Esperança
As circunstâncias eram tão complicadas na atual situação, que se formou um eco de vazio e sombras na mente de Taehyung provocando um zumbido que excluía o som ao seu redor.
Ele se encarava no espelho do banheiro sem realmente ver qualquer coisa. Seus olhos eram irreconhecíveis e um pouco assombrados, pequenas veias vermelhas pareciam tentar correr em direção ao abismo dilatado de sua íris. Seu corpo doía tanto que algumas partes pareciam dormentes, ele tinha um corte feio no supercílio com uma linha grossa preta costurando sua pele. Seu lábio inferior estava cortado e inchado e honestamente quanto mais ele olhava para as lágrimas escorrendo sobre seu rosto menos elas pareciam fazer sentido.
A porta do banheiro foi escancarada e um extremamente confuso Park Jimin entrou o encarando em choque.
- Eu fui ao hospital, mas eles disseram que você pediu alta contra todas as possíveis recomendações que te prendessem lá. - Jimin estava mais questionando do que julgando, mas Taehyung conhecia aquele olhar direcionado à ele.
Jimin estava se culpando, colocando em suas costas o peso do mundo, como se fosse sua função e responsabilidade.
- Para de me olhar assim. - A voz do Taehyung saiu grossa, seca e rouca, mas ainda era firme e discernível.
- Como eu deveria te olhar, Tae?
Taehyung deu de ombros, repuxando os cortes feitos com cinta de couro nas suas costas. Um dos cortes foi tão profundo que o médico disse que tinha atingido o osso da sua costela flutuante, mas ele tava medicado o suficiente para não se preocupar com todos os pontos e enxertos que ele ganhou.
- De qualquer jeito, menos com pena.
- Tae, eu… - Jimin ia abraçá-lo, mas percebeu algumas manchas de sangue no tecido da camiseta nas costas do maior e mudou de ideia.
- Não foi sua culpa, nada disso é sua culpa.
Jimin mordeu o lábio inferior, fazendo um biquinho que demonstrava que ele não concordava com aquela declaração.
- Eu preciso falar com o Namjoon na sala. Você se importa em ficar mais um pouco sozinho?
Taehyung ia dizer que não, mas mudou de ideia e desencostou da pia enquanto negava com a cabeça.
- Se é sobre mim, eu devia participar.
Jimin fez aquele biquinho indignado mais uma vez, mas concordou o ajudando a andar até a sala do apartamento minúsculo deles.
- O que eu quero dizer é que se o Tae não tivesse o matado, você teria feito. Então qual o problema? - Seokjin perguntou como se não estivesse falando sobre assassinato a sangue frio.
- O problema Jin, pela milésima vez, é que já é o segundo membro da ordem que morre por causa do Taehyung e o conselho já mandou eliminar alguém por muito menos no passado.
- Não, Namjoon. O que você tá me dizendo é que de alguma forma você não pode fazer nada sobre isso e eu não consigo entender como isso é possível.
Namjoon enrugou a testa quase como uma espécie calma de indignação.
- Eu adoro o fato de que você pensa que eu sou onisciente Kim, mas não é assim que as coisas funcionam, eu sou um só. O que significa que eu tenho um voto no assunto.
- Isso é ridículo. - Seokjin respondeu parecendo decentemente indignado.
- Oi meu amor, não te vi aí. - Seokjin disse todo amoroso pegando Tae pelo braço e o ajudando a sentar numa poltrona perto da janela de vidro embaçado na sala.
Namjoon se mexeu desconfortável tentando não encarar Taehyung. Ele se sentia culpado e dessa vez a culpa estava direcionada pela pessoa certa, apesar dele não saber como exatamente aconteceu, a situação em que eles estavam agora nunca deveria ter acontecido.
- Tudo que eu estou dizendo é que Taehyung precisa comparecer à essa reunião, dependendo da decisão do conselho, caso não seja favorável… - Namjoon resmungou um pouco pensativo. - …eu dou um jeito. - ele terminou sem saber exatamente o que fazer.
- "Eu dou um jeito"? Isso é tudo o que tem pra dizer? - Jin perguntou indignado e a sala congelou.
Para o Jin aquele cara era seu namorado que lhe devia explicações, para o resto dos integrantes naquela sala, aquele cara era um dos caras mais perigosos de toda a Coreia e ninguém falava com ele assim.
Jungkook, que foi o último a chegar, tossiu um pouco sem graça antes de começar a falar.
- Olha, Jimin vai oficialmente tomar o lugar do seu pai na mesa, o que nos dá um voto a mais no assunto. Desde que os argumentos sejam bem vendidos para o resto do conselho, a chance de algo que não seja morte, provavelmente será mais fácil de conseguir.
- Algo que não seja morte? Vocês perderam a cabeça? Essa pobre criança foi atacada e agora tem que sentar e esperar que um bando de bandido descida algo que não seja a morte para ele? - Jin não pareceu notar que colocou o cara com quem ele vivia e dizia amar na categoria de bandido, mas não foi tão fácil de passar despercebido pelo resto dos presentes.
- E eu tenho um lugar em que mesa mesmo? - foi a vez de Jimin perguntar, já que ele foi instruído sobre suas funções na empresa que ele tinha acabado de herdar, mas aparentemente a reunião cansativa que ele tinha acabado de sair era relativa à parte legal do assunto.
