41. Luz nas sombras
A grandiosidade e simplicidade daquele lugar eram inconfundíveis, especialmente quando Gabriel comparava ao saguão luxuoso que percorrera uma ou outra vez durante suas rápidas estadias na Casa dos Espinhos. Este, no entanto, era diferente. À sua frente, um belíssimo chafariz de camadas, cujas formas lembravam conchas delicadamente abertas, recebia o jovem vampiro e seus companheiros. O lustre negro pendia do teto, com lâmpadas que espalhavam uma luz branca pura, contrastando de forma marcante com o salão de julgamento do Conselho dos Sete. Embora ambos os locais compartilhassem uma beleza imensa, aquele era mais moderno, mais vibrante, quase imersivo.
Gabriel precisou piscar algumas vezes, tentando acostumar-se com a intensidade da luz ao redor. O local era inusitadamente claro, e, para completar, a vista do luar refletia no telhado de vidro do pátio, um material tão resistente que absorvia os raios ultravioletas do sol, criando uma visão deslumbrante.
Do ponto onde estavam, o novato notou um segundo andar. Este, decorado com vasos de plantas exuberantes e quadros de estilo cubista, dava a impressão de ser um local acolhedor e descontraído, quase como uma pousada de veraneio, onde famílias ricas passariam férias. Daquele alto, Gabriel sentiu os olhares sobre si, algo que não passou despercebido. Instintivamente, ele soubera que estava sendo observado — e seus instintos não estavam enganados. Alguns rostos curiosos o analisavam, talvez se perguntando qual era o seu papel naquela ordem.
Mais adiante, uma figura familiar os esperava. Era a mulher que os resgatara do covil de Victor, a mesma que Gabriel reconheceu com facilidade. Ela exalava uma calma serena, a mesma tranquilidade da primeira vez em que se encontraram, há uma noite atrás.
Ela estava parada, os braços cruzados atrás das costas, diante de uma porta imensa, adornada com detalhes dourados e com uma cor negra marcante. Gabriel, com sua percepção aguçada, concluiu que ela devia ser a líder da ordem. Sua presença era magnética, algo que ele não conseguia explicar, mas que o atraía de uma forma estranha. Tudo ali, desde a mulher até a ordem à qual ela pertencia, era envolto em mistério e fascínio.
Atrás dela, dois adolescentes, tão jovens quanto Gabriel e seu amigo Diego, acompanhavam a estranha mulher. Os dois eram gêmeos e, assim como a líder, compartilhavam características visíveis de origem indígena.
O rapaz, com altura similar à de Diego, mas com um corpo mais atlético, era de uma beleza impressionante. Gabriel não pôde deixar de comparar sua aparência com a de Hélio, alguém que ele considerava belo, mas que não chegava aos pés daquele jovem.
Ao lado dele, estava sua irmã. Ela tinha os mesmos traços marcantes, embora com menos marcas de nascença, as quais seu irmão parecia carregar. A jovem também era linda, com um corpo esbelto e cabelos tão negros que, se olhasse para eles de perto, poderia jurar que eram como o céu estrelado.
O rapaz, notando o olhar atento de Gabriel, retribuiu com um sorriso sutil, como se já conhecesse aquele tipo de olhar: o de quem fica fascinado com sua aparência. A garota, por outro lado, parecia intrigada com Gabriel. Ele era jovem, mas não possuía as características de alguém que vivera por tantos anos. Sua beleza, no entanto, também chamava a atenção dela.
— Voltamos a nos encontrar, criança perdida — disse a mulher dos cabelos grisalhos, que, agora soltos, caíam suavemente sobre seus ombros e peito.
— Muito obrigado! — Gabriel disse, inclinando a cabeça em sinal de respeito.
— Não precisa disso, menino... — respondeu a mulher, com um sorriso suave.
— Me desculpe... — Gabriel se corrigiu, sem saber exatamente o que mais poderia dizer.
