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Prólogo

O Passado voltou. Um Reencontro. Um novo Caminho...

Será possível recomeçarmos?

Foi isso que eu pensei, há uns meses atrás quando do nada dei caras com ela. Estava longe de pensar que o passado pudesse simplesmente reaparecer.

Dizem que quando o passado ressurge, pode significar que a vida nos está a dar uma nova chance. Uma chance de recomeçar. Será que é possível um novo recomeço?

Mas como recomeçar depois de tanta dor, de tanto sofrimento, de tantas mentiras e omissões?

Existem duas dores no amor, a primeira é quando a relação termina e nós, mesmo continuando a amar o outro, temos que nos acostumar com a sua ausência. Habituar-nos com a sensação de rejeição, com a falta de esperança. Pois uma vez que ainda estamos tão envolvidos, nesse sentimento, não conseguimos ver luz no fim do túnel, vivemos numa escuridão, numa solidão sem fim.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a pequena, e quase inexistente, luz no fim do túnel. É tão pequena, quase imperceptivel, que pensamos muitas vezes que estamos a sonhar, a delirar. Contudo, mantemos a esperança que talvez não seja ilusão, que aquela luz de facto é real, e esse fio de esperança faz-nos renascer, para talvez um futuro melhor, uma nova vida.

Mas, depois vem a fase das perguntas que não querem calar dentro da nossa cabeça que é mais racional, que emocional. Se conseguimos ver a luz, a dor não devia desaparecer? Talvez. Como referi atrás, existem duas dores: a fisica ou racional e a emocional.

A mais dilacerante é a dor física, da falta de beijos e abraços, a dor de virar "desimportante" para o ser amado. Quando essa dor passa, começamos um outro ritual de dor: a dor da despedida. A dor de abandonar o amor que sentíamos, a dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói, principalmente porque nem sempre conseguimos.

A verdade, é que ficamos tão apegados ao amor que sentimos, quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguirem desprender-se de alguém. A verdade é que, sem nos darmos conta, quem não quer deixar de lado esse amor somos nós próprios. Talvez com medo do que isso possa gerar: o vazio.

Este amor mais físico, tornou-se um souvenir de uma época bonita que foi vivida. Passou a ser um bem de valor inestimável, é a sensação do toque pelo qual nos apegamos. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser abraçados, beijados, sentimo-nos acarinhados, mas para que tudo isso volte a acontecer, é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira se entranhou em nós e que só com muito esforço nos é possível alforriar.

A outra dor, a emocional, é uma dor que nos confunde. A pessoa que nos deixou, ou que deixamos, já não nos interessa mais, ou pensamos nós muitas das vezes. Porém, interessa o amor que sentíamos, ou ainda sentimos, por ela. Aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas do "Eu amo, logo existo".

Não sei se conhecem aquela frase: "Eu penso, logo existo. Eu existo, logo sinto. Eu sinto, logo amo. Eu amo, logo deixo de pensar.". Está frase e mais verdadeira do que poderemos um dia pensar. O amor deixa-nos muitas vezes sem conseguir pensar, sem conseguir ver, sem conseguir respirar. Mas a dor, a mágoa também pode fazer o mesmo. A mágoa pode facilmente fazer sufocar o amor. Despedimo-nos de um amor é despedimo-nos de nós mesmos. É colocar um ponto final numa história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também de sair, ou não, de dentro de nós.

Tudo tem seu apogeu e seu declínio. É natural que assim seja, é a lei da vida: nascemos, crescemos/vivemos e morremos. Todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos, "o nada", eis que a vida ressurge, triunfante e bela! Novas folhas, novas flores, na infinita bênção do recomeço! Contudo, todo recomeço é dolorido, e envolve muito sofrimento. Mas se realmente for necessário, então não adianta lamentar. É preciso ir em frente!

Recomeçar tem tanto de triste, por ser despedida, como de complacente, por ser recomeço. Mas nada mais é que a vida se mostrando maior e mais forte que os nossos planos e as nossas expectativas por vezes falhas. É o mundo provando que cada ganho e cada perda, na verdade, é só mais uma lição que devemos aprender, de forma a sermos melhores, connosco e com os outros.

Deixar os erros e as falhas no passado: as nossas e as dos que amamos. Pois é simplesmente impossível carregar tanta bagagem nas costas indefinidamente. Despedir-nos é de alguma forma recomeçar: recomeçar numa nova escola, num novo trabalho, numa nova relação, numa velha relação. E as saudades que sentimos são talvez uma constante, saber o que fazer para que as mesmas sejam suportáveis de maneira mais tolerável possível é talvez o mais difícil.

Apenas siga em frente, e recomece.

Não importa onde paramos, em que momento da vida nos cansamos, o que importa é que sempre é possível, e por vezes necessário "Recomeçar". Recomeçar é dar uma nova chance a nós próprios, renovar as esperanças na vida e o mais importante: acreditar em nós de novo.