- Essa conversa não tá indo a lugar nenhum e a reunião foi marcada para amanhã, não há nada que podemos fazer por agora. - Namjoon bufou irritado. - Talvez você devesse enteirar o Park sobre sua nova função no conselho Jeon.
Jungkook concordou pensativo enquanto encarava Taehyung de forma analítica e curiosa.
- O que você acha? - Jungkook perguntou para Taehyung quando o mesmo levantou a cabeça ao notar que estava sendo questionado.
- Eu não me importo. - ele respondeu rouco.
Todos na sala congelaram uma vez, já que aquela frase provocou certo arrepio em todos ali.
Não aconteceu muito depois disso. Taehyung estava dopado, mas não dormia e a discussão continuou pelo resto da noite até o começo da manhã, onde todos pareciam cansados e forçados a engolir litros de café para encarar um conselho anônimo e misterioso em um lugar no centro onde ninguém queria realmente estar.
Taehyung mancava levemente e suas costas ardiam, mas realmente não conseguia se importar muito quando foi chamado para dentro de uma sala de reuniões onde uma mesa em formato oval estava disposta e ao redor praticamente todas as paredes eram de vidro temperado, dando para ver toda a Seul de cima. Para um grupo que alegava ser secreto eles não pareciam se preocupar muito com anonimidade.
- Essa reunião está se tornando cansativa e não parece que vamos chegar a lugar nenhum. Talvez o Sr. Kim Taehyung possa sanar algumas de nossas dúvidas. - Um homem idoso de aparência cruel disse enquanto todos se calaram para ouvir.
Tae sentou com dificuldade na cadeira simples de madeira no meio do salão e concordou com a cabeça enquanto encarava o homem que parecia reger a reunião.
- Sr. Kim, pode nos dizer o porquê você recorreu a ações tão drásticas naquele quarto de hotel?
Taehyung riu seco e suspirou com a dor que a risada causou no seu tórax dolorido.
- Era eu ou ele. O que mais quer que eu diga?
Alguns suspiros de choque foram ouvidos pelo salão, parecendo causar um eco horripilante no coração do Tae.
- Você matou um membro da nossa organização, isso geralmente significa sentença de morte. O único motivo de estarmos discutindo isso hoje é porque o Sr. Kim Namjoon já fez muito por nós no passado e devemos um favor, mas isso é tudo o que isso significa.
Taehyung concordou com a cabeça lambendo os lábios ressecados no processo.
- Eu não tenho nada a dizer em minha defesa. Ele ia me matar e eu não permiti.
- Taehyung você poderia nos mostrar seus machucados para provar a eles sobre o que estamos falando? - Namjoon perguntou tentando não demonstrar seu desespero na voz.
Tae deu de ombros e levantou, desabotoando com dificuldade os botões da camisa social preta que vestia.
Ele não parecia tão mal tirando os roxos no peito, mas quando ele se virou os sussurros de indignação se tornou ensurdecedor, fazendo-o acreditar que talvez a situação fosse ainda pior do que ele imaginava. Tae não conseguiu olhar suas costas no espelho com medo do que veria, no começo foi por puro instinto, agora ele sabia porque.
- Ok. Pode se vestir agora. - O ancião disse parecendo irritado.
O velho Kyun era o que mais tinha conexões com a polícia local de Seul, se ele não levasse o culpado da morte do capitão de polícia mais influente da cidade, ele tinha muito a perder. Mas ficava difícil vencer um argumento após aquela demonstração tão cruel das ações idiotas do policial em questão.
- Isso não significa muito, você poderia muito bem ter chamado o segurança responsável pelo seu turno ou gritado por ajuda ao invés disso você simplesmente o matou a sangue frio. Tem certeza que não tem mais nessa história? Afinal, não é a primeira vez que um membro da nossa organização cai em suas mãos e não sai vivo para contar o lado deles da história e agora temos dois assentos vazio à mesa.
Taehyung não respondeu, tentando mais uma vez sentar com cuidado na cadeira que lhe foi fornecida.
Todos encararam Taehyung com uma leve desconfiança, fazendo Namjoon quase rachar os dentes em frustração.
- Talvez possamos resolver essa situação com a ajuda do próprio Kim Taehyung. - Jimin falou pela primeira vez fazendo Jungkook se contorcer na sua própria cadeira.
- Sr. Park. Não é muito cedo para o senhor ter algo a dizer? Tem o que, 24 horas que herdou seu lugar na mesa?
- Desde que o lugar seja meu, por que eu não teria espaço para minha voz?
Namjoon suspirou baixo e o incentivou com um aceno de mão.
- Você tem espaço aqui. O que tem em mente Jimin. - Namjoon disse com sua confiança e calma que não deixava espaço para Kyun contradizer.
- Bem. Eu ouvi dizer que essa organização tenta há anos trazer Jung Hoseok e Min Yoongi para essa mesa e aconteceu de termos dois lugares vagos.
- O que isso tem haver com o assunto? O Sr. Jung já deixou bem claro que não quer nada conosco. - Kai, um dos membros disse levemente irritado com o assunto, afinal foi ele quem tentou por tantos anos trazer a família de Juízes mais influentes da Coreia do Sul e falhou miseravelmente todas as vezes.