— Imagino que você já saiba o que está acontecendo... — Miguel finalmente falou, quebrando o silêncio que pairava desde que saíram do Nexus e foram escoltados pela Guarda do Alvorecer.
— Teremos muito o que discutir, meu caro Miguel. Agora, eu imagino que vocês queiram descansar ou, ao menos, entender o que é a Guarda do Alvorecer — respondeu a mulher, com uma voz carregada de experiência.
— Agora que você mencionou... — Gabriel comentou, olhando para o andar superior e os rostos curiosos que o observavam de lá. — Miguel não me contou muito sobre o tipo de ordem de vocês, e pelo que percebi, os Sete Clãs também não são muito fãs de vocês...
— Muitas comunidades não gostam quando nos envolvemos nos assuntos delas... — A mulher respondeu, com sua voz doce e calma. — Elas se sentem intimidadas...
Gabriel fez um som baixo de entendimento, "hm", enquanto seguia a Grande Magus e os gêmeos através do pátio, em direção à porta imensa com detalhes dourados. Quando se aproximaram, as portas se abriram por si mesmas, como se soubessem que estavam chegando. Antes de seguir a anfitriã pelo estreito corredor, Gabriel olhou para Miguel e Ana, que ainda estavam no meio do pátio, observando-os partir.
Os gêmeos caminharam como sombras da mulher mais velha, sem trocar palavras, mas com os olhares fixos em Gabriel, estudando sua estatura e presença. Era claro que o jovem vampiro os impressionava, não apenas pela sua altura, mas também pela sensação de que ele não era tão perigoso quanto pareciam inicialmente pensar.
Enquanto caminhavam por um corredor que parecia não ter fim, Gabriel observou as paredes impecáveis, decoradas com rostos imponentes, aristocráticos e até selvagens, como se cada um deles tivesse contribuído para a história daquela ordem da qual ele nunca ouvira falar. Se ele parasse para refletir, ainda se lembraria de como, há menos de um mês, não acreditava que vampiros, bruxas e ghouls realmente existissem.
— Você é tão perigoso quanto dizem? — A garota atrás de Gabriel quebrou o silêncio, a curiosidade evidente em sua voz.
— Acho que sim... Sou um vampiro, no final das contas... — Gabriel respondeu, sem tentar disfarçar sua incerteza.
— Mas não qualquer vampiro... — O gêmeo ao lado da garota interveio, com uma leve provocação.
— Eu realmente não sei — Gabriel disse, olhando-os nos olhos. Havia um misto de medo e compreensão ali, e ele sabia que não seria por muito tempo antes que o Conselho dos Sete e as outras comunidades decidissem que ele fosse uma ameaça a ser eliminada.
— O quanto você sabe sobre sua história? — perguntou a Grande Magus, sua voz suave, mas imbuída de uma seriedade palpável.
— Sei que o clã ao qual agora pertenço foi uma grande ameaça para outras espécies, até mesmo para os próprios vampiros...
— E você sabe o porquê? — ela insistiu.
— Nosso poder.
— Sim, o poder de vocês pode ser assustador... Eu mesma nunca vi um, apenas ouvi histórias de minha bisavó... — Ela sorriu, mas algo em seus olhos dizia que estava mais do que disposta a ouvir Gabriel.
— Você nunca nos contou isso, vovó! — a garota exclamou, surpresa.
— Bem, meninos... — A anciã sorriu afetuosamente para os gêmeos, antes de voltar seu olhar para Gabriel. — Jamais imaginamos que vocês entrariam para a ordem, ou que a existência do Clã destruído ainda fosse possível. E, no entanto, tudo parece estar acontecendo neste exato momento.
— Espero entender meu lugar nisso tudo... — Gabriel murmurou, mais para si mesmo do que para os outros.
— É por isso que você está aqui, não é mesmo? — A Grande Magus respondeu, sorrindo gentilmente e oferecendo-lhe o braço para acompanhá-la. — Imagino que nem todos do Clã destruído compartilhavam da mesma megalomania de seu líder... Muitos foram arrastados para a extinção sem sequer terem a chance de se defender...
