someone ( Jason Mraz)

Sete anos antes

Luís 

Eu caminho pela sala, eu estou nervoso, ansioso e um pouco desesperado, eu nunca conheci os pais de uma namorada antes, Diana partiu meu coração, mas nunca tivemos nada oficial, nunca conhecemos a família um do outro. Eu gostaria de uma bebida, mas resisto, vamos viajar e estar embriagado não é uma boa ideia. O som da porta sendo aberta chama minha atenção, Belle é a única com a chave e iremos sair para casa dos seus pais do meu apartamento. Viro-me e a encontro em pé fechando a porta, ao terminar olha para mim, ela está sorrindo.

— Eu estou bem? — Olha-me de cima a baixo, morde se eu lábio inferior, sobe seu olhar novamente pelo meu corpo, Belle realmente está me analisando, seu olhar encontra o meu, seus olhos estão brilhando, ela está segurando o riso. — Eu estou engraçado?

Olho para o meu corpo, não há nada de errado com a minha escolha, não há nada de engraçado em minhas peças de roupa. 

— Não, você está incrível, maravilhoso e delicioso. — Aproxima-se de mim, acompanho seus movimentos com meu olhar, espalma suas mãos em meu peito. — Mas você não precisa vestir um terno para conhecer meus pais.

Dou de ombros.

— O melhor para os pais da minha namorada.

Deveria existir um manual explicando como se vestir e como se portar na primeira vez em que irá encontrar os pais da sua namorada. 

— É apenas um jantar com a minha família para celebrar os trinta anos de casamento dos meus pais. — Olha em meus olhos. — Eu sei que você odeia ternos e temos uma pequena viagem pela frente, não será tão confortável. 

Ergo minha mão e acaricio a lateral do seu rosto. 

— Quantas horas de viagem, sereia?

Faz uma careta.

— Três horas. 

É a minha vez de descer meu olhar pelo seu  corpo, Belle está de vestido, um vestido branco longo e florido, flores azuis, as alças são finas, o decote é modesto, mas valoriza seus seus seios, não posso ver o que está em seus pés. Subo meu olhar, eu conheço seu corpo, nós estamos namorando oficialmente há três meses e eu memorizei suas curvas, Belle é linda, encantadora.  Seu cabelo ruivo está preso em uma trança lateral, quase não há maquiagem em seu rosto, somente um brilho rosa em seus lábios.

—Você está linda.

Belle sorri, eu amo seu sorriso, uma vozinha em minha cabeça sussurra que não é apenas o seu sorriso que eu amo, eu a ignoro.

— Você está lindo, bad boy. — Seu sorriso some, uma expressão séria e preocupada ocupa seu rosto. — Mas não precisa ser alguém que não é para agradar meus pais, Luís, você apenas tem que ser você. 

Suspiro, eu gostaria de ter a sua certeza, mas não tenho. Desde seu convite para a festa de aniversário do casamento dos seus pais, eu estou com medo, eu gosto do que temos, não quero ser reprovado por sua família, eles são importantes para Belle.

— E se não for aprovado pelos seus pais? E se não apoiarem nosso namoro? E se me afastarem de você?

Eu estou surtando, Belle sorri.

— Luís, eu tenho vinte e três anos e nós estamos no século vinte e um, meus pais não podem impedir nosso relacionamento, além do mais meus pais jamais fariam algo assim. — Beija meu pescoço. — O máximo que poderá acontecer é eles não gostarem de você, eu irei falar ok, nós seguiremos juntos e um dia, eles aprenderam a gostar de você. Ou você quebra meu coração e ouvirei um, nós avisamos. 

Trás seus braços para ao arredor do meu pescoço, eu amo o contato da sua pele com a minha. Eu gosto da primeira opção, significa que pensa em nós em um longo prazo. E odeio a segunda opção, eu não quero quebrar o seu coração, eu sei o quanto dói ter seu coração machucado, não quero causar a mesma dor, principalmente em Belle.

— Eu não quero quebrar o seu coração, Belle.

Afasto minha mão do seu rosto, descendo-a pelo seu pescoço, clavícula, peito e a deixo sobre seu coração, Belle sorri.

— Eu sei. — Beija meu queixo. — Eu não quero quebrar seu coração, Luís.