Taehyung se mexeu desconfortável, odiando o rumo daquela conversa.
- Acontece que não há pessoa no mundo em que Jung Hoseok escuta além do Min Yoongi e aquele cara simplesmente odeia essa organização por vários motivos. - Jungkook disse na tentativa de fazer com que Jimin parasse com aquela conversa que não parecia exatamente uma solução.
Porque o garoto não falou com ele antes de abrir a boca sobre o assunto?
- Na verdade, agora existe tal pessoa no mundo.
Todos olharam com curiosidade para o garoto sem expressão na sua frente.
- Essa criança tem algum poder sobre aqueles dois? - Kyun perguntou tanto cético quanto curioso.
- Não há nada que Hoseok e Yoongi não façam por Kim Taehyung. Isso eu posso dizer com certeza. - Jimin disse mais confiante do que realmente sentia.
Ele na verdade estava dizendo tudo aquilo por puro instinto e aquela era realmente a única solução em que ele conseguiu pensar durante a madrugada.
Taehyung definitivamente o odiaria até morte por aquilo, mas pelo menos continuaria vivo para odiá-lo e essa era a parte em que ele escolheu focar.
- Isso não parece crível.- Kyun disse irritado.
- Eu sou novo na organização, o mínimo que vocês me devem é o benefício da dúvida, não?!
Todos ficaram em silêncio, levemente impressionados com a audácia do pequeno novo membro daquele grupo disfuncional, até Kyun ser obrigado a abrir a boca mais uma vez.
- Muito bem. Se o Sr. Kim conseguir trazer o Sr. Jung e seu companheiro para mesa, sua vida será poupada com apenas um aviso de que não terá uma terceira vez, não importa os motivos ou desculpas. - Kyun disse a última parte deixando a entender que não concordava com nada daquilo, mas obviamente não poderia negar que seria impossível convencer o resto do grupo a deixar passar uma chance de ter Jung Hoseok do lado deles.
Taehyung não disse nada, principalmente porque queria negar a todo tempo, mas não podia porque ele também não queria morrer. Ele não queria nada daquilo.
A reunião continuou sem ele, mas Jimin pediu licença e simplesmente saiu atrás de Taehyung deixando todos naquela sala embasbacados com a audácia do garoto, eles achavam antes que teria mais um membro inseguro e fácil de manipular, mas aquele não parecia mais o caso.
- Tae, eu sinto muito mesmo, não consegui achar nenhuma outra solução. Eu sei que tudo isso foi por minha culpa, mas eu nunca mais vou te deixar na mão. Eu comprei a minha e a sua Liberdade do Namjoon, nós somos livres agora e eu vou pagar tudo o que você precisar até as coisas se acertarem. Você não precisa mais fazer aquelas coisas, nem por mim ou por sua avó, por mais ninguém.
Taehyung virou parando Jimin e sua tagarelice no meio do corredor.
- O que você achou que aconteceria com a minha vida quando sugeriu que eu pedisse ajuda para o Hoseok?
- O que quer dizer? - Jimin perguntou com a voz rouca e com vontade de chorar.
- Você não conhece aqueles dois como eu conheço. Você não faz ideia do que Hoseok é capaz para manter Yoongi feliz. Eles vão ser meus novos donos assim que eu pisar na entrada daquela mansão. Você não me salvou Jimin, você só me fez trocar de dono. - Taehyung bufou irritado enquanto tentou andar o mais rápido em que sua dor lhe permitia. - Sem contar que Namjoon é obcecado por mim, com Jin ou sem Jin, ele nunca vai me deixar ir. Isso obviamente vai dar merda e eu vou estar bem no meio dessa tempestade quando tudo finalmente desandar mais uma vez e sabe lá Deus se da próxima vez eu terei a mesma sorte de sobreviver só com cicatrizes de novo.
Jimin correu atrás exasperado, sem saber exatamente o que pensar sobre aquilo.
- Eu tenho bastante dinheiro agora, podemos fugir ou sei lá.- ele tentou em desamparo.
- Ninguém foge de Kim Namjoon, Jimin. É impressionante o quão inocente você parece ser por não saber disso.
Namjoon era assim tão mal? O que o ex chefe fez para que Taehyung pensasse tão mal dele. O garoto quase tremia toda vez que recitava o nome do mais velho.
- Espera. Tae para onde você está indo?
- Preciso falar com Hoseok. Você pode ir comigo? - Taehyung se virou com súplicas em seus olhos desesperançosos.
Ele só queria que aquilo acabasse logo. Para ser bem sincero ele não se importava muito com a resposta de Hoseok para seu pedido. Sim! Ele queria viver, mas isso era só seu instinto falando, a parte em que não se importava em viver ou morrer era mais prática e bem mais gritante em sua mente, agora que ele sabia o custo para se manter vivo.
Jimin arregalou os olhos, assustado com a mudança de aspereza para desespero de Taehyung em apenas alguns segundos, mas concordou com a cabeça o mais rápido possível antes que perdesse uma oportunidade de ajudar seu amigo com o que fosse preciso.
…
Yoongi não entendeu muito bem o que Taehyung estava fazendo na mansão quando autorizou sua entrada na portaria. Ele prometeu que se afastaria do maior e não fez nada para trazê-lo de volta, apesar de seu coração bater feito um condenado no peito, ele tentou não pirar completamente antes de saber exatamente o que estava acontecendo.
