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37. Verdadeiras intenções


Miguel esperava por Gabriel em seus aposentos. Aquela era a primeira vez que o rapaz visitava o quarto de seu tutor. Em seu caminho até lá, o jovem vampiro ponderava quais perguntas deveria fazer ao mais velho.

Sobretudo, queria compreender o porquê de Miguel tê-lo escolhido para abrigar e educar segundo os costumes dos Sete Clãs. Outro pensamento também o atravessava: a mentira mencionada pelo vampiro que o sequestrou e a referência a um clã destruído.

Assim que apareceu no corredor do quarto de Miguel, percebeu que os olhares haviam mudado. Não havia tanta hostilidade, mas captava algo diferente: desconfiança.

Diante da porta, Gabriel precisou acalmar a agitação dentro de si. Fechou os olhos, respirou fundo e deu duas leves batidinhas.

— Entre — ouviu Miguel ordenar.

Inspirou e expirou mais algumas vezes, como sua mãe o ensinara ainda em vida, antes de estreias importantes. Seu coração aqueceu-se com a lembrança, mas logo entristeceu-se ao pensar no perigo que ela poderia correr caso outras criaturas o tomassem como inimigo. Esse pensamento o perturbou ainda mais.

Ao girar a maçaneta, o quarto suntuoso de Miguel se revelou. A decoração era rebuscada, refletindo um gosto refinado. O ambiente, de paleta escura, possuía vasos de porcelana chineses espalhados como relíquias preciosas.

— Acredito que você não veio para admirar minhas coisas, não é mesmo? — A voz de Miguel soou divertida, carregada de uma provocação sutil.

— Me desculpe — disse Gabriel, ainda absorvendo cada detalhe. — É minha primeira vez em um quarto que não seja o meu. Aqui parece uma exposição de arte num museu.

Miguel inclinou-se ligeiramente na poltrona, observando-o com um sorriso enviesado.

— Feche a porta atrás de você. O que vou te contar é algo que poucos, salvo Ana e Lúcia, sabem...

O comentário fez Gabriel sentir um gosto amargo na boca. As palavras do estranho vampiro, horas antes, pareciam fazer ainda mais sentido.

Obedecendo, ele fechou a porta e caminhou até a poltrona em frente a Miguel. O mais velho segurava uma taça com sangue e o fitava com uma intensidade desconcertante.

— Por que você me adotou? Entendo que seu amante o influenciou, mas deve haver outro motivo...

Miguel sorriu, um gesto inesperadamente sincero, sem as barreiras costumeiras.

— Você realmente não perde tempo — brincou. — Tem razão, não o adotei por pena ou algo do tipo, apesar de que os argumentos de Felipe pesaram bastante.

Felipe, seu amante de outra época, tinha materializado ao lado de Miguel. Ele observava como a conversa entre os dois jovens vampiros desenrolaria. Gabriel notou sua presença ao lado de seu mentor, mas fingiu não ter visto nada.

— Então por quê?

Miguel suspirou e levou a taça aos lábios, bebendo lentamente antes de responder:

— Você já deve ter percebido que sou um agente infiltrado dentro dos Sete Clãs.

— Sim, isso me fez pensar muito.

— Tudo começou porque a Guarda do Alvorecer acreditava que algum vampiro dentro do Conselho dos Sete estava por trás da transformação desautorizada de humanos, mas você e eu descobrimos algo ainda mais perturbador, não é mesmo?

Gabriel inclinou-se para frente, os olhos presos nos de Miguel, que não quebrou o contato visual.

— Tem a ver com o tal Clã destruído?

— Sim.

— O que era esse clã?

— Originalmente, existiam oito famílias, todas ramificadas do primeiro vampiro a existir, o Vampiro Rei. Seu sonho era criar uma comunidade à sua semelhança, distribuindo seus dons a cada uma de suas crianças.

— Daí surgiram os Oito Clãs...

Miguel ergueu uma sobrancelha, satisfeito.