Eu não quero que nenhum de nós quebre o coração um do outro, apenas a simples ideia é dolorosa. Imaginar não estar ao seu lado é desagradável. Eu estou olhando em seus olhos, há tanto sentimento entre nós. E é nesse momento que eu percebo, é sentindo dor ao imaginar perdê-la, é olhando em seus olhos, eu estou apaixonado. Eu não tenho medo de estar sentindo o que eu estou sentindo, eu quero falar, eu quero que Belle saiba, mas será em um momento especial. Eu estou feliz, porque depois de sete anos, eu estou apaixonado novamente, Diana não venceu. Eu estou leve, eu estou me sentido como se estivesse flutuando. Eu sorrio, beijo sua testa. 

— Por que estamos conversando assuntos sérios em pé na minha sala? 

Belle sorri, seus olhos estão brilhando.

— Porque somos nós e temos a incrível mania de misturar assuntos sérios e assuntos bobos, e em qualquer situação. 

E ela está certa, nós dois podemos transformar qualquer assunto em algo extremamente bobo, ou algo extremamente sério. Abaixo minha cabeça, de modo a estar milímetros do seu pescoço. 

— Você tem razão. — Beijo seu pescoço e paro com a boca a centímetros da sua orelha. — E eu amo nossas conversas, sereia. 

Joga sua cabeça para o lado e expõe seu pescoço para que eu possa distribuir beijos e é o que eu faço, uma de minhas mãos desde para sua cintura, a outra aperta sua bunda, um gemido deixa sua boca e é o sinal para que eu pare. Meu corpo queria mais, eu queria mais, antes de perder o controle e voltar a beijá-la, eu afasto-me e minha namorada olha para mim decepcionada.

— Nós precisamos ir, ou chegaremos atrasados. 

Faz um beicinho infantil. 

— Você está certo, vamos no meu carro, eu dirijo metade do caminho e você a outra metade, ok? 

Ela está tão convicta, quem sou eu para discordar? 

— Ok.

Oferece a sua mão e eu aceito, entrelaçamos nossos dedos, ela sorri, eu sorrio, caminhamos em direção a saída, apago a luz e deixamos meu apartamento. 

Eu dirijo os primeiros quilômetros e Belle os últimos, é uma boa viagem, nós conversamos e ouvimos música. Belle entra em uma estrada de chão e avisa que estamos perto, meu coração acelera, eu estou ansioso, não consigo afastar de mim a sensação de que eles não irão gostar de mim. Atravessamos um portão e sei que estamos em uma propriedade privada, posso ver pela janela muitas árvores, grama por todos os lados e posso ver mais ao longe um lago. 

— É uma bonita propriedade. 

É como uma daquelas fazendas que até então só conhecia em filmes. 

— É incrível, um dia precisamos vir com mais tempo para mostrar para você os meus lugares preferidos. 

Um lugar desses não pode ser barato, não pode produzir pouco e pelo modo como Belle vive, eu imaginei que seus pais tem dinheiro, mas talvez, eles tenham muito dinheiro, muito mais do que imaginei. Viro-me para Belle, ela está concentrada e sorrindo, ela está feliz. 

— Você é muito rica, sereia?

Dá de ombros. 

— Digamos que falta de dinheiro nunca foi um problema pelo qual eu tenha passado. 

Por alguns segundos, eu somente a encaro, eu não posso me enquadrar nas pessoas em que não tem muito dinheiro, mas definitivamente não posso ser chamado de rico, não é um problema para mim, mas e se for um problemas para seus pais? 

— Você acha que eu não ter tanto dinheiro quanto você, será um problema para seus pais?

Não responde, seu sorri some do seu rosto, eu odeio de certa forma ser o responsável pelo fim do seu sorriso. A casa torna-se visível, uma grande casa de dois andares, branca com enormes janelas e muitas paredes de vidro, é bonita, seu estilo mais quadrada e clássica não demora para Belle estacionar em uma das vagas disponíveis em frente ao portão da garagem, desliga o carro e olha para mim.

— Meus pais não são esse tipo de pessoa, eu não sou esse tipo de pessoa. 

Belle está chateada, suspiro.

— Desculpe, eu só estou com medo.

Assente, morde seu lábio inferior, respira fundo. 

— Eu jamais chamaria você para casa dos meus pais, se acreditasse que eles não iriam gostar de você. — Sua frase é como um tapa. — Eu entendo seus medos, mas confie em mim.

Minha mão procura a sua e ao encontrá-la perto do freio de mão, entrelaço nossos dedos.

— Eu estou sendo um babaca, me desculpe e eu confio em você, sereia.

Sorri, mais uma vez assente, algo chama sua atenção, algo atrás de mim.

— Hora deixarmos o carro, bad boy, meus pais estão se aproximando.

