Por que a minha vida é essa loucura?

Como eu posso ser um ômega lúpus?

Senhor, a minha cabeça vai explodir. Ou não...

Até onde eu sei, não existia essa espécie em minha família, dado que é uma classe rara até para alfas quem dirá ômegas...

Não consigo entender como isso é possível e até mesmo tentei ligar os pontos do meu pai biológico nunca ser presente em minha vida ou nem ligar para minha existência, mas isso não vem ao caso.

O tio Hwang disse que me mandaria mensagem explicando mais algumas coisas que eu precisaria saber, assim como ficaria com Niki, minha mãe e o nosso bebê coelho enquanto Hyunjin e eu fôssemos para qualquer outro lugar fora de Seul. Pelo menos por enquanto.

Stark mencionou que existem apenas dois ômegas lúpus nesse mundo inteiro e ele sabia do paradeiro de ambos. Obvio que eu sou um deles, mas o outro ainda é uma incógnita para mim, mesmo ele dizendo que poderia estar bem debaixo do nosso nariz.

Prefiro não esquentar a cabeça com isso ou vou acabar surtando de vez.

Ele nos explicou que eu também teria dons, estes que se mantiveram escondidos até hoje. A reação estranha que tive quando estava naquela sala de proteção explica exatamente tudo. Eu nunca havia me sentido daquela forma, sequer estava doente para ficar com uma alta temperatura como aquela e até onde eu sei, faltam algumas semanas para o meu próximo heat.

Meu alfa também ficou um pouco confuso com essa informação. Um mundo de híbridos diferente do nosso, seus poderes incriveis...sim, ele teve essa dúvida, porém foi tirada no mesmo instante por seu tio.

Hwang é um alfa lúpus puro, coisa que nunca ouvi falar, porém ele é. Essa espécie permite que o alfa tenha dons diferentes do seu animal interno, que no nosso caso é um lobo e também descobrimos que podemos nos transformar em nossa forma animal, coisa que achei incrível.

Meu parceiro pensou que como ele tinha poderes de aranha seria um hibrido de tarântula, e eu tive que conter a risada pois o momento era desesperador, pós nossos questionamentos de início serem respondidos, fomos deixados a sós no escritório para que pudéssemos conversar melhor sobre o que fazer.

Mas, o que me deixou irritado, foi que hyunjin sequer perguntou o que eu achava antes de já telefonar para um de seus amigos que possuía uma agência de viagens e comprar duas passagens de ida para um lugar que ainda não consegui ouvir o nome.

- Então é isso? - Questiono irritado assim que ele desliga o celular. - Você define que realmente vamos embora e sequer me pergunta antes se eu quero ou não?

- O quê? - Ele me olha confuso. - Você não ouviu o que o meu tio di-

- Eu ouvi. - O interrompo. - Mas o que você espera que eu faça? Isso tudo é uma droga e eu não posso sair assim e deixar meu filho e minha mãe sozinhos. Você teria que, no mínimo, ter conversado comigo antes de decidir qualquer coisa. - Nunca aumentava o tom de voz, apenas o olhava fixamente com um semblante irritado. - Nem conheço seu tio direito, ao menos sei se ele vai tomar conta das coisas mais preciosas da minha vida. Não é assim que funciona, Hwang.

- Ei... - Ele e toda essa merda de paciência em um momento tão crítico. Sua voz era suave assim como seus passos até mim.-Vai ficar tudo bem! - Por que está sendo tão difícil acreditar nisso? - Me desculpe, você tem razão. Deveria ter conversado antes, mas já estou uma pilha de nervos devido a isso tudo e só quis seguir com o que o meu tio disse.

- Você confia mesmo nele? - Não é uma das melhores perguntas que eu já fiz, mas que culpa tenho eu? Não se pode confiar em mais ninguém hoje em dia.

- Confio como a minha vida, Felix. - Tudo bem, isso foi convincente. - Niki também é parte de mim e, por favor, não pense que a segurança dele e da minha sogra não são prioridades para mim, porque realmente são. Eu não faria tudo que o meu tio dissesse se não confiasse que ele poderia proteger o nosso filhote.

