É O QUE MALU?!
A visão de Samantha a princípio, quando a mesma abriu os olhos pela primeira vez desde que acabou desmaiando, estava muito desfocada. Porém, ainda podia-se ver as suas mãos entrelaçadas com as de Lica, que também acabou perdendo a consciência.
A Lambertine que estava um pouco confusa ou como a mesma diria "grogue" logo após acordar de seu desmaio, tentou recapitular tudo o que acabara de acontecer contudo, toda vez que tentava se lembrar de algo, sua cabeça latejava. Ela pôs as mãos em sua nuca, e sentiu os seus dedos tocarem em uma espécie de líquido e sua cabeça dar outra pontada com o toque de sua mão que, a mesma a retirou ( quase em um reflexo) no mesmo instante.
Agora tudo fez sentido para a castanha; ela e Lica estavam no banheiro quando uma série de eventos inexplicáveis ocorreram; o céu que a princípio estava azul turquesa adotou um tom negro, um vento voraz surgiu destruindo a janela e, as lâmpadas leds daquele aposento explodiram aparentemente sem motivo algum.
Porém mesmo se recordando dos acontecimentos incompreensíveis que acorreram a momentos atrás, Samantha não estava preocupada em descobrir o que diabos acabará de acontecer; o seu foco maior era na morena que ainda estava inconsciente ao seu lado.
- Lica... Lica... - Lhe chamou com calma, enquanto a sacudida de leve, para não machuca-lá ainda mais do que os cacos de vidro o fizeram.
Contudo neste mesmo instante, ao pensar nos estragos que aqueles estilhaços causaram, a mesma percebeu que a janela na qual fora destruída, estava intacta.
- Como é que... - Sam porém, não conseguiu terminar a sua frase já que, a garota ao seu lado começou a demonstrar que estava acordando.
- Lica, Lica! Acorda logo!
- Sam? O que você tá fazendo aqui? - Ela fez uma pausa. - Aliás o que aconteceu aqui? - perguntou esfregando os olhos.
- Você não se lembra?
- Se eu tô perguntado é porque não me lembro não é?
A castanha lhe encarou com um olhar censurador e, antes que pudesse rebatê-la, a Gutiérrez disse;
- Espera, eu tô começando a me lembrar... Eu tava no banheiro puta da vida com o Edgar, nisso você chegou... A Tina saiu pra fazer sei lá o que e aí... - Ela pôs a mão esquerda em cima de seus cortes na nuca. - Eu não sei o que aconteceu mas... Sei lá, tudo ficou louco!
- Lica.
- Oi?
- Olha pro banheiro.
Lica lhe obedecendo, começou a olhar ao seu redor, a expressão cada vez mais caindo... Se não fosse trágico, seria cômico!
- Caralho... - Disse por fim.
- É eu sei... - Samantha concordou porém, um detalhe em Lica lhe chamou a atenção; a sua franjinha ( que a Lambertine por acaso sempre achou muito fofa) havia desaparecido e o restante do seu cabelo aparentemente havia crescido.
- Como você fez isso?
- Fiz o que?
- O seu cabelo!
A morena imediatamente tocou em suas madeixas um tanto quanto confusa e ao sentir que elas estavam diferentes levantou de um salto, se encarou no grande espelho que havia ali e não conseguiu conter o choque;
- COMO ISSO É POSSÍVEL?!
- Calma Lica é só um cabelo... - Samantha que também havia se levantado tentava conter os ânimos da Gutiérrez que, ao escuta-lá se virou abruptamente para rebatê-la porém, sua expressão caiu novamente ao ver que o cabelo da castanha também havia mudado; ainda mantinha a mesma coloração porém sem aquelas luzes, ele estava um pouco maior do que o normal e um tanto quanto quebrado e seco.
- O seu também...
- O meu o que?
Lica foi até a Lambertine, lhe puxou em direção ao espelho e desta vez foi Samantha que teve um ataque histérico...
- O MEU CABELOOOO! QUE MERDA ACONTECEU COM ELE?!
- Depois me pede para ficar
calma...
- ELE ESTAVA TÃO LINDO, EU TINHA ACABADO DE DAR UMAS LUZES NOVAS NELE! E AGORA ESTÁ ISSO! AHHHHHH EU QUERO
MORRER!
- Eu hein Samantha... - Contudo, Lica não conseguiu dizer o quão histérica a castanha aparentava estar, já que fora interrompida por inúmeras batidas na porta do banheiro fazendo com que as duas se sobresaltassem.
