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Capítulo 24

"Vá lá, me dê uma chance!
Para provar que eu sou a única que pode fazer
Até o fim começa agora"

One and Only (Adele)

Pablo

Caminho pelo corredor da casa dos meus pais com um peso em minhas costas à menos, eu estou mais leve, uma parte minha está feliz em estar em pé mesmo sem Stella, eu amo Stella, amo tê-la ao meu lado, mas não é o que me mantém em pé. Eu estou orgulhoso, orgulho de mim mesmo, orgulho por não estar no fundo do poço. 

Sair do fundo do poço é difícil, lutar contra a depressão é doloroso, tentar controlar a sua ansiedade é torturante, não é de repente, é um processo demorado, é como estar se afogando, nadar para superfície e não encontrá-la, então em alguns momentos você pensa em desistir de continuar nadando, se afogar parece ser o mais fácil. Eu lutei e nadei horrores antes de atingir a superfície e quando a encontrei valeu à pena, voltar a viver valeu à pena, encontrar como ser feliz vale à pena, ainda há dias difíceis, dias em que eu volto a estar em baixo da água, mas encontrar a superfície e voltar a respirar tornou-se muito mais fáceis e menos dolorido. Aos poucos a dor e vazio em minha alma são substituídos por felicidade, ou simplesmente por paz. 

Encontro meus pais na cozinha, os dois estão dançando no meio da cozinha, um música antiga deixa o celular do meu pai, há duas taças de vinho sobre a mesa, apoio meu ombro no batente da porta e observo os dois. É possível ver o amor entre os dois, apenas pela forma como estão olhando um para o outro. Eu quero ter isso com alguém, quero terminar minha noite com vinho e dança no meio da cozinha. E eu quero ter com Stella. 

A música chega ao fim, dona Carla aproxima-se de mim e eu a abraço, eu sou mais alto e sua cabeça bate em meu queixo, beijo sua testa.

— Eu amo você, mãe. 

Beija meu peito, coloca sua mão sobre meu coração. 

— Eu amo você, filho.

— Você pode me perdoar, mãe? Por todas vezes em que me afastei, por todas vezes em que falhei.

Eu não posso recomeçar sem pedir perdão pelas vezes que errei, não importa que tenha errado por estar no fundo do poço, ainda sim foram erros e meus pais merecem um pedido de desculpa. 

— Claro que eu perdoo você, Pablo, você é uma parte minha, uma das partes mais bonitas. 

Com um gesto chamo meu pai, aproxima-se, passa seu braço por meus ombros, apoio minha cabeça em seu ombro.

— Por muito, eu acreditei estar destinado aos erros das mesmas pessoas que me colocaram no mundo, das mesma pessoas que herdei o sangue e DNA, eu acreditei que sangue é tudo, mas eu estava errado. — Minha voz embarga, eu quero chorar, respiro fundo. — Eu não sou como eles, eu sou como meus pais, meus pais de verdade, vocês, o sangue não é tudo, o amor é tudo. E assim, como vocês, eu erro, mas ao perceber meu erro, eu procuro corrijó-los e além de tudo temos caráter. Eu não sou e nunca fui como eles, desculpe demorar tanto para entender. 

Meu pai beija minha bochechas e minha mãe acaricia a lateral do meu rosto. Continuamos os três abraçados por um tempo, há uma paz no ar, eu estou completo, eu estou bem. Beijo o rosto dos meus pais.

— Eu preciso ir, preciso lutar pela garota que eu amo, ir para Alemanha é apenas o plano B.

Recebo beijos e abraços, vamos os três para a porta, mais abraços, beijos e lágrimas de despedidas, meus pais prometem me visitar na Alamenha, eu prometo se ficar os visitar no sábado. Caminho para meu carro, antes de entrar, olho para trás, aceno para meus pais pela última vez, então entro no carro e dirijo para seu apartamento. 

