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41. Aquele com o Halloween

Ontem eu chorei
Você deve ter se sentido aliviado por ver o meu lado mais suave
Entendo sua confusão, não invejo você
Sou um pouquinho de cada coisa, tudo dentro de uma
Sou uma vadia, sou uma amante
Sou uma criança, sou uma mãe
Sou uma pecadora, sou uma santa [...]
Sou seu inferno, sou seu sonho
Não sou meio termo...

(Bitch - Meredith Brooks)

— Está melhor agora?  –Edward perguntou com um semblante de preocupação, enquanto me olhava cuidadosamente.


Apertei a toalha estendida sobre o meu corpo, então funguei, me limitando a apenas acenar com a cabeça.

Gentilmente, ele tirou a xícara de chá vazia das minhas mãos e a colocou em cima da mesa de centro, então me encarou novamente, aquilo devia ser novo para ele, já que nem quando namorávamos Ed chegou à me ver tão... vulnerável.

Depois que ele me tirou da chuva, me trouxe de volta para casa. E quando Marla viu o nosso estado, principalmente o meu, é claro, meio que surtou e logo preparou um chá, temendo que eu ficasse resfriada.

Um resfriado seria o menor dos meus problemas...

— Você sabe que ele foi um babaca, não é?  –Edward chamou a minha atenção.

Não.

Se o que ele estava tentando fazer era me consolar, eu acho que não estava dando muito certo, tendo em vista que, Edward não acompanhou de perto, logo, qualquer opinião que ele tivesse sobre Stuart, era automaticamente invalidada.

— Eu fui bem mais.  –Dei de ombros, soltando uma risada sem humor.  — Você também foi, e nem por isso eu estou jogando isso na sua cara.

Edward baixou a cabeça, parecendo sentir cada uma das minhas palavras.
E eu era uma grande vadia ingrata. Droga! Mesmo com as suas falhas no passado, ele estava tentando me ajudar, enquanto eu tentava jogar todas as minhas frustrações em cima dele.

Olhei Edward, pronta para fazer o mínimo e me desculpar, mas o barulho da porta abrindo fez nós dois olharmos em direção à ela.

Meu pai e Genevieve riam despreocupadamente, mas pararam assim que prestaram atenção em nós, e o mais velho franziu levemente as sobrancelhas quando visualizou aquela cena nem um pouco comum na nossa casa.

— Sr. Woodsen, boa noite.  –Edward se levantou e caminhou até o meu pai, estendendo a mão em direção a ele.

— Boa noite, rapaz.  –Meu pai o cumprimentou, segurando a mão do mais novo por alguns segundos. Em seguida, pousou seu olhar em mim, e eu já sabia que vinham questionamentos.  — O que estão fazendo?

Edward se virou para mim, como se me perguntasse com o olhar o que devia responder. Dei de ombros, então forcei um sorriso. Céus, eu era tão boa nisso.

— Tomando chá, oras.  –Apontei para a xícara vazia ao meu lado.  — E relembrando os velhos tempos. Gostou?

— Ué, e o outro?  –Genevieve questionou, parecendo totalmente perdida. Eu sabia à quem ela estava se referindo, e tive vontade de jogar a maldita xícara em sua direção.

Eu poderia dizer que ela questionou aquilo somente para provocar, mas a verdade é que eu não poderia, por que mesmo que ela e o meu pai já namorassem no período em que eu estava com Edward, o fato é que, os dois nunca chegaram à ser apresentados. Isso explica o "espanto" de Genevieve em me ver daquele jeito com outro cara.

— Gen, esse aqui é Edward Boyer.  –Meu pai explicou para ela, e os dois trocaram olhares, como se Ed já tivesse virado assunto entre eles.

Céus, saber que a minha vida amorosa era debatida entre os dois fez eu me sentir meio... traída. Que droga!

— Ah!  –A mulher exclamou, abrindo levemente a boca, então logo tratou de mudar a expressão e sorrir, cumprimentando Edward logo em seguida.

