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20. Aquele com as Meninas Malvadas

Eu não tenho motivos para sorrir
É minha festa e eu choro se eu quiser
Choro se quiser, choro se quiser
Você também choraria se fosse com você...

(It's My Party - Lesley Gore)

Em cada corredor que passava, ouvia as pessoas comentando sobre a festa. A festa que Jennifer daria no final de semana. E ela nem sequer me convidou, dá para acreditar?!

— Ela pode ter esquecido.  –Stuart apontou, enquanto caminhávamos para fora da escola. Ajeitei a minha bolsa e o encarei seriamente. Aquela definitivamente era uma desculpa ridícula, que nem mesmo ele acreditaria.

— Ah, me poupe, Stuart.  –Briguei, revirando os olhos logo em seguida. Mas, parei abruptamente quando senti uma lâmpada se acender acima da minha cabeça. Me virei para o garoto de cabelo roxo, abrindo um sorriso.  — Quer saber?! Eu vou dar uma festa no mesmo dia. Se ela não quer minha presença lá, ótimo. Mas vamos ver qual festa as pessoas irão preferir ir.

Dito isso, voltei á caminhar novamente, ainda sorrindo. Jennifer apenas assumiu o meu lugar na equipe de torcida, e já estava se achando a última bolacha do pacote. Ah, coitada, ainda tem tanto o que aprender. E bem, infelizmente, ela vai ter que aprender da pior forma. Que peninha.

— Fala isso para o seu pai, então.  –Escutei Stuart resmungar atrás de mim, e virei a cabeça por uma fração de segundos, vendo sua expressão um pouco surpresa por eu ter o escutado.

— Pode deixar, eu tenho tudo arquitetado.  –Afirmei, dando um pequeno sorriso, e comecei à mexer na minha bolsa, sem parar de caminhar.

Era verdade, por incrível que pareça. Quero dizer, eu havia acabado de ter a ideia da festa, e mesmo assim já havia conseguido pensar no que fazer para despistar meu pai.

Aumentei o sorriso, satisfeita comigo mesma, e parei em frente à Samantha Bridger e Claire Shields. A última, quando me olhou, jogou a prancheta sobre a barraca improvisada na frente da escola, e respirou fundo, talvez incomodada com a minha presença ali.

— Oh, por favor, me diga que você veio ajudar.  –Ela disse em um fio de voz, juntando as mãos em súplica, e me olhou com um sorriso forçado. E eu sabia que era forçado porque, eu, na maioria das vezes, sorria assim. Então eu acho que, uma pessoa fingida consegue identificar outra pessoa fingida.

— Oi pra vocês também, e não. Talvez outro dia.  –Forcei um sorriso também, assim como o meu falso tom de gentileza, embora eu não tivesse o mínimo dever de ser simpática com as duas.

— Legal, então vai embora.  –Claire falou devagar, em um tom baixo e olhou Samantha, dando de ombros em seguida.

— Ela tem razão, não queremos que você arrume confusão hoje, tigresa.  –Stuart declarou, me fazendo só agora ter noção da sua presença ali. Então, o garoto de cabelos roxos me puxou pelos ombros, mas antes que eu pudesse ter tempo de contestar, ele mesmo me soltou.  — Espera, o que estão fazendo?

Samantha e Claire se entreolharam e então as duas abriram um enorme sorriso, principalmente Samantha, com seus lábios pintados de vermelho, direcionando seus olhares para o meu falso namorado.

— Então,  –A ruiva começou, parecendo realmente empolgada.  — A gente usa o nosso tempo vago na escola para arrecadar doações, e nesse momento, a gente tem como foco conseguir coisas para crianças órfãs, sabe, pode ser brinquedos que você esqueceu que tinha, roupas que não usa mais, e até mesmo comida ou dinheiro, mas claro, se não for fazer muita falta para você.

Observei Stuart balançar a cabeça, prestando total atenção nas palavras de Samantha, e então olhei para o casaco dela nas minhas mãos, me perguntando quando ela iria perceber que eu vim aqui somente devolver para ela.

— E quanto já conseguiram?  –Ele perguntou, a olhando.

— Um total de cem dólares, e alguns enlatados.  –Samantha respondeu e sorriu nervosamemnte, passando as mãos pelos cabelos.  — Sabe, não é o nosso melhor dia.

