O Pássaro da dor
Eu estava na sacada, encostando o meu corpo na mureta daquele alto prédio enquanto olhava para aquela madrugada azul alaranjada, quando de repente começo a ouvir o canto de um pássaro, olhei para o meu lado e lá estava um pássaro negro, com os seus pequenos pés em cima da mureta.
Aquele pássaro era tão negro quanto a madrugada, e até mais belo do que ela. Ele continuava emitindo o seu canto, o qual até agora ecoa em mim; um apelo inútil e prolongado que não se entende se era de morte ou perseverança.
Havia passado tanto tempo com aquele animal, que já nem o via como um. Agora eu o via como um homem, vestido com um terno usual preto e sobre o seu nariz um óculos de mesma cor, o qual cantava para o mundo suas dores, mesmo que durante a madrugada ninguém pudesse ouvi-lo.
Após o longo tempo fúnebre com o pássaro, tirei meus pequenos pés de cima da mureta e forcei o meu corpo a tocar o chão firme de dentro da sacada. Fui em direção ao banheiro, chegando lá olhei-me no espelho e nele vi um homem vestido com um terno preto e com um óculos em sua face; e enquanto isso, o pássaro continuava emitindo o seu canto, mesmo que por todo esse tempo tudo estivesse em silêncio.
Fui para minha cama e ali deitei, e pensei que por mais um dia o pássaro estaria lá para mostrar a sí mesmo a sua perseverança por meio de um canto instável, seja de vida ou morte.
• Será feita uma história baseada nesse conto, então caso vc se interessou fica de olho.
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