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28. A sombra de Gabriel


Patrícia deslizava o dedo pela tela do celular, passando de foto em foto até parar em uma específica: Vanessa sorria para a câmera, os olhos brilhando de alegria. Era difícil acreditar que, naquela manhã, tinha visto sua filha pela última vez antes de a garota desaparecer em frente ao portão da escola.

Na televisão, o Bom Dia SP passava baixinho, o som abafado pelos próprios pensamentos de Patrícia. O apresentador comentava sobre um caso de desaparecimento em uma escola, mas as palavras pareciam distantes. O título da manchete brilhava na tela, perturbador, mas Patrícia não conseguia reagir. Sua mente vagava para a noite anterior, quando teve sua última conversa com Vanessa.

— Como vai a escola? — perguntou, sentando-se ao lado da filha no sofá.

— Nada de novo, mãe... — Vanessa respondeu, sem tirar os olhos do celular.

Patrícia sorriu, inclinando-se para perto dela.

— Nem mesmo nenhuma paquerinha?

Vanessa arqueou as sobrancelhas e soltou um suspiro exagerado.

— Lá?! — exclamou, quase indignada. — Acho difícil!

— Ah, Vanessa! Eu te conheço!

— Tô falando sério, mãe. Não tem nada, ninguém. Se aquela escola fosse ao menos interessante, aí eu poderia até cogitar esconder alguma coisa, mas nem isso!

Resmungando, Vanessa encolheu as pernas sobre o sofá e aconchegou a cabeça na almofada de Pug que sempre mantinha por perto. Patrícia abriu a boca para dizer algo, mas o som de passos apressados a distraiu.

Tiago passava pela sala, rumo ao corredor dos quartos.

— Ei, mocinho! — Patrícia chamou, erguendo a voz o suficiente para fazê-lo parar no meio do caminho.

Tiago se virou devagar, soltando um suspiro teatral.

— Ah, mãe! — reclamou, lançando um olhar para a irmã, esperando que ela o ajudasse. Vanessa apenas revirou os olhos, levantou-se e subiu as escadas sem pressa.

Patrícia deu dois tapinhas no espaço vago do sofá, chamando o filho. Tiago, derrotado, se jogou ao lado dela.

— E você? Tá entregando as tarefas? Assistindo às aulas? Conheceu alguma menininha?

Tiago bufou e cruzou os braços.

— Sim, mãe! Estou sendo um aluno exemplar, já que você colocou a gente naquela prisão que chama de escola... — respondeu, a voz carregada de ironia.

Patrícia riu, balançando a cabeça. Ele e Vanessa realmente tinham o mesmo gênio.

Na televisão, a reportagem sobre o desaparecimento continuava. A diferença, desta vez Vanessa não estava ali na sala, o espaço vazio ao lado do braço do sofá, não traduzia com exatidão o buraco a falta de sua presença causava naquela casa. Na verdade, isso é algo que a policial jamais imaginou um dia ser capaz de vivenciar.

"Os pais ainda aguardam respostas. A escola afirma que a segurança foi reforçada, mas o mistério permanece..."

Tiago parou ao lado da mãe, exatamente como havia feito na noite anterior ao do desaparecimento de Vanessa. No silêncio opressor e tristonho, ele se sentou ao lado de Patrícia, sem dizer uma palavra. Seu olhar estava fixo no chão, mas sua mão, quente e hesitante, pousou sobre a dela, que descansava sobre as pernas. Entre os dedos, segurava o celular com força, como se se agarrasse a ele em busca de alguma resposta.

O toque gentil do filho a trouxe de volta à realidade. Ela piscou algumas vezes, afastando o torpor que a consumia, e forçou um sorriso para ele. Em um gesto automático, pegou o controle remoto e desligou a televisão. O silêncio que restou parecia ainda mais pesado.

Levantando-se do sofá, caminhou até o balcão da cozinha, respirando fundo antes de se virar para Tiago.

— Não se preocupe, querido — disse, sua voz suave, mas firme. — Vamos encontrar sua irmã.

Ofereceu-lhe outro sorriso, tentando transmitir uma segurança que ela tentava a todo custo continuar a sentir.

Custe o que custar.

Renato pressionava o acelerador, cortando as ruas de São Paulo como se cada segundo perdido pudesse ser fatal. O endereço enviado por Lemos brilhava na tela do celular preso ao painel, e ele ignorava todas as outras notificações. Nada mais importava agora. Patrícia precisava dele. E ele sabia que, para uma mãe como ela, nada no mundo poderia ser mais angustiante do que algo envolvendo seus filhos.

No rádio, "The Living Daylights" tocava, e os acordes traziam lembranças de um passado que, em outra circunstância, o teria envolvido em uma doce nostalgia. Ele se lembrava das tardes assistindo aos filmes do 007 com o pai, encantado pelas perseguições de carro e as missões impossíveis. Mas agora, a realidade exigia toda sua atenção. O presente não era diversão.

Atravessou a Avenida Senador Teotônio Vilela, olhos rápidos nos retrovisores, atento a qualquer brecha para avançar. O trânsito estava tipicamente imprevisível e implacável, mas ele encontrou uma oportunidade e acelerou, cruzando a Ponte do Socorro. A água do rio refletia as luzes da cidade como lâminas, e o céu carregado parecia prever chuva. Como se São Paulo também sentisse a tensão daquela noite.

Entrou na Washington Luís, desviando de um motorista distraído que freou abruptamente à sua frente. "Merda", praguejou entre os dentes, apertando o volante. O asfalto úmido exigia cautela, mas a urgência queimava em seu peito. Na Vicente Rao, seus pensamentos começavam a se embaralhar, e ele tentava se concentrar no que o aguardava. O que tinha acontecido? Como a Patrícia estava lidando com aquilo? O que ele encontraria ao chegar?