— E ele já estava de saída.  —Avisei de repente, depois dos três trocarem cumprimentos.

Ed me olhou e forçou um sorriso, coçando a cabeça, então assentiu sem fazer mais perguntas, o que era ótimo.

Não o olhei enquanto ele se despedia de meu pai e Genevieve. Na verdade, eu devia mesmo ter subido para o meu quarto enquanto aquilo acontecia, já que assim que a porta bateu, indicando a saída do meu ex namorado, eu tive certeza de que o meu pai me faria um baita interrogatório.

— Então,  –Ele começou, se sentando ao meu lado no sofá. Pude ouvir um pequeno suspiro escapar dos seus lábios antes que ele emendasse.  — Quer me contar o que aconteceu de verdade? Eu não acredito nenhum pouco que você tenha dado uma de Gene Kelly, e ter cantado e dançado na chuva, principalmente com o Edward.  —Fez careta.  — Minha filha, ele é um bom rapaz, mas sinceramente, achei que essa história de vocês dois já tivesse acabado.

— Pai!  –O repreendi, torcendo mentalmente que pelo meu tom de voz, Colin entendesse que eu não queria falar sobre aquilo, muito menos com ele.

Talvez a minha voz tenha saído um pouco embargada, já que Genevieve tocou o seu braço e lançou um olhar significativo para ele, como se a minha atitude fosse digna de pena. Argh.

— Colin, meninas não se sentem à vontade em falar sobre relacionamentos amorosos com os pais.  –O alertou, fazendo meu pai bufar como um garoto mimado e se levantar.  — Ótimo, meu amor, agora vai preparar alguma coisa para a gente comer, enquanto as garotas aqui batem um papo feminino.

Meu pai sorriu, mas antes de fazer o que Genevieve pediu, me olhou, como se esperasse que eu confirmasse, o que me fez suspirar, fazendo uma cara do tipo "tá, tanto faz, vai logo, ela venceu".

— Eu esperei tanto por esse momento em que as mulheres da minha vida conspirariam contra mim.  –Brincou, começando a dar alguns passos em direção a cozinha, se afastando de nós.

— Não fica mal acostumado, querido.  –Genevieve avisou em um tom exageradamente alto, me fazendo apertar os olhos, incomodada. E assim que meu pai sumiu das nossas vistas, ela se virou para mim, me lançando novamente um olhar de pena.  — Seu pai ficou muito preocupado com você.

— Pois não deveria, eu claramente estou bem. Aliás, nunca estive ótima.  –Forcei o maior sorriso que consegui, e como num passe de mágica, logo o desfiz, deixando Genevieve confusa.

— Summer, você está pior que a Peppa Pig depois de tomar um banho de lama.  –Fez careta, me fazendo abrir a boca incrédula.

— Você está...  –Pensei no que ela disse, então me ajeitei no sofá.  — Pai, a sua namorada está me comparando com uma...

Antes que eu pudesse terminar de gritar, ela tapou a minha boca, me fazendo arregalar os olhos, e antes que eu pudesse afastar sua mão abruptamente, ela mesmo me soltou.

— Summer, pelo amor de Deus.  –Fez uma careta, e naquele momento me senti uma criança levando uma bronca de sua mãe.

Mãe. Porra, a minha mãe me abandonou, então isso explica o fato de eu ter agido como agi, todas as decisões que tomei, o mal que causei a todos à minha volta?! eu sou uma grande mal amada, e eu adoraria poder responder que sim, mas infelizmente, eu não poderia culpar mais ninguém além de mim mesma.

— Olha,  –A voz de Genevieve me fez voltar a prestar atenção em sua presença ali.  — Agora eu estou aqui para você, pode me contar o que aconteceu.

Respirei fundo e então a encarei.

— Não aconteceu nada, e mesmo que tivesse acontecido, você seria a última pessoa à quem eu contaria.  –Respondi calmamente e então me levantei, entregando a toalha para ela.  — Agradeço a sua preocupação, ou seja lá o que for, mas você não é a minha mãe e eu não tenho o dever de te contar sobre a minha vida.  –Forcei um sorriso.  — Ah, e é bom você dizer ao meu pai que tivemos uma ótima conversa, e que agora ficou tudo esclarecido.

