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01. Desperto

Vazio, Gabriel não sabia dizer se era apenas mais uma sensação ou um lugar que se instaurou dentro de seu ser. Não enxergava nada ao seu redor, nada além do angustiante e interminável breu.

— O que tá acontecendo?

O silêncio era absoluto, ao ponto de conseguir escutar os próprios pensamentos. Sem mencionar a estranha e crescente sensação de estar inerte. Para muitos a própria companhia não deveria ser algo problemático, mas não para Gabriel. O rapaz tinha a sensação de que uma força invisível o mantinha aprisionado dentro de si mesmo.

— Oi... — tentou chamar; — tem alguém aí? — perguntou, mas ao que tudo indicava estava longe de conseguir alguma resposta.

Não tinha certeza se alguém o ouvia, já que nem ele mesmo conseguia escutar sua própria voz. Tentou olhar para algum ponto para além daquela vasta escuridão. Entretanto, não sabia se havia paredes por perto ou até mesmo diante si, tampouco, não conseguia dizer se estava movendo-se ou não. Em sua percepção, estava e não estava ao mesmo tempo, e isto o deixava confuso.

— OI, TEM ALGUÉM AÍ...? — gritou ou pelo menos acreditara que o tinha feito.

Medo?

Estou sentindo medo?

Recordara que em toda sua vida teve diversos pesadelos, porém nada parecia ser como aquilo, e seja lá o que estivesse acontecendo, tinha certeza de que era diferente, pois de alguma forma, sentia-se diferente. Estava certo de que se encontrava naquele estado por algum tempo, contudo, não sabia se sentiu algo anteriormente. Sentir medo pareceu ter mudado tudo.

Onde caralhos eu tô?

Gabriel começou a andar, pelo menos acreditava de que o estava fazendo, no entanto, a sensação de estar parado no mesmo lugar ainda persistia, e o enlouquecia cada vez mais. Não conseguia dizer se estava ali por alguns minutos, estes que mais pareciam horas, ou horas que mais pareciam uma vida inteira.

Nem sabia se despertaria, apesar de que seus temores sempre lhe faziam duvidar de que realmente despertaria.

Uma segunda onda pareceu lhe atravessar o que ele acreditava ser ele mesmo. A sentiu mais forte, reconheceu aquela sensação, e novamente: era o medo. De alguma maneira, medo era a única coisa que era capaz de sentir.

Se estou com medo, do que estou com medo?

Quanto mais tentava compreender o que estava acontecendo, menos sentia-se capaz de ligar os fatos. Menos as coisas lhe pareciam compreensíveis. Nem mesmo sabia se continuava vagando durante este tempo todo, ou se estava parado, mas se estivesse vagando para onde estaria indo?

Tudo permanecia do mesmo jeito, escuro e silencioso. Assustadoramente silencioso...

Será que estou morto?!

Tentou buscar explicações sobre como tudo isso lhe ocorrera, e sobretudo, quando lhe ocorrera, porém para sua surpresa, não conseguia se recordar de nada antes daquilo. Estaria há tanto tempo morto que nem se lembrava de como teria morrido?

Também não sabia dizer.

— Então é isso?! Se estou mesmo morto, não há céu ou inferno?! Nenhum lugar para seguir?! — vociferava, ou era o que acreditava estar fazendo. Acreditava ouvir sua voz ecoar por todos os lados, entretanto, não sabia se escutava a si mesmo.

Correu em disparate, acreditava que se corresse talvez chegaria a algum lugar, mas nada. Nenhum lugar, nenhuma mudança naquele breu ocorreu, nenhum som foi ouvido e nem mesmo seus passos conseguia escutar.

— O que eu faço? — Questionou-se, porém nenhuma resposta pareceu chegar. Ou também, se houvesse alguma, seria ela lógica?

Não me sinto cansado...

Gabriel não sabia em que acreditar, se estava vivo ou morto, ou se sonhava. Contudo, a constatação de que não sentia cansaço e que a única coisa que era capaz de sentir era o medo, lhe fez crer que talvez estivesse recebendo uma punição sem precedentes. Mas pelo que estaria sendo punido?