Quando pegou a Francisco Morato, o trânsito finalmente cedeu. Ele respirou fundo e forçou o carro a avançar, engolindo quilômetros como se desafiasse o próprio tempo. Cada farol, cada curva, cada batida do coração o empurrava para frente. Ele precisava chegar.

Os olhos alternavam entre a pista e o celular no suporte, onde o endereço piscava como uma bússola no meio do caos. Ele tamborilava os dedos impacientes no volante. Os segundos pareciam horas.

Quando cruzou o viaduto sobre a Rodovia Raposo Tavares, entrou na faixa da direita, pronto para pegar a saída que o levaria para as ruas menores. A Avenida Professor Simão Faiguenboim apareceu como uma rota mais rápida até a escola, e ele girou o volante com firmeza, ignorando as irregularidades do asfalto que faziam o carro tremer. O bairro ali era mais residencial, com ruas estreitas ladeadas por casas de muros altos e portões automáticos.

Renato forçou o carro em uma curva fechada à esquerda e entrou na Rua das Acácias, uma via curta que desaguava na Rua Monte Claro, onde ficava o colégio. Avistou a fachada iluminada do Colégio São Vicente de Paula, um prédio de três andares cercado por grades de ferro e câmeras de segurança. No portão principal, um pequeno grupo de adultos estava reunido, gesticulando nervosamente.

Ele estacionou de qualquer jeito, deixando o carro ligado, e saiu apressado. O coração martelava enquanto atravessava a calçada em direção à entrada. Antes mesmo de chegar ao portão, avistou Lemos vindo em sua direção.

— E aí, Lemos, alguma novidade? — Renato perguntou, ofegante.

Lemos balançou a cabeça, o rosto carregado de frustração. Mesmo sendo da corporação, ela não podia fazer nada ali.

— Nada ainda. Eles não sabem de nada. — Ela deu uma pausa, antes de completar com um tom sério: — Tá tudo muito confuso, Renato.

Renato sentiu um calafrio. Sabia exatamente onde isso poderia levar. Ele já tinha visto esse tipo de situação antes.

Tiago passou pela secretaria com passos rápidos, o olhar fixo no chão, tentando evitar o turbilhão de pensamentos que o assombrava. Mas, ao chegar perto da porta, seus olhos se levantaram e encontraram sua mãe, do outro lado, próxima ao balcão.

Patrícia estava tentando manter a calma, mas Tiago percebeu o esforço dela para não transparecer a angústia que estava sentindo. Ela o viu e se aproximou com um sorriso fraco, mas os olhos dela traíam o medo.

— Mãe... — Tiago chamou, a voz mais baixa do que ele pretendia.

Patrícia o beijou na bochecha, tentando disfarçar o nervosismo. Era óbvio que ela estava lutando para não desabar na frente dele.

— Oi, filho... — ela disse, apertando a mão dele.

Rodrigues, que estava ao lado de Patrícia, tentou aliviar um pouco a tensão. Fez um gesto de saudação para Tiago.

— E aí, garoto! — disse ele, com um sorriso que não convencia ninguém.

Tiago não respondeu de imediato, ainda com os ombros caídos, parecendo distante. Ele olhou para os dois adultos e balançou a cabeça, mais por incapacidade de encontrar as palavras certas do que por falta de algo a dizer.

Patrícia virou-se para Renato, aguardando qualquer notícia.

— Se quiser, posso chamar algum colega da Van. Estão todos lá na sala, até o aluno novo — disse Renato, com a tentativa de aliviar um pouco o peso da situação.

Lemos franziu a testa, desconfiada.

— Que aluno novo? — perguntou ela, já imaginando que poderia ser outra pista.

— Ele passou mal na saída, no mesmo momento em que a Van desapareceu.

Rodrigues, com a dúvida crescente, perguntou:

— Eles estavam juntos?

Tiago olhou para os dois adultos e balançou a cabeça, ainda visivelmente tenso.

— Não sei... — respondeu, com a voz cheia de incertezas. — Quando cheguei, vi as meninas ajudando ele. Parecia que ele tinha desmaiado... Não sei o que aconteceu depois.

Patrícia, como se tivesse encontrado uma luz no fim do túnel, se inclinou ligeiramente para frente.

— Quem é esse garoto? — perguntou, os olhos agora brilhando com uma esperança disfarçada de apreensão.

— Não sei o nome dele... — Tiago disse apressadamente, a voz falhando um pouco. Ele estava começando a se sentir impotente diante daquela situação. Mas então, algo o fez parar. Ele viu o garoto ao lado do aluno novo, o tal "namorado misterioso". — Ei!

Hélio olhou para ele com um ar confuso, como se estivesse tentando entender o que Tiago queria. E foi então que Renato e Lemos perceberam algo estranho no rapaz. Ele estava pálido, com o olhar perdido, como uma marionete cujos fios haviam se rompido.

Tiago, tentando manter a calma, fez uma pergunta mais suave, tentando entender a situação.

— Seu namorado já tá melhor? — perguntou, sem saber exatamente o que esperar da resposta.

Hélio manteve os olhos fixos no garoto por alguns segundos, como se estivesse tentando reconhecer algo. Mas a resposta veio sem emoção.

— Tá sim, foi só um susto. O Gabriel já tá melhor. Obrigado — respondeu Hélio, sem mais palavras. Parecia desconfortável, como se quisesse escapar da conversa. — Preciso ir.

Rodrigues ficou paralisado. Aquele nome... Aquelas circunstâncias... Tudo parecia uma coincidência, mas ele sabia que não podia ser. A sensação gelada e angustiante percorreu seu corpo. Seria Gabriel realmente o homem da capa de chuva?

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