- Você autorizou uma entrada? - Hoseok perguntou ao voltar da academia no subsolo com o celular nas mãos com o aviso de solicitação de entrada autorizada na casa.
- É o Taehyung, Hobi.
- O que? Isso é sério?
Yoongi tentou impedir de sorrir largo, mas foi quase impossível enquanto seu corpo arrepiava em expectativa.
- Você acha que ele voltou pra nós? - Yoongi não conseguiu deixar de perguntar.
- Honestamente, acho pouco provável - Hoseok ia continuar com seus argumentos, mas a campainha tocou e os dois imediatamente correram para atender pela primeira vez uma visita na porta.
- Taehyung, que visita agradável... - Yoongi ia continuar suas boas vindas, mas seu sorriso foi diminuindo à medida em que notava a expressão de Taehyung e a presença de uma segunda pessoa ao lado dele.
- Olá, Jimin. - Hoseok disse com educação polida. - Entrem.
Yoongi olhou mais uma vez Jimin da cabeça aos pés, odiando por ele ser fodidamente lindo e morar com seu Taehyung, mas tentou seu melhor para não estragar tudo com seu ciúmes descabido.
Tae entrou com todo cuidado do mundo, tentando disfarçar sua dor o melhor possível, falhando miseravelmente.
Hoseok apertou os punhos ao lado do corpo enquanto encaminhava a visita para o salão principal e lhes oferecia algo para beber.
- A que devo a honra, V? - Yoongi perguntou causando arrepios no mais novo.
Jimin acariciou o antebraço do Tae, o ajudando a sentar no sofá.
- O que aconteceu com você? - Hoseok perguntou desconfortável pelas mãos de Jimin alisando o Tae descaradamente.
- Ele foi agredido gravemente, não quis ficar no hospital pelo tempo necessário, então está sem os remédios adequados para dor e…
- Jimin. - Taehyung o interrompeu com sua voz grave e rouca que arrepiou toda a nuca dos dois na sua frente.
- Quem fez isso com você? Quão machucado você está?
- Devemos chamar um médico? - Yoongi perguntou desesperado, completando o resto das perguntas de Hoseok.
- Obrigado, Hyung. Estou bem.
Yoongi encarou Hoseok com preocupação.
- Quem fez isso com você, Taehyung? - Agora não havia margem para evasivas na voz de Hoseok e isso causou arrepios até em Jimin, fazendo ele duvidar pela primeira vez do seu plano.
Aquele Hoseok era assustador quando ficava bravo.
- Não se preocupe com isso. Ele está morto - Jimin argumentou mexendo suas mãozinhas em negação.
- Eu o matei. - Taehyung disse firme encarando Hoseok.
- Era um cliente meu. Ele me machucou no passado ao ponto de Taehyung ter que intervir e dar um choque nas bolas do cara, até ele me deixar em paz. Por alguma razão ele conseguiu um encontro com V para se vingar. Ele é, era, capitão de um dos principais distritos de Seul e a polícia está interessada em vingança agora.
Hoseok concordou irritado com todas aquelas palavras vindas de Jimin.
- Não se preocupem com isso, eu posso cuidar da policia. É por isso que você veio até aqui? - Hoseok não queria soar grosso, mas foi exatamente como soou.
Taehyung tremeu levemente e negou com a cabeça.
- O infeliz era membro da associação em que Namjoon faz parte. Eles querem que eu morra para pagar a dívida por ter matado um dos membros da associação.
Hoseok sentiu o corpo inteiro vacilar, porque ele sabia exatamente de que grupo Taehyung estava falando e aqueles caras não eram brincadeira.
Não existia lugar na Terra em que ele pudesse esconder Taehyung para salvá-lo, mas ele com certeza iria tentar.
- Vou mandar preparar o jato e vou te levar o mais longe que puder daqui. Não se preocupe Tae, se depender de mim, nada vai acontecer com você.
- Espera um minuto. Você matou uma pessoa? - Yoongi resmungou incrivelmente atrasado no assunto.
Todos encaram ele com interrogação nos olhos.
Jimin queria rir, apesar de tão assustador quanto Hoseok, Yoongi parecia bem fofo e perdido naquele momento.
- Há um outro jeito de me manter vivo. - Taehyung disse incomodado. Ele odiava ter que pedir favor, ainda mais para aqueles dois, que simplesmente o chutaram quando as coisas ficaram complicadas.
Bom! Não era exatamente isso que aconteceu, mas foi assim que ele sentiu. Afinal, ninguém pediu para ele voltar quando resolveu sair correndo daqueles dois. Não que ele quisesse, ainda assim.
- O que é Tae? Fale e será seu. - Yoongi perguntou preocupado, querendo resolver aquilo urgentemente, apesar de ainda descrente sobre Taehyung ser capaz de matar alguém.
Quando? Como?
- Se vocês tomarem o assento que o Tae forçadamente desocupou, ele estará livre da dívida de morte. - Jimin falou parecendo a coisa mais simples do mundo.
Os dois ficaram em silêncio por um minuto inteiro, até Hoseok abrir um leve sorriso maligno que fez Jimin precisar se segurar no sofá para não sair correndo dali.
