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Capítulo 12

"Sempre adorei criaturas mansas, mas as perigosas que me excitam..."

Pensamento:Uma coruja?

Uma branca e linda coruja está na minha janela. Ela me olha com seus olhos grandes, redondos e brilhantes, me deixando incrívelmente hipnotizada.

Abro a minha janela e no mesmo instante, ela entra voando por todo o meu quarto até parar em cima da minha banquina ao lado da cama.

Pensamento: Nossa que surpresa inesperada! Eu sei que aqui é comum ver animais do nada mas isso é o que menos esperava. Esperava ser um canguru.

Ela me olha, eu a olho, nos entreolhamos. Só fica por visão, uma conversa silenciosa demonstrada por olhares apenas.

Ando devagar até ela, com medo dela voar e ir embora. Todavia, ela não se meche. Sento na minha cama ficando à esquerda dela.

Nunca cheguei a ficar tão perto de uma coruja e literalmente esse é um momento que me deixa cada vez mais surpresa.

Tento aproximar a minha mão para a tocar e ela deixa. Penas macias e leves que toco.

-Grrrruuuuuu- ela grunhe e olho para ela nos olhos.

- Que foi amiguinha que vieste tão tarde me ver? Queres algo ou ficaste com vontade de me ver?- pergunto e a mesma começa a bater o seu pé na banquinha.

Pensamento: Agora corujas sapateiam é?

Ela continua a bater o pé, me dando uma ideia. Abro a primeira gaveta da banquinha. E lá estava ele... O colar.

A coruja muda a sua visão de mim para o colar, eu o toco e o seguro em minhas mãos.

A mesma voa para o meu colo e começa a bicar o colar que tenho nas mãos. Isso só me traz mais confusão e perguntas.

Pensamento: O que será que essa coruja quer desse colar? O que é que esse colar tem de tão especial?

Toco o colar de novo passando os meus dedos no desenho da lua, onde do nada começa a brilhar.

Ela brilha e me faz ficar sem palavras. A coruja grunhe de novo como se quisesse me dizer algo mas eu não a entendo.

-Olha o que foi que acabou de acontecer hein? Como é que eu fiz esse colar brilhar e quem és tu?-a coruja não para de me olhar e coloca a pata em cima do colar.

Ela faz um sinal com a cabeça e eu penso que ela quer que faça o mesmo, então coloco um dedo...

-Mas que...- eu começo a falar.

-Agora me entendes?-a coruja fala e eu levo um baita susto com uma voz de uma mulher.

Pensamento: Quê isso man?!

- Oii! Não precisa ficar com medo. Meu nome é Aurora e eu sou a tua guardiã.- o bico dela não se meche mas a voz ressoa em minha mente.

-Mas que...como...como é que falas?

-O colar, ele me dá a capacidade de comunicar contigo.- olho para o colar.

- Então tu sabes o que este colar é capaz e também sabes o porquê dele estar comigo? Me fala do colar.

-Eu sei pouca coisa desse colar, ele é um medalhão, cada ser que se destaca entre os demais recebe um.

-Como assim ser que se destaca entre os demais? E o que esse medalhão pode fazer?

-Tu és um ser diferente dos demais, por isso recebeste um que te representa a ti e a tua aura. Todo ser que se diferencia de certa forma em seu poder recebe um.

Pensamento:Poder? Que poder? Eu não tenho nenhum poder, ela só pode estar enganada.

- O colar pode te fazer comunicar com demais seres não falantes de teu idioma, e etc. de outras coisas. Mas eu sei pouco dele.- ela continua.

-Olha, eu sei que essa coisa de medalhão, poder, guardiã, e blabla, parece ser interessante mas deves estar enganada. Eu não tenho nenhum poder e além do mais minha guardiã? Isso deve ser tudo um engano.- digo de maneira que coloco o medalhão de lado e fico meio que rindo nervosa para a Aurora.

-Coisas assim nunca são um engano. Se o medalhão foi te dado e feito para ti é porque, sim tens poder. E eu sou tua guardiã, uma espécie de alma angelical ou maligna que se reencarna em seres neste mundo para acompanhar, instruir e proteger os seus protegidos seres.

- Então se dizes que tenho poderes, me diz então quais eu tenho. Agora sou uma espécie de super-heroina. Já que dizes ser "minha guardiã", fala, o que eu tenho de tão especial para eu ter esse medalhão.

