Pensei em desistir,
Entretanto
O coração falou mais alto
E prossegui.

No caminho,
Tudo se movia lentamente.

Não havia pássaros cantando,
Nem se ouvia pessoas andando.

“Oi, tudo bem?”
Perguntei.

O silêncio se extinguiu,
Agora,
Conseguia ouvir
Até mesmo
Meu coração,
Não batendo,
Mas
Surrando meu peito,
Fervorosamente,
Como se estivesse
Preste a escapar
Do meu corpo.

Vozes em minha cabeça gritavam:
“Volte! Saia daí! Corra!”

“Ignore-as!”
Proclamei a mim mesmo.

Aparentemente
Funcionou,
Visto que
Se calaram.

“Quer sair comigo?”

Atirei palavras
Em seus ouvidos
Achando que se esquivaria,
Conquanto
Acertei-as.

“Sim”.
Respondeu-me.

Não acreditei,
Fácil demais achei,
Porém
Feliz fiquei.

“Aaah! Pobre menino, iludido por uma serpente!”
L
Levei-a para sair,
Elogiei-a como ninguém faria igual.

Era o dia mais feliz
Da minha vida,
Pena que era tudo uma ficção,
Sendo apenas um plano
Da menina cascavel.

“É o menino mais bonito que conheço. Vem comigo!”

Um amor utópico,
Um elogio mentiroso.

Segui-a,
Não deveria.

Chegando lá,
Vários meninos populares,
Um balde
Cheio de merda
E uma história triste para contar.

Primeiro,
Um soco,
Depois,
Um chute,
No fim,
Caído no asfalto;
Morto por dentro,
Destruído por fora!

Uma tatuagem
Em meu corpo,
Feita para eu não esquecer.

“Um trouxa igual você deveria se matar.”

Até pensei,
Todavia
Não o farei,
Posto que
Uma vingança planejarei.

SCAR, AK-47, GLOCK!

Tudo o que eu poderia usar,
No entanto
Isso não é uma história clichê de vingança.

Fui à escola.

Pensaram que eu não iria
Após o ocorrido.

Fui em sua direção
E declarei em alto e bom som:
“Eu te perdoo!”

Não acreditou;
“Fácil demais”
Pensou.

Porém
Diferente da víbora,
Não aprendi a mentir,
Mas sim
A perdoar.

Atualmente,
Sou rico,
Não só de dinheiro
Como também de felicidade e saúde,
Já ela e os meninos populares
Trabalham para mim.

Dei comida e um lar a eles.

Poderia ter feito
O que fizeram comigo,
Não obstante
Decidi mudá-los.

Disse que me vingaria e,
De fato,
Me vinguei,
Contudo,
Vinguei-me
Do mal que um dia vivera
Em suas almas.

CAIO R.G. DE OLIVEIRA