- Terá um preço. - Hoseok disse frio e calculista como sempre.
- Hobi. - Yoongi o alertou baixo e preocupado.
- Nós aceitamos o convite, mas nenhum de nós queremos isso para nós ou para nossa família. Esse compromisso é vitalício, não tem volta, não tem como largar ou impedir que nossos filhos ocupem nossos assentos. Se você quer esse tipo de coisa de nós, tem que estar preparado pelas consequências de pedi-lo.
Jimin finalmente entendeu todas as ressalvas de Taehyung sobre aqueles dois, apesar de agora já ser tarde demais para voltar atrás.
Taehyung suspirou desanimado, já sabendo que seria assim que terminariam as coisas. Ninguém nunca o ajudou sem querer algo de volta antes. Por que agora seria diferente?
- O que eu preciso fazer ?
- Morar com a gente.
- O que? - Jimin e Taehyung exclamaram ao mesmo tempo.
- E eu não estou falando de um apartamento para você ir e vir quando quiser. Estou dizendo aqui na mansão. - Hoseok disse firme.
- Você não precisa ter nada conosco. Nós não vamos encostar em você a não ser que nos peça.-Yoongi bravamente acrescentou fazendo Hoseok se corroer por dentro, mas não discordou.
- Sem encostar em mim? - Taehyung perguntou esperançoso, o que fez Hoseok se sentir levemente revoltado.
Seu toque era tão ruim assim?
- Sua única obrigação será nos deixar cuidar de você em todos os aspectos da sua vida e nada mais. Você poderá se envolver com quem quiser, ir e vir quando quiser e não precisa nem falar conosco. Desde que viva aqui. - Yoongi acrescentou fazendo Hoseok quase berrar no ouvido do seu companheiro.
Se olhar matasse, o dele já teria levado todos naquela sala.
Mas ainda assim Hoseok não argumentou.
Taehyung encarou Jimin, que deu de ombros sem saber o que pensar.
Numa coisa Tae tinha razão, ele realmente parecia ter adquirido novos donos com aquele acordo.
- Aceito. - Taehyung disse desanimado, afinal o que mais ele poderia fazer?! Não é como se ele quisesse morrer, então teria que lutar para se salvar.
Apesar da complicação que ele sabia que aqueles dois seriam em sua vida.
- Ótimo, fiquem confortáveis que eu vou redigir o acordo.
- Lógico que vai. - Taehyung resmungou baixinho, fazendo Jimin ao seu lado rir de nervoso.
Tae estava salvo finalmente, mas a que custo?
- Como você matou um oficial treinado? - Yoongi perguntou sem conseguir se conter, ainda parecia algo irreal em sua mente.
- Eu o peguei de calças abaixadas. - Taehyung resmungou mal humorado.
- Você quer dizer desprevenido? - Yoongi fez um "O" com sua boca delicada, realmente curioso.
- Não. Quero dizer literalmente com as calças abaixadas. Ele ia me matar, mas não imaginava que eu teria forças para revidar, o que provou ser seu maior erro. - Taehyung olhou significativamente para o Yoongi, que por sua vez, não conseguiu deixar de estremecer com o tom de aviso na voz do maior.
Apesar de ter certeza que Taehyung jamais o machucaria, o quanto ele realmente conhecia V? Até porque em sua cabeça, aquele garoto era incapaz de ferir se quer uma formiga. O que provou ser um pensamento extremamente errôneo de sua parte.
…
2 meses depois.
Jimin suspirou significativamente enquanto jogava as chaves do carro na mesa da entrada do seu novo apartamento e praticamente se jogou no sofá da sala nova.
Ele estava oficialmente morando no mesmo prédio do Namjoon agora e tinha acabado de trocar seu curso de dança para o de relações internacionais, era isso ou ele morreria nas reuniões dos acionistas naquela maldita empresa que seu pai havia lhe deixado a contragosto. Jimin meio que sorriu pensando que seu pai provavelmente estaria se revirando no túmulo agora com aquela virada impressionante de eventos.
Ele resmungou alguns palavrões quando seu celular começou a tocar. Sua mãe odiosa ficava jogando seu irmão mais novo como moeda de troca para Jimin, exigindo mais dinheiro o tempo todo. Não é atoa que seu pai foi à falência mais de uma vez durante sua existência. Aquela mulher era uma sugadora de dinheiro desequilibrada.
Jimin deixou a mansão que agora era dele para sua mãe e seu irmão, ele odiava de todo o coração aquele lugar e não conseguia tirar uma sequer memória feliz dali. Também mandava a pensão por direito para os dois todo mês. O que mais aquela mulher queria? Seu sangue e ossos?
Jimin olhou desanimado para o celular, mas consertou a postura assim que viu quem era do outro lado da linha.
- Sr. Jeon?! - Jimin parecia desesperado e ansioso no seu tom inseguro de chamar o maior, o que causou uma risada baixa e nasalada do moreno.
- Jimin, você me ligou? - Jungkook parecia levemente curioso, mas não realmente.
Jimin torceu os dedos dos pés de nervoso e aquela excitação irritante toda vez que ouvia aquela voz grave e quase sussurrada vibrando no seu ouvido.
