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2 - O passado sempre volta

O que somos capazes de fazer por dinheiro?

Eu li essa pergunta em um site que falava sobre uma mulher que matou a mãe para ficar com a herança. Engraçado, eu não a julguei na época. Pelo contrário, até concordei com os motivos que levaram a jovem a empurrar a mãe da escada.

Afinal, o que não fazemos por dinheiro, não é mesmo?

Mas no meu caso não foi só o dinheiro ou a fama. Era mais que só bens materiais. Era um direito meu. Eu merecia tudo o que havia conquistado.

Oh, sim. Eu havia conquistado tudo que era meu por direito. O anel com uma esmeralda gigantesca em meu dedo, juntamente com aquela aliança tão exageradamente larga, era só uma amostra de tudo o que merecia.

Eu lutei por isso.

Eu havia transformado o Levi no maior fotógrafo de Nova York. Havia conquistado mais seguidores do que Helena. Havia construído o meu império e usufruído muito bem disso.

Eu merecia tudo aquilo.

Merecia todos aqueles milhões de comentários a qual lia naquele momento. Eu merecia todos aqueles elogios.

ㅡ Senhora? ㅡ A voz de Giulia me tirou de meus devaneios e desviei os olhos da tela do meu celular, para a governanta que me encarava.

ㅡ Sim?

ㅡ Tem um detetive querendo falar com a senhora.

ㅡ Detetive?

ㅡ Sim, eu o mandei espera-la na sala de estar. Devo dizer que já está a caminho?

ㅡ Claro, diga que já vou.

Giulia saiu e me deixou com meus pensamentos a flor da pele. O que um detetive iria querer comigo? Seria impossível eles terem descoberto sobre Helena, certo? Um arrepio me subiu a espinha ao pensar nessa possibilidade.

Não, era impossível.

Eu não havia deixado pistas. Tudo tinha virado cinzas.

Mesmo com a cabeça a mil, eu me dirigi para fora de meu escritório afim de descobrir realmente o que o tal detetive queria comigo.

Assim que o homem notou minha presença se levantou me comprimentando.

ㅡ Sra. Lockwood? ㅡ Me estendeu a mão e eu a apertei assentindo. ㅡ Sou o detetive Johnson, podemos conversar?

ㅡ Claro, sente-se. ㅡ Apontei o sofá para ele e nos sentamos. ㅡ No que posso ajudar?

ㅡ Eu sou o responsável pelas investigações do desaparecimento de Helena Bernoulli, a pouco mais de dois anos atrás.

Não contive o riso. ㅡ Vocês ainda não desistiram? A essa altura Helena já deve estar morta.

ㅡ Pode comprovar isso? ㅡ Ele perguntou.

ㅡ O que disse?

ㅡ Pode comprovar que a Srta. Helena realmente está morta?

Soltei um riso nervoso. ㅡ Lógico que não.

ㅡ Foi o que imaginei. Então, até comprovarmos que ela está ou não viva, não desistiremos.

Balancei a cabeça em desdém. O pai de Helena nunca desistiu de procurá-la. Mesmo depois de tanto tempo, ainda insistia nisso.

Ah, se todos soubessem...

ㅡ E o que eu tenho a ver com isso? ㅡ Perguntei ao homem que me encarava como se me analisasse.

O detetive suspirou antes de falar. ㅡ Nós finalmente encontramos uma pista.

Não acreditei no que ouvi. Pista? Como? Onde? Eu não conseguia pensar em nada que pudesse fazer com que a polícia viesse até mim. Apesar de estar com o coração a mil e suando frio, apenas olhei para o detetive a minha frente com um ar de inocência.

ㅡ Ainda não entendi, detetive. O que isso tem a ver comigo?

ㅡ A pista que encontramos, foi o celular da jovem. Foi encontrado por um ciclista na highway I-95. Ele estava danificado, mas nossa equipe conseguiu abri-lo e é por isso que estou aqui. ㅡ O detetive tirou de dentro de seu blazer um papel e me entregou. ㅡ Essa é uma mensagem enviada pelo celular de Helena, mas que nunca chegou a ser realmente enviada, já que pelo que parece o aparelho foi arremessado e por isso estava tão danificado. A mensagem era destinatária ao seu marido, que naquela época era noivo de Helena. Abra, veja.

