Sophia Blanco

É final de semana, Cris já foi pra Fazenda com a família do Marcos. E eu estou aqui, apenas eu e aquele homem inconsequente.
Estou até com medo de sair do quarto, não sei o que ele é capaz de fazer com uma garota indefesa.

Mas como dizem, se  Maomé não vai até a montanha a montanha vai até Maomé, na verdade nem sei se é isso, mas quem se importa!
Lucas entra no "meu" quarto. Sem bater como sempre e com sua postura de homem convencido intacta.

— Você definitivamente não sabe bater na porta — digo irritada.

— A casa é minha e eu não preciso bater em nenhuma porta — eu não acredito que estou ouvindo isso, idiota.

— Idiota, quer saber, eu vou embora, você é um maluco, não tem respeito nenhum por mim — falo nervosa e me levanto da cama.
Vou ao closet, pego minha mala e começo a arrumar minhas coisas.

— Desculpa — Lucas diz baixo e se aproxima de mim, me coloca contra a parede e cola nossos corpos.
Ficamos em silêncio, apenas nossas respirações se ouvem.

— Não percebe que estou louco por você? Eu não quero que vá embora, por favor — diz e não sei porquê não consigo dizer que não, afastar ele e ir embora, ele põe uma mão na minha nuca enquanto a outra pega na parede, eu estou imóvel.

Se aproxima mais e junta nossos lábios, iniciando um beijo lento e cheio de paixão, é como se o mundo tivesse parado, como se esse beijo fosse a melhor coisa do mundo e só nós existissemos.

— Você é tão linda — fala entre o beijo. Vamos até a cama ainda nos beijando, mas agora não é apenas ele quem está agindo.

Nos livramos de cada peça de roupa que cobra nossos corpos até que finalmente estávamos completamente nus e com nossos corpos num encaixe perfeito, nossos movimentos são rápidos e excitantes, nossas almas estão entrelaçadas neste momento e logo o prazer se fez presente.
.
.
Acordo e estou deitada no peito do Lucas, me lembro do que aconteceu!
Isso não poderia ter acontecido, eu não podia ter ficado com ele, ele é pai da minha melhor amiga. Me condeno mentalmente, que merda eu fiz?!

Me levanto em silêncio para não o acordar e vou para o banheiro, tomo um banho rápido, visto um short moletom preto e uma blusa branca, calço uma sandália confortável e desço pra cozinha, onde me surpreendo com a ausência dos empregados!
Reviro os olhos, até onde isso vai?! Ele com certeza dispensou os empregados, e agora estamos só nós os dois aqui.

Senti meu estômago reclamar, então procuro algo para comer, peguei um pedaço de lasanha na geladeira, esquento no microondas e como.
Depois vou para a sala onde fico vendo um programa de moda que passa na televisão.

Depois de uns 30 minutos o Lucas desce as escadas, vem até mim e quando vai me dar um selinho viro o rosto.

— O que eu fiz agora? — pergunta se sentando.

— Lucas, o que aconteceu entre nós foi um erro, você poderia ser meu pai — falo, a última parte em tom de repreensão, não só para ele.

— Mas não sou — ele diz sério.

— Você não é meu pai mas é o pai da minha melhor amiga, ela ficaria decepcionada se soubesse que eu estou ficando com você.

— Ela, ela não precisa saber, eu gosto de você Sophia e sei que você também sente algo, por mais que não seja na mesma intensidade. Nós podemos tentar, se não der certo esquecemos que isso aconteceu e se der a Cris vai ter que entender, o que não pode acontecer é que não vivamos essa paixão por causa da minha filha, eu sei que você a ama e acredite, eu mais ainda, mas isso não pode ser um impedimento para nós dois.