Ela suspirou, olhando para seus netos ao lado, antes de continuar:
— Não quero que o mesmo erro se repita.
— Muito obrigado... — Gabriel disse, profundamente tocado.
— Me diga, criança, o que sabe sobre nossa ordem? — A Grande Magus perguntou, seu olhar penetrante.
— Imagino que vocês surgiram depois da destruição da oitava família... Mas não entendo o papel de Diego aqui. Não deveriam os humanos estar fora disso?
— Você está correto, mas lembre-se que os mesmos humanos que queremos manter afastados desse mundo são os mesmos que se opuseram a nós. E, assim como nem todo vampiro de sangue é maligno, acreditamos que nem todo humano deseja nosso extermínio.
— Sim, mas por que recrutar um? — Gabriel questionou, ainda tentando entender o contexto.
— E quem disse que ele é o único? — A anciã deu uma risada suave, como se essa pergunta fosse apenas parte do mistério. — A Guarda do Alvorecer é a promessa de equilíbrio entre nossos lados e os deles. Temos humanos em nossas fileiras porque eles acreditaram que também mereciam ter voz neste mundo.
Gabriel apenas acenou, absorvendo tudo o que lhe era contado. Os gêmeos, que antes estavam atrás dele, agora caminhavam ao lado direito da Grande Magus. O silêncio pairou no ar, mas era um silêncio pesado, como se todos pudessem ouvir os pensamentos de Gabriel tentando se encaixar em um quebra-cabeça que, até aquele momento, ele nem sabia que existia.
O quarteto finalmente chegou ao final do corredor, e uma porta os aguardava. Ali estava a sala da Grande Magus. A mulher fez um gesto com o braço livre, e a porta se abriu sozinha, revelando, em seu interior, uma sala repleta de prateleiras de livros. Alguns pareciam ser antigos, enquanto outros aparentavam ser mais recentes.
No centro da sala, havia uma grande mesa de mogno, coberta por toneladas de papéis, alguns livros abertos e algumas estatuetas de deusas gregas. Assim como nos corredores, a presença de alguns quadros também estava ali, mas estes não eram retratos; eram simplesmente decorativos.
— Por favor, entre — pediu a anciã.
— Vai ficar tudo bem, vovó? — Foi a vez do neto da Grande Magus de quebrar o silêncio. O garoto, embora Gabriel acreditasse que ele não seria capaz de lhe infligir mal algum, tentava demonstrar ser duro e superprotetor de sua parente.
— Não se preocupe, Theo — disse a anfitriã, gesticulando com o braço esquerdo, que agora estava livre. — Não sou tão indefesa assim...
— Mas...
— Vamos, cabeçudo! Ela disse que vai ficar bem — a garota disse, puxando o irmão gêmeo pelo braço.
— Monique, por favor, peça para Diego vir até minha sala!
A garota anuiu, e tão rapidamente os gêmeos deixaram a avó e Gabriel sozinhos. O vampiro olhou uma última vez para o lado de fora da sala da líder da Guarda do Alvorecer, depois trocou olhares rápidos com a anciã, advertindo o olhar quase que instantaneamente.
— Não se acanhe, menino. Sente-se! — pediu a anciã, enquanto caminhava vagarosamente em direção à cadeira acolchoada atrás de sua mesa bagunçada.
Gabriel continuava parado na porta, enquanto a Grande Magus já se ajeitava em seu assento, e agora o encarava, aguardando que o garoto se mexesse e se sentasse de frente para ela.
— O que vão fazer comigo? — perguntou o jovem vampiro, preocupado. Àquela altura, não sabia se podia confiar tanto nas pessoas ali.