Não esperei para saber a reação de Genevieve e então comecei a subir as escadas em direção ao meu quarto. Ok, pela primeira vez na vida, eu realmente não queria tratá-la daquela forma. Por mais que eu desconfiasse firmemente que ela só estava com o meu pai por causa do dinheiro dele, eu estava tão quebrada naquela noite, que me comoveria com qualquer migalha de atenção que recebesse, inclusive de Genevieve. Mas isso não significava que eu gostaria de falar sobre aquilo.

Portanto, entrei no meu quarto e fechei a porta, desejando que amanhã, e o restante dos dias que se passassem fossem diferentes.

Mas nem mesmo no dia seguinte, eu pude me livrar da curiosidade do meu pai.

— Eu fico feliz que você tenha conversado com a Genevieve.  –Disse de repente, me fazendo interromper o suco que estava colocando no copo, ficando assim, segurando a jarra no ar.  — Sei que não é a mesma coisa que conversar comigo, afinal, eu sou homem, e posso não entender sobre tudo de vocês, mulheres...

— O que ela te disse?  –Perguntei de uma vez, colocando a jarra com suco de morango sobre a mesa.

— Oras, que o Edward te encontrou na rua, e como estava chovendo, resolveu te dar uma carona para casa.  –Deu um gole em seu café e em seguida fez uma cara confusa.  — Não era motivo de tantos rodeios.

— Tem razão, fui uma boba.  –Respondi depois de alguns segundos. E fui mesmo.  — Só achei que você poderia pensar algo errado ao encontrar nós dois, bem... juntos.

— Por que eu pensaria isso? –Meu pai franziu as sobrancelhas, então soltou uma risadinha baixa.  — Vocês claramente seguiram com a vida, e o fato de terem tido um relacionamento no passado não os impede de serem amigos.

— Tem razão.  –Fui rápida em concordar, me levantando logo em seguida, antes que aquele assunto se estendesse mais que o necessário.  — Bom, eu vou indo. Até mais tarde.

Beijei a bochecha do meu pai e praticamente corri para o quarto, o escutando murmurar algo que nem sequer entendi, e sinceramente, nem queria.

Por agora, eu só queria me preocupar com a festa de Susan amanhã, e esquecer qualquer coisa que pudesse me desanimar. Porque tudo bem, eu não tinha Stuart, nem Edward, mas ainda tinha a mim mesma, e não deixaria um problema com um garoto me privar de aproveitar a minha juventude.

— Meu Deus, quanta gente.  –Nancy murmurou pela milésima vez, enquanto caminhávamos em passos lentos até a enorme casa à nossa frente.

Havíamos combinado de nos encontrarmos aqui às dez da noite, um horário formidável, já que significava que muitas pessoas haviam chegado, e então eu faria a minha entrada triunfal, o que pareceu deixar Nancy um pouco nervosa, já que desde que cheguei aqui, ela estava apreensiva, enquanto me esperava encostada à um pinheiro.

Pelas paredes de vidro, era possível notar vários corpos fantasiados se movendo, antes mesmo de entrarmos. Céus, o jardim da casa de Susan estava tão lotado, que mal consegui estacionar o meu carro.

— A festa da Susan é o grande evento de outubro. Estranho seria se não houvesse ninguém.  –Respondi enquanto olhava ao redor, percebendo que já havia um garoto com a fantasia do Willy Wonka vomitando na grama, provavelmente bêbado.

— Ah, eu nunca fui à uma festa de Halloween antes, sempre saía para pedir doces com a minha irmã.

— Então se acostume.  –Avisei, antes que um clima de melancolia tomasse conta do lugar.  — Porque se quiser mesmo ser minha amiga, vai ter que me acompanhar em todas as festas badaladas.