— Sabe o que mais é difícil?!  –Nós três direcionamos o olhar para Claire, a ouvindo falar. Ela suspirou e apontou para as várias pessoas que passavam por nós, algumas indo para o estacionamento e outras conversando em grupinhos. Coloquei algumas mechas de cabelo atrás da orelha, e voltei minha atenção para a garota.  — É bem difícil, ver pessoas que têm bastante visibilidade na escola e uma boa condição financeira, ignorarem o fato de que muita gente anda precisando de ajuda nesse mundo, e continuar assim, vivendo em uma bolha, como se a vida de todo mundo fosse tão perfeita como a vida de si mesma.

Claire terminou. E não foi somente pelo fato dela declarar enquanto me olhava, mas deduzi na hora que aquilo havia sido uma indireta para mim. Uma indireta bem direta, na verdade.

Franzi as sobrancelhas, enquanto a olhava. E quando abri a boca para respondê-la, Stuart foi mais rápido que eu.

— É realmente revoltante.  –Ele lamentou, o que me fez olhá-lo por alguns instantes com a testa franzida.  — Minha irmã e eu temos algumas coisas que não usamos mais. Vou ver o que posso fazer.

— Ai, que bom!  –Claire bateu palminhas, comemorando.  — Por mais pessoas como você...

Tá legal, agora sim eu tive que revirar os olhos, uma coisa que tenho me segurado para fazer desde que cheguei aqui.

— Terminou, Claire?!  –Questionei seriamente, porém, não dei tempo para ela responder.  — Ótimo! Vamos, Stuart.

Puxei o garoto de cabelos roxos pela mão, mas logo parei, ao perceber que esqueci do real motivo de estar aqui.

— Aqui, Samantha.  –Joguei o casaco em direção à ruiva, que o pegou surpresa, talvez por puro reflexo.

Pronto, fiz o que tinha que fazer. Depois disso, comecei a me afastar, sendo acompanhada por Stuart, mas ainda assim, pude ouvir Claire gritar:

— De nada!

Revirei os olhos, e o garoto ao meu lado riu.

— É bem bacana o que elas fazem, acho que as pessoas deveriam dar mais visibilidade pra isso.

— Ah, não!  –Exclamei, e o olhei indignada.  — Viu?! Foram só alguns minutos perto dela que você já virou um bom moço.

— Mas eu sou um bom moço.  –Ele retrucou, me olhando também indignado.

— Claro, disso eu não tenho dúvidas.  –Revirei os olhos e observei ao redor, onde a equipe de torcida ensaiava na grama. Mas com certeza, o que mais me chamou atenção foi ver Edward sentado ao redor, olhando fascinado para sua doce e sem graça Nancy. Eca.

— E além do mais, elas usam a popularidade delas por uma boa causa. Devia fazer isso também.  –O olhei com uma das sobrancelhas arqueadas. Tive vontade de perguntar sobre que espécie de "popularidade" ele estava falando, mas a minha atenção foi tomada por Jennifer, que depois de nos ver, começou à se afastar das outras líderes de torcida, caminhando na nossa direção.

— Era só o que faltava.

— Oi.  –A falsa loira nos cumprimentou sorrindo, parecendo não escutar o meu murmúrio, o que claro, não seria problema também. Stuart respondeu, já eu, apenas dei um aceno de cabeça e um falso sorriso.

— Gostou da minha nova forma de ensaio?  –Perguntou sorrindo, apontando para as garotas logo atrás.

— A forma não é sua, todo mundo já viu em As Apimentadas.  –Respondi desinteressada.

— Minha ou não, você nunca pensou nisso, e além do mais, um pouco de ar fresco é sempre bom.

Merda, eu queria tanto tirar aquele sorriso dela com um soco. Ok, Summer, respira. Violência não leva á nada, e você é bonita de mais para ter que correr o risco de quebrar as unhas, batendo em alguém.

Enquanto eu lidava com o meu dilema moral, Stuart e Jennifer conversavam. E, oh, Deus! Eu não fazia a mínima ideia de qual assunto era. Aquela vaca podia estar dando em cima dele, como sempre, ou até mesmo, planejando o meu assassinato.

Balancei a cabeça e me afastei deles, indo em direção à Edward.

— Oi.  –Falei ao chegar. Ed ainda estava sentado na grama, de costas para mim, e me olhou de imediato, mas ele não foi o único. Nancy, que estava perto, em pé segurando uma garrafa de água provavelmente dada por ele, também passou à prestar atenção em mim.

