Capítulo 22
"Oh, eu sei que esse amor é doloroso
Mas nós não podemos simplesmente tirar ele de nós, não"
Let's Hurt Tonight (OneRepublic)
Stella
Deixá-lo dói, rasga minha alma e quebra meu coração, fechar a porta do seu apartamento é pisotear meu coração de salto agulha. Meu choro é alto, compulsivo, dolorido.
Dirigir para meu apartamento é difícil, lágrimas deixam minha visão nublada, a música ecoa pelo carro e pelo meu coração, cada música desperta lembranças diferentes. Uma parte grita para desistir, para voltar é correr para seus braços. Eu estou sendo estúpida, burra, mas não posso voltar atrás, não posso desistir. Amar também é deixar quem ama livre.
Entrar no meu apartamento não é aconchegante, é vazio, frio. A pequena mala fica ao lado da porta, eu caminho pelo apartamento vazio, é solitário. Sinto falta da sua risada, sinto falta dos seus braços, não passou meia-hora e eu estou com saudades.
Abro a janela da sala, o vento frio bate em meu rosto e em meu corpo, passo as mãos pelos meus braços para afastar o frio. Eu preciso de ar e respiro fundo, as lágrimas tornam-se geladas. Eu espero que a minha dor seja válida, eu espero estar fazendo o certo.
Não há nuvens no céu, é possível ver as estrelas, tão bonitas. Quando foi Pablo a me abandonar há dez anos o céu estava como hoje, naquela noite, subimos para o terraço do seu prédio e observamos as estrelas. Eu sei como Pablo está se sentindo, eu senti a mesma dor há dez anos. Eu espero que um dia entenda e possa me perdoar.
Eu gostaria de ter não ter dúvidas, ou gostaria de ser forte o suficiente para ignorá-las, ou quem sabe simplesmente acreditar que eu sou o destino de Pablo, acreditar que nosso amor está escrito.
Cada dia que eu passei com Pablo está enraizado em mim, posso fechar meus olhos e lembrar de cada momento, durante os anos na escola, nossos encontros e os últimos seis meses. Antes e depois de nossos encontros.
— Gentil da parte deles chamar o povo da escola, não acha?
Ana sussurra para que apenas eu escute, desvio o olhar da pista de dança onde o casal está imerso em sua própria bolha de felicidade.
— Sim. — Sorrio. — Eles são tão lindos, eu posso olhar para eles e perceber o amor.
Talvez, para muitos casar aos vinte e dois seja precoce, para mim por exemplo é um absurdo, mas você olha para Ally e Daniel e enxerga o quanto estão felizes, eles refletem felicidade e amor. Uma verdadeira prova que o tempo certo para cada pessoa é diferente, único. Nós, seres humanos, somos diferentes um do outro, assim como nossos anseios, sonhos, medos, inseguranças e perspetivas de felicidade. Algumas pessoas, simplesmente, não entendem como uma pessoa pode ser feliz de tal maneira, uma maneira diferente do seu ideal de felicidade, essas pessoas normalmente amam desprezar a felicidade alheia, como se a sua fosse absoluta, a maior e melhor de todas, ou seja chatos pra cacete. Eu gosto de pensar que todos deveriam deixar cada um ser feliz como bem entender, desde que não faça mal algum a ninguém. Uma das minhas frases preferidas diz "seja feliz, não importa quando, como, ou onde, apenas procure ser feliz, afinal, o importante mesmo na vida é ser feliz."
— Eu concordo com você. — Minha linha de pensamento é interrompida pela voz de Ana, deixo minhas ideias de lado e foco minha atenção em minha amiga. — Os dois são perfeitos juntos.
Suspira, um suspiro apaixonado, ela está encantada olhando para os noivos, eu sorrio, viro-me para o casal e faço o mesmo que Ana, observo os dois com admiração e é impossível não se encantar com eles, é como presenciar um conto de fadas. No momento estão dançando e eu juro estar em um filme da Disney e o casal são os protagonistas, um príncipe e uma princesa.
Eu não procuro um amor, não é minha prioridade, mas o clima de romance, o casamento, a cerimônia e o casal apaixonado, proporciona uma sensação estranha, uma carência, um aperto no peito, a falta de alguém ao meu lado. Por alguns segundos, desvio o olhar do casal e procuro por ele, não o encontro, será que ele foi embora? Suspiro, eu estou decepcionada por não encontrá-lo, eu gostaria de frear meus sentimentos, ele não deveria causar nada em mim, eu sequer deveria pensar nele, muito menos deveria procurar por ele. Eu preciso de ar, dar uma volta, expulsar o sentimento estranho de mim.