Observei Nancy com atenção. Ela estava bonita, eu tinha que admitir. Finalmente havia soltado o cabelo, que possuía um laço azul, dando um toque final à sua fantasia de Dorothy Gale, de O Mágico de Oz. Mesmo assim, Não era o tipo de fantasia que eu escolheria para mim.

Digo isso porque, se olhar para mim, é comprovado que Nancy e eu éramos o exato oposto, já que eu vestia um vestido branco super curto e colado ao meu corpo, com asas de anjo, uma fantasia bem sexy, do jeito que eu gostava, inspirada na Victoria's Secret. Sem falar da minha maquiagem completa, finalizada com um batom vermelho.

Enquanto isso, parecia que Nancy havia passado algo fraco nos olhos e rosto, saindo da sua zona de conforto por ter passado um batom vermelho, que provavelmente pegou escondido da sua mãe.

— Ok, está pronta?  –Perguntei para a garota, enquanto nós duas estávamos paradas feito idiotas em frente à porta.

— Sim, afinal, você não me deu a fantasia para eu desistir na hora h.

Foi a coisa mais sensata que Nancy já me disse. Ela tinha razão, eu não havia gastado meu precioso tempo escolhendo aquela roupa, e insistindo para que ela aceitasse, só para ela me fazer de palhaça. Por isso, sorri e segurei a maçaneta.

— Boa garota.

E sem mais delongas, abri a porta, então fomos recebidas pelo barulho de música alta, parecia tocar algo dos anos 90, que Susan tanto gostava. Vários corpos fantasiados apareceram no meu campo de visão, enquanto dançavam acompanhando o ritmo da música.

Adentrei a enorme sala, sentindo vários olhares em mim, alguns maliciosos e de pura fascinação, e então olhei para Nancy, me certificando de que ela me acompanhava.

A sala de Susan era praticamente do tamanho de uma casa de classe média. Com paredes brancas e um lustre caríssimo pendurado no teto, todo o lugar gritava elegância. Não era surpresa nenhuma, afinal, já que o seu pai era um empresário, e sua mãe, uma modelo aposentada.

Meu olhar parou na escada, e como se sentisse o momento em que havíamos chegado, Susan caminhava animadamente na nossa direção. E como uma verdadeira fanática por décadas passadas, já era de se esperar que a sua fantasia fosse de alguma personagem dos anos 90.

No primeiro ano em que realizou sua  festa de Halloween, Susan se fantasiou de Trinity, do filme Matrix, enquanto seu namorado na época, um babaca, diga-se de passagem, a acompanhou como Neo. Ano passado, já solteira, Susan escolheu Mia Wallace, de Pulp Fiction. E agora, superando todos os limites da sua criatividade e sensualidade, ela estava como Santanico Pandemonium, personagem da Salma Hayek em Um Drink no Inferno.

Quando éramos amigas e Susan convidou Jennifer e eu para assistirmos aquele filme há alguns meses, lembro que fiquei vidrada, sem conseguir tirar os olhos da tv na maioria das cenas, em um impasse sobre quem eu achava mais incrivelmente atraente: George Clooney, ou Salma Hayek, ambos no auge da beleza.

— Meu Deus, vocês estão muito gostosas.  –Susan cumprimentou alto, e de uma maneira que não sei como, abraçou Nancy e eu ao mesmo tempo.

Ela também estava, eu tinha que admitir. As poucas peças de roupa que usava, consistia em um conjunto de lingerie de cor vinho, uma enorme capa cobrindo as suas costas e chegando aos pés, e algo de penas, como se fosse uma coroa, na cabeça. Para completar, uma enorme cobra de pelúcia ao redor do seu pescoço.

— E então, Summer, uma versão sexy da Julieta?  –Apontou para mim, me olhando dos pés à cabeça.

Fiz careta, sentindo vontade de rir.

— Não, nem pensar. Na verdade, é inspirado na Victoria's Secret.