Hesitei um pouco. Eu me lembro de arremessar o celular de Helena pela janela ao ver que ela digitava algo. Mas jamais pensei que poderiam encontrá-lo.

Abri o papel e percebi se tratar de imagens do aplicativo de mensagens. E a última mensagem, que não foi enviada, estava circulada em caneta vermelha.

Eu estou com a Yura. Ela está estranha, pode vir me pegar?

Merda!

Mil vezes merda!

O que eu poderia fazer? Eu não fazia ideia do que dizer ou como me portar em relação a isso.

ㅡ E então? ㅡ A voz do detetive me lembrou que eu não estava sozinha e que tinha sim que dizer alguma coisa. ㅡ O que tem a dizer sobre isso?

ㅡ Não faço idéia do que essa maluca estava falando. ㅡ Estendi o papel para o homem a minha frente. Eu só percebi que minha voz estava trêmula quando disse tais palavras.

ㅡ No seu depoimento a alguns anos atrás, a senhora disse que não viu Helena aquele dia certo?

ㅡ Sim. Quando eu saí ela já tinha saído.

ㅡ E então como explica isto? ㅡ Fez questão de mostrar o papel que estava em suas mãos.

ㅡ Ela estava louca!

ㅡ Tem certeza disso? ㅡ Fez uma pequena pausa antes de continuar. ㅡ A senhora tem noção de que se estiver mentindo, pode ser acusada de falso testemunho, certo?

ㅡ Onde o senhor quer chegar? Posso lhe processar por falsa acusação!

ㅡ Por que está tão nervosa Sra. Lockwood? Se Helena estava mesmo delirando, por que está tão ofendida com minhas perguntas?

ㅡ Eu não lhe devo satisfações, detetive. Você por acaso tem um mandato? Então se me der licença... ㅡ Ameacei levantar, mas o impetulante do detetive me impediu segurando levemente em meu braço.

ㅡ Sinto lhe informar, mas eu tenho sim um mandato. A senhora é a única pista que temos depois de tanto tempo. E eu não viria aqui, se não tivesse um mandato.

Ele soltou meu braço e eu o encarei não perdendo minha postura de superioridade. Eu não iria abaixar a minha cabeça para um detetivezinho de quinta.

Detetive Johnson deu uma longa pausa suspirando como se pensasse em que caminho seguir a partir dali.

Engraçado, eu estava pensando a mesma coisa.

O que eu diria depois deles encontrarem aquela maldita mensagem?

Mesmo se eu conseguisse provar que eu não tinha matado Helena, mesmo estando com ela. Eu seria presa por falso testemunho. E isso iria me custar caro.

Não, eu não tinha chegado até ali para gastar toda a fortuna que consegui em todos esses anos.

Sem contar no escândalo que isso traria.

Não. Eu não iria jogar tudo para os ares. Eu tinha que pensar em algo.

ㅡ A senhora estava ou não com Helena Bernoulli no dia em que desapareceu? ㅡ A pergunta do detetive me lembrou que eu precisava pensar em algo e rápido.

ㅡ Sim, eu estava.

ㅡ Então a senhora admite que mentiu no seu depoimento. Por quê?

Silêncio.

O que eu diria?

Não havia muito o que se fazer. Fugir? Não, eu não queria passar o resto da minha vida fugindo. Me vitimizar? Não, eu não sou assim. Não iria me fazer de coitadinha como Helena fazia. Não, eu era melhor que ela. Mentir? Acho que já havia estourado minha cota de mentiras. E eu sabia que de um jeito ou de outro, eles descobriram a verdade.

Suspirei em rendição. Era isso. Acabou.

ㅡ Porque eu matei Helena Bernoulli. ㅡ Disse como se estivesse falando que havia comprado um carro.

ㅡ O que disse?

Encarei o detetive nos olhos que me encarava um pouco surpreso.

ㅡ Eu matei Helena.

Houve um longo silêncio antes de eu continuar a falar. Eu falei tudo. Contei de como matei Helena, os motivos, não esquecendo de nenhum detalhe do crime. Expliquei a ele onde era a cabana, contei de como menti e enganei a todos todo esse tempo. Eu contei tudo.