— Ana. — Olha para mim, eu fico em pé. — Eu vou ao banheiro.
Assente, pego minha pequena bolsa que estava sobre a mesa e afasto-me. Os banheiros são mais distantes e eu agradeço, eu preciso voltar a ser eu, um pouco menos sentimental. Molho minhas mãos na pia existente no toalete e as coloco em torno do meu pescoço, respiro fundo, por alguns segundos permaneço assim, tentando reencontrar minha razão. Meu coração acalma-se e sinto no controle novamente, sinto ser capaz de controlar meus sentimentos, suspiro aliviada, retiro minhas mãos do meu pescoço e sorrio para meu reflexo no espelho. Tudo sobre controle, Stella.
Mais aliviada opto por aproveitar minha vinda ao banheiro para retocar minha maquiagem. Um pouco de iluminador, batom, máscaras para cílios e estou incrível. Deixo o banheiro sorridente, aliviada, eu sou eu novamente. Eu estou distraída guardando meu batom na minha bolsa e não vejo quando meu corpo choca com o de outra pessoa, suas mãos seguram meus braços evitando meu desequilíbrio, meu corpo arrepia-se com o toque.
— Desculpe.
Dizemos ao mesmo tempo, eu reconheço sua voz e novamente me perco, novamente sinto os estranhos sentimentos dominando meu coração e minha alma, é saudade, desejo de estar com alguém, de ter seus braços ao redor do meu corpo. Ergo meu olhar e encontro o seu, ele está sorrindo, um sorriso tímido.
— Isso de esbarrão em um casamento na saída dos banheiros é tão nossa cara.
Eu sorrio, porque ele está certo, a situação combina com nós dois.
— Tão com um dos nossos encontros.
Assente, ergue sua mão e acaricia meu rosto, nós temos essa intimidade, depois de tantos encontros não resistimos mais, apenas aproveitamos o momento.
— Dois meses de nosso encontro, é o menor intervalo de tempo, feliz.
Sorrio ao ouvir o apelido, gostaria de dizer que eu senti saudades, senti tanto sua falta quanto senti entre nossos encontros de maiores intervalos, mas não dizemos esse tipo de coisa um para o outro.
— Eu vi você na cerimônia, Pablo.
Não estávamos próximos um do outro de modo que apenas trocamos breves olhares.
— Eu também vi você, Stella. — Seu olhar não desvia do meu. — Você está linda.
Não precisa olhar para meu corpo vestido com um vestido longo azul claro frente única com uma fenda que deixa minha perna a mostra, ou para meu rosto maquiado, ou meus cabelos cacheados, porque ele tem minha imagem gravada em sua mente, assim como eu não preciso olhar para seu corpo para saber que está lindo de terno e gravata, eu o vi na cerimônia e sua imagem ficou gravada em minha mente.
— Você está lindo. — Nós sorrimos, eu desvencilho meus braços das suas mãos, dou um passo em sua direção e posiciono-me ao seu lado. — Não é muito legal conversar na porta do banheiro.
Sussurro para continuar com o clima descontraído, Pablo entende o recado e vira-se, desse modo ficamos na mesma lado a lado e estamos olhando para o mesmo lugar, em um sincronização perfeita seguimos em frente. Caminhamos em direção a parte mais afastada do jardim, onde há menos pessoas e o barulho é menor. Algumas vezes sua mão toca a minha, enquanto andamos e uma eletricidade sobe pelo meu braço e espalha-se pelo meu corpo. Olho para Pablo, ele está olhando ao nosso redor, percebo quando seu olhar encontra o casal apaixonado.
— Poderia ser você.
Sua frase é um tanto vaga, mas eu entendo e sorrio, uma risada alta, uma gargalhada, olha para mim sem entender, respiro fundo.
— Jamais poderia ser eu, Pablo.
Nós dois interrompemos a nossa caminhada e ficamos um de frente para o outro, nós estamos no limite do jardim, há iluminação é pouca e a música um sorriso.
— Como você sabe?
Reviro meus olhos.
