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Brasil

Sophia Blanco

Estou tão ansiosa que não preciso do despertador para acordar.
Finalmente posso voltar para a minha vida.
Levanto da cama de uma vez e arrumo o quarto. Minhas malas já estão arrumadas, e a roupa que vou usar também está separada.
O voo parte ao meio dia e meia, tantão preciso estar no aeroporto pelo menos até as 11:50. Tenho muita bagagem para embalar, comprei muita coisa para o Breno e para mim nos últimos dias.

Lucas voltou para o hotel ontem, mas ele vai passar daqui e vamos juntos para o aeroporto. Mal posso esperar.

Enquanto a hora de me arrumar não chega, escovo os dentes e lavo meu rosto, estou faminta. 
Desço para a cozinha e me surpreendo ao ver a mesa recheada.

— Meu Deus, tanta comida — comento.

— É seu último café da manhã com a gente — Sandra responde sentimental.

— Obrigada por tudo — digo sincera. Minha estadia aqui estes meses poderia ter sido horrível, mas Sandra foi muito gentil comigo, ela sempre me tratou bem e fez com que eu me sentisse em casa.

— E o meu pai? — pergunto me sentando na mesa, depois de lavar minhas mãos.

— Já já ele desce, está terminando de embalar as coisinhas que compramos para o Breno — ela diz animada. Sorrio. Na verdade, não são "coisinhas", eles compraram muita coisa para o meu filho. Sandra gosta de crianças. Não sei por quê meu pai e ela não têm filhos, mas não é algo que eu vá perguntar, acho que devem ter um motivo para tal.

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Termino de me arrumar. São aproximadamente onze horas de voo, então, optei pelo mais confortável possível, calça moletom, blusa larga e sapatilha.

Lucas já mandou mensagem avisando que está chegando. Agora, tenho que me despedir da Sandra e do meu pai, que está com os olhos brilhando, e não é qualquer brilho, são lágrimas!

— Apesar de tudo, vou sentir saudades de vocês — digo sincera. Vim para Londres contra a minha vontade, mas preciso admitir que não foi ruim e vou me lembrar com carinho desse tempo.

— Eu gostei muito e ter você aqui em casa esses dias Sophia, e quero que você saiba que apesar de não concordar, eu respeito. E não quero que você me exclua da sua vida e da do meu neto. Vocês sempre serão bem-vindos aqui, Você, o Breno... e o Lucas. — ele diz e me abraça.

Quando nos afastamos, vejo que Sandra também quer dizer algo, mas ela está com receio. Não penso duas vezes e puxo-a para um abraço, que a pega de surpresa, mas ela retribui com um sorriso.

— Você será uma ótima avó para o Breno — sussurro — Apesar de não ter idade para tal — digo rindo, ela ri também e nos afastamos.

— A idade é só um número, não devemos nos basear demais nela — diz sorrindo de lado e faço o mesmo. Sandra tem 29 anos.

A campainha toca e não preciso olhar para ver que é Lucas. Corro para abrir a porta.

— Finalmente — digo quando vejo ele que sorri.

— Você está pronta? — pergunta.

— Sim. Você só precisa me ajudar com as malas e as coisas do Breno. Acho que não consigo carregar.

— Você nem deve tentar. — diz rindo.

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Já está tudo no carro. Um táxi não foi suficiente então estamos usando dois.

Os motoristas já estão prontos para sair, e eu estou mais uma vez me despedindo, desta vez com Lucas do meu lado.

— Cuida bem deles — meu pai diz para Lucas.

— Essa é a minha maior prioridade na vida. Fazer a Sophia a mulher mais feliz do mundo e ser o melhor pai para o nosso filho.

— Nós precisamos ir, vai levar um tempo para embalar essa bagagem e não podemos perder o voo.

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