-Eu só sou criada para te ajudar e instruir, mas para descobrir os teus poderes, só tu mesma és capaz disto. Nem eu sei, só sei aquilo que é o básico de um guardião, agora sobre aquilo que tu és, só tu saberás.- ela me diz com uma voz autoritária e isso me deixa mais apreensiva.

Ia a perguntar mais alguma coisa mas ela voa e vai até a janela aberta. Eu vou até lá pois ainda tenho muitas perguntas.

-Olha melhor descansares. Eu tenho que ir mas volto logo- diz a Aurora e isso me deixa um pouco confusa.

-Por favor, só me diz porquê tudo isto? É por culpa daquele astro? Eu só quero respostas. Não vai embora-digo suspirando

-Isso só tu podes me dizer o porquê de tudo isto. Eu vou, mas não vou longe, sempre te observarei, também sou tua guardiã. Eu não posso te deixar só sem proteção. Até mais Nicole-ela fala e sai voando, e eu a fico admirando voar num céu escuro com a lua nova iluminando tudo.

Fecho a janela e me sento na minha cama pensativa. Uma espécie de medo passa pela minha mente. Coisas desconhecidas sempre me incomodavam, mas agora me encontrava numa situação bem nervosa.

Pensamento:Que será de mim, Meu Deus?

Me deito novamente na cama, mesmo com os pensamentos martelando a minha minha mente. E me forço a descansar e depois de uns longos minutos sem dormir, o sono me domina e me cobre num escuro e relaxante silêncio.

🌈🌈Pela manhã 🌈🌈

Acordo estranha, vou até a casa de banho silenciosa. Lavo o meu rosto, pego o meu cabelo no espelho e decido deixar mechas junto com as coloridas por fora.

Fico vendo o meu reflexo no espelho, respiro profundamente e deixo um suspiro longo. Todavia pensamentos confusos ainda se mostravam claros.

Ainda de pijama desço e vejo a minha mãe na sala mechendo no computador.

-Bom dia mãe - a cumprimento.

-Bom dia, acordaste tarde hoje hein.-diz ela sem precisar me olhar.

-Estava um pouco cansada apenas, mas quantas horas são?

-São quase 10 horas e tu pregaste um sono dos fortes - me assusto com as horas e fico me lembrando da Aurora.

-Se passa algo?-dessa vez ela olha para mim.

-Na... não, está tudo bem. Vou comer licença.-ela me olha e depois acena a cabeça voltando a atenção para o computador.

Vou até a cozinha e como bolo de chocolate, torradas com compota de morango e café cappuccino.

Como tudo silenciosamente, acabo me perdendo dentro de meus pensamentos.

Pensamento:Aquela Aurora, eu preciso saber mais dela?

Termino de comer e volto o meu caminho até o meu quarto. Quando sou chamada pela minha mãe.

-Sim?

-Nicole toma - ela me estende uma caixa - demorei para te dar um novo depois que o outro quebrou mas já está aqui.

É um telemóvel novinho. Fico feliz que agora vou poder fazer minhas coisas normais sem precisar recorrer ao computador.

-Obrigada mãe.

-De nada, toma conta dele. -diz ela trabalhando concentrada no computador.

Saio dali e fico no meu quarto.

Eu não consigo ficar quieta e fico andando de um lado para o outro. Configuro o meu telemóvel e decido pesquisar mais sobre aquilo que a Aurora me falou.

Do medalhão e a coisa do guardião, só achei recomendações de livros e compras online.

Pensamento:Nada que preste! Acho que vou precisar de ajuda. Já sei a quem chamar mesmo.

Chamo pelo Instagram e na hora atende.

-Oii pretinha, saudades minhas foi?-fala Max exibido.

-Não kkk

-Credo que dor no coração. Mas agora é o quê? Precisas de algo ou é mesmo saudades?

-É saudades misturado com preciso urgentemente de ti.

-Nem penses duas vezes, que eu... Nicole...-ele fica sem falar por alguns segundos, e acabo ouvindo a porta de entrada bater.

Pensamento:Nossa o Max é o Flashman.

Desço e encontro o mesmo sorrindo como uma criança.

-Como chegaste aqui tão rápido?

-Estava passando por aqui e me chamaste do nada.

-Nicole quem é?-grita a minha mãe da sala.

-É o Max mãe, ele veio me ajudar com uma pesquisa.

-Ohh ok. Oii Max, tudo bem?

-Me encontro sim senhora Fraiser. E consigo?