Viro-me para a direção a qual Belle está olhando e pela primeira vez, através da janela, vejo seus pais, sei que por causa da película escura não conseguem me ver com clareza. Desvencilha sua mão da minha e sai do carro, eu espero Belle encontrar os seus pais para então respiro fundo e deixo o seu carro. Os três olham para mim, eu estou envergonhado, mas sorrio, alguns passos e é o suficiente para estar ao lado de Belle, seus pais estão de frente para nós dois. 

— Pai, mãe, esse é Luís, meu namorado.

Ofereço minha mão para seu pai, um homem alto, magro, olhos castanhos claros, seus cabelos são brancos, mas não há muitas rugas em seu rosto, ele deve estar na faixa etária de cinquenta anos, ele está vestindo um terno, eu estou aliviado por não ter trocado de roupa.

— Prazer, Luís, eu sou o Alfredo. 

Ergue sua mão e a coloca sobre minha, ele está sorrindo, mas aperta minha mão com força. 

— Prazer, Alfredo. 

Afasta sua mão da minha e eu desvio o olhar para a mãe de Belle, ela está sorrindo, Belle tem seu sorriso e a cor dos seus cabelos, seus olhos são verdes, ao contrário do marido, não me oferece sua mão, aproxima-se de mim e me abraça, é uma abraço aconchegante, um abraço de mãe.

— Olá querido, eu sou Marieta, mas pode me chamar de Mari. — Afasta-se alguns centímetros, segura minhas mãos com as suas. — Seja bem-vindo a nossa casa.

Ela está sorrindo, eu faço o mesmo.

— Obrigada, Mari.

Mari entrelaça seu braço com o da filha.

— De nada, vamos entrar, vocês gostariam de algo para beber? Ou comer? Temos alguns minutos antes do horário que marcamos o jantar. — Mari fala sem parar, quase sem pausas entre as palavras. — E como brasileiro sempre chega atrasado, temos muitos minutos.

Belle sorri para a mãe. 

— Algo para beber será ótimo, mamãe. 

As duas viram-se e seguem em direção a entrada da casa, seu pai e eu ficamos para trás, sua mãe olha para trás. 

— Vocês não vêem, meninos? — Nós dois assentimos, damos passos em frente. — E você, Luís, gostaria de algo?

Sorrio.

— Aceito o mesmo que Belle.

Sorri e olha em frente, seguimos para o interior da casa, vamos para sala, uma bonita e grande sala, com três sofás de bege claro, o chão é revestido com carpetes e há tapetes estampados pelo chão, estampas azuis que combinam com as almofadas sobre o sofá, vários quadros com fotos estão pendurados pela parede, fotos de Belle em várias idades, fotos com seus pais, suas amigas, do casamento dos seus pais, de natais, comemorações de ano novo, aniversário, eles são uma bela família. Belle e eu sentamos em um sofá, seu pai em outro, sua mãe segue para o corredor, procuro a mão de Belle e entrelaço nossos dedos. 

— Como você está, papai? 

O homem olha para filha e sorri, há carinho em seu olhar. 

— Estou bem, querida e você?

Eu observo a interação entre pai e filha com admiração. 

— Eu estou bem e os resultados dos seus últimos exames? 

É nítida a preocupação de Belle com o pai, seu tom de voz e seu olhar são capazes de denunciar sua aflição. Alfredo sorri, dá de ombros. 

— Todos ótimos, sou praticamente um garoto, filha. 

Belle analisa o pai, sei que está procurando por algum sinal de mentira, suspira aliviada ao não encontrar. Sua mãe volta para sala com uma bandeja em suas mãos, deposita sobre a mesinha de centro e senta ao lado do marido.

— E você, mãe, como está? E seus exames?

Belle pega dois dos quatro copos, fica com um e entrega o outro para mim. O copo está gelado, a bebida é laranja, bebo um pouco do líquido, é suco de laranja. 

— Eu estou bem, querida e meus exames não apontaram nenhum problema, minha saúde está em dia. — Sorri. — Vamos mudar de assunto e conversar sobre vocês, eu estou curiosa.

Mari desvia o olhar da filha e olha para mim

— Como conheceu minha filha, Luís?

Seu olhar é uma mistura de curiosidade e animação, olho brevemente para Belle, ela sorri, viro-me novamente para Mari.