Ele ligou umas dez vezes pelo menos só naquela semana e Jungkook simplesmente o ignorou, o que era um tanto irritante. No entanto, uma coisa que a vida de garoto de programa lhe ensinou, era que um jogo que se joga um, poderia muito bem ser jogado por dois.
- Desculpa te incomodar tanto, mas eu não sabia exatamente o que fazer. - Jimin usou um som tremido no final da voz de propósito, causando um silêncio prolongado do outro lado da linha.
- Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
Jimin sorriu maliciosamente para o teto branco da sala enquanto se jogava no sofá e gaguejava um pouquinho.
- O lado legal da empresa é significativamente simples de lidar, já que tem profissional especialista contratado para analisar tudo e eu não preciso fazer exatamente muita coisa, no entanto a parte ilegal da coisa, eu simplesmente… - Jimin suspirou, parecendo um pouco desesperado, e essa parte nem era atuação. Ele estava consideravelmente assustado depois de ver a extensão do currículo criminal da sua família. Não é atoa que ele odiava a mansão dos Park, aquele lugar foi construído literalmente com sangue de pessoas inocentes e desafortunadas.
- Esse problema não devia te afetar tanto, já que peguei a maior parte dos negócios do seu pai quando o salvei da falência.
Jimin tremeu ligeiramente com o tom relaxado de Jungkook. Ele praticamente torceu o celular nas mãos suadas, respirando de maneira audível e preocupante.
- Aparentemente não foi o suficiente. - Jimin sussurrou lembrando da ligação horripilante que ele recebeu de alguém o ameaçando pela manhã.
- O que aconteceu?
- Eu realmente não quero falar isso por telefone. Podemos nos encontrar?
Jimin não queria realmente recorrer ao Jungkook. A visão do olhar cruel que Jung Hoseok tinha ao fazer Taehyng assinar um contrato louco há dois meses, lhe entregando praticamente sua vida nas mãos daquele dois lhe deu uma visão completamente diferente do mundo. Um mundo onde Jungkook reinava muito bem. No entanto, o que mais ele podia fazer? Ele estava correndo risco de vida com certeza e Namjoon parecia assustar Taehyung ao ponto de assustá-lo junto. Jungkook já tinha boa parte das ações da empresa do seu pai, ele provavelmente saberia muito bem o que fazer.
- Estou indo aí. Me espera. - Uma voz de comando saiu de repente do outro lado da linha, fazendo Jimin se arrepiar todo.
- Ok! Ah, espera eu me mudei.
- Eu sei.
- Você sabe?!
Jungkook riu nasalado mais uma vez.
- Eu sei tudo sobre você, Jimin.
Jimin franziu a testa meio irritado, mas não disse mais nada até finalmente desligar o celular com as mãos trêmulas e suadas e a respiração rarefeita.
Se só a voz do Jungkook poderia provocar aquilo nele, ele não queria nem saber o que a presença dele faria dessa vez.
Ele correu para arrumar tudo na casa enquanto parecia impecável depois do longo e muito bem merecido banho na sua nova banheira, mas ainda assim aquela ansiedade estava deixando todos os pelos do corpo arrepiados e os músculos rígidos.
Jimin não via Jungkook há 2 meses e ele não tem vergonha de admitir que o estava evitando. O fato de que Jungkook não correu atrás dele dessa vez não passou despercebido pelo menor, mas saber que ele se mantinha informado sobre sua vida o deixava inquieto. Talvez Jungkook estivesse se mantendo informado sobre o sócio majoritário da empresa onde ambos tinham muito a perder se algo saísse do controle, mas ainda assim. Jimin não conseguia deixar de sentir aquele frio na barriga pelo fato de que Jungkook poderia até fingir não estar interessado mais, depois que ele parou com os programas, ainda assim não tirava os olhos dele.
O agora loiro sorriu largo, fazendo seus olhos virarem duas riscas fofas no rosto delicado, até pular desesperado do sofá com o som alto da campainha nova.
Ele quase tropeçou quando correu até a entrada do apartamento, fazendo sua respiração parecer falha quando abriu a porta.
- Achei que a portaria avisaria antes sobre sua chegada.
Jungkook levantou uma das sobrancelhas descendo o olhar aos pés de Jimin e subindo numa avaliação detalhada e perturbadora que causou uma fisgada na virilha do menor.
- Você quer entrar? - Jimin suspirou baixinho para não gaguejar, o que não passou despercebido aos olhos de Jungkook.
- O seu novo apartamento combina com você. - Jungkook disse baixo avaliando cada detalhe da sala de estar quando parou no meio dela.
- Foi a primeira coisa que eu comprei quando recebi a herança, o antigo apartamento me trazem péssimas memórias. - Jimin resmungou indo ate a cozinha para abrir o vinho que estava em cima da bancada.
Jungkook aceitou a taça de vinho apontado na sua direção e sentou de maneira relaxada no sofá da sala.
Suas roupas eram folgadas e com escalas de cinza, a mão que segurava a taça de vinho era quase inteira tatuada, com tatuagens aleatórias subindo por todo o braço e seu cabelo longo estava meio preso num coque folgado que fazia Jimin praticamente salivar no meio da sala sem saber muito bem o que fazer com aquele homem na sua casa.
Como alguém poderia mudar tanto? Da última vez que Jimin viu o Sr. Jeon, ele parecia todo profissional, quase careta e fechado.