-Também e já te falei para me chamares de tia Adri, senhora é muito velha.-rimos

-Ta mãe, já vamos.

-Ok!

Minha mãe confia muito no Max porque somos amigos desde os meus cinco anos. E por isso ela não se incomoda de o ter aqui em casa.

Subimos e vamos até o meu quarto, fecho a porta e na hora eu explodo.

-Ontem á noite, apareceu uma coruja no meu quarto - ele ia falar mas eu ponho um dedo á frente para que ele me deixe falar- a coruja parecia um animal que se perdeu, mas ela veio e começou a bater o pé na banquinha -aponto o meu dedo para lá - eu abri a gaveta achando que ela queria algo e lá estava o meda... o colar. Quando o apanhei, ele começou a brilhar e a coruja colocou a pata dela no colar. Também começou a fazer um sinal com a cabeça e eu entendi que era para fazer o mesmo...-falo tão rápido que fico quase ofegante.

-Ma...-Max tenta falar mas eu o interrompo.

-Max senta!- e ele senta na cama e fica quieto.

Pensamento:Acho que ele entendeu o recado?

-Continuando, eu coloquei o meu dedo e do nada a coruja começou a falar- começo a andar de um lado p'ro outro-eu sei é de poucos, e podes achar que eu tô maluca. Mas é verdade, ela falava só que não abria o bico, era como se a voz dela estivesse na minha mente. Ela disse que seu nome era Aurora e que era minha guardiã. Também me disse que aquele colar era um medalhão, que só seres que se distinguem dos demais que ganham. Ela foi embora mas disse que voltaria.- olho para Max e vejo o mesmo me olhar de olhos arregalados.

-Perai, estás a me dizer que uma coruja veio falar contigo?

-É, foi isso que aconteceu-digo. E le levanta e vem me segurar nos ombros.

-Nicole tens certeza que não foi mais um sonho esquisito?

-Não, foi real mesmo. Veio sim uma coruja, e ela falou comigo. Eu juro- ele coça a nuca e isso me deixa triste - Não acreditas em mim né?

-Nicole é que é de loucos. Uma coruja aparecer assim, falar e tudo mais. Estou a achar que é o estresse do astro que tem te deixado...- ele ia falar mas eu o interrompo

-Louca?! É isso que querias dizer Max - começo a ficar desiludida e com raiva.

-Não é isso... Pode ter sido mais um sonho.

-Max, eu te chamei aqui porque precisava da tua ajuda para saber mais do que aconteceu, mas sabendo que não acreditas em mim isso me deixa mal. Então se é para me julgar, não precisava te chamar.

-Nicole, entende. Eu me preocupo contigo. Eu só quero te ver bem e já que dizes que isso tudo realmente aconteceu, eu acredito em ti sim. Só que me preocupa, tens tido muitos pesadelos.- ele olha nos meus olhos com aquele olhar de cachorrinho magoado, isso me faz suspirar.

-Ta ok. Então vamos ver pois estou a pesquisar e a encontrar nada que preste.

- Eu acho que tenho uma ideia -fala Max se sentando na cama e me convidando para sentar junto.

-Qual?

-Agora me lembrei que o teu primo Jack é um ótimo hacker. Podemos pedir a ele para pesquisar e ver se encontra algo.

-Mas tu não achas que ele vai desconfiar ou achar que somos loucos?

-Ahh eu vou inventar alguma história e assim ele se vira - ele diz e eu o abraço.

-Obrigada, eu só quero respostas!- ele me retribui o abraço.

-Ahh isso não é nada, tu sabes que por ti até viraria presidente.- eu rio

-Ahhh que exagero kkkk, nem gostas de politica - digo me separando dele e ele cruza os braços.

-É mas eu dou um jeito!- ele abre um sorriso de canto - imagina só, eu presidente.

-Destruiras o país em um dia kkk-digo zombando dele e ele me olha de lado.

-Eu sou um rapaz do bem, quê isso?- eu rio e ele passa a mão na minha mexa ruiva- Eu poderia te fazer de primeira-dama que achas?

Na hora, ele se aproxima do meu rosto afastando as duas mechas. Tão perto que ouço e sinto a sua respiração na minha pele, tal como ele deve sentir a minha.

Começo a ficar ofegante e não consigo me mecher. Sinto as mãos suarem e os nossos olhos se encontram. O meu coração bate rápido e tenho certeza que mesmo sendo morena, tenha ficado vermelha. Parece que o mundo parou e só restou nós dois.