Iremos sofrer muito nesse período? Talvez, porém com a dor aprendemos.

Choramos muito? Sim, mas as lágrimas limpam-nos a alma.

Ficamos com raiva das pessoas? Sim. Mas uma dia, conseguiremos perdoá-las, não precisa de ser hoje, pode ser amanhã, depois de amanhã...um dia.

Sentimo-nos sós por diversas vezes? Muitas vezes. Como dizia a minha avó "Deus pode abrir portas sem fechar janelas e abrir janelas sem fechar portas.Há uma mundo de possibilidade no poder de Deus". Então apenas temos que as deixar abertas para a vontade de Deus.

Acreditamos que tudo estava perdido? É neste momento, no momento em que desesperamos por achar que tudo está perdido, que tem início o nosso Recomeço.

Hoje, é hora de iniciar, ou de reiniciar, e pensar na luz. De encontrar prazer nas coisas simples de novo. Há tanta gente que afastamos com o nosso "período de isolamento", tanta gente que espera apenas um sorriso nosso para "chegar" mais perto. Quando nos trancamos na tristeza nem nós mesmos nos suportamos. Ficamos horríveis, insuportáveis mesmo.

Recomeçar! Esta é a palavra chave. E por que não hoje? É um dia tão bom como qualquer outro para começar novos desafios. Hoje poderá ser o dia da nossa "Faxina Mental". Joguemos fora tudo que nos prende ao passado, àquele mundinho de coisas tristes: fotos, peças de roupa, ingressos de cinema, bilhetes de viagens, e de todas aquelas cartas, postais que guardamos quando nos julgamos apaixonados.

Jogue tudo fora. Mas, principalmente, esvazie seu coração. Fique pronto para a vida, para um novo amor. Lembre-se todos nós somos capazes de voltar a apaixonar-nos, somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes. Afinal de contas, nós somos o "Amor".

Podemos, quem sabe, voltar a apaixonarmos pela mesma pessoa mil vezes. Mesmo afastadas, mesmo quebradas por dentro. Um dia, aquele dia em que conseguimos finalmente esquecer o passado, esquecer a mágoa, a dor. No dia em que finalmente o perdoamos, e nos perdoamos a nós próprios, é nesse dia que poderemos voltar a amar.

Depois de anos a sofrer, depois de anos a tentar esquecê-lo foi o que nos une que nos voltou a reunir. Foi um tempo doloroso, em que sofremos os dois, sem saber o que aconteceu com o nosso Raio de Sol. Mas foi também no meio desse sofrimento que nos reaproximámos, de novo, quando quase nos destruímos pela dor. Contudo, foi nessa dor, que nos reconstruimos, ou como o Diogo gosta de dizer: que aprendemos a viver na saudade.

Saudade. Um sentimento que atinge o coração com uma força incontrolável. Um vazio dentro do coração. E é com a saudade que vivemos todos os dias. A mágoa, a culpa, a raiva, sentimentos que nos afastaram como casal, e que nunca imaginei acontecer. Mas o amor que sempre sentimos um pelo outro sempre foi maior. É um sentimento de constante nó na garganta, um aperto no coração e uma sensação de vazio. O não saber o que lhe aconteceu, consumiu-nos, e ainda nos consome por vezes. Tivemos que aprender a viver assim, com a saudade, com a dor de sentir que algo nos falta.

Hoje somos "felizes", mas incompletos. Somos uma família a quem falta uma peça no puzzle. Somos pais, irmãos, avós, tios e primos a quem foi retirado alguém. Crescemos, sofremos, aprendemos a ajudar-nos mutuamente. E é isto que significa ser família, é muito mais que o amor entre um homem e uma mulher, ou entre uma mãe e um filho, entre um irmão e uma irmã. É saber cuidar, respeitar, e nunca desistir. E nós mesmo com todas as dificuldade que tivemos conseguimos manter-nos unidos.

Aquele dia será sempre para mim o pior dia da minha vida. Ainda hoje não consigo perceber como tudo pode mudar assim num segundo. Foi duro? Foi. Se me conformei? Nunca. Um filho é sempre um filho, e não é normal "perder" os filhos desta forma. A nossa Luz apagou-se, ou talvez não, só gostava de saber se ainda brilha, se sente a nossa falta como nós sentimos a sua.

Nunca será esquecida por nós ou pelos irmãos. Sim porque ela será para sempre lembrada, e a sua vida será sempre celebrada. Por muitos filhos que eu e o Diogo tenhamos, a nossa Maria da Luz será sempre a nossa menina, a nossa pipoquita, a nossa espanholita. Queria tanto ter outra chance de lhe mostrar o quanto poderíamos todos ser felizes juntos. Nós os sete...