Err..

Ele realmente é um paizão.

Mas eu não sei se vou conseguir ficar longe do Niki por muito tempo. Nós sempre fomos grudados um ao outro desde o seu nascimento e, sim! Eu sou um pai coruja e preocupado.

- Me desculpe por não ter perguntado antes se voce queria viajar. - Desperto dos meus pensamentos quando sinto suas mãos tocando meu rosto e sua voz baixinha falando para mim. - Fiquei tão preocupado quando meu tio falou que estavam atrás de você. Suspirou profundamente antes de juntar nossas testas e, com seus polegares, acariciou minhas bochechas. - Jamais me perdoaria se algo te acontecesse, meu anjo.

Sei bem que o momento angustiante bagunçou seus sentidos, uma vez que ele é um homem muito protetor. Tenho percebido isso nos poucos meses que passamos juntos e não é algo ruim, ele jamais passa do limite a ponto de invadir meu espaço pessoal e essa é mais uma das coisas que admiro nele.

- Está tudo bem, apenas não faça de novo, sim? - Ele assentiu devagar antes de deixar um beijinho carinhoso na ponta do meu nariz.

Também adoro a forma como sempre conseguimos conversar, não importa a circunstância. Hwang sempre procura me entender assim como faço o mesmo. E difícil manter uma relação onde duas pessoas completamente diferentes passam a conviver juntas, mas nós sempre fazemos dar certo e esse já é um passo enorme.

- Então... farei a pergunta agora. - Por que ele sempre fala as coisas do nada e me deixa confuso?

Talvez eu seja um pouco lerdo...

- Hum? - Eo que digo ainda perdido.

- Quer viajar para Berlim comigo, Lee Felix? - Seu toque desce do meu rosto até chegar em minha cintura, me abraçando com pouca força apenas nos mantendo juntos.-Prometo que ficará seguro, assim como nosso filho e sua mãe.

- Berlim? - Resolvo ceder a sua preocupação eo vejo assentir antes de abrir um sorriso fofo. - Tudo bem, Hwang. Irei para lá com você.

Estranhei um pouco quando o alfa se inclinou em minha direção e cheirou meu pescoço antes de subir um pouco mais deixando um beijo em minha bochecha, levando seus lábios em direção da minha orelha dizendo:

- Pare de me chamar de Hwang. - E terminamos essa conversa comigo completamente arrepiado.

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Assim que chegamos em casa, fui direto para o nosso quarto fazer uma mala com certa rapidez. Stark estava esperando com Steve em seu carro enquanto eu tentava pensar no que diria para a minha mãe eo meu filho.

E difícil pensar no que dizer e até mesmo falar sobre o que está acontecendo, mas não cometerei o mesmo erro de anos atrás, quando escondi coisas demais de todo mundo que se preocupava comigo.

Não, isso eu não repetirei.

Ainda um pouco aflito, desci com uma mala enquanto Hyunjin saía com a do Niki e a da minha mãe que eu também tinha organizado às pressas. Isso tudo era tão esquisito, talvez até demais, mas resolvi dar um voto de confiança ao tio Hwang e fazer o que ele disse.

Por mais que a sensação de que ele ainda esconde algo cresça dentro de mim...

- O que é tudo isso? - Minha Omma questiona assim que nos vê chegando na sala com várias malas em mãos.

- O Appa vai embora? - Meu bebê também pergunta o que me quebra de uma forma intensa. Livro as minhas mãos daqueles objetos pesados e fico de joelhos no chão estendendo os braços para o meu pequeno que logo vem correndo em minha direção passando seus bracinhos em volta do meu pescoço e deixando vários beijos em minhas bochechas.

- O Appa vai precisar sair de Seul por um tempo, anjinho. Dizer aquilo era como a morte, mas era preciso no momento. - Você e a vovó vão ficar como tio Steve, tudo bem?

- Niki não vai junto com o Appa? - Céus... acho que não vou aguentar por muito tempo.