Ele começa a se aproximar mais, até que alguém bate na porta.

-Nicole!-é a voz do meu pai.

Num susto, ele se afasta de mim e ficamos envergonhados e desnorteados.

-S-s-s-simm?-Respondo igual a uma cobra, a minha voz um pouco trémula.

A porta é aberta e meu pai aparece só com a cabeça, olhando para mim e depois notando o Max.

O Max ficou encostado na cama, fingindo normalidade. Fingindo pois conhecendo-o bem, deve estar com o coração a mil, igual ao meu.

-Ah Oi Max! A Adri disse que estariam aqui.

-Oi sr. Fraiser!

-Nicole, já recebeste o teu novo telemóvel?- eu aceno com a cabeça - antes de vir para casa almoçar, fui comprar uma capa e uma película.-ele me entrega.

-Ah obrigada!

-Estás vermelha, passou algo?-ele olha para mim estranho.

-Ahh deve ser o calor, esqueci de abrir a janela.

-Estás vermelha?-pergunta Max também entrando na onda- Deve ser mesmo o calor.

-É a Austrália tem um clima que não é de brincadeira. A Escócia que tem um clima que sempre amei. Então abre a janela e deixa alguma frescura entrar.

-Ok eu vou.

- Então já vou indo. Foi muito bom te ver de novo Max.-e assim ele sai.

Fica um clima estranho no quarto e ei não sei o que fazer.

Pensamento: Vou abrir a janela.

Me levanto e abro a janela deixando um vento fresco entrar, isso de alguma forma me alivia. Quando me viro, o Max está diante de mim mexendo freneticamente no seu cabelo enquanto olha para mim.

-Desculpa Nicole, eu não deveria ter feito aquilo. Tu me consideras como amigo e eu fui um idiota em tentar te beijar.-esfrego as minhas mãos suadas uma na outra.

-Ta tudo bem Max. Não precisa ficar mal.

- Então acho que tenho que ir.

- Já ?

-Sim, é que vou ter que falar com o Jack para fazer a pesquisa, ainda mais já tinhamos combinado de ir para casa dele e tals.

-Ahmm então deixa eu te abrir a porta.

Saimos do quarto e descemos. O Max se despede dos meus pais e depois ele vai embora. Aproveito e almoço com os meus pais.

-Pronto! Olha eu vou buscar o Leonardo na casa do amiguinho dele que foi brincar-diz a minha mãe se levantando.

-E eu vou voltar ao trabalho?- diz o meu pai.

-Ai que triste trabalhar presencialmente!-diz a minha mãe e o meu pai revira os olhos, fazendo-a rir.

Quanto termino, vou para sala ver algum filme para descontrair. Apanho as doçuras e salgados que são meus que compramos ontem, e começo a assistir a série "Rainha Charlotte" que a Marta me recomendou.

7 horas depois

-Nicole me passa a farinha- pede a minha mãe.

-Me passa a farinha Leo - peço ao Leo que me espanto ao olha-lo.

Ele se enfeitou para uma festa de Halloween em que vai de fantasma.

-Leo!-exclamo fazendo a minha mãe o olhar e na hora se apavorar.

-Pelas santas florestas, quê isso meu filho?-ela vai até ele e ele ri.

-James!-meu pai aparece no mesmo instante e já entendeu a mensagem.

Pegou o Leo e o levou. Ouço murmúrios e risos a cada instante que eles se afastam.

Eu e minha mãe resolvemos cozinhar algum bolo, e meu irmão quis dar uma grande ajuda. Depois de o meu pai o ter levado, terminamos o bolo e servimos com o nosso fantasminha.

Até a hora de ir deitar, ficamos a jogar jogos de tabuleiro e minha mãe, como sempre a maior competitiva do século 21. Não escapamos a nenhum de seus cruéis deboches.

Quando deu a hora de deitar, tomei o meu bom banho e fui para cama. Deixei as cortinas abertas com esperança de a Aurora apareça. Fiquei olhando por um bom momento até que ouvi o som de uma coruja e apareceu uma coruja voando e pousando numa árvore que ficava próxima ao meu quarto.

Dava para ver o brilhos de seus olhos e sorri de certa forma pela sua presença.

Pensamento: Aurora!- penso até que contente

E assim oro e depois me deito na minha cama tranquila pela presença do ser que diz me proteger, deixo o sono me dominar até um novo dia raiar...

✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨

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Muito obrigada por quem está lendo e espero que estejam gostando!☺️☺️☺️

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