Carta
Branca.
Vazia de palavras
Repleta de emoção.

Coração de sagitário,
Vingativa como escorpião.
Apaixonante como virgem,
Porém
Fria como aquário
E orgulhosa como leão.

Lembro
Até hoje
De nosso encontro.

“Café duplo, com uma colher de açúcar, por favor!”

Como queria
Falar contigo,
Dizer que sinto
Saudades,
Tanta,
Tanta saudade.
Mas
Não dá,
E
Você sabe
O porquê.

Sente
O mesmo,
Mas
Não admite.

Por que não me chama?

Eu sei
O porquê.

O orgulho.

Não?

Queria
Que não possuísse tanto.

Poderia te chamar,
Mas
Não repetirei
Meu erro
Outra vez.

Na última vez
Me decepcionou,
E outra,
E mais uma vez.

Comecei
O poema
Mentindo,
Como fez
Para mim.

Não lembro
De nosso encontro.

Queria,
Mas
Não posso.

Ele nunca ocorreu.

Será que
Teria feito
Mesmo aquele
Pedido?

CAIO R. G. DE OLIVEIRA