— Por enquanto, nada. No entanto, Gabriel, é importante que se lembre que sua condição é delicada. Você sequer tem controle total sobre seus dons vampíricos e, para ajudar, não sabe nada sobre suas habilidades hereditárias. É difícil determinar se você é mais uma vítima ou se tornará o próximo inimigo da ordem.
— Não esperava uma resposta tão franca... — disse o garoto, sorrindo.
— Não há nada para ser escondido aqui. A Guarda do Alvorecer é uma promessa de última defesa contra o mal que pode vir de diversas formas, assim como também é um refúgio para aqueles que se encontram perdidos.
— O que acontecerá daqui pra frente? — indagou ainda tímido, mas dando pequenos passos em direção à poltrona que o aguardava.
— Isso eu também gostaria de saber. Nosso equilíbrio está por um fio, e meu medo é que outras forças, ainda mais nefastas que a de Abel, se aproveitem do caos em que nos encontramos.
— Como alguém pode me ensinar o que preciso para controlar meus dons?
— Não se preocupe com isso, temos os nossos meios... — revelou a anciã, mas Gabriel sentiu que havia algo que ela não queria partilhar, e isso o deixou com uma pulga atrás da orelha. — Você será instruído junto de nossos novos recrutas.
A conversa amigável foi repentinamente interrompida por batidas na porta. A anciã esticou seu braço em direção à entrada de sua sala, e a porta se abriu sozinha, revelando, do outro lado, o amigo que Gabriel estava ansioso por rever.
— Diego, que bom que chegou!
— Estou aqui porque... — dizia o rapaz ao se chocar com a presença de Gabriel ao lado da líder de sua ordem.
— Você irá mostrar o lugar para nosso novo hóspede. Acredito que vocês tenham muito para atualizar desde o último encontro de vocês. — disse a Grande Magus, olhando para Gabriel, depois para seu melhor amigo.
O vampiro se levantou às pressas, e antes mesmo que Diego percebesse, já estava diante dele. Os dois se abraçaram forte, havia um certo alívio e conforto em estarem nos braços um do outro, pelo menos uma vez mais.
A Grande Magus os observava com um semblante alegre. Era bom que os dois, ao menos, pudessem passar por todo aquele turbilhão juntos. E se ela estivesse certa sobre o rumo que as coisas tomariam, precisariam um do outro mais do que nunca.
Diego continuou guiando o amigo pelo mesmo corredor que o vampiro havia percorrido junto à anciã e seus netos gêmeos. Agora estavam de volta ao enorme pátio, e outra porta os aguardava, levando-os até uma escadaria luxuosa, com algumas videiras sobre o corrimão.
— Como foi no julgamento? — perguntou Diego, quebrando o silêncio.
— Péssimo. Eles estavam uns dez passos à frente da gente, cara. — respondeu Gabriel, frustrado, recordando-se de todo o esforço que teve que reunir para sobreviver ao seu segundo encontro com Victor. De nada adiantou, e uma vez mais, quase perdeu a vida no processo.
— Vixi! Por isso tá aqui?
— Mais ou menos... — Diego o olhou confuso. — Resumindo, a linhagem que faço parte foi destruída pelos Sete Clãs, mais as bruxas e os lobisomens. Quando descobrirem sobre minha existência, o que não vai demorar, já que o próprio Conselho dos Sete já me anunciou como inimigo da comunidade. É questão de tempo até que venham atrás de mim...
Diego ficou atônito. Não sabia o que dizer. De fato, o que ele poderia dizer para tornar as coisas menos ruins do que estavam? Nessas horas, ele se odiava por nunca saber o que fazer ou por não ter um bom plano.
— A gente vai dar um jeito nisso... — falou hesitante. Não queria fazer uma promessa que não pudesse cumprir, mas também não queria que o amigo enfrentasse aquilo sozinho. — Afinal, a gente formou uma dupla e tanto!
— Você quer dizer que eu salvei seu rabo sofrido de virar um belo passado esquecido...