— Summer, oi.  –Cumprimentou sorrindo, e logo franziu as sobrancelhas ao ver minha expressão um tanto séria.  — Tá tudo bem?

Pensei um pouco antes de responder, e então suspirei.

— Bom, mais ou menos.  –Dei de ombros e olhei para trás, na direção em que Jennifer e Stuart estavam conversando. Edward acompanhou o meu olhar, parecendo perceber, e então limpou a garganta.

— Quer conversar?  –Perguntou.

Me virei para ele novamente, notando seu olhar sobre mim, e segurei o meu sorriso de triunfo.

— Podemos almoçar juntos amanhã? É claro, se eu não for causar problemas entre vocês... Tudo bem, Nancy?  –Olhei para a garota de cabelos cor de mel, em silêncio. Ela pareceu hesitar um pouco, e então deu um leve sorriso.

— Claro, tudo bem.

— Tem certeza?  –Insisti. Nancy claramente havia ficado incomodada, e eu, sinceramente, havia amado isso. Como todos sabem, relacionamentos não são apenas flores, e eu estava louca para causar a discórdia entre Ed e Nancy.

— Sim, tenho.  –Ela confirmou, me fazendo forçar um sorriso, então olhei Edward, que retribuiu o meu gesto.

— Á propósito, a gente queria te agradecer. Não é, Nancy?  –Edward olhou para a namorada, que confirmou com um aceno de cabeça.

Vai por mim, vocês dois não têm nada para me agradecer.

— Pelo o que, exatamente?  –Questionei calmamente.

— Bom... por ter me incentivado à entrar na equipe.  –Ela começou, mexendo as mãos como se estivesse nervosa.  — Você acreditou em mim, quando nem eu mesma acreditava.

Ah, isso. Céus, ela era tão patética.

— Oh, que amor!  –Exclamei, fingindo o maior sorriso que pude e então caminhei em sua direção, a abraçando por alguns segundos.  — Não tem nada do que me agradecer. Você conseguiu por mérito próprio.

Me afastei, podendo perceber o sorriso tímido de Nancy. Não era verdade, todo mundo sabia disso. Quero dizer, eu pelo menos conseguia dançar sem a ajuda de um garoto, coisa que Nancy não foi capaz de fazer. Imagine só quando tiver algum jogo, Edward não vai deixar de jogar para ter que ajudá-la a superar seu medo.

— Bom, eu tenho que ir. Foi bom falar com vocês.  –Falei, enquanto olhava Edward. Ele sorriu e acenou para mim, me dando a deixa para sair dali.

Ao passar por Stuart, lancei um olhar para ele, que foi o suficiente para ele se despedir de Jennifer meio apressado, e correr em minha direção. Aliás, por que eles ainda estavam conversando?!

— Você não vai acreditar, ela me convidou para a festa dela.  –Comentou, enquanto caminhava ao meu lado.

— Cretina.  –Respondi, revirando os olhos e me forcei à olhar para trás, encontrando a loira ainda nos observando.  — Rápido, coloca a mão no meu bolso.

— Mas a sua blusa não tem bolso.

— Pelo amor de Deus, Stuart! No bolso da calça.  –Retruquei, já me irritando, e embora o meu tom de voz fosse sério, ainda assim eu falava baixo. Ninguém podia perceber, afinal.

Suspirei mais calma quando senti sua mão dentro do meu bolso, e esbocei um sorriso enquanto caminhava, como se Stuart fosse o grande amor da minha vida. Exagero, eu sei.

Como eu ainda estava sem carro, ia para casa com ele, e de bônus, ainda teria que aguentar a companhia do insuportável Jason Dinckley.

— Sabe, em situações como essa, é uma pena que a nossa cidade não tenha buraco no asfalto.  –Jason provocou, sentado no banco de trás.

Eu, que estava na frente, no banco passageiro, dei uma risada irônica e fechei o batom que estava em minha mão, guardando o espelho logo depois. Não é porque eu estava indo para casa, que iria descuidar dos meus lábios.

— E em situações como essa, é uma pena eu ser contra a violência, caso o contrário, eu mesma arrastaria sua cara no asfalto, tendo buraco ou não.  –Retruquei sorrindo, e escutei uma risada vindo de Stuart, enquanto ele dirigia calmamente.