Elas olharam para a porta, depois se encararam, olharam para a porta novamente e depois em um piscar de olhos correram em direção uma para a outra em um tentativa de se protegerem.
- Quem será? - Questionou Samantha.
- Eu não sei mas coisa boa não é!
- Eu sei né, depois dessa loucura inteira eu espero por tudo!
As batidas aumentaram e novamente em uma tentativa de proteção, as duas se comprimiram ainda mais, de tal maneira que uma poderia sentir a respiração da outra, o seu perfume e ao sentir o choque de suas peles encostando uma na outra, as duas não puderam deixar de se encararem e sentir o medo se esvair aos poucos.
- Lica eu queria te dizer algo... - Susurrou a castanha.
- Pode dizer...
- Eu...
BÂN!
E novamente a castanha fora interrompida, desta vez com o barulho da porta se abrindo abruptamente e fazendo um enorme estardalhaço ao colidir com a parede.
As duas se soltaram rapidamente uma da outra ao escutar todo aquele barulho porém, Lica ao ver o indivíduo ou melhor os indivíduos que arrombaram a porta, o seu queixo novamente caiu: Marta e Luís.
A questão não era apenas o fato de serem os dois que a espantou, e sim de que a Gutiérrez tinha certeza que a sua mãe e o mosca morta (como Lica o apelidou) do seu padrasto munca seriam capazes de cometer tal alto de vandalismo, mesmo o quão pequeno fosse, como praticamnete arrombar uma porta.
Porém antes que Lica questionasse o Porque dos dois estarem ali e naquelas circunstâncias, Marta foi quem se pronunciou primeiro.
- O QUE RAIOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI SAMANTHA?!
Samantha e Lica se encararam sem saber o que dizer, principalmente a Lambertine.
- Vamos Samantha, responda a Marta! - Desta vez foi Luís quem falou.
- Exato Luís, me responda agora Samantha! E você hein Lica?!
- Eu o que? Ficou doida de vez dona Marta?!
- Doida? Como você se atreve sua mimada a falar assim comigo?!
- Mimada?! - Questionou injuriada a morena. - Em primeiríssimo lugar se sou ou não Mimada a culpa é sua e do traste do Edgar! Aliás falando nele, é muito babaca da sua parte, depois de tudo o que ele fez, você me tratar assim!
- Minha culpa? Me poupe desses seus joguinhos menina! Aliás pouco me importa o que acontece ou deixa de acontecer com você!
- Então quer dizer que você não se importa?
- Não. - Disse friamente.
- Então vá continuar com esse seu draminha falando com as paredes! -
Ela agarrou a mão de Samantha e, com passos firmes e pesados, quase atropelou Marta e Luís ao sair do banheiro carregando a Castanha.
.
As duas agora se encontravam sentadas no banco de uma Praça não tão distante do Grupo porém, o suficiente Para Lica não discutir mais com Marta. Samantha estava muito preocupada com Lica; depois de tudo o que ocorreu com ela no protesto, a sua mãe, que sempre fora atenciosa e carinhosa com a filha a destratou daquele modo e o pior: disse em alto e bom tom, que não se importava com o que acontece ou deixaria de acontecer com Lica.
Ela sabia que provavelmente a Gutiérrez estava arrasada, não só apenas pelos seus olhos marejados mas sim pelo fato de que agora se sentiria sozinha, abandonada já que Marta era a única pessoa que a mesma a considerava como "família".
Porém mesmo assim, a castanha não ousou dizer uma única palavra desde que sairám do grupo. Ela sentia que deveria respeitar o silêncio da morena contudo, em um certo ponto, não conseguiu se conter:
- Lica a sua mãe ela...
- Desculpa Sam, eu sei que você só quer ajudar mas sério... Eu não tô a fim de falar sobre ela... - Lica a cortou.
-- Entendo... Mas eu posso dizer outra coisa?
- Se não for sobre a Dona Marta e o seu Edgar, é claro que pode!
- Você percebeu que não tinha mais ninguém no pátio? - A castanha estava se referindo ao momento em que ela e Lica saíram do banheiro feminino (ignorando os protestos de Marta) e seguiram em direção ao portão. Todavia, invés de se depararem com a balbúrdia dos estudantes, não encontraram nem ao menos um aluno sequer. O mais estranho não foi a ausência de protestantes no local e sim a falta de vestígios de um protesto, foi como se o "apitaço" nunca houvesse existido.