— Tá... — Aquilo soou estranho para Diego. Era a primeira vez que Gabriel o elogiava, ou pelo menos, a primeira vez que ele percebia. — Mas não conta que a Ana e eu salvamos sua pele? Porque você, a essas alturas, teria virado poeira...
— Tem razão, vocês chegaram num bom momento — Gabriel afirmou, recordando-se de quando se reencontraram. — Mas como você acabou se integrando à ordem?
— Se eu te dissesse que me deram essa possibilidade, acreditaria?
— Sim, a Grande Magus explicou que você não é o único humano por aqui...
— Estraga prazeres... — Diego cochichou, fazendo bico.
— Mas o que te fez ficar?
— Você, eu acho?
— Elabore!
— Quando eu quase morri, pensei sobre sua condição. Naquele mesmo dia, dois vampiros quase acabaram comigo. Eu não queria que você acabasse com minha mãe, ou a sua, ou até mesmo a Cris, que inclusive surtou quando eu falei que você estava vivo.
— Você o quê?
— Cara, ela nem acreditou em mim! Disse que era melhor eu superar. E ainda por cima, levei um baita de um tapa na cara. Acho que no fundo ela ainda gostava de você...
— Merda...
— O que foi? — Diego perguntou ao perceber que Gabriel tinha parado no último degrau.
— O beijo... Foi a última coisa que fizemos juntos e eu ainda falei que tinha sido um erro, ou pelo menos dei essa impressão...
— Ah, sim, o beijo... — Diego repetiu, lembrando-se da noite em seu apartamento. Sobretudo, a fatídica noite em que seu amigo perdera a vida.
— Como será que ela tá? E minha mãe? Você a viu?
— Não se preocupa, Gabs. Sua mãe tá bem, temos pessoas cuidando dela. Os malditos não vão tocar um dedo nela! — disse Diego, colocando a mão sobre o ombro magro e ossudo do amigo.
— Obrigado — disse Gabriel com um sorriso tímido.
Os dois seguiram pelo corredor, que outrora estava cheio de pessoas curiosas sobre o novo hóspede. Com a curiosidade saciada, muitos voltaram para seus afazeres. Diferente de quando esteve com os vampiros dos Sete Clãs, ali ele não se sentiu como um excluído, um invasor ou alguém que logo partiria. Havia algo de diferente naquele lugar.
Talvez fosse a forma como a Grande Magus decidia as coisas por ali. Talvez houvesse uma chance de ele encontrar seu lugar naquele novo mundo, diante de sua nova condição. Diferente de como havia começado aquela jornada, agora ele sentia que não estava sozinho como esteve no começo. Tinha seu melhor amigo de novo, e talvez até novas amizades feitas durante sua estadia na Casa dos Espinhos.
O futuro ainda era incerto, mas de alguma forma, ele ainda tinha um pouco de esperança. Havia a possibilidade de um novo amanhecer para pessoas como Diego, sua mãe e até mesmo seu antigo eu. Entretanto, também havia um futuro sombrio batendo à sua porta, e aquilo o assustava.
— Aliás... — disse Diego, parando em frente a um quarto que parecia estar ocupado. — Esse é o seu dormitório. É provisório e acharam que faria sentido se você o dividisse com alguém que te ajude nesse processo. — O rapaz abriu a porta e pediu para que Gabriel entrasse, em seguida, olhou para ele e sorriu. — Eu fico com essa aqui, e você pode ficar com a outra ali — complementou, apontando para uma cama relativamente menor e de solteiro, que ficava do outro lado do quarto.
— Somos colegas de quarto agora?
— Não se anime, isso é temporário! — Diego falou, jogando o travesseiro na cara de Gabriel, depois se levantou e caminhou em direção à porta.
— Di!
— Que foi?
— Obrigado — Diego sorriu de volta ao ouvir o amigo agradecendo. Afinal, ele sabia que aquele "obrigado" englobava muito mais coisas do que Gabriel ou ele seriam capazes de dizer naquele momento.
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