— Wow! Essa foi pesada.  –Meu namorado falso brincou, me olhando de relance, antes de retornar seu olhar para a estrada.

— Você, contra a violência?  –Jason questionou, em tom de deboche. O olhei pelo retrovisor, comprovando que ele estava rindo.  –Diga isso para a Kirsten da equipe de torcida, depois de você quase quebrar a perna dela no ano passado.

— Eu não tenho culpa dela ter se oferecido para ficar no topo da pirâmide, mesmo não tendo prática.  –Dei de ombros. E eu não tinha mesmo. Não é porque eu era a capitã, que deveria ser responsável por cada atitude daquelas palermas.  — E desde quando você se importa com a minha vida?

Tive que me virar, para encarar Jason frente á frente. É realmente um detalhe interessante, já que, para alguém que me odeia, ele sabia de coisas que nem eu mesma me lembrava.

Observei o garoto engolir em seco, e pela primeira vez na vida, eu percebi que ele estava sem palavras.

— Eu tinha ouvido pela escola, na época.  –Respondeu, depois de alguns segundos em silêncio.

— Estranho, não sabia que você prestava atenção em coisas tão banais...  –Comentei, fingindo estar pensativa, e me virei novamente para a frente, dessa vez, me encostando no banco.

Silêncio.

Meu Deus! Eu havia deixado Jason Dinckley sem palavras. Ok, eu confesso, nunca pensei que fosse conseguir esse feito, mas agora que consegui, era realmente incrível ganhar dele em alguma coisa. Quer dizer, não exatamente, até porque, eu não ganhei nada com isso, mas ver ele assim, desarmado, realmente não tinha preço.

— Ah,  –Comecei, depois de alguns minutos de silêncio, assim que Stuart parou em frente à casa de Jason. Apoiei a cabeça na janela, o vendo do lado de fora.  — Eu vou dar uma festa no sábado, e decidi que qualquer tipo de pessoa pode ir. Aparece lá, se não for muito banal pra você.

— Nossa, que caridosa você é.  –Jason respondeu no mesmo tom e sorriu com deboche, caminhando devagar em direção à sua casa.

Quando ele se distanciou, olhei Stuart.

— Acha que ele vai ir?

— Sinceramente?! Não mesmo.  –Ele respondeu, e em questão de segundos, começamos à rir, sem nenhum motivo aparente.

No dia seguinte, mais especificamente, na hora do almoço, eu me encontrava
sentada em uma das mesas na área externa da escola, esperando por Edward.

Dei uma mordida na minha maçã e quando olhei para a frente, Edward estava vindo, cumprimentando algumas pessoas enquanto caminhava. Arregalei os olhos e rapidamente tirei um espelho da minha bolsa, checando se o meu ato imprudente de comer maçã estando de batom vermelho, havia me prejudicado.

— Relaxa, você está linda.  –Tomei um susto ao escutar a voz de Edward tão perto. Subi o meu olhar, o vendo colocar a sua bandeja com o almoço em cima da mesa, puxar uma cadeira na minha frente e sentar.

— Ah, eu não tinha visto que você vinha.  –Menti, enquanto guardava o espelho. O olhei, vendo-o sorrir.

— E então...  –Limpou a garganta.  — Tá tudo bem?

— Bem, tirando o fato de eu ter um namorado paranóico, sim.  –Dei uma risada nervosa. Stuart que me desculpe, mas era por uma boa causa.

Desde que Edward e eu terminamos, a mentira que eu inventei sobre Stuart ser muito ciumento, foi a coisa que mais nos reaproximou. Aquilo me provou que, de alguma forma, Ed ainda se importava comigo, e se ele se importava, com certeza ainda sentia alguma coisa por mim. Tem motivo melhor que esse?!

— Sabe, tivemos algumas diferenças no nosso relacionamento, altos e baixos... mas eu não desejo que você passe por isso.  –Ele falou calmamente, com os cotovelos apoiados sobre a mesa.

— Passar pelo o que?  –Quis saber, mesmo sabendo exatamente o que ele disse.

— Você sabe, não é muito saudável um relacionamento assim. Ele deve confiar em você, e não ter diversas crises de ciúme, hum?!

— Você tem toda a razão.  –Concordei, esboçando um sorriso e coloquei a minha mão sobre a de Edward na mesa. Notei que ele ficou um pouco surpreso, mas que logo me olhou, lançando um sorriso singelo, assim como o meu.  — Eu sei que quer o melhor para mim, e eu agradeço por isso.