- O povo deve ter amarelado depois do meu tapa... - A morena em seguida pôs as mãos em seu rosto e soltou uma espécie de grito abafado.
- Olha Lica, eu sei que não somos tão próximas assim mas... Eu tô aqui e sempre vou estar! - Ela depositou a sua mão direita no ombro da morena e, no momento seguinte, Lica tirou as mãos de seu rosto e a puxou para um abraço quente e um tanto quanto apertado.
Depois de uns longos segundos as duas se separaram, e não puderam deixar de trocar sorrisos vergonhosos uma para a outra.
- Olha até que esse seu novo cabelo tá bonito víu... - A morena disse entre risos.
- Ahãm sei... E o seu tam... - Porém, algo ou melhor alguém atrás de Lica fez com que Samantha se disconcentrasse. A Gutiérrez ao perceber isto virou-se de costas e víu algo que jurava ver apenas se estivesse com o efeito de alguma droga.
As duas se levantaram no mesmo instante, deram alguns passos em direção a lanchonete que seria do Roney Romano e visualizaram ninguém menos do que: Dona Mitsuko... Fritando um hambúrguer.
- Samantha você está vendo o que eu tô vendo?
- Se você tá vendo a mãe psicopata da Tina comandando uma chapa, sim estamos vendo a mesma coisa...
Porém, novamente algo inusitado fez com que as duas se perguntassem se realmente estavam sob o efeito de alguma espécie de droga; Tina, sim uma das fives, dirigindo uma moto e parando a mesma em frente a lanchonete. Ela tirou o capacete, entrou no estabelecimento e, mesmo que as duas estivessem um pouco distantes da Japonesa ainda conseguiram escuta-lá dizer: "Mãe qual é o próximo pedido?".
Elas ficaram imóveis, observando a cena com os queixos caídos por um longo tempo até Lica quebrar o Gelo;
- Sam vamos lá pra casa, eu não me importo se vou dar de cara com a Marta... A gente precisa urgentemente descansar....
- Concordo com você Lica...
E antes que ambas saíssem, novamente algo lhes surprendeu... Um outdoor com a foto do Jair Bolsonaro acompanhado com a Pabllo Vittar onde ácima dizia que ambos formaram uma dupla sertaneja com o álbum chamado: "Vai passar mal, Com o meu mandato nada de especial! Onde de tão horrível não tem igual!"
- Priquito que pariu... - Ambas murmuraram.
.
A Gutiérrez depositou a mão na maçaneta da porta de entrada e a princípio hesitou um pouco, porém ao receber um olhar de encorajamento e segurança da parte de Samantha, a girou e as duas entraram no apartamento.
- Vamos pro meu quarto primeiro, depois eu pego um pouco de água
pra nós duas - Elas se viraram em direção ao quarto de Lica e a mesma, que pensava que nada poderia piorar, percebeu que estava enganada...
As duas se encontravam de frente com uma Malu de braços cruzados e com a expressão um tanto quanto aborrecida.
- Cê tá de brincadeira não é?! Depois do que você e o imprestável do seu marido fizeram, você ainda tem a cara de pau de vir até aqui?! - Esbravejou a Gutiérrez assim que pôs os olhos na megera.
- Como é Lica? Bem que o Luís me disse que você estava fora de si! E depois de demorar uma eternidade para chegar em casa, você ainda me traz essa garota! - Ela encarou a Lambertine com desprezo e indignação, que logo foi percebido por Lica que não demorou a se pôr em frente a castanha e a dizer:
- Quem você pensa que é para dizer que horas eu devo chegar ou sair de casa? E além do mais: quem eu trago ou deixo de trazer aqui?!
- A sua mãe. - Malu disse simplesmente.
- O que?! - Perguntou confusa a morena, e a mais velha se aproximou ainda mais das duas, aumentou o tom de sua voz e falou:
- Eu sou a sua mãe. Heloísa Gutiérrez Becker!
- É O QUE MALU?!
*********
Oi gente! Novamente eu peço desculpas pela demora e além do mais, foi mal se o capítulo ficou um pouco chato e pequeno... Prometo melhorar víu!
Porém... Caso alguém de vocês tenha gostado, não se esqueça de comentar e favoritar! (sério isso ajuda muito)
Ah! Eu iria me esquecendo: em relação a Gifs e fotos, eu pretendo postar apenas quando as duas recuperarem o antigo visual (já que houve uma mudança na aparência de ambas).
Enfim...
Adios!
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