— Eu sou primo de uma das suas melhores amigas e nos encontramos na comemoração de seu noivado. — Eu sou péssimo em detalhes e ótimo em resumos, Belle sorri, eu posso ouvir o som da sua risada, Mari olha para mim com expectativas, ela espera mais, procuro por algo que posso acrescentar, falar que transamos não parece ser uma boa ideia, respiro fundo e aciono as recordações daquela noite.  — Eu estava em um bar com o noivo e alguns amigos da minha prima, nós estávamos em pé perto do balcão de pedidos, Daniel contava alguma piada, eu estava rindo e olhando ao redor do local, não estava focado em nada, só queria conhecer o ambiente, um grupo de meninas entra no bar, por reflexo em olho em direção e instantaneamente meu olhar depara-se com um sorriso, eu tive certeza naquele momento que era o sorriso mais bonito que eu já tinha visto na vida, então subi meu olhar e meu olhar encontrou o seu, então eu soube que não sorria apenas com seus lábios, sorria com seus olhos.

Eu não estou mais em uma sala com Belle e seus pais, eu estou no bar, naquela noite, há cinco meses.

— Há algumas coisas na vida que não conseguimos explicar e a conexão que eu senti ao olhar em seus olhos naquele momento é inexplicável, meu coração acelerou e eu somente sabia que precisava conversar com a dona daquele sorriso. 

Eu volto para o presente, encaro Mari e ela está sorrindo, Belle aperta minha mão.

— Belle realmente tem um lindo sorriso. — Desvia o olhar e olha para a filha. — Sua vez querida, conte-me sobre o pedido de namoro.

Belle sorri, mas conta com detalhes sobre o dia em que decidimos namorar, seus pais sorriem ao ouvir sobre a confusão com Amélia. Ao fim do relato de Belle, o primeiro convidado chega e nossa conversa chega ao fim. Não demora muito para casa estar cheia, nós ficamos em pé, há rodinha de pessoas distribuídos pelos ambientes, de mãos dadas Belle e eu passamos por cada uma, eu sou apresentado a seus tios e tias, primos, avós, são muitas pessoas, preciso me esforçar para decorar tantos nomes, são pessoas legais, escuto histórias sobre Belle, eu gosto de conhecer mais sobre ela, gosto de vê-la interagir com sua família, algumas vezes repetimos nossa pequena história, quando nos conhecemos, o pedido de namoro, nosso primeiro encontro. Toda tensão deixou meu corpo, não há mais medo, não há mais receio. Eu tenho um passado e ele não é dos mais bonitos, minha família é desajustada, porém eu sei que não será um empecilho, não será um problema para nosso relacionamento.

O jantar é servido ao ar livre, há várias mesas distribuídas pelo jardim o qual está iluminado por velas em candelabros e por pequenas velas em cada mesa, nós ficamos na mesa com os seus pais, a comida está ótima, o clima é leve, seu pai fala sobre a fazenda e os negócios, é possível ver o brilho em seus olhos ao falar em seu trabalho, eu conto sobre os meus planos de abrir uma oficina. Após o jantar, há música, Belle dança com o pai e eu com sua mãe, é quando Mari sussurra que a filha está feliz e se ela está feliz, eu tenho permissão para estar com a sua filha, a última frase é dita entre sorrisos em um tom de voz divertido, pode ser apenas uma brincadeira, mas parte de mim está aliviado. A música chega ao fim, Mari agradece a dança e afasta-se, Belle deixa o pai e aproxima-se de mim.

— Você está bem?

Espalma suas mãos em meu peito, ela gosta desse gesto e eu gosto tanto quanto ela. Sorrio, levo minhas mãos para sua sua cintura. 

— Eu estou bem. — Uma música inicia e balançamos nossos corpos no ritmo da música. — Sua família é maravilhosa. 

Sorri, é um sorriso divertido, espontâneo, seu sorriso mais lindo. 

— Ela é incrível, mas não se engane tem seus problemas. — Apoia sua testa em meu queixo. — Todas famílias tem seus problemas. 

Eu beijo o topo da sua cabeça, ficamos assim por um tempo, por duas músicas, ao fim da segunda Belle afasta-se.

— Eu quero mostrar algo para você, bad boy.

Seguro sua mão com a minha. 

— Eu estou a sua disposição, sereia. 

Assente, vira-se e nos afastamos, a casa está em uma parte mais alta do terreno, então descemos por uma escada na lateral da construção e seguimos por um caminho de pedras. Eu posso ver o lago, estamos caminhando em sua direção, o lago está escuro, mas podemos ver o reflexo do céu sobre sua superfície. 

