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Prólogo

E ele está bem longe quando está ao meu lado

E eu percebo que a culpa é minha

- Taylor Swift

— Pensei que não viria. — Falei logo que avistei o homem o qual tinha perdido o contato há algum tempo cruzando a porta da mansão comprada com seu próprio dinheiro. Ele analisou todo o local não deixando de mostrar que seus olhos verdes já não brilhavam como antes a me ver. Ainda sim era inegável que quanto mais o tempo passava mais ficava encantador.

Era como vinho, quanto mais velho, melhor.

— Eu não queria. Mas você me ameaçou várias vezes, temi que se não viesse você invadiria a porra da minha casa. — Falou em um tom de repreensão enquanto caminhava até parar em minha frente e assim, cruzar os braços. — O que você quer Atena?

— Fico feliz que ainda saiba do que sou capaz. — Provoquei com um pequeno sorriso nos lábios.

— Diga a merda que você quer antes que eu vá embora. — Disse rígido me fazendo bufar antes de começar.

— Tem alguém atrás de mim. — Levantei-me balançando os cabelos agora louros e longos ao mesmo tempo que envolvi os braços pelo pescoço do homem tentando colar os lábios. — Senti saudade.

— Porra nenhuma. — Ele tirou meus braços de si e recusou qualquer investida dada se afastando em seguida. — Resolva suas merdas sozinha.

— Você não está entendendo.— Rosnei caminhando até o enorme balcão da cozinha para pegar uma enorme mala preta. — Já tem um tempo que esses objetos aparecem por aqui e além disso, teve um incidente na boate. Um homem veio até a mim sem os olhos e atirou na própria cabeça.

Mikhail ergueu uma das sobrancelhas antes de abrir a mala e constar algumas ferramentas de tortura como fios de choque elétrico, facas, chicotes e enormes pedaços de pau cheios de pregos.

— Não é uma tentativa desesperada sua de chamar minha atenção perto do casamento, não é? — Perguntou desconfiado.

Yakov havia contado que a máfia exigiu uma nova esposa para ele pela mesma ideia de dar herdeiros que pudessem assumir a cadeira posteriormente. Não poderia dizer que a ideia me agradava, até porque querendo ou não, ainda tínhamos um compromisso de acordo com a lei. Entretanto, pela minha morte e troca de identidade, era totalmente válido que assumisse outro compromisso. As informações passadas a mim era que a garota tinha apenas dezoito anos, assim como Anastácia, longos cabelos ruivos e era irmã de Igor, o novo subchefe da organização. Tendo qualidades perfeitas para ser a "mãe" da máfia.

— Não seja ridículo. — Rosnei cruzando os braços e desviando o olhar para não comprovar o óbvio. — O mundo não gira em torno de você.

— Que seja. — Disse dando os ombros analisando todas as ferramentas. — Você chamou muita atenção aqui. Havia avisado antes. — Ele passou uma das mãos na testa enquanto, possivelmente, pensava em uma solução. — Essa casa fede a vinho.

— Você está bem mal humorado, não acha? — Perguntei enquanto sorrateiramente me aproximava do corpo do homem e tentava mais uma vez beijar seus lábios. — Nunca reclamou do cheiro de vinho antes.

— Chega Atena! — Exclamou se esquivando novamente. — Conte o que aconteceu. — Pediu movendo seus olhos para a janela mais próxima.

— Ele deu um recado antes de se matar.. — Levei os dedos até o queixo me lembrando de toda a cena. — O jogo apenas começou.

— Eles demoraram muito até.

— Realmente.

— Você precisa ir para um país que não tenha tanta atenção. Atena, todo mafioso ou milionário vem para Las Vegas, não é nenhum segredo. Precisa escolher um país de terceiro mundo de preferência.— Caminhou até o exagerado bar no canto da grande sala vermelha e serviu-se de uma dose do Uísque mais caro. — Depois disso, esqueça-me, estou bem e não quero saber das suas irresponsabilidades.

— Está bem com meu cargo, dado por mim.

— Não jogue na minha cara a cada cinco segundos.

Aproximei meu rosto do dele novamente encarando seus olhos verdes em tom de ameaça.

— Se casar, eu apareço naquela porra e acabo com seu teatro.

— E ganha de presente tiro na testa.

— Você mudou muito Mikhail.

— Não queria que eu mudasse, queria que eu ficasse anos aguentando essas suas merdas? Deveria me agradecer por ter libertar e ainda estar bancando todo esse luxo. — Exaltou-se apertando as palmas de suas mãos com as unhas.

Suspirei fundo e continuei o encarar, desta vez, exalando ódio.

— Devo lembrar que aquela cadeira é minha e não mediria esforços para fazer vocês todos me engolirem goela abaixo.

Ele desviou o olhar e virou de costas, também, suspirando fundo.

— Não irei discutir com você.

— Foda-se.

— Estou tentando te ajudar, seria um pouco demais você tentar valorizar o que estou fazendo? Você é sem limites! — Falou abrindo as pálpebras ao máximo.

Suspirei fundo para pensar que realmente não valeria a pena discutir com o único homem que poderia me ajudar naquela situação.

— Se devo escolher um país de terceiro mundo..— Analisei as ideias na minha cabeça como se fosse um verdadeiro computador. — Irei para o Brasil.

— Brasil?

— Sim, a paisagem é linda. Além de tudo, o povo brasileiro é caloroso e receptivo.

— E a maioria das organizações não visita por causa dos traficantes.

— Exatamente. Você tem contatos, pode conseguir uma ótima recepção para mim no Rio de Janeiro.

— Ótimo, entretanto, use seus documentos falsos. Atena morreu se contente com isso. Conseguirei sua deslocação em dois dias, após isso, repito: esqueça-me. — Concluiu caminhando até a saída antes de receber qualquer resposta pegando o celular em suas mãos e posteriormente, batendo a porta com força. 

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