Só me falta esperar
E em um espaço menor de tempo começaram a aparecer mais corpos com o mesmo padrão, com a diferença de que envés de "PFC" azul, a agora era vermelho. O assassino está ficando cada vez mais confiante, em menos de quinze dias, mais um corpo é encontrado.
E Nicolas não vai fazer nada? O medo o dominava, mais a culpa o consumia por completo já não comia, dormia muito pouco, e quando finalmente pegava no sono sonhava com as vítimas, sendo esfaqueadas. E voltando para cobrar um "Por quê?". Já a beira da loucura ele tomou sua decisão. Foi até a polícia contar tudo o que sabia sobre Thomas, o que também não era muito, pois não o via dês da quarta série, perdeu o contato com ele por imposição de sua mãe, "esse garoto e o próprio diabo" era assim que ela se referia a ele, mesmo ela não o conhecendo direito, pois Nicolas não podia trazer amigos a sua casa.
"Conte-nos tudo que puder". Disse o detetive Jásper.
Nicolas contou tudo o que já havia dito para Lívia e mais um pouco, o fato de não saber onde ele morava, ou de quem eram seus pais, onde estudava. Até Nicolas se surpreendeu ao dar por conta que poucos sabia de seu colega de infância.
— Mas por que você pensa que ele é o assassino?- indagou o detetive.
— É devido às siglas! O padrão de cor era o mesmo que eu e Thomas usávamos quando éramos crianças.
— E um bom indício, mas só isso não é o suficiente para uma prisão preventiva.
— Bem tem mais uma coisa... Thomas gostava muito de uma lenda japonesa, que falava sobre a ligação das pessoas com suas almas gêmeas, por um cordão mágico que ficava nos dedos mindinhos... Pode ser por isso que ele os arranca, e canta aquela música.
Um sorriso começou a nascer no rosto do detetive Jásper, pois depois de alguns meses finalmente teriam um suspeito. Não seria nada fácil mais já era um começo, já que eles não tinham nada há muito tempo. Vez ou outra um indício que não levava a lugar nenhum.
Mais do que imediatamente a polícia começou as investigações sobre Thomas. As características que Nicolas deu ao detetive não seriam de muita ajuda. Visto que já se passaram mais de 20 anos, a não ser sua pele branca e os óculos de grau que agora podiam ser trocados por lentes.
— Vai ser um trabalho árduo- exclamou o detetive Jásper. Com várias papeladas em cima de sua mesa e vendo o detetive Juliano Sandoval trazendo ainda mais
— Investigação a moda antiga- disse Juliano — Como o universo não joga para perder, as escolas não tinham os documentos digitalizados na época em que o Nicolas estudou. E por algum motivo os preguiçosos que trabalham lá não quiseram digitalizar os documentos mais antigos.
A delegacia estava toda empenhada nesse caso, pois ninguém sabia quando seria o próximo ataque.
Nicolas já estava super desesperado, pois, a essa altura Thomas já sabia estarem a sua procura. Nicolas começou a agir de uma maneira paranóica, tinha crises de ansiedade uma após a outra, até ser afastado do emprego por motivos de saúde, saúde essa que sua mente já não sabia o que era há muito tempo. Ele quase não saía de casa, achava estar sendo vigiado, sempre com as janelas e portas trancadas e cortinas fechadas. Mau atendia o celular. Vez ou outra Lívia ia até à casa de Nicolas para ver como ele estava, entretanto vendo seu atual estado, ela achou melhor passar uns dias com ele para tentar deixá-lo mais calmo.
— Anda Nicolas abre a porta! As bolsas estão pesadas—disse Lívia no corredor do prédio onde Nicolas mora.
Nicolas abriu a porta. Lívia trazia comida e bastante material de limpeza, pois a casa estava um caos, coisa que a deixou impressionada já que ele era tão limpo e organizado. Agora a casa estava uma verdadeira bagunça, a pia com louça de dias, comida estragada nas panelas, e um cheiro... nossa um cheiro nauseante, já que quase não havia circulação de ar.
Ao entrar Lívia quase foi ao chão com um dos taquinhos do piso de madeira que estava sobressalente.
— Nossa, Nicolas a sua casa está uma verdadeira armadilha. Você tem que chamar alguém para arrumar isso.
— alguém?! Nem pensar! Não quero ninguém na minha casa, qualquer pessoa pode ser ele, a espreita esperando uma distração minha.
— calma Nik! A polícia já está a procura dele, pode ser que nem seja ele o culpado! E como foi na delegacia?
— A eles falaram que não seria muito fácil encontra-lo, já que não tinha muitas informações, e fariam o possível para achá-lo o mais rápido possível.
— Tem certeza que quer ficar aqui? Nós podemos ir para outro lugar!
— Tenho Liv! Já te falei que não era nem para você vir mais aqui! É perigoso de mais, se ele tem algum problema comigo ele tem que resolver só comigo. Já pensou se ele aparece, e você estiver aqui?
Ela deu um longo suspiro, como se desse razão a Nicolas.
— É eu sei! Mas não me sinto bem em te deixar sozinho ainda, mas agora! E com mais uma pessoa no apartamento, fica mais fácil se defender contra ele. Agora e esperar e rezar que capiturem-o logo, ele sendo o culpado ou não, porque essa ansiedade e medo está acabando com nós dois—disse Lívia.
Embora ela quisesse transparecer tranquilidade ela também temia pela sua própria vida, porque não sabia se o maníaco podia tentar contra ela. E deixar Nicolas sozinho sabendo que alguém podia tentar mata-lo, lhe causava medo e remorso por premeditação. Afinal como deixar alguém sozinho sabendo que pode morrer a qualquer momento!?
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