- Ei, filhote. - Hyunjin veio e se abaixou ao nosso lado. - Desta vez você não poderá ir, mas lembra do que o papai disse? Temos sempre que proteger quem nós amamos e é exatamente o que eu estou fazendo agora. - O pequeno ouvia tudo com atenção, era até bem fofo. - Para que fique seguro, você e a sua avó precisam ficar com o meu tio, e para o seu Appa ficar seguro eu preciso levá-lo para uma viagem fora da cidade.

- Então nós vamos brincar de esconde-esconde, papai? - Sua inocência em meio a tanto caos é o que me mantém tranquilo.

- Exatamente, filhão.

- Proteger a família. - Ele responde. - Sim, papai. o Niki entendeu.- Nosso filho se afasta de nós e caminha até a minha mãe, que tinha um semblante bem desnorteado, estica sua mãozinha para segurar a da mais velha e diz: - Vamos, Vovó. Família, ficar, segura.

São as três palavras mais fofas ditas por ele e o meu coração está tão apertado de carinho... Sempre digo e continuarei dizendo: Não há pessoa alguma no nosso universo que não se renda aos encantos de fofura desse filhote.

- Filho, o que estáacontecendo? - Minha mae pergunta antes de seguir para fora com meu filho.

- Mãe, eu prometo que vai ficar tudo bem.- E o que digo, quando Ihe entrego a pequena mala do filhote, vendo Hyunjin carregando a maior até o carro que os aguardava.- Explicarei tudo assim que desembarcar do avião. Confie em mim, estarão seguros se forem agora.

- Tudo bem. - Ela se aproxima de mim ainda preocupada e deixa um beijo rápido em minha testa. - Tome cuidado, meu amor. Qualquer coisa sabe que pode me ligar, a Omma vai te proteger sempre.

- Eu te amo. - Por fim, digo. - Cuide-se, por favor, e se atente ao meu filho.

- Cuidarei. Eu prometo.

Queria muito sentir firmeza nessas palavras, mas eu só consigo sentir o medo tomando conta de mim por inteiro novamente.

Principalmente quando vi as duas coisas mais preciosas da minha vida entrando naquele carro escuro, mas, ainda pude ouvir Hyunjin falando "Cuide bem da minha familia, tio" e isso, de certa forma, aliviou um pouco a sensação ruim.

Assim que todos saíram, foi a nossa vez de partir. Chamamos um táxi que nos deixou com rapidez no Aeroporto, meu alfa tinha conseguido um vôo de última hora e chegamos bem perto do instante em que o portão de embarque estava fechando.

Ali, sentado ao seu lado enquanto olhava pela janela, via várias nuvens em volta da imensidão azul e comecei a refletir sobre tudo o que estava acontecendo. Aquela imagem me passava uma certa tranquilidade e liberdade, o que já ajudava muito devido às circunstâncias. Tudo ficará bem, a nossa família estará segura, assim como eu ficarei.

- Pode deitar no meu ombro se quiser descansar um pouco, meu anjo. - O alfa diz me livrando de meus pensamentos.- Não irá demorar para chegar.

Eu sei bem que ele vai tentar ao máximo me distrair, fazer com que eu me sinta calmo e seguro. Vai ser um pouco difícil, mas sei que vou conseguir, afinal isso tudo é pelo nosso bem.

- Hyun... - Me manifesto brevemente. Levo meu queixo até seu ombro e o olho um pouco aflito.

- Vou proteger vocês. - Seu rosto ficou ainda mais próximo do meu quando passou a friccionar nossos narizes de leve em um beijinho de esquimó fofo. - Vai ficar tudo bem, amor.

- Eu sei. - E realmente sei. - Sei disso, Hyunjin-ah.

- A partir de hoje, Berlim será a cidade de refúgio do Felix e do Hyunjin, hum? - Ele diz me fazendo sorrir.

- Sim.Respondo. - Berlim será a nossa cidade.

O próximo capítulo será um bônus ENORME, contando o início da história deles e como o Niki nasceu.

E desculpa por ficar tanto tempo sem atualizar é que setembro foi um mês muito difícil para mim, aconteceu várias coisas de uma vez...