Um dia depois do outro
E após mais três dias no hospital em observação Nicolas finalmente teve alta, e enfim voltou para casa. Não estava cem porcento recuperado e ainda precisava de ajuda para se locomover, porque as feridas ainda doíam muito. Por isso Lívia ofereceu-se para ficar com ele até que conseguisse fazer as coisas sozinho, até porque a mãe de Nicolas era uma senhora de idade, não conseguiria dar o suporte que ele necessitava no momento. Aa! Mas seria desafiador para ambos ficarem no mesmo teto. Mais do que a recuperação de Nicolas.
Apesar de já estarem juntos a 4 anos, e sentirem amor um pelo outro, o amor não era suficiente para morarem juntos, visto que Nicolas era muito metódico e sistemático, enquanto Lívia era uma pessoa descuidada e nem um pouco organizada, e por várias vezes essas diferenças se transformavam num verdadeiro pé de guerra, e por Lívia ter sangue italiano, o que não daria para perceber, pois não tinha nenhum traço que mostrasse isso, ela era uma mulher comum de seus 28 anos. Com cabelos castanhos escuros até o ombro, sua pele branca ajudava amostrar mais idade do que realmente tinha.
Alguns dias após voltar para casa, Nicolas foi até a delegacia para prestar depoimento. Lívia foi com ele para ajudá-lo.
— Bom dia meu nome é Nicolas Bartol, vim prestar depoimento sobre meu ataque no trem! — Falou ele ao policial que estava na recepção.
— A sim! É o caso do detetive Jásper. Só um momento.
Disse o policial. Que se levantou e foi até uma salinha, e alguns minutos depois, saiu de lá o detetive Jásper que com um pequeno movimento de cabeça chamou Nicolas. Então Lívia colocou o braço em volta da cintura dele para assim poderem chegar até a sala do detetive. E ao chegar lá, Jásper pediu que Lívia se retirasse, ela olhou para Nicolas esperando alguma decisão de sua parte, que como que se sussurrasse um "sim" fez com que ela se virasse e saísse da sala.
— Bom dia senhor Nicolas espero que a sua recuperação esteja sendo boa. — falou Jásper enquanto se encaminhava até a sua mesa.
— Um pouco lenta, mas o que se pode fazer.- disse Nicolas seguido de um longo suspiro.
— Entendo! Bem eu gostaria de alguns outros esclarecimentos sobre a tentativa de homicídio que o senhor sofreu. Se o senhor puder relatar o dia do ocorrido?!
— Á! Foi um dia comum não fiz muita coisa, fui ao mercado e depois para o trabalho. Devo ter chegado lá por volta das duas da tarde, quando sair de lá deveriam ser quase meia-noite, peguei o trem e foi quando tudo aconteceu.
— E nesse dia você não teve nenhuma desinteligência com ninguém, no trabalho? No caminho de ida ou volta?
— Não!
— E talvez esse ataque possa ter ocorrido por algum caso extra conjugal?
Nicolas ficou em silêncio um pouco sem graça, foi então que o detetive completou.
— Olha senhor Nicolas só entre homens, não vou descriminá-lo, até porque todos somos humanos e cometemos deslizes, mas essas informações fazem toda a diferença.
— Eu tive um caso a quase um ano atrás, mas até onde eu sei ela era solteira...
— E a sua namorada chegou a descobrir?
— Não!
— O senhor tem certeza?!
— Por quê?! O senhor acredita que pode ter sido a Liv.!
— Para falar a verdade já vi tanta coisa que não duvido de nada!
— Aaa! Não a Liv não faria isso, até porque se ela descobrisse ela mesmo me mataria, ela não conseguiria guardar isso com ela. A Lívia é mais do tipo explosiva, barraqueira. — falou Nicolas dando bastante ênfase nas últimas palavras.
Nicolas ainda ficou algumas horas prestando depoimento, enquanto sua namorada esperava do lado de fora já impaciente. Foi quando ele apareceu na porta da sala acompanhado do detetive, e deu para ouvir eles se despedindo.
— Está bem senhor Nicolas, assim que tivermos mais informações ligaremos para avisar o senhor. E se o senhor lembrar de algo nos informe.
Lívia então se levantou e se encaminhou até Nicolas para poder ajudá-lo, e assim poderem ir em bora, nesse momento ele já estava sentindo tanta dor que nem notou que esbarrara em um policial que estava entrando na sala de Jásper.
— Epa! — disse o policial após Nicolas esbarrar nele.
— Desculpa! Não vi você.- disse Nicolas.
— A! Não foi nada.- disse o policial enquanto entrava na sala.
— Detetive Jásper aqui estão os relatórios que me pediu.- disse o policial
— A sim, obrigado Luiz.
— Então detetive esse que saiu agora e a vítima do ataque no trem?- falou o policial em um tom mais baixo para ninguém ouvir.
— Sim!
— E como está o caso?!
— Nada bem, poucos indícios, as testemunhas não viram muita coisa, e o vídeo de segurança também não ajudou, não dá para identificar praticamente nada.- falou o detetive bem desanimado.
Provavelmente esse seria mais um daqueles casos a serem arquivados.
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