E como não poderia deixar de ser hoje é o dia dela. Hoje celebramos mais um dia da nossa Luz, ela faria 12 anos, uma adolescente. Lucas, hoje com quase 11 anos, é o único que tem algumas memórias da nossa pipoca, e neste dia fica sempre meio tristonho. E mesmo connosco a dizer-lhe que nada do que aconteceu com Luz foi sua culpa, ele acha que se o seu coração não estivesse doente, a Luz estaria connosco.

As nossas pequenas Maria Inês e a Maria Rita (com 3 e 1) nunca tiveram oportunidade de viver com a irmã, mas de tanto nos ouvir falar da Luz, é como se sempre tivessem convivido com a "nana". O David tinha na altura 2 anos, hoje já tem 6 anos. Tem apenas algumas memórias da irmã, e de uns anos para cá ele tem pesadelos com o acidente e com a Luz, ele diz que o homem o vem buscar também. O que faz com que algumas noites venha para à nossa cama.

Fazemos questão de sempre falarmos da nossa Luz aos três mais novos. O Lucas, é talvez o que mais fala da irmã. Adora contar-lhes sobre quando conheceu a Luz. Outras vezes acho que ele inventa historias onde a protagonista é a irmã, a sua heroína.

- Bom dia príncipe, estás pronto?- pergunto entrando no seu quarto.

- Sim. Mãe...- ele caminha até mim e entrega-me um caderno...- Queria que lesses...- ia abrir para ver o que era, mas ele impediu-me...- Não, agora não. Quero que abras só à noite...

- Tudo bem. Vamos, o teu pai e os teus irmãos já estão prontos. E as tuas avós já estão à nossa espera na Igreja.

— Ás vezes é complicado dizer que tenho quatro avós...—  diz olhando para mim...— Nenhum dos meus amigos tem 4 avós.

— Não gostas? Sabes que na verdade tu só...

— Eu amo ter 4 avós e 3 avôs. Tenho a avó que faz bolos, a avó que me ensina espanhol, a avó que me mima e avó que é o meu anjo da guarda. Tenho o avô que joga bola comigo, o avô que me ensina tudo sobre as flores e o avô que passeia comigo e fala comigo sobre tudo o que ouvimos na notícias. É óptimo ter tantos avós.

Abraço o meu príncipe,o meu primeiro menino...e saímos para ir ter com a nossa família. Podia não ser a familia tradicional do anúncio da margarina, mas era a nossa família. E assim seguimos para a missa que todos os anos fazemos questão de ir. Não festejamos o dia da sua partida, mas o dia da sua chegada às nossas vidas. Porque a verdade é que mesmo não estando fisicamente connosco a nossa LUZ está sempre presente nas nossas vidas. No final da missa, como sempre neste dia, vimos todos para casa da "Mama", festejar o aniversário da nossa primeira filha.

Sim, a Mamã Consuelo e o Papá Júlio vieram viver para Portugal. Eles quiseram vir ajudar a procurar a Luz, estar ao meu lado.

Devem estar a perguntar-se sobre o resto da minha família? Bem, a verdade é que na altura em que tudo aconteceu eu fui procura-los, contudo nada correu como eu queria. E voltei a Lisboa de novo com a certeza que nada mais poderia fazer. Eu amava-os, eram a minha família, mas não podia mais continuar a mendigar pelo seu amor.

No final do dia, que tinha tanto de alegre como de triste, já na cama, com o Diogo ao meu lado, peguei no caderno que o Lucas me tinha dado. E quando abri a primeira página as lágrimas começaram a correr-me.

- Madalena, o que se passa...- simplesmente não consigo dizer nada. O que o Lucas escreveu faz-me rebentar num choro compulsivo. — Amor. Madalena, por favor tens que te acalmar, por favor.

Passo o caderno para o Diogo e vejo-o a levantar-se e a ler...

"Ela nasceu para ser minha irmã, e logo conquistou a minha amizade, o meu amor e um lugar eterno no meu coração. Nasceu para ser a LUZ nas nossas vidas, mas o mundo abafou o seu brilho. Hoje vive não sei onde, talvez no imenso céu azul (espero muito que não, pois ainda tenho esperança de voltar a abraça-la.). Mas, estejas onde estiveres, sei que brilhas como sempre brilhaste, e nos proteges como sempre nos protegestes.

Esta á a tua história, a minha história, a nossa história. Porque elas se ligam no eterno laço da fraternidade. Mais que isso, ligam-se pelo nosso amor incondicional e eterno. Amo-te mana, amo-te Lulu."

- Foi o Lucas que escreveu isto...- pergunta-me o Diogo, e eu apenas consigo acenar com a cabeça...- Eu...eu nem sei o que dizer.

- Ele pediu-me para ler, mas eu não sei se consigo. Por muitos anos que passem, esta dor, esta ferida ainda dói. Ela era tão pequena...eu...

- Não fiques assim, tu sabes que não podes ficar nesse estado. Eu falo com o Lucas, ele vai perceber que ainda não estás preparada para ler...

