Justamente quando as coisas estavam começando a ficar ótimas para Nicolas, ele se vê envolvido em um ataque no vagão de trem, praticamente vazio e sem motivo aparente, foi ferido gravemente e o criminoso não levou nada, embora tentasse levar sua vida. Nicolas que nem o viu chegar, por já ser tarde da noite de uma quarta-feira na cidade de Stary Glen, e ele estava indo para casa após um dia estressante no trabalho, até porque não é qualquer pessoa que consegue trabalhar como gerente de telemarketing.

A única coisa que pensava era em chegar em casa e poder relaxar um pouco e depois ir dormir. O cansaço era tanto que estava cochilando no trem, por isso não viu quem o atacara, e por reflexo se debatia e gritava por socorro, más era em vão, pois só estavam os dois ali. Os cabelos castanhos de Nicolas ficaram banhados em sangue, que jorrava a cada golpe de faca, ele tentava parar o ataque falando com o criminoso. "… pode levar minhas coisas! Pega, pega!… ", mas de nada adiantou, na verdade, parece ter deixado o homem mais irado, que começou a bater com a cabeça de Nicolas violentamente no banco a frente. Seu olho direito perdeu a cor castanha e deu passagem para um tom avermelhado, provavelmente porque um vaso sanguíneo se romperá.

Mesmo tendo uma altura média e estando um pouco acima do peso, Nicolas não conseguia se desvencilhar do agressor, a sua sorte foi a próxima estação está perto, e assim que o trem parou algumas poucas pessoas entraram e vendo a cena foram em defesa do pobre homem sendo atacado. O criminoso vendo a reação dos outros passageiros se retirou do local imediatamente.

As pessoas o arrastaram para fora do vagão e fizeram tudo que estava ao alcance naquele momento para ajudá-lo. Que apesar de ser orientado pelas pessoas que não fechasse os olhos, aquela sonolência era mais forte que ele. Que acabou sendo dominado.

Uma semana depois de seu ataque ele acordou no hospital, entubado e com vários aparelhos ao seu redor. Tentou falar algo, mas o tubo que descia por sua garganta o impedia, mais sua namorada que estava na cadeira ao seu lado ouviu. Mesmo Lívia ter passado a noite toda no hospital e está completamente esgotada, estava atenta a tudo, cada medicamento que davam, ou cada vez que entrava alguém da equipe médica fazia as mesmas perguntas “e então como ele está?", ”está tendo alguma melhora?”.

— Um médico! Alguém aqui! Ele está acordando!— gritou Lívia pela porta do quarto do hospital.

E logo entraram alguns enfermeiros e médicos, que a retiraram do quarto para fazer os procedimentos.

Lívia pegou o celular e ligou imediatamente para mãe de Nicolas, para avisar que ele já havia acordado.

Algumas horas depois os três estavam desfrutando daquele verdadeiro milagre que acabou de acontecer, fato era que ninguém mais acreditava na recuperação dele.

Foi então que entraram dois homens pela porta do quarto.

— Bom dia! Eu sou o detetive Jásper Walters, e esse é o detetive Juliano Sandoval. Nós viemos para dar prosseguimento as investigações do seu ataque. Só vamos fazer algumas perguntas.

— Mais logo agora! Ele mal acordou. — falou a mãe de Nicolas.

— Não mãe! Pode deixar não me importo.

— Bem nós conte, tudo que lembrar.

— Eu não lembro de muita coisa, só de entrar no vagão e sentar, eu nem cheguei a ver mais uma pessoa lá. Eu estava quase pegando no sono quando eu senti a primeira facada no meu ombro esquerdo. — então Nicolas foi interrompido por um dos policiais.

— Mais ele te atacou gratuitamente? Não falou nada?

— Bem se ele falou algo eu não ouvi. Eu me virei e vi ele levantando a faca para me acertar novamente e a única coisa que podia fazer foi tentar proteger meu rosto, e tentar chuta-lo para longe de mim.

— E você não teve nenhuma desavença recente? Foi ameaçado por alguém?

— Não! Nada desse tipo, não ando saindo de casa, não tenho me envolvido em nenhum problema.

— Mas você conseguiu ver algo, como uma tatuagem, uma marca?

— Não, infelizmente nada, estava frio naquela noite, e ele estava de máscara e com um casaco de capuz de manga comprida. A única coisa que eu lembro e que ele estava cantarolando algo enquanto me esfaqueava.

— Nossa! Que isso!? Que nível de ser humano canta enquanto tenta matar alguém?! — disse à mãe de Nicolas completamente transtornada.

— É para senhora ver que tipo de mundo estamos vivendo! — disse Nicolas olhando para sua mãe, mas com o olhar vazio.

— Desculpa perguntar, mais é para traçar um perfil do criminoso. Você lembra a música que ele cantava?!— perguntou um dos investigadores.

— Eu não sei direito porque ele só cantarolava… nanam, nanaaa… tinha algo de “entrelaçando nossos dedinhos…”

Então Nicolas foi interrompido por Lívia.

— Essa não é a música da banda Smart Runner?! “… entrelaçando os dedinhos às duas da madrugada, olhando as estrelas…”

E no mesmo instante Nicolas ficou estático e sua pele que era branca mais com um leve bronzeado de sol, ficou pálida e apática, como se viesse a óbito.

— Chega Lívia por favor— disse ele nitidamente incomodado.— sim, foi essa música mesmo.

— Está bem senhor Nicolas vamos te deixar descansar, assim que o senhor tiver alta passe na delegacia, para poder dar mais esclarecimentos.

— Claro, claro! — disse Nicolas se ajeitando em seu leito, pois ainda sentia muitas dores. E não vendo a hora de tudo aquilo acabar logo.