— Está contente, Gabriel? Porra! — Uma voz cortou o barulho de sua mente agitada e ecoou como trovões em um céu tempestuoso. Notou que havia algo de familiar naquela voz.

Diego?

O que ele estaria fazendo naquele lugar?

Se estivesse mesmo ali, onde estaria?

Diego era um de seus melhores amigos, recordava-se de quando o encontrou pela primeira vez, em sua escola. Ainda estavam no fundamental quando o menino rechonchudo se apresentou de maneira tão única e alegre. Desde então só descobriram semelhanças. Contudo, acabavam tendo calorosos desentendimentos sobre como ele deveria se divertir mais e não estar o tempo todo preocupado, como sempre pareceu.

Durante a adolescência, a diferença entre ambos tornara-se gritante. Diego transformou-se em outra pessoa, sendo a perfeita definição da pessoa que era boa em tudo. Excelente atleta, ator, aluno e namorado, pelo menos era o que se escutava de muitas meninas que passaram por sua vida, brevemente ou não.

Gabriel percebeu que algo tinha mudado, agora havia um som. Depois de tanto sentir medo, algo diferente se instaurou dentro de si, de forma discreta, era esperança.

Não sabia dizer se corria na direção do som, ou se estava distanciando-se cada vez mais de si, porém preferiu acreditar que eventualmente alcançaria a origem daquele barulho, aquele fio de esperança o qual se agarrava com todas as forças que acreditava possuir.

Sentindo que levava mais tempo do que desejava, vociferou e praguejou. Só não perdeu as esperanças, pois notou que o som passou a ficar ainda mais alto.

— É isso? Um chiado? — Descobriu desapontado.

Pra onde está me levando?

Parou ali mesmo, ponderava sobre tudo o que tinha descoberto até então. Queria poder saber quanto tempo estivera caminhando a esmo; se estava em um pesadelo interminável ou se tinha morrido de fato. Caso o último fosse verdade, descobrir que não existia um céu ou inferno para seguir, tornariam as coisas ainda mais temerosas, pois em toda sua vida, foi ensinado que quando morríamos, iríamos para o céu ou inferno, dependendo de nossas ações em vida.

E se isso for o inferno? O meu inferno?

A esperança que tanto se agarrou, parecia lhe escapar por entre os dedos. Se estivesse morto e dentro de seu próprio inferno, de que adiantaria correr cegamente por aí? Gabriel sentiu todas suas dúvidas e medos lhe sufocarem.

Percebeu que o chiado que antes era alto, agora tornou-se insuportável, como se estivesse presente a todo tempo. Outros sons se misturavam a ele, ouvia vozes abafadas, tinha certeza de que era a parte de alguma conversa, mas não compreendia sobre o que falavam.

— Muito bem, criança... — Gabriel teve a impressão de ouvir uma outra voz, uma mais nítida que as demais, e que era mais cavernosa. — Agarre-se a esta esperança... é tudo o que tens! — ouviu alguém lhe aconselhar, e uma nova sensação foi sentida, um arrepio.

Outras sensações começavam a se apoderar de seu corpo. Havia uma estranha excitação, que o deixava ainda mais eufórico. Gabriel acreditava que estava sorrindo em meio a escuridão, acreditava ainda mais que era capaz de sair daquela situação, de despertar, mas algo mudou. Já não havia somente escuridão, agora uma porta estava diante de si. A estranha porta que se estendia para o alto, tinha uma coloração avermelhada e estava um tanto quanto agredida pela ação do tempo. Quando aproximou-se mais dela, notou a presença de símbolos estranhos, que pareciam estar talhados na madeira levemente podre. Contudo, Gabriel pouco importou-se com seu significado, pois não estava ligando se eram algum sinal de um mal presságio, ou qualquer coisa do tipo.

Queria acreditar que estava prestes a dar fim ao seu tormento. Sentiu que finalmente sua luz no final do túnel tinha aparecido.

