- Sinto muito pelo outro dia.

- Ora, Cristofer. Sei que sente, mas não pude fazer nada. Fique feliz que a conseqüência foi apenas a redução de algumas horas de trabalho, podia ter sido pior. Você precisa medir as conseqüências dos seus atos. Esse tipo de comportamento não indica que estamos tendo qualquer tipo de progresso ou resposta positiva ao tratamento. São as normas do hospital. Se você não melhorar, não pode atuar como médico.

- Eu sei – confessou olhando para os joelhos.

- Preciso que você se ajude, não quero teu mal, não é um castigo. Entenda isso – a analista falava enquanto ele assentia com a cabeça. – Quando eu tiver certeza que está bem novamente, você volta à sua escala habitual, certo?

- Tudo bem... – voltou seu olhar para ela desta vez. – Eu tinha ficado bem, aparentemente. Afinal, quantos anos já se passaram? Mas eventualmente pioro e começa tudo de novo.

- Quando acontecer, você tem que conversar comigo, como está fazendo agora, precisa pedir ajuda.

- Eu preciso tirar esse sentimento de mim.

- E você vai. Eu vou te ajudar a amenizar isso, mas você precisa cooperar. Tenho sua palavra?

Ele afirmou que sim com a cabeça.