— Bom ver que está prestando atenção. — Miguel comentou, percebendo que o novato sequer piscara desde que ele tinha começado a contar a história do extinto Oitavo Clã. — Mas, com o tempo, a ganância por poder e domínio sobre os humanos cresceu. Por temerem serem expostos e mortos, os clãs deram um jeito de enterrar para sempre o Vampiro Rei.

Gabriel franziu a testa.

— Tá, entendi nossa origem. Mas o que isso tem a ver conosco?

— Os Oito Clãs passaram a coexistir, mas com regras distintas. Entre eles, um clã possuía um dom perigoso, considerado até mais poderoso.

Gabriel estremeceu.

— O Clã destruído...

Miguel sorriu, mas havia algo predatório em seu olhar enquanto girava distraidamente o líquido escarlate na taça. Gabriel sentiu um arrepio na nuca.

— Isso mesmo. As outras famílias se uniram a lobisomens e bruxas para exterminá-los. Esses mestres do sangue eram perigosos não só para vampiros, mas para todas as outras espécies.

— A Guarda do Alvorecer... — murmurou Gabriel, absorvendo as palavras. Miguel assentiu.

— Mas como pode ter havido sobreviventes?

— É isso que o Conselho descobrirá no julgamento do nosso "amigo". Você viu o que ele era capaz de fazer, controlando seu corpo apenas pelo sangue.

Gabriel desviou o olhar para a taça de Miguel, sentindo uma inquietação crescer dentro de si. Mas logo ergueu os olhos novamente, encarando-o com determinação.

— Isso não explica por que me acolheu.

Miguel lambeu o sangue nos lábios antes de responder, com um meio sorriso enigmático.

— Eu precisava de um motivo para investigar isso mais a fundo. Além disso, por um instante, pensei que você poderia ser minha cria, o que colocaria minha missão em risco. Senti uma certa... responsabilidade pela sua existência.

Gabriel cerrou os punhos. Sentia-se usado, uma peça em um jogo maior. Seu amigo quase morrera pela mesma sede de poder dos vampiros. E Miguel também o usara.

— Se você não tivesse feito o que fez, eu teria me tornado uma daquelas criaturas... — disse Gabriel, furioso.

Miguel inclinou-se à frente, os olhos brilhando sob a luz baixa do quarto. Seus dedos deslizaram preguiçosamente pelo braço da poltrona enquanto ele o avaliava.

— De qualquer forma, isso é tudo o que posso te dizer... por enquanto.

A respiração de Gabriel estava irregular. Não sabia se era pela raiva, pela tensão da conversa ou pela forma como Miguel o fitava, como se estivesse provocando algo dentro dele de propósito.

— Lúcia te abrigar dentro da família não traria problemas para ela perante o Conselho? — perguntou, tentando recuperar o controle da própria mente.

Miguel sorriu de canto.

— Lúcia e eu temos uma história. Ela me devia um favor. Claro que isso também a beneficiaria.

— E agora? — perguntou Gabriel, a voz mais firme.

Antes que Miguel pudesse responder, leves batidas soaram na porta.

— A Matriarca nos ordena comparecer ao complexo do Conselho. Jonathan exige que todos os clãs estejam presentes para o julgamento. O garoto deve vir junto.

Gabriel e Miguel entreolharam-se, um entendimento silencioso passando entre eles. Nenhum dos dois falou.

Levantaram-se, caminhando para a porta. Do outro lado, o vampiro careca e braço direito de Lúcia os aguardava.

— Acho que temos um julgamento para atender primeiro — disse Miguel, antes de partirem em silêncio.

— Miguel — o jovem vampiro chamou. —Obrigado por ontem à noite.

O mais velho sorriu, devia isso à eles. Foi preciso manter isso em segredo do Conselho e até mesmo de Gabriel. 

Agora os dois seguiam tinham um julgamento para presenciar, mas ambos tinham a impressão de que aquela história estava bem longe de acabar.

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