— Puxa, foi mal.  –Susan riu, colocando a mão sobre a boca.  — Nossa, é uma merda quando erram a sua fantasia. Eu, por exemplo, fiquei puta quando me perguntaram se eu estava fantasiada de Britney Spears.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Susan e eu paramos quando vimos um garoto fantasiado de Ghostface acertar uma faca de borracha em Nancy, a fazendo gritar de susto. Já ele, soltou uma risada e saiu, se misturando entre a multidão.

— Que idiota.  –Susan revirou os olhos, então pareceu avaliar Nancy com mais cuidado, o que pareceu deixá-la um pouco envergonhada.  — Está linda, Nancy.

— Obrigada.  –Sorriu, o que me fez olhar ao redor, tentando me livrar daquela cena um tanto patética.

Foi então que vi Marcus Haghman, com um óculos escuro no rosto, vestindo apenas uma camisa social que mais parecia um vestido, e uma cueca branca. Era incrível como ele precisava apelar, para parecer no mínimo atraente, e ainda assim, a única coisa que eu conseguia sentir dele era nojo.

— Do que ele veio, garoto propaganda da Calvin Klein?  –Fiz careta, nem me dando ao trabalho de disfarçar quando apontei para o asiático à alguns metros de nós, dançando e rindo como se fosse alguma espécie de celebridade.

— Hello!  –Susan estalou os dedos na minha frente, e eu senti vontade de afastá-los para longe com um tapa.  — Tom Cruise em Negócio Arriscado. Você é tão sem cultura, Summer.

— Pelo menos não sou uma saudosista como você.  –Retruquei, então dei alguns passos, fazendo sinal para que Nancy me acompanhasse.

— Eu não convidei ele.  –Continuou, com puro desprezo na voz.  — Ei, vocês gostam do Marky Mark?  –Susan perguntou em um tom risonho, ao mudar de expressão magicamente enquanto nos acompanhava, então abraçou Nancy e eu de lado.

— Talvez.  –Dei de ombros e a olhei de relance. Imaginei o porquê daquela pergunta, mas logo percebi que Good Vibrations havia começado a tocar.

— Então, que tal deixar eu te mostrar as minhas boas vibrações?  –Ela riu, soltando nós duas e então foi sumindo na multidão, enquanto dançava sem se importar com nada.

— Ela é louca.  –Nancy comentou, me fazendo olhá-la surpresa.  — Gosto dela.

— Você ainda não viu nada.

Eu também gostava de Susan, e estava bem surpresa com isso. Na verdade, talvez eu só tenha percebido quando nos afastamos, porque o meu problema sempre foi com Jennifer, e não com ela.

— Summer!  –Escutei alguém exclamar e me virei, dando de cara com o homem aranha.

— Eu te conheço?  –Franzi as sobrancelhas.

— Espera aí.  –Ergueu a mão, e em seguida a levou até a sua máscara, a arrancando, então me olhou e sorriu com expectativa. Franzi as sobrancelhas novamente, o fazendo balançar a cabeça.  — Sou eu, Adam, estamos na mesma turma de matemática... Não?

— Não.  –Repeti. Eu realmente não conhecia o garoto branco com cabelos negros, agora bagunçados depois do gesto que ele fez em tirar a máscara.

Ele esticou seus lábios finos em um sorriso cheio de segundas intenções, me fazendo ficar em alerta.

— Sabe, eu te acho muito gata, principalmente nessa fantasia, então estava pensando...

— Não.

— Tá legal.  –Concordou, então deu alguns passos para o lado, logo direcionando seu sorriso à garota vestida de Dorothy perto de mim.  — Nancy, Nancy, Nancy...

— Ai, meu Deus.  –Fiz careta, então tratei de me afastar dali o mais rápido que consegui.

Dei alguns passos e observei ao redor, sem saber direito o que fazer, já que Nancy não bebia e nem dançava, e eu não podia fazer nenhuma dessas coisas com ela grudada em mim feito um chiclete.

E então, por ironia do destino, eu avistei James Dean, ou melhor, Edward Boyer, usando a icônica combinação de camisa branca e jaqueta vermelha. Ele segurava um copo na mão, enquanto conversava com um grupo de umas cinco pessoas.