Eu estou ansioso, meu coração acelerado, meu corpo está temendo, meu estômago reclama. Meu nome continua nos autorizados para subir sem precisar ser anunciado, o porteiro libera minha entrada. A carta e o desenho de Maria Eduarda estão em um envelope em minha mão, o tempo no elevador é angustiante, segundos que se transformam em minutos, horas, infinitos, apoiado na parede metálica, bato meu pé contra o piso. Finalmente, chego ao seu andar, saio do elevador praticamente correndo, caminho apressadamente para sua porta, antes de apertar a campainha, respiro fundo, empurro para mais longe possível meus medos, aperto o botão ao lado da porta. Minha angústia aumenta, minha ansiedade cresce. Escuto passos, alguém está se aproximando da porta, por alguns segundos prendo minha respiração. O barulho da chave na fechadura, meu coracao acelera. A porta é aberta, Stella está diante de mim, meu olhar percorre seu corpo, em seus pés uma pantufa do unicórnio, suas pernas cobertas por um calça de pijama rosa, subo meu olhar e encontro uma blusa regata cinza, por fim chego ao seu rosto, seus lábios, nariz, e seus olhos, seu olhar é surpreso, abaixo dos seus lindos olhos há marcas escuras, ela está sofrendo tanto quanto eu. 

— Pablo. 

Sua voz é um sussurro, eu posso sentir a saudade em sua voz, em uma única palavra.

— Oi, Stella.

Minha voz sai tremida, eu estou tão nervoso, eu não sei se sei lutar, não sei se consigo. 

— O porquê você está às duas horas da manhã na porta do meu apartamento?

Sua voz é propositalmente fria, Stella quer me atingir, ela quer provar que está bem com sua decisão, eu só não sei se está tentando me convencer, ou convencer a si mesma. 

— Porque, eu viajo amanhã à noite, ou melhor hoje à noite às sete. 

Assente, eu posso perceber a tristeza em seu olhar.

— Boa viagem.

Continua controlando sua voz, escondendo seus sentimentos, disfarçando a sua dor, mas não pode esconder de mim, não pode fingir para mim, eu a amo e a conheço. 

— Eu não quero ir, Stella, eu quero ficar, eu quero ficar com você, eu quero continuar amando você e sendo amado por você. Eu quero continuar aqui com nossos encontros, nossas piadas ruins, nossas aulas com Madu, quero jogar UNO no chão da minha sala, assistir desenhos animados, ou comédia românticas, quero discutir com você para fazermos às pazes na cama, quero dançar com você toda noite, após uma taça de vinho. 

Sua máscara caí, uma lágrima deixa seu olho direito, ela a afasta rapidamente. 

— Você está certa quando diz que posso ser feliz sem você, eu posso viver sem você, mas está errada Stella quando diz que escolheria ser feliz sem você, há várias formas de ser feliz e todas de intensidade diferentes, a minha forma mais intensa de ser feliz é ao seu lado.

Sorri. 

— Como pode dizer que me escolheria se não viveu as outras opções? Eu quero que tenha opções, Pablo, eu quero que tenha certeza.

Suas dúvidas me machucam, passo minha mão pelos fios de meus cabelos, eu não sei o que fazer. 

— Eu não preciso viver outras experiências para saber que irei escolher você. — Levo minha mão para seu pescoço e aproximo seu rosto do meu, apoio minha testa na sua. — Acredite em mim, Stella, peça para eu ficar.

Nós dois choramos, nossas lágrimas miaturam-se, nossos corações estão sofrendo na mesma intensidade. Fecha seus olhos.

— Eu não posso, Pablo, eu não posso. 

Seu choro é desesperador, eu quero a abraçá-la, mas faço o contrário, retiro minha mão de seu pescoço e me afasto. Olho em seus olhos.

— O que eu faço para que você peça para que eu fique? Não me deixe viajar, Stella.

Imploro, mas não funciona, Stella balança a cabeça negando.

— Boa viagem, Pablo. 

Um tapa doeria menos. 

— Eu amo você, Stella.

Meu choro é compulsivo, a dor em meu peito é insuportável, apenas quero arrancá-la de mim. 