— Olhe para eles, Pablo, Ally e Daniel são alma gêmeas, não poderia ser diferente e além do mais, ele e eu fomos uma brincadeira, prazer e nada mais, nenhum de nós se contentaria com tão pouco. — Desvia o olhar do meu e observa o casal, eu faço o mesmo. — Não amei Daniel, somos bons amigos.
E sorrio ao presenciar a felicidade dos dois, mesmo de longe é perceptível o quão estão felizes.
— Não esperava por um convite.
Dou de ombros.
— Eles começaram namorar na escola, então chamar o povo da escola é significativo.
Novamente, olho para ele, ele está olhando para mim, assente. Meu olhar encontra o meu e é intenso, é como um imã, uma conexão, algo me trás para Pablo, algo une nossas almas e cruza nossos destinos. Não sei se sou eu procurar por seu abraço, ou se é Pablo a me puxar para seus braços, não importa quem teve a iniciativa, o certo é que seus braços estão ao redor do meu corpo e os meus braços estão ao redor do seu corpo, apoio minha cabeça em seu peito, sinto as batidas do seu coração, apoia seu queixo no topo da minha cabeça, eu fecho meus olhos. É possível ouvir um sussurro de Thousand Years e no ritmo lento da música balançamos nossos corpos.
É tão familiar, tão aconchegante, é como estar em casa, após uma longa viagem.
Uma música diferente quebra o encanto, quebra nosso momento, é o celular de Pablo, ele afasta-se, eu sinto falta dos seus braços, falta do seu calor, retira o aparelho do bolso e o confere. Eu olho para a tela do celular, é uma ligação, um tal de Ramon, eu não o conheço, mas interrompeu nosso momento, então o detesto, Pablo recusa a chamada, suspira.
— Eu tenho um compromisso.
Ele está chateado, é perceptível pela seu olhar e pela sua voz, eu gostaria de pedir para ele ficar, dou de ombros.
— Foi bom ver você, Pablo.
Eu não peço, eu juro que há decepção em seus olhos, eu sorrio.
— Acompanho você até a pista de dança.
Assinto, ele sorri, há uma tensão de despedida entre nós, é possível sentir. Novamente ficamos um do lado do outro e seguimos para a pista de dança. Nós estamos em silêncio, não quero me despedir.
Antes de chegarmos em nosso destino encontramos Emily e Eduardo, trocamos breves palavras com o casal, eu gosto do encontro, prolonga nosso tempo juntos. Ao ficarmos apenas nós dois, prosseguimos, paramos um de frente para o outro ao lado do espaço ocupado pelas pessoas.
— Mais uma despedida, Pablo.
Assente, seu olhar é triste.
— Fique bem, feliz.
Beija minha testa, eu fecho meus olhos, seus lábios deixam minha pele, suspiro e abro meus olhos.
— Fique bem, Pablo.
Vira-se, caminha para longe de mim, algo caí do seu bolso, abaixo-me rapidamente e pego o chaveiro, um desses de máquinas de shopping, um ursinho de pelúcia, um coala, chamo por Pablo, ele não escuta, não há nada acoplado ao chaveiro. Desisto de chamar por Pablo, guardo o pequeno objeto na minha bolsa, eu tenho um destino para o chaveiro, minha caixa de lembranças.
As lembranças são doloridas, mas são tudo o que eu tenho. Caminho em direção ao meu quarto, caminho para meu guarda-roupa, caminho para minhas caixas de lembranças.
Eu a abraço e as lágrimas caem.
Retiro minhas lembranças e as coloco sobre minha cama, são a prova de que foi real, é real, deito ao lado do que é tão especial para mim, toco cada objeto, dói muito. Eu não posso lidar sozinha com minha dor sozinha, busco meu celular em meu bolso e ligo para uma das pessoas mais importante da minha vida, ela aceita a chamada no segundo toque.
— Eu preciso da minha irmã.
Não espero por um alô, ou um oi.
— O que está acontecendo, Stella?
Meu choro torna-se desesperador ao ouvir a voz da minha irmã.
— Promete não me julgar?
Minha voz é embargada.
— Sempre, pequena lua. — Lágrimas e mais lágrimas deixam meus olhos. — Onde você está?
É difícil falar, por conta do meu choro, respiro fundo.
— Em meu apartamento.
Um apartamento que não sinto mais como a minha casa, não me sinto em meu lar.
— Eu estou indo, Stella.