Olhei para trás. Nancy dispensava o garoto inconveniente e tentava passar pela multidão, para chegar até mim.

Ok, talvez o universo não estivesse zoando comigo, pela primeira vez na vida, mas sim, me dando uma chance de me redimir. Talvez aquele clichê fosse mesmo destinado à acontecer, o popular capitão do time, e a nerd ingênua e doce. Edward e Nancy. Qual a chance deles serem perfeitos um para o outro, e pasmem, eu ser a vilã que faz da vida dos dois um inferno?!

Tá legal, eu devia à eles a oportunidade de terem um relacionamento harmonioso, sem que as minhas mentiras maldosas os colocassem em prova à cada instante.

Por isso, aproveitei quando um garoto vestido de Frankenstein passou ao meu lado com uma bandeja contendo vários copos de bebida e peguei dois, virando um deles na boca de uma vez, sentindo o líquido descer queimando a minha garganta.

— Toma, bebe.  –O entreguei para Nancy, assim que ela parou ao meu lado.

— O quê é isso?  –Perguntou, examinando o copo com um cuidado exagerado.

— É veneno, sua bobinha.  –Sorri cinicamente, então revirei os olhos.  —Estamos em uma festa, o que você acha que é?! Só bebe.

Nancy passou mais alguns segundos olhando para o copo, então finalmente o virou na boca, fazendo uma careta depois de engolir, enquanto levava uma das mãos à boca. Por um momento, achei que ela fosse vomitar.

— Viu?! Não morreu.  –Falei, colocando os copos em uma mesinha qualquer, e logo segurei sua mão.  — Vem, vamos.

Arrastei Nancy para caminharmos, abrindo caminho entre as pessoas, e quando chegamos em um determinado momento, ou melhor, pessoa, troquei de lugar com ela, a fazendo ficar na frente. E naquele momento, o corpo de Nancy se chocou com o de Edward, fazendo todo o líquido vermelho do copo dele cair no vestido da garota.

Nancy soltou um suspiro surpresa, enquanto olhava alarmada para o seu vestido, antes branco com alguns detalhes de xadrez na cor azul, agora manchado de vermelho. Enquanto isso, Edward parecia tão surpreso quanto ela.

Deixei escapar um sorriso, mas logo tratei de me recompor, então me aproximei dos dois, ignorando alguns olhares atentos sobre nós.

— Meu Deus, o que foi isso?! Ed, vai ajudar a Nancy a se limpar, assim vocês aproveitam e conversam calmamente.

— Summer, não!  –Nancy exclamou exageradamente, como se eu tivesse sugerido que chutássemos idosos.

— Vocês precisam.  –Lancei um olhar significativo para ela, que com certeza não iria entender. Logo, me virei para Edward.  — Ela é tão vítima nessa história quanto você.

— Tudo bem, a Summer tem razão. Vamos dar um jeito nisso.  –Edward falou, se aproximando de Nancy e segurando a sua mão.

E eu tinha certeza de que ele não se referia apenas ao vestido quando disse aquilo.

Por fim, Nancy segurou a mão dele, e juntos se afastaram, logo sumindo no meio da multidão. E então, os outros ao redor voltaram à dançar.

Suspirei, passando a observar as pessoas à minha volta. Havia um trio de garotas fantasiadas como As Meninas Superpoderosas. Um grupo de garotos fantasiados como os mais diversos personagens do Johnny Depp, e céus, até mesmo Samantha e Claire possuíam fantasias combinando, enquanto dançavam juntas e sorriam. Elas estavam vestidas como Cher e Dionne, de As Patricinhas de Beverly Hills, com seus icônicos conjuntos xadrez.

Eu era uma hater assumida dos filmes daquele gênero, mas não podia negar que Cher e Dionne eram algumas das personagens mais estilosas do cinema.

E naquele momento, eu estranhamente desejei ter alguém com quem combinar, porque mesmo no meio daquela multidão, me sentia mais sozinha do que nunca.

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