Esse cara na sua frente era sexy ao extremo e completamente relaxado com sua personalidade exalando por seus poros.
- Você vai ficar aí encarando ou podemos sentar e conversar? - Jungkook perguntou com um leve sorriso de canto quase completamente disfarçado pela taça de cristal encostada nos seus lábios incrivelmente vermelhos e atraentes aos olhos do menor.
Jimin suspirou audivelmente por seus pensamentos pecaminosos e sentou na poltrona de frente para o Jeon.
- Desculpa, não nos vemos há algum tempo e você parece completamente outra pessoa.
Jungkook levantou uma sobrancelha deixando seu piercing em evidência enquanto se impressionava com a honestidade do seu pequeno.
- Eu tenho que admitir que fui o "filhinho do papai" até pouco tempo atrás, quando decidi seguir meu próprio caminho. Acho que acabei expressando parte dos meus gostos na minha aparência mais do que nas minhas atitudes. - Jungkook decidiu ser tão honesto quanto.
- Você está ainda mais incrível do que quando te conheci, então acho que a separação te fez bem. - Jimin estava obviamente falando sobre a família de Jungkook, mas não foi o que o maior entendeu daquela frase.
Os dois se encararam por um bom tempo. Jimin não era do tipo que abaixava a cabeça e Jungkook estava francamente puto porque Jimin só entrou em contato para pedir ajuda, nenhum dos dois desviou o olhar.
O pequeno finalmente suspirou alto mais uma vez, tomou meia taça de vinho, decidindo apelar para coragem líquida.
- Eu recebi algumas ligações de ameaça sobre o cancelamento de uma transação ilegal que eu ignorei no último mês, mas ultimamente as coisas estão ficando complicadas. Eu fui seguido semana passada, mas eu estava com o Tae no carro e ele não sai sem escolta ao redor então os seguranças dele perceberam e conseguiram evitar maiores problemas, mas aquilo me assustou pra diabo e agora eu mal saio do apartamento e honestamente não sei muito bem o que fazer, já que não posso ir para o meu assessor jurídico e perguntar onde ele coloca a pasta de orçamentos ilegais da empresa, então pensei em você e eu sei que isso pode ser meio estranho, já que não temos nada um com o outro e tal, mas não vi outra saída.
Jungkook parecia prestes a torcer a taça em suas mãos, o que o fez se inclinar e colocar a taça delicada no porta copos na mesa de centro à sua frente, dando todo o tempo do mundo para Jimin se sentir desconfortável com todo aquele silêncio.
- Você sentiu minha falta? - Jungkook perguntou com a voz baixa e extremamente séria.
Jimin tremeu levemente, decidindo se desfazer de sua taça também.
- Eu não sinto falta de muita coisa sobre meu passado Sr. Jeon. - Jimin tentou, mas a voz ainda saiu tremida no final.
- Achei que você gostava de fazer programa, se divertia com sexo sem compromisso, não tinha nada haver com o dinheiro. Essas são suas palavras, certo?!
Jimin deu de ombros.
- Essas palavras foram um pouco ingênuas da minha parte. Depois do que eu fiz o Tae sofrer, nunca mais. - Jimin foi firme dessa vez e tentou deixar a dica o mais claro possível.
Depois de ver como Hoseok tratou Taehyung, da última vez que o mais novo precisou de ajuda, sua visão de mundo mudou um pouco.
Jungkook sentou rígido, tentando não sentir ciúmes do melhor amigo de Jimin, ele sabia que não era assim entre eles, mas seu coração parecia apertar com a ideia de qualquer forma. O que era ridículo e ele sabia.
- O seu amigo está melhor ?
Jimin encarou Jungkook por um tempo, parecendo ainda mais sério e lúcido com a pergunta.
- Não sei te responder. Ele diz estar, mas eu o conheço melhor que isso.
Jungkook concordou com a cabeça e bateu no sofá ao seu lado, pedindo para Jimin se aproximar com seu olhar hipnotizante.
Jimin nem pensou sobre o assunto, ele simplesmente foi e se sentou ao lado do maior.
E porra, aquele homem cheirava tão bem.
- Jimin, o que exatamente você está pedindo de mim? - Jungkook perguntou com a voz rouca, virou na direção do menor e se inclinou levemente encarando seus lábios carnudos e chamativos.
- Eu… - Jimin engoliu em seco tentando olhar Jungkook nos olhos sem distrair com aquele rosto perfeito e olhar de tirar o fôlego. - Eu sei como as coisas funcionam nesse mundo em que estou recentemente pisando, sei que nada é de graça e que terei que fazer algo em troca, mas eu não tenho outra saída. Se eu escolher confiar em outra pessoa posso me prejudicar ainda mais, agora eu sei que não te conheço assim tão bem, mas por algum motivo eu confio em você e sei que você não vai me machucar se eu te pedir ajuda.
Jungkook se afastou um pouco, seu olhar desceu para a artéria saltada no pescoço de Jimin, dava para ver os batimentos do coração nas veias do menor e ele parecia aterrorizado, o que deixou o maior extremamente descontente.
O que exatamente essa pequena criatura pensa dele?
- Eu estou disposto a fazer um acordo. - Jimin disse apressado, como se sentisse a insegurança no olhar de Jungkook.