— Eu não vou mudar de ideia, Pablo.

Suas lágrimas deixam seus olhos livremente. 

— Eu fiz algo para você, leia e caso mude de ideia procure por mim, no momento que eu ver você, eu desisto e fico. — Entrego o envelope para ela. — Minha escolha é você, Stella.

Olho em seus olhos, nós dos choramos, não temos mais nada a dizer, eu procuro por palavras em minha mente e apenas encontro o vazio. A dor é gritante, eu odeio despedidas, ela entrelaça sua mão na minha.

— Eu amo você, Pablo. — Sua voz é embargada, soluços deixam seus lábios, leva nossas mãos aos seus lábios e deposita um beijo sobre a minha. — Encontre seu destino.

Meu olhar encontra o seu uma última vez, desvencilha-se nossas mãos, eu afasto-me e ela fecha a porta. Meu coração sangra, apoio minha testa em sua porta e choro como um bebê. 

Eu quero um cigarro, eu quero correr, mas não sou mais esse cara e controlo minhas vontades, empurro-as para o fundo da minha mente. 

Eu vou para casa no automático, desço pelas escadas, entro em meu carro, as lágrimas não param de molhar meu rosto. Eu deixo a dor me dominar. Não durmo caminho pelo meu apartamento à noite toda, relembro nossos momentos, nossos encontros, o primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, décimo primeiro, mas o decimo segundo continua sendo uma incógnita, eu sei que ele existiu, porque Stella citou ele uma vez, mas nunca contou os detalhes, eu gostaria de lembrar. 

Olho para noite, uma noite sem estrelas, como à noite de nosso nono encontro, um encontro quatro meses depois do casamento de Allyssa e Daniel, nos encontramos em uma festa, ela estava comemorando o aniversário de uma de suas amigas, ela estava no bar quando a encontrei, paguei uma bebida, dançamos e terminamos à noite em um motel, pela manhã nós despedimos com um selinho e cada um seguiu seu caminho. Será que se eu tivesse me declarado em algum dos nossos encontros, seria diferente? Talvez, eu tenha demorado demais para assumir o meu amor por Stella. 

O Sol nasce, organizo minhas malas, eu tenho esperanças de ouvir o som campainha, eu tenho esperanças que Stella leia minha carta e venha ao meu encontro. Meu coração está ansioso, com medo e angustiado. É como se eu estivesse segurando minha respiração e um escola de samba estive sambando em minha barriga. 

Ela não veem pela manhã. 

Almoço com Vanessa e Maria Eduarda, dói deixar a pequena, Madu tem uma parte do meu coração, eu não posso explicar o tipo de amor que nós compartilhamos. É difícil abraçar Madu e dizer até logo, prometo visitá-la e conversar sempre com ela por mensagens e chamadas de vídeo. Vanessa promete avisar caso precise de algo. Eu saio do apartamento das duas devastado, dói tanto, quanto deixar meus pais, elas são parte da minha família. Eu deixei a porta aberta caso Stella aparecesse, ao entrar meu apartamento está vazio, ela não veio. 

A tarde é a vez de me despedir de Ramon, dividimos um cerveja sentamos em meu sofá, agradeço meu amigo por estar ao meu lado em meus piores amigos, o aconselho a largar o cigarro e as corridas ilegais, não precisamos desses vícios para viver. 

Meu coração espera por ela e mais uma vez  Stella não veem.

Está na hora de ir para o aeroporto, o carro que chamei por aplicativo espera por mim, eu preciso ir, não posso continuar esperando por Stella. Dói fechar a porta do meu apartamento, carrego minhas malas com pesar. Durante o caminho não converso com o motorista, minha atenção está em meu celular, seguro o aparelho em minhas mãos e meu olhar está sobre ele, caso Stella ligue. Ela não liga, chegamos no aeroporto, suspiro, nosso tempo está acabando.

Despacho minhas malas, procuro a todo instate por ela, talvez, venha no aeroporto, talvez, ainda há tempo. Eu preciso ir para área de embarque, meu coração está tão desnorteado. Cada passo em direção a área de embarque é como matar uma parte do meu coração. Eu sinto tudo e não sinto nada ao mesmo tempo, é como se eu estivesse em um sonho acompanhando a vida de outra pessoa. Entro na área de embarque, talvez, ela chegue, lute com os seguranças e invada a área de embarque. Pelo auto-falante escuto a chamada para o meu voô. 

"Atenção passageiros do voo 07987 com destino a Berlim embarque imediato no portão 15."

Os passageiros formam três filas, eu continuo sentado em uma das cadeiras da sala de espera ao lado do portão, eu continuo a esperando. Meu coração está prestes a sair pela boca, está difícil respirar, meu corpo está tenso. As filas chegam ao fim, meu tempo chegou ao fim. Sinto meu coração desacelerando, não há mais esperança, Stella não vêem. Com o coração doendo e lágrimas em meus olhos caminho para o embarque. 

Comissária de bordo sorri e pede meu ticket, eu mostro meu ticket eletrônico em meu celular, o válida com uma máquina de códigos. 

— Boa viagem, senhor. 

~❤~


Stella

Eu fecho a porta, meu mundo desaba, sento no chão com as costas apoiadas na porta, abraço o envelope que recebi de Pablo como se fosse um tesouro. Meu coração está partido, lágrimas descem por meu rosto e atingem o chão, meus soluços ecoam pelo meu apartamento. 

Eu deixei Pablo ir, eu não consegui pedir para ele ficar.

Eu queria pedir para ele ficar, queria me jogar em seus braços, mas não poderia, não posso impedir seu destino de acontecer. Uma parte minha não consegue acreditar que sempre serei sua escolha, não consegue acreditar que depois de ser feliz de outras formas eu continuarei ser sua escolha. 

Dói ser insegura. 

Eu quero abrir a porta e correr atrás de Pablo, não faço, continuo sentada no chão chorando. A menina insegura em mim zomba, ele poderia simplesmente ficar, mas pediu para eu pedir para que fique. 

Uma parte minha sempre foi insegura, eu lidei com minha insegurança, fiz terapia, minha psicóloga e eu chegamos a conclusão que é pelo fato do preconceito que de uma certa forma me atingiu, olhares estranhos na escola por causa de meu cabelo, na faculdade por ser a única negra da sala, no hospital por ser uma médica negra. Na maioria das vezes, eu venço minhas inseguranças, eu lido com elas e as chuto para longe, mas algumas vezes, eu perco. Eu perco, porque sou humana, não sou uma super-heroina. Dessa vez, ela está vencendo. 

Eu não sei lidar com minhas dúvidas, não sei lidar com minha falta de certeza. Por que, você não poderia ter ficado em um de nossos encontros, Pablo? Por que, você não poderia ter me escolhido? 

Deixo o envelope sobre a mesa da sala e caminho para meu quarto, para minha cama, abraço meu travesseiro e eu choro, eu amo Pablo, eu amo o tanto. 

Não sei em que momento, eu adormeço, sonho com Pablo, um sonho recordação, nosso décimo encontro, nos esbarramos em uma loja de decoração no shopping, minha barriga fez um barulho estranho de fome, nós rimos, Pablo sugeriu jantarmos no restaurante em frente ao shopping, um restaurante em um hotel, eu aceitei, jantamos, olhamos um para o outro e sabíamos que deveríamos estender a noite, vamos para uma das suítes do hotel, entregamos nossos corpos ao prazer, Pablo adormeceu e eu parti, não suportaria outra despedida.

Acordo com dor no meu corpo, dor em minha cabeça e febre, febre emocional, não vou para o trabalho. Pablo está partindo para Alemanha, eu choro. Continuo em minha cama, não como, não tenho fome, não tomo banho, não me importo se estou fedendo. 

Perco noção do tempo, não sei por quanto tempo continuo chorando em minha cama, em alguns momentos cochilo e chamo por Pablo, imagino ele chegando em meu apartamento chamando por mim, me libertando da minha miséria. Eu estou delirando, mas não me importo, pelo menos posso tê-lo em meus delírios. 

Escuto o som do meu celular, levanto de pressa da minha cama, pode ser Pablo, meu celular está sobre minha cômoda, pego o aparelho, mas não é Pablo. Meu choro torna-se ainda mais intenso. Aceito a chamada, ligo o viva-voz e volto para minha cama. 

— Pequena lua, como você está?

A voz da minha irmã ecoa pelo meu quarto, respiro fundo para conseguir respondê-la.

— Ele está indo para Alamenha, Júlia, o amor da minha vida está indo embora.

Sei que Júlia pode ouvir meus soluços. 

— Eu estou indo para seu apartamento, Stella. 

Encerra a chamada, não me importo, continuo molhando meus lençóis com minhas lágrimas. Não consigo afastar da minha mente o seu sorriso, nossos momentos, nós na cama, jogando UNO com Madu, conversando assuntos bestas durante o jantar.

Escuto a porta sendo aberta, passos pela casa e então uma multidão invade meu quarto.

— Meu Deus, você realmente está mal.

Fernanda grita, não me importo, abre as cortinas, claridade invade meu quarto, fecho meus olhos, puxo um travesseiro e curto minha cabeça. 

— Stella, você precisa reagir.

Meu colchão afunda e sei que é Júlia, afasta o travesseiro do meu rosto.

— Por que, você trouxe Fernanda, Helena, Thalita e André com você?

Minha voz é rouca, minha garganta está machucada de tanto chorar. 

— Eu precisava de reforços, Thalita e André estavam com Fernanda, então viemos todos. — Afasta alguns fios de cabelo do meu rosto. — Meu Deus, Stella você está com febre. 

— Febre emocional. — Resmungo. — Irá passar. 

Júlia afasta minhas cobertas.

— Você precisa de um banho e remédio. 

Praticamente, sou obrigada por Fernanda e Júlia a ir para o banheiro. Ao fim do banho visto um short e uma blusa da Minnie e encontro todos na sala.

— Você está sofrendo, Stella, por que não vai atrás de Pablo? 

Balanço a cabeça negando. 

— Não posso, Helena, não posso interferir no destino. 

Meus olhos ardem, eu não suporto mais chorar.

— Você está sabotando seu destino.

Procuro o dono da voz e o encontro apoiado na parede, na entrada da minha sala.

— Você não entende, André, ninguém entende, mas eu estou sentindo, está tudo aqui. — Bato com força em meu peito. — Vocês acham que é fácil desistir do amor de vocês? Acreditam que não dói? É como retirar uma parte do meu coração e o pisotear, mas Pablo nunca ficou, então eu impus minha presença, como eu posso ter certeza da escolha dele? Eu preciso deixá-lo escolher, preciso deixá-lo livre, porque eu amo, Pablo e quando você ama alguém você deseja vê-lo completamente feliz.

Thalita deixa seu lugar no sofá ao lado de Fernanda e junta-se ao namorado, os dois entrelaçam suas mãos.

— Eu sei do que você está falando, alias nós sabemos, André e eu, nos encontramos mais de uma vez na vida.

Olha para ele e sorri, André sorri para Thalita e olha para mim.

— Uma vez, eu falei para você do fio vermelho, lembra?

Sua frase aciona uma lembrança.

— Eu lembro, foi quando terminamos, mas confesso nunca entendi.

André assente, Thalita sorri, eu estou sofrendo e ela sorrindo.

— Akai Ito ou "Fio vermelho do destino" é uma lenda de origem chinesa e, de acordo com este mito, os deuses amarram uma corda vermelha invisível, no momento do nascimento, nos tornozelos dos homens e mulheres que estão predestinados a ser alma gêmea. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, essas duas pessoas que estiverem interligadas fatalmente irão se encontrar!

— Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstância, o fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir.

Thalita completa a frase de André, de repente é como se eu estivesse prendendo minha respiração, meu coração acelera.

— E vocês acham que Pablo e eu estamos presos um ao outro.

André dá de ombros.

—  Isso quem tem que dizer é você, Stella, você já se perguntou, porque a vida continuou cruzando a vida de vocês dois? Nada acontece por acaso, Stella. Thalita e eu nos encontramos pela primeira vez e não ficamos juntos, porque tínhamos outras missões antes, eu precisava salvar pessoas, Thalita salvar a si mesma, anos depois em um outro país nossas vidas se entrelaçaram de novo e dessa vez para sempre, porque estamos ligados. —  Ergue sua mão com a de Thalita e beija a interseção da sua mão com a dela. —  Sabe por que nos encontramos antes de finalmente estarmos preparados para ficarmos juntos?

Balanço a cabeça negando.

— Porque eu precisava saber como era amar alguém, precisava conhecer como era ser amada naquela intensidade e eu precisava saber o que poderia me esperar no futuro. —  É Thalita a responder. — Por que o seu caminho continuou cruzando com o de Pablo durante dez anos? Por que a vida não os uniu de uma vez? Ou separou?

Não tenho nenhuma resposta, eu estou confusa, meu coração acelerado, eu estou tonta, o meu mundo saio do eixo. Em uma tentativa de recuperar o controle da minha mente, olho ao redor da sala, meu olhar encontra o envelope. O envelope que eu não abri, corro em sua direção, rasgo o envelope e encontro duas folhas, uma escrita com as letras de Pablo e um desenho de Maria Eduarda, ela, Pablo e eu de mãos dadas. Meu coração dispara, pula de meu peito, minhas mãos tremem, meu olhar percorre a carta.

Oi, Stella,

Maria Eduarda sugeriu que eu fizesse uma carta e eu em uma tentativa desesperada de fazê-la entender, eu estou no meu horário de trabalho, escrevendo para você, transformando meus sentimentos em palavras. Falando em sentimentos...eu amo você. Eu amo tanto você que pensar em deixar você dói. Não é a primeira vez que sinto essa dor, cada encontro que eu deixei você doeu, cada vez que eu deixei você doeu. Eu não amo você há seis meses, se for sincero eu amo vocês desde que cheguei na escola. Eu amo você antes de você me amar. Não ficamos juntos antes por minha culpa, porque eu estava perdido, eu estava no fundo do poço. E eu sinto muito.

Você acredita que eu precise ser feliz de outras formas para ter certeza que escolho ser feliz ao seu lado, mas eu não preciso, Stella. E sabe o porquê? Porque antes de você, eu procurava a felicidade, procurava o que iria me impulsionar a lutar, procurava pelo que iria me fazer acordar. Eu fiz terapia, eu procurei formas de ser feliz e não encontrei. Alias, eu tinha momentos felizes, em nossos encontros, mas eu não podia ficar, porque você é tão você, cheia de si, feliz, leve, você não merecia um fardo como eu. Eu nunca fiquei, porque eu não queria contaminar a sua luz.

Então, você chegou, impôs sua presença, impôs sua luz e eu percebi que o que estava procurado era você, você é o que me impulsionou a lutar, você e a vida que eu queria ao seu lado me fizeram ir atrás de ser uma pessoa melhor, inteira, sair do fundo do poço. Você tem razão, eu posso ser feliz de outras formas, porque me encontrei. Mas ser feliz ao seu lado, sempre será muito melhor, porque com você é além de ser feliz, é transbordar e como eu tenho certeza? Porque ao vislumbrar outros vidas, outras felicidades, nenhuma me impulsionou, Stella.

Nenhuma, apenas você.

Eu deveria encerrar aqui, mas eu estou observando a garotinha ao meu lado e caso tivéssemos ficado juntos antes, eu nunca teria comprado o meu apartamento, talvez, nós nunca encontrássemos Maria Eduarda. Talvez, o destino não seja apenas você e eu.

Eu amo você, Stella.

Pablo, o cara que sempre escolherá você.