A ligação chega ao fim, continuo deitada em minha cama com minhas lágrimas e lembranças. Não sei quanto tempo passa até a chegada de Júlia, escuto o som da porta sendo aberta, escuto seus passos pela casa.
— Você não deveria deixar a porta aberta. — Estou de costas para a entrada do quarto, não vejo minha irmã, eu realmente não deveria deixar a porta aberta, mas a porta é a menor das minhas preocupações. Um gemido e um soluço escapam pelos meus lábios e ecoam pelo quarto, Júlia aproxima-se, posso saber por conta do barulho dos seus sapatos no chão. — O que Pablo fez, Stella? Eu vou matá-lo.
Sua mão toca meu ombro, viro-me, Júlia senta em minha cama, eu faço o mesmo, Júlia abre seus braços e eu a abraço.
— Não foi o que ele fez, Júlia, foi o que eu fiz.
Beija a lateral da minha cabeça.
— E o que você fez, pequena lua?
Dói horrores admitir, é torturante.
— Eu o deixei, eu fugi.
Desvencilho-me da minha irmã, olho em seus e conto tudo a ela, cada palavra é dolorida de se dizer, aumenta minha dor e o buraco em meu peito.
— Você lutou tanto por vocês dois, Stella.
Eu concordo com um gesto com a cabeça, desvio o olhar do seu.
— Eu conversei com mamãe sobre destinos, sobre a capacidade de uma pessoa atrapalhar o destino de outra pessoa, Pablo recebeu a proposta de emprego e não vai por mim, eu sei que é por mim, mas se o destino dele for na Alemanha e eu estiver o atrapalhando? — As palavras saem rápidas da minha boca e antes de continuar preciso respirar fundo. — Eu impus minha presença a ele em um momento delicado e se por esse motivo acreditar me amar? Se for por que fiquei ali? Por que é confortável? Pablo estava depressivo, Júlia, eu estive com ele no início do processo de tratamento e se estivermos juntos apenas por isso? E se for gratidão? Ou um apego porque estava com ele quando percebeu a saída no fim do túnel? Entende que esse amor pode ser apenas uma transmissão de outros sentimentos e influência de outros fatores.
Assente.
— Como um paciente que ama seu médico, terapeuta, ou qualquer outra pessoa que esteja o ajudando a se reerguer, um falso amor, por influência do que você está sendo liberto e está passando.
É minha vez de concordar.
— Exato, eu sempre estive disposta a ficar com Pablo, em cada encontro, Pablo nunca ficou e então eu decidi impor que ele ficasse, após dez anos e foi egoísmo Júlia, porque eu tenho certeza sobre meu destino, mas o Pablo não tem, porque se ele tivesse ele teria ficado antes, talvez meu destino seja amar Pablo e o dele não seja amar, Stella. Eu quero ser amada, Júlia, sem dúvidas, sem talvez, eu não quero duvidar desse amor e do nosso destino.
Novamente puxa-me para seus braços, apoio minha cabeça em seu peito, sua mão sobe e desce pelas minhas costas.
— Eu acredito que o destino dos dois é juntos, eu acredito que Pablo irá provar amar você como você merece e então irão viver felizes para sempre.
Fecho meus olhos e rezo para minha irmã estar certa.
— Dorme comigo hoje, Júlia?
— Claro.
E como um bebê durmo abraçada a minha irmã. É uma noite conturbada, com muitos sonhos, pesadelos e delírios, ao acordar meu corpo e minha cabeça doem, há olheiras em meu rosto, não há maquiagem que disfarce meu estado deplorável, opto por óculos escuro. Júlia e eu tomamos café em uma padaria, não tocamos no assunto Pablo, conversamos sobre assuntos leves, como a nova série da Netflix, da padaria Júlia segue para casa e eu para o apartamento de Vanessa.
Meu peito aperta ao entrar no prédio, é nostálgico e dolorido, ao chegar no andar olho para a porta do seu apartamento e lágrimas acumulam-se em meus olhos, respiro fundo e sigo para o apartamento de Vanessa. Aperto a campainha e não demora para Maria Eduarda abrir a porta, abaixo-me e recebo um abraço da pequena, é tão reconfortante tê-la em meus braços, é como uma dose de esperanças, pego-a em meu colo e entramos no apartamento, Vanessa está sentada no sofá.
— Olá, Vanessa.