- Um acordo? - Jeon levantou mais uma vez a sobrancelha, interessado naquela forma de pensamento.
Aquilo era provavelmente influência do casal do Taehyung, disso ele estava quase certo.
Jimin umedeceu os lábios com uma aparência ansiosa que levou Jungkook nas alturas. A esse ponto ele diria sim a praticamente qualquer coisa que o menor pedisse.
Aquele garoto era uma perdição completa.
- Sim, acordo. Você me ajuda em troca do que quer que você queira de mim. - Jimin juntou os pés delicados um no outro, extremamente inseguro e até um pouco amedrontado com Jungkook.
O Jeon encheu o peito de ar e soltou muito lentamente, tentando não atacar aquele anjinho entregue de bandeja na sua frente.
Porra!
Ele se ajeitou no sofá tentando segurar uma semi ereção nada desejada entre as pernas e encarou Jimin com seus olhos feito duas estrelas brilhantes em meio a escuridão.
Porra! Porra! Porra!
- Vou te ajudar com todas as ações ilegais da empresa Park e você aceita namorar comigo.
- O que?
Sim, era egoísta e completamente inapropriado o que ele estava fazendo, mas ele não sabia como pensar na frente de Jimin, então não havia muito o que fazer em tal circunstância.
- Você tem alguma dúvida Jimin?
- Você quer meu corpo em troca? - Jimin juntou as sobrancelhas pensativo.
- Tem algo que você pode me dar que eu queira mais do que você?
Jimin sentiu o coração pesado.
Jungkook era podre de rico e tinha tudo o que queria, quando e onde queria. O que ele tinha para oferecer além do seu corpo?!
Aquilo era óbvio demais, mas ainda assim doía um pouco.
Jungkook pareceu perceber algo no olhar inseguro de Jimin.
- Eu não quero só seu corpo Jimin. Dessa vez vai ser um pouco mais complicado, porque eu quero você por completo. - ele resolveu deixar claro.
Jimin suspirou um pouco sem saber o que responder. Sexo era tudo que ele sabia sobre relacionamento.
- Eu não tenho experiência em namorar.
- Eu não me importo. - Jungkook parecia um pouco grosso e impaciente.
Ele realmente estava acostumado a ter tudo que queria.
Jimin mordeu o lábio inferior, pensando sobre o assunto, como se não tivesse calculado as intenções de Jungkook antes mesmo dele entrar por aquela porta.
- 1 ano.
- O que? - Foi a vez de Jungkook parecer surpreso.
Garoto esperto! Bom pra você.
- Você tem um ano de mim e eu tenho sua ajuda durante esse tempo. Não quero que faça por mim, quero que me ensine a fazer.
Jungkook se torceu no sofá mais uma vez.
Qualquer coisa parecia sexy na boca de Jimin quando ele fazia aquele olhar inocente e cheio de expectativa pra ele.
Jungkook não era idiota, ele sabia exatamente o jogo que Jimin estava jogando, mas ainda assim ele não podia resistir.
- 1 ano e eu quero tudo de você, sem reservas.
Jimin encarou os lábios de Jungkook, ele também não era imune ao poder que Jungkook exalava por todo o corpo.
- Feito. - Jimin mal terminou de falar e foi jogado no sofá por Jungkook que puxou o menor pelas pernas e encaixou sua ereção na virilha de Jimin puxando e apertando com força a bunda do menor enquanto ouvia seu pequeno soltar um gritinho de surpresa e gemer logo em seguida.
Ele veio sem muita esperança para o apartamento de Jimin, mas no final acabou ganhando mais do que o previsto. Agora tudo que ele tinha que fazer era usar esse um ano para conquistar Jimin e sim, ele estava disposto a fazer qualquer coisa a esse ponto.
Jungkook viveu um inferno nos últimos dois meses sem Jimin por perto, ele se afastou completamente achando que a distância iria resolver seu problema e até ignorou as ligações do menor, apesar de quase perder o controle a cada chamada recebida e ignorada. Ele passava horas olhando a tela do celular com o nome de Jimin grudada nela, ele parou de comer na hora certa e perdeu completamente o controle da própria vida pela primeira vez em toda sua existência. A presença de Jungkook naquele apartamento era ele desistindo de resistir àquela tentação ambulante chamada Park Jimin.
Sim! Ele estava perdidamente, irrevogavelmente apaixonado por Jimin e agora ele tinha exatamente o que era preciso para tentar conquistar o menor só para ele.
Era um jogo sujo e um pouco vergonhoso, mas ele estava ok com isso.
Jimin seria só dele, não importa o que.
Jungkook segurou Jimin pelo pescoço, puxando seu cabelo para aproximá-lo de sua boca sedenta daquele gosto inesquecível. Jimin gemeu mais uma vez, cruzando suas pernas nas costas do maior.
- Você tem o gosto mais incrível do mundo. - Jungkook resmungou entre o beijo deixando Jimin surpreso com aquela atitude um tanto quanto inesperada do maior.
- Eu tenho gosto de que? - Jimin sussurrou divertido.
- Esperança. - Jungkook sussurrou de volta um pouco surpreso com ele mesmo.
Jimin endureceu um pouco o corpo, mas relaxou logo em seguida, aprofundando o beijo um tanto quanto significativo dessa vez.
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