Belle desvia do caminho de pedras, invade o terreno coberto de grama que fica de frente para o lago, e então para, eu faço o mesmo e paro ao seu lado. É bonito de ver a lua refletida na água, o céu está bonito, sem nuvens e repletos de estrelas. É uma linda noite. 

— Aqui é o meu lugar preferido da fazenda, sempre foi. — Olho para Belle, ela tem o olhar fixo no lago, um sorriso em seus lábios, o vento bagunça seus cabelos e o seu vestido, o enrolando em torno do seu corpo. Eu consigo imaginar uma garotinha correndo pela fazenda. — Quando era criança gostava de correr em torno do lago, adolescente jogava pedras no lago e jovem eu gostava de vir aqui para pensar sobre a vida.

Fecha os olhos e respira fundo, Belle está imersa em suas próprias lembranças. Esse lugar foi sua primeira casa, Belle nunca mencionou voltar a morar por aqui, ou assumir os negócios dos pais.  

— Você sente falta de estar aqui? Você pretende voltar um dia?

Abre os olhos e vira-se para mim, seu olhar encontra o meu.

— Nem sempre nascemos no lugar a qual pertencemos. — Há certeza e determinação em seus olhos. — Eu amo esse lugar, mas não pertenço aqui, meu lugar é na cidade.

Belle é decidida, sabe exatamente o que quer e onde quer chegar.

— E seus pais?

Dá de ombros.

— Eu sempre soube e meus pais também, quando eu pedi para estudar fora o apartamento estava comprado esperando por mim. — Seu olhar determinado é substituído por amor e carinho. — Claro que eles iriam amar se a única filha continuasse nos negócios da família, mas eu não nasci pra isso, não é o meu destino. 

Ergue minha mão e a levo para o seu rosto, acaricio sua bochecha. 

— E qual é o seu destino?

Sorri, um sorriso enigmático. 

— E é possível alguém saber exatamente o seu destino? — Eu fico em silêncio, não tenho uma resposta para sua pergunta, Belle suspira, trás sua mão para seu rosto e a entrelaça com a minha. — Eu não sei qual é o meu destino, mas sei quais não são. 

Eu entendo o seu ponto e talvez, eu saiba quais não são o meu destino. Belle está sorrindo, seu cabelo bagunçado, alguns fios soltaram da sua trança e estão ao arredor do seu rosto, ela é linda, meu coração está acelerado, inquieto, mas de uma boa maneira. Eu gosto de nós dois em frente ao lago com um céu incrível sobre nós, eu quero falar sobre meus sentimentos, sobre como eu estou me sentindo e esse é um bom momento. 

Desfaço a união de nossas mãos, afasto-me dela, retiro meu blazer e o estendo no chão, sento sobre ele, ergo meu olhar para Belle, sorrio, ofereço minha para ela, aceita ao deixar a sua mão sobre a minha. Trago-a para perto de mim, ela vêem, senta entre minhas pernas com as costas apoiadas em meu peito, passo meus braços pela sua cintura. 

— Eu quero que você conheça Amélia e Bianca, eu quero que você conheça a minha família. 

Ajeita-se em meus braços de modo que sua cabeça está apoiada em meu braço e consegue ver o meu rosto. 

— Eu irei adorar conhecer a sua família. 

Sorri, eu suspiro, esse é o momento em que eu conto parte do meu passado para Belle, por mais que dóa relembrá-lo, ela precisa saber, é a minha namorada e eu estou apaixonado por ela.

— Mas antes, eu preciso contar algumas coisas para você. — Olha para mim curiosa, respiro fundo e busco toda coragem existente em mim. — Eu não sou biologicamente filho da minha mãe, Ivana não é minha mãe.

Abre e fecha a boca algumas vezes, ela está surpresa. 

— Ivana e meu pai eram melhores amigos na escola, Ivana era apaixonada por ele, mas ele era apaixonado pela minha mãe, Ivana nunca lidou muito bem com a rejeição, mas como era obcecada pelo pai continuou em sua vida. — Desvio o olhar do seu, encaro o lago. — No final do ensino médio, meus pais cometeram um deslize e eu apareci, eles casaram e foram morar com os pais do meu pai, não sei se eram felizes, não sei se meu pai já era o babaca que eu conheci.

Suspiro, eu odeio essa história. 