Alisei a mão de Edward com a minha, e observei engolir em seco e olhar para os lados, onde algumas pessoas se encontravam, e até passavam olhando.

Eu não estava nem aí se, por causa disso, começasse à se espalhar boatos sobre uma possível volta entre nós dois. Eu não tinha nada a perder mesmo, afinal, com a possível aproximação de Stuart e Jennifer, aí sim as pessoas logo comentariam. E Nancy, bem, quem se importa com ela?! Ela não se importou nem um pouco comigo quando decidiu arruinar a minha vida.

— Não precisa agradecer.  –Edward finalmente voltou à realidade, e de uma forma delicada, puxou sua mão, me deixando secretamente frustrada.  — Eu só quero o seu bem, Summer. Sabe disso, não é?!

Fui obrigada à concordar.

— É, eu digo o mesmo.

— Isso é tão legal... Nós dois aqui, sem ressentimentos, um cuidando do outro. Eu confesso que nunca passou pela minha cabeça que você quisesse ser a minha amiga depois de tudo.  –Edward comentou sorrindo, um tanto animado.

— Claro.  –Engoli em seco, forçando um sorriso. Aquilo não estava indo na direção que eu queria.  — Á propósito, eu irei dar uma festa no sábado, e ficaria muito feliz se você e a Nancy fossem.

— Mas não é no mesmo dia que a festa da Jennifer?  –Perguntou, franzindo as sobrancelhas.

— Sério?  –Fingi não fazer a mínima ideia, enquanto me levantava da mesa.  — De qualquer forma, quero você lá... –Dei alguns passos em sua direção, depositando um beijo na bochecha dele, e comecei a me afastar. — Tchau, Ed.

O dia da festa finalmente havia chegado. A notícia, é claro, já havia se espalhado pela escola inteira, e eu fiz um dos meus melhores trabalhos. Quero dizer, eu dei um jeito de despistar meu pai, e de bônus, Genevieve.

Deixa eu explicar, há dois dias, liguei para a namorada do meu pai e "pedi desculpas" pelo jeito que a tratei na escola outro dia. Não precisei fazer muito esforço para aquela tonta acreditar, afinal, ela estava louca para se dar bem comigo. Acabei comentando sobre uma casa de campo que o meu pai tinha, à alguns quilômetros daqui, o que me levou ao segundo passo:

Convenci meu pai à levar Genevieve para a tal casa, e nisso eu tive que me esforçar, pois o meu pai ficou relutante em largar o trabalho por todo o final de semana e blá blá blá. É claro que eu tive que discursar sobre como era importante surpreender Genevieve, e que ele merecia esse descanso, e voilá.

Bem, talvez o meu pai tenha ficado um pouco desconfiado por isso, mas, o que importa é que tudo deu certo, e que o casal saiu há algumas horas.

— Eu até já desconfio o que está rolando.  –Marla surgiu na porta do meu quarto, me fazendo quase dar um pulo com a sua chegada repentina.

— Olha, você está se atualizando nas gírias.  –Destaquei sorrindo, colocando meu vestido vermelho de alcinhas na cama, que além de curto, desenhava as minhas curvas, e me deixava uma tremenda gostosa; e o meu salto alto de cor bege.

— De uma hora para outra, aceitou o namoro do seu pai, e até mandou os dois para uma viagem romântica, depois deu aos empregados e à mim, uma noite de folga.  –A mulher pontuou. Dei uma última checada no meu look, e então a encarei.  — Quer saber?! Já sei o que está tramando.  –Anunciou, como se tivesse acabado de descobrir o enigma do mundo.

— E o que eu estou tramando?  –Desafiei, arqueando uma das sobrancelhas enquanto um meio sorriso brotava nos meus lábios.

— Está planejando trazer o seu namorado aqui, isso explica a iluminação diferente, e a sua roupa.  –Marla apontou para a cama, enquanto também sorria. Tive vontade de rir, porém, suspirei, fingindo ser derrotada.

— Como adivinhou?  –Questionei baixo. Ah, Marla. Tão inocente.

— Você não me engana, garota.

Ora, será mesmo?!

— Eu só queria uma noite a sós com o meu namorado, sabe, longe daquela escola barulhenta, do meu pai, e dos empregados...  –Suspirei novamente e me sentei na cama, enquanto fazia uma cara de cachorro abandonado, quem sabe a Marla sinta pena.  — Promete não contar para ninguém?