Do outro lado, o chiado aparentava estar ainda mais alto, dando a impressão de que a porta diante de si chacoalhava e tremeluzia. Desta vez, conseguiu ver suas mãos. Abraçou-se para averiguar se mais alguma coisa havia mudado, e para sua surpresa...sim. Era possível sentir seu toque, que era delicado sobre a pele desnuda. Acariciou seu próprio rosto, sentindo a maciez da pele, de seus cabelos cacheados. Tudo parecia estar onde deveria estar e ser exatamente como se recordava.

Levou sua mão até a maçaneta, que era toda talhada dando um aspecto de ser uma peça antiga. Sentiu que era áspera e gélida, e o júbilo já não parecia caber em seu peito, o fim de tudo aquilo parecia tão real.

Mas o que me espera do outro lado? Para onde essa porta vai me levar?

Retirou sua mão tão rápido quanto um relâmpago. Sentia-se hesitante, antes não sentia dor, cansaço ou qualquer outra coisa. E se de repente pudesse sentir tudo isso novamente? E se o que lhe esperava por de trás da porta fosse um destino ainda pior do que ele parecia ter se acostumado?

Mas, e se o que estiver do outro lado for o fim deste tormento?

Aquele último pensamento o encheu de otimismo, ainda encontrava-se um pouco hesitante em tocar aquela maldita maçaneta.

Estava dividido entre o medo que tornara-se "suportável e conhecido", e o quão desconhecido era o destino que o aguardava do outro lado daquela porta. Apesar de que também sentia esperança de que os resultados fossem diferentes.

Sua mão estava bem próxima da maçaneta, sentiu algo diferente: frio.

Ainda que seu medo lhe dissesse para não o fazer. Encheu-se de coragem, fechou os olhos que agora tinha certeza de que estavam abertos; tocou o objeto que o separava de sua liberdade daquele inferno, seu punho se fechou ao redor da maçaneta, e ele, por sua vez, hesitou uma vez mais.

— É tudo ou nada! — disse para si mesmo.

Sentiu saudade de ouvir sua própria voz, mesmo sabendo como ela realmente soava.

Girou o pulso e empurrou a porta para que ela abrisse, sem pensar duas vezes atravessou o estranho portal no meio da escuridão. Sentiu uma forte dor em seus pulmões ao tragar todo o ar desesperadamente, todos os músculos protestaram, notou que tudo ainda continuava escuro, o dizendo que algo estava diferente.

O frio o cobriu e percorreu todo o seu corpo, era como se pudesse senti-lo diretamente em sua pele, sem nenhuma vestimenta para protegê-lo. Tateou em busca de paredes ao seu redor, e ao tocá-las se deu conta de que elas e a superfície sobre qual estava, eram gélidas e metálicas.

Porra!

O desespero tomou conta de si, quando compreendeu o que aquilo parecia. O chiado ainda estava muito alto e presente, mas junto dele se mesclavam outros sons, estes, estavam bem mais nítidos que antes.

Gabriel socou e chutou todos os lados, debatendo-se dentro de sua prisão metálica.

— Me tirem daqui! — gritava.

Ouviu diversos passos seguirem em sua direção. Eram pisadas urgentes, algo estava errado... estranhamente, ele se sentia errado. As vozes do outro lado pareciam discutir entre si, e pelo tom delas, sabia que seja lá quem estivesse atrás da porta, aparentavam estar amedrontados. Os sons estavam acompanhados de cheiros de diferentes produtos químicos e um odor que se sobressaia sobre os demais, e que era estranhamente doce.

A discussão repentinamente cessou, e Gabriel sentiu a superfície em que estava deitado mover-se, só que ele não tinha feito nada para que isto acontecesse. O ar gélido da sala lhe deu boas-vindas, beijando-lhe a pele nua. Olhou para cada uma daquelas figuras tão misteriosas. O medo e a busca por uma explicação estavam estampados em seus rostos.

— Deus misericordioso! — A mulher exclamou descrente do que presenciava. De dentro de uma das gavetas do necrotério, estava Gabriel, aparentemente muito mais vivo.

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