— Minha mãe morreu no parto, meu pai decidiu ficar comigo, Ivana se prontificou a ajudar, eles se envolveram e casaram, eu convivia com familiares da minha mãe, eu sabia que tinha duas mães, mas o que entendemos quando crianças? —  É a partir dos cinco anos que eu tenho memórias mais nítidas antes disso são apenas flashes, flashes que eu não sei dizer se são reais, ou foram inventados por mim. — Conforme, eu crescia, eu comecei a perceber que minha mãe não era como as outras mães, não era carinhosa, ou amorosa, era ríspida e com o nascimento de Bianca quando eu tinha cinco anos, eu percebi a sua diferença de tratamento, entre Bianca e eu.

Todas lembranças ecoam em minha mente, é tão doloroso, é como se eu ainda fosse aquele garoto implorando por atenção, dói. Belle segue em silêncio, sua mão está sobre meu coração, traça círculos em meu peito com a ponta do seu dedo.

— Com meu pai era ao contrário, eu era alvo da sua atenção, Bianca não era a sua prioridade, eu era uma criança e não entendia o que realmente estava acontecendo. — Respiro fundo, por que lembranças doem tanto? — Aos dez anos, eu ouvi meus pais brigando, eu estava em meu quarto, eles na sala, eu sai do quarto e fiquei no corredor, eu escutei tudo, Ivana culpava meu pai por me amar mais, meu pai a culpava por amar mais Bianca, então ela gritou que eu não era seu filho e meu pai no mesmo tom respondeu que eu era filho da mulher que ele amava.

Meu peito está apertado, ardendo, lembranças e mais lembranças estão rodando em minha mente.

— A partir desse dia, meu pai tornou-se distante, Ivana insuportável, quase todos os dias ela me batia e aos poucos passou a desprezar Bianca, afinal ela teve uma filha para conquistar meu pai, para que Bianca ocupasse o meu lugar, não funcionou, eu queria proteger minha irmã, viramos Bianca e eu contra todos. — Eu sorrio ao lembrar de Bianca. — Amélia é a mãe da Ivana, sempre me tratou com amor, como se eu fosse seu neto de sangue, é por esse motivo ela é tão importante para mim.

Olho para Belle, ela olha para mim com pesar, sobe sua mão para meu rosto e acaricia minha bochecha, eu amo seu toque.

— Eu sinto muito, Luís.

Belle mais uma vez muda de posição, senta de frente para mim com suas pernas ao arredor da minha cintura, seus braços estão em meu pescoço, eu apoio minha testa na sua.

— Há mais que você precisa saber, mas não hoje, outro dia, eu irei contar tudo para você, sereia. — Assente, continua com o carinho em meu rosto. —  Eu odeio falar sobre minha família e sobre meu passado, é doloroso e vergonhoso, mas sabe o porquê, eu estou contando para você, sereia? 

Balança a cabeça negando, eu sorrio, meu olhar está conectado no seu.

— Você e eu somos bons juntos.

Belle sorri.

— Muito bom juntos.

Meu coração acelera, Belle concorda comigo, talvez, ela goste de mim o tanto quanto eu gosto dela, minhas mão sobem por suas costas.

— Eu quero que você saiba sobre minha vida, eu quero saber sobre a sua vida. — Seus olhos estão brilhando, meu coração continua acelerando. — Eu adoro estar com você, sereia, adoro como me sinto ao seu lado, eu adoro você, eu adoro quem é você.

Ela sorri, eu sorrio.

— Eu estou apaixonado por você, Belle.

Seu olhar brilha, há tanta intensidade em seus olhos, segura meu rosto com suas mãos, toca meu nariz com o seu.

— Eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você, Luís, eu nunca senti com mais ninguém a conexão que eu sinto com você,. — Está sorrindo, eu amo o seu sorriso, eu amo ouvir suas palavras. — Eu estou completamente apaixonada por você.

Não há mais lembranças dolorosas, não há mais dor, há apenas nós dois. Belle está sorrindo, eu estou sorrindo e nós dois estamos apaixonados.



~❤~

Olá pessoas! Decidi respostar essa serie mesmo sem todos os livros estarem revisados. Então aqui vai alguns avisos:

1 - Essa série foi escrita há muito tempo então os primeiros livros estão mal escritos e com muitos erros.

2- Como estou reescrevendo a série e repostando conforme vou fazendo isso algumas coisinhas não irão bater, detalhes que pretendo mudar.

3-Siga-me no instagram, porque em breve tem novidades aqui no wattpad e eu irei lançar meu primeiro livro na Amazon em Julho, meu insta é @lanasilva.sm.

4 - link do grupo no whats (ou deixe seu número nos comentários).

Bjs e até mais ❤️

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