A governanta me olhou por alguns segundos, e então respirou fundo, se dando por vencida.

— Tudo bem, tudo bem.  –Levantou as mãos, parecendo estar em conflito com a própria decisão.  — Só prometa que vai cuidar da casa, e que vai usar proteção, caso vocês resolvam...

— Eu prometo.  –A cortei, rindo do seu desespero.

— Qualquer coisa, é só ligar para mim, e... Ai, meu Deus, você já...?

— O quê?  –Perguntei confusa, e então arregalei os olhos ao me dar conta.  — Não, Marla, eu não sou mais virgem!

— E não me contou?  –Perguntou indignada. E sinceramente, aquilo estava mais engraçado do que tenso.

— Marla!  –Choraminguei.  — Eu preciso me arrumar, o Stuart deve chegar daqui a pouco.

— Ok, não faça nada que eu não faria.  –Avisou, e deu alguns passos em minha direção, dando um beijo na minha testa.  — Sua danadinha. Está me devendo uma.

Depois que Marla saiu, fui direto para o banheiro, onde tomei um banho quente, para tirar o resto de estresse que toda aquela correria para a festa me causou. Ao terminar, recebi uma mensagem de Stuart, avisando que havia chegado. Ele ficou responsável por vir mais cedo e ir recebendo os convidados, enquanto eu terminava de me arrumar, e assim, fazia a minha chegada triunfal.

Depois que me vesti, arrumei o cabelo e comecei à fazer a minha maquiagem, e quase uma hora depois, eu estava pronta. Calcei meus saltos e dei uma última olhada no espelho, gostando do que via. Coloquei um sorriso no rosto e enfim saí do quarto.

Já estava contando com todos os olhares sobre mim, como sempre, mas quando parei no topo da escada e olhei para baixo, fiquei confusa ao ver a sala completamente vazia, à não ser por Stuart, que estava sentado em um dos sofás, mexendo no celular. Mas, a sua atenção logo foi tirada do aparelho, quando ele olhou para cima e seu olhar se cruzou com o meu.

O que estava acontecendo, afinal?! Será que eu fiquei tão animada e sem noção de tempo, que acabei me arrumando cedo de mais?! Só podia ser isso!

Vi Stuart se levantar, ainda me olhando, e finalmente saí do meu transe. Assim, comecei à descer as escadas.

— Summer, você... está linda.

— Cadê todo mundo?  –Questionei, assim que desci o último degrau.

— Bom, parece que não vai vir ninguém.  –Respondeu meio sem jeito, passando as mãos pelo cabelo.

— Mas não é possível que nem para serem pontuais, esses idiotas servem.  –Comentei nervosa, olhando ao redor. Era estanho não ter chegado ninguém aqui até agora.  — Vai ver ainda é cedo.

— Na verdade, não.  –Stuart respondeu devagar, me fazendo encará-lo seriamente.  — Já fazem quase duas horas do combinado. Talvez todos tenham ido para a festa da...

— Não se atreva.  –O interrompi, em um tom de voz sério e firme.

Não me entra na cabeça que TODOS tenham preferido a festa da Jennifer, ao invés da minha. Mas o que mais me machuca, é saber que Edward foi uma dessas pessoas. O que ela fez, afinal?! Algum feitiço?!

— Olha, eu...

— Cala a boca, Stuart! Me deixa pensar, porra!  –Gritei, dessa vez irritada. Eu estava devastada, e ter Stuart falando no meu ouvido, não me ajudaria em absolutamente nada.

— Eu fui o único que vim, por que tá brava comigo?!  –Exclamou também, não mais alto que eu.

Coloquei uma mão sobre a boca e me virei na direção contrária. Eu estava sentindo um misto de sensações, raiva, tristeza, e indignação eram as principais delas. Um nó começou à apertar a minha garganta, mas me contive, não iria chorar por uma coisa como essa. Era isso que eu repetia mentalmente para mim mesma.

Respirei fundo algumas vezes, e então me virei para Stuart novamente, e dei um sorriso que deixou até ele confuso.

— Já que todos estão lá, nós também vamos.  –Avisei, o vendo abrir e fechar a boca algumas vezes, porém, não dei tempo para que a resposta finalmente saísse, e tratei de começar à subir as escadas.  — Eu vou pegar a minha bolsa.

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