Quando terminei o detetive me encarava boquiaberto. Eu não sei se era pela frieza que contava tudo ou pelo simples fato de eu ter contado.

ㅡ O que está esperando? ㅡ Estendi os pulsos em sua direção. ㅡ Me prenda.

A expressão do detetive Johnson, era um misto de confusão e choque.

ㅡ Por quê? Por que contou tudo?

Eu ri. Foi um riso nostálgico. De satisfação.

ㅡ Eu construí um império só meu e acredite, eu aproveitei bem. Eu consegui o que queria. Eu tomei para mim tudo que era meu por direito. Recuperei o homem que amava, consegui ser tão famosa quanto Helena. Eu consegui. ㅡ Fiz uma pausa dramática encarando cada canto da sala. ㅡ Então eu estou apenas facilitando seu trabalho. ㅡ Soltei outro riso nostálgico. ㅡ E de qualquer forma, irei ser reconhecida. Irei ficar ainda mais famosa. Todos me conhecerão por ter matado a herdeira do famoso Giovanni Bernoulli! Isso não é fantástico?

O detetive me olhou por um curto tempo antes de se levantar e eu o acompanhei.

ㅡ Kim Yura Lockwood, você está presa pelo assassinato de Helena Bernoulli. Você tem o direito de permanecer calada, tudo o que disser poderá ser usado contra você no tribunal. ㅡ Disse enquanto me algemava.

ㅡ Mas o que significa isso?!

Ambos nos supreendemos com a voz de Levi. Olhei e ele tinha acabado de entrar na sala e nos olhava sem entender nada.

ㅡ Olá, querido. Chegou bem na hora!

ㅡ O que significa isso?

O detetive suspirou.

ㅡ Sua esposa está sendo presa por assassinar Helena Bernoulli a dois anos, e mentir no seu depoimento.

ㅡ O que?

Não contive o riso. A expressão perdida que ele fez foi muito engraçada.

ㅡ Ela confessou tudo. O senhor, por favor, me acompanhe até a delegacia. Temos muito o que conversar.

ㅡ Eu não entendo...

ㅡ Ahh, por Deus, Levi! Você é burro ou se faz? ㅡ Levi franziu as sobrancelhas enquanto me encarava. ㅡ Poupe suas palavras, isso é exatamente o que parece. Eu matei Helena. Agora, podemos acabar logo com isso?

ㅡ Sr. Lockwood, se me der licença..ㅡ O detetive apontou para a saída. ㅡ Eu entendo se precisar de um tempo, só peço que compareça a delegacia ainda hoje.

Levi ainda me encarava com aquela mesma expressão confusa, mas ele agora, parecia em choque.

ㅡ Por favor, me diz porquê... ㅡ Sussurrou, porém pude ouvir.

ㅡ Porque eu sempre odiei Helena! Ela me roubou tudo. Eu precisava provar para todos que era melhor que ela. E veja só. ㅡ Outro riso. ㅡ Eu consegui. Consegui tudo o que era meu por direito e até mais.

Sorri maliciosamente quando vi os olhos de Levi marejarem. Ele piscou várias vezes e me encarou de uma maneira amargurada.

ㅡ Você é completamente louca. Não te reconheço mais.

Não contive outro riso.

ㅡ Engraçado você dizer isso, meu bem. ㅡ Encarei cada canto do rosto de Levi, memorizando cada reação sua. ㅡ Foi exatamente o que Helena disse antes de eu queima-la viva.

Pude ver os olhos castanhos de Levi se arregalarem um pouco e eu sorri alargamente e me virei para o detetive.

ㅡ E então? Vamos?

Detetive Johnson me encarou como se eu tivesse um terceiro olho, mas me conduziu para a saída.

Eu fui condenada a vinte anos de prisão e perdi quase metade da minha fortuna pagando uma multa por falso testemunho.

Se a minha história terminou naquele tribunal?

Oh, com certeza não.

A minha história não estava nem perto de terminar. O fim é apenas o início. Eu retornaria. E quando isso acontecesse, não iria deixar nenhuma pista se quer.

4804 palavras

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