Medo inexistente
Fecho a porta
Para que não entrem.
Barulhos altos,
Posso escutar.
Gritos de dor,
Tento ignorar.
Isolo-me
Em busca de proteção.
“Feche os olhos e volte a sonhar!”
Suplico a mim,
Embora
Não consiga controlar.
Tenho que sair
Desta escuridão,
Entretanto,
O medo inexistente
Apavora-me
No anoitecer.
O que vive dentro do armário?
A quem pertence
Os olhos
Que me vigiam
Quando apago as luzes?
Abro a porta.
Som temeroso
Ecoa no local.
Tão terrível
Que me arrepia
Por inteiro.
Longo corredor,
Ao final dele
A silhueta de uma
Apavorante mulher.
“Por que me olhas?”
Pergunto desejando retornar à prisão.
Olha-me.
Não mexe, não fala,
Somente olha.
Dou um passo.
A silhueta
Continua a me olhar.
Fecho os olhos e
Começo a andar.
Ufa!
A silhueta não está mais lá.
Talvez,
Nunca tivera.
O medo inexistente
Volta a atacar.
Escada macabra
Nasce em minha frente.
Vejo sangue
Em um de seus degraus.
Não me resta opção,
Tenho que descer.
Tento não fazer barulhos,
Mas
Fracassando.
Cada degrau,
Perturbador ranger
De madeira velha.
“Onde está?”
Pergunto-me descendo a escada
À procura de alguma luz
Para me confortar.
“Achei!”
Expresso alegre
Ao finalmente achar
O objetivo da exploração.
Abro a gigante porta de metal.
Poderoso clarão
Surge de seu intrínseco,
Iluminando todo o local.
O objetivo está logo ali,
Mas
Alto e longe demais
Para minhas minúsculas mãos.
Fico na ponta dos pés
Para alcançá-lo.
Regressar à escuridão,
Não é opção.
Estico-me e salto,
Derrubando tudo
De dentro do portal.
Porém salvando
Meu aclamado objetivo final,
O qual
Seguro firmemente.
“Jamais o soltarei!!”
Exclamo
Preste a usufruir
De minha batalhada conquista.
Interrompido
Por forte e caloroso brilho
Que emerge da escuridão
E põe fim
Ao medo inexistente.
“Filho, o que está fazendo acordado esta hora na cozinha?”
Vim apenas beber um copo de água, mamãe.
CAIO R.G. DE OLIVEIRA
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