Olha para nós e sorri.
— Olá, Stella.
Seu olhar é cansado, seus lábios ressecados, sua cor é pálida, suas sobrancelhas são apenas uma marca de que algum dia ali existiu pelos, em sua cabeça há um lenço de seda colorida escondendo sua falta de cabelos. Vanessa está piorando, eu sei disso, ela sabe, nós não sabemos por quanto mais tempo ela irá conseguir lutar.
— Podemos ir? Eu tive um imprevisto e cheguei um pouco depois do que deveria, se não formos agora iremos nos atrasar.
Vanessa suspira e balança a cabeça.
— Ocorreu um problema na escola de Maria Eduarda, você pode ficar com ela? E eu vou sozinha para o hospital.
Nego com um gesto com a cabeça, após saber da sua doença, eu tenho a acompanhado nas consultas, exames e quimioterapias, Maria Eduarda ou fica com Pablo, ou vai para a escola, nós temos realizado a promessa de estar aqui por elas e eu irei continuar à cumprindo, Vanessa se tornou uma amiga e eu sei o quanto as sessões de quimioterapia tem sido difíceis, não a deixarei sozinha. Beijo o rosto de Madu.
— Vamos nós três para o hospital, eu tenho uma amiga na recepção que por coincidência tem o mesmo nome da sua mãe e irá amar ficar com você, o que acha?
Assente e sorri, por mais triste que esteja com a doença da mãe, Maria Eduarda não perdeu seu sorriso e o brilho no olhar. Vanessa concorda com a minha sugestão, as duas buscam suas bolsas, no caso Madu sua mochila com brinquedos, cadernos e canetas coloridas e deixamos o apartamento.
Ao sair e olhar para o lado encontro Pablo deixando seu apartamento, meu coração acelera, meu peito aperta, minha respiração falha, quero correr para seus braços e o beijar, assim como eu está usando óculos escuros, mas é possível sentir seu olhar sobre mim, nossa conexão vence qualquer barreira.
— Olá, Pablo.
Vira o rosto para Vanessa, sorri.
— Olá, Vanessa e olá, Stella.
Meu nome sai da sua boca sem emoção alguma, soa frio, não olha para mim, dói caralho, dói horrores. Aproxima-se de Maria Eduarda ficando de frente para ela e abaixa-se, os dois conversam em libras, ele a ama tanto quanto eu a amo.
— Eu posso levá-la para a escola?
Volta a olhar para Vanessa, ela explica a situação para ele, eu sou uma mera telespectadora no momento, minha vontade é correr para longe.
— Eu posso ficar com ela, posso levá-la comigo para empresa, posso Vanessa?
Vanessa assente, olha para a pequena.
— O que acha, Madu?
Ela sorri, seu olhar brilha de expectativa, verbaliza com gestos um "muito legal". Pablo fica em pé, entrelaça a mão de Maria Eduarda na sua e seguimos os cinco para o elevador. É sufocante estar no mesmo lugar que ele, dói, são segundos agoniantes, é aliviador chegar ao térreo, por sorte carro de Pablo está na garagem e o meu não, seria insuportável mais alguns segundos na sua presença, estar com ele é um lembrete do que eu perdi, um lembrete do que eu abri mão. Nós despedimos dos dois, mas eu sequer sei o que falei, talvez tenha sido "tchau, até logo", eu estou no piloto automático, saímos do elevador e respiro fundo.
— Você está bem, Stella?
Vanessa para ao meu lado, respondo sua pergunta balançando minha cabeça em um sinal negativo. Nada está bem, eu estou caindo, desmoronando e quebrando meu coração em milhões de pedaços e talvez, eu nunca mais consiga o consertar.
~❤~
Olá pessoas! Decidi respostar essa serie mesmo sem todos os livros estarem revisados. Então aqui vai alguns avisos:
1 - Essa série foi escrita há muito tempo então os primeiros livros estão mal escritos e com muitos erros.
2- Como estou reescrevendo a série e repostando conforme vou fazendo isso algumas coisinhas não irão bater, detalhes que pretendo mudar.
3-Siga-me no instagram, porque em breve tem novidades aqui no wattpad e eu irei lançar meu primeiro livro na Amazon em Julho, meu insta é @lanasilva.sm.
4 - link do grupo no whats (ou deixe seu número nos comentários).
Bjs e até mais ❤️
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