As lágrimas nublam minha visão, mancham suas letras. Suas palavras ecoam em minha mente, o que André disse sussurra em alguma parte da minha cabeça. E tudo faz sentindo.

— Não é sobre nós dois, nunca foi, Maria Eduarda é a resposta para todas as suas perguntas, Thalita. — Eu sorrio, como eu consegui ser tão burra? Eu me odeio nesse momento. — Eu preciso correr, Pablo não pode viajar.

Meus amigos gritam, um amém. Eu olho para o relógio na parede e são seis e quarenta e cinco, droga, mil vezes droga.

— Eu tenho quinze minutos para chegar ao aeroporto.

Não espero por meus amigos, saio correndo do meu apartamento, não tenho tempo, foda-se que meu cabelo está molhado, foda-se que se quer estou usando um sapato. Desço correndo pelas escadas e saio do prédio, um cara está estacionando sua moto na calçada, paro a sua frente.

— Quinhentos reais para você me levar ao aeroporto.

Olha para mim como se eu fosse louca, talvez, eu pareça uma. Ótimo, eu preciso de dinheiro. Meus amigos saem do prédio, corro para eles.

— Eu preciso de quinhentos reais. — Nenhum deles entende. — Eu preciso de quinhentos reais para o motoqueiro me dar uma carona, vamos logo, eu pago vocês depois, é uma emergência.

Rapidamente, uma vaquinha é feita, eu pago o motoqueiro e subo em sua garupa.

— O mais rápido que você puder, como se sua vida dependesse disso, porque a minha depende.

Grito antes de colocar o capacete. Dirigi rapidamente, meu coração está saindo pela boca, mas não tem nada a ver com a alta velocidade. Rezo para dar tempo. Chegamos no aeroporto desço da moto e corro para a área de embarque, confiro no monitor de informações. Embarque imediato para o voo com destino a Berlim portão 15. Droga. Como eu entro na área de embarque sem uma passagem? Aproximo-me de um dos seguranças.

— Moço, você pode me acompanhar a área de embarque, eu briguei com meu namorado e ele está indo para Alemanha, você pode por favor, me ajudar? — Olha-me atentamente. — Eu passo naquele treco de metais, você pode me algemar, mas por favor, me ajuda. Eu estou assim, porque estava em casa sofrendo, você ama alguém?

Para minha sorte, assente.

— Então, me ajude a não deixar o meu amor ir embora.

Suspira.

— Tudo bem.

Eu respiro aliviada. Eu preciso esperar outro segurança chegar e substituir meu amigo para então irmos para área de embarque. Não consigo sentir nada, não consigo saber quanto tempo passou, adrenalina corre por meu sangue. Passo pelo detector de metais, eu tenho pressa, eu tenho medo. O segurança me acompanha lado a lado, com a mão sobre meu braço.

— Portão 15.

Aviso meu novo super-herói preferido, caminhamos para lá, meu coração dispara, meu corpo treme. Tem que dá certo. Eu não posso ter deixado isso acontecer. Chegamos ao portão, nenhum sinal de pessoas embarcando. O segurança fala com alguém pela rádio, pergunta do voo para Berlim. Meus olhos estão repletos de lágrimas, meu coração de esperança, quem sabe o avião tenha mudado de portão.

— Sinto muito, senhorita, o avião partiu há quinze minutos. 





~❤~

Olá pessoas! Decidi respostar essa serie mesmo sem todos os livros estarem revisados. Então aqui vai alguns avisos:

1 - Essa série foi escrita há muito tempo então os primeiros livros estão mal escritos e com muitos erros.

2- Como estou reescrevendo a série e repostando conforme vou fazendo isso algumas coisinhas não irão bater, detalhes que pretendo mudar.

3-Siga-me no instagram, porque em breve tem novidades aqui no wattpad e eu irei lançar meu primeiro livro na Amazon em Julho, meu insta é @lanasilva.sm.

4 - link do grupo no whats (ou deixe seu número nos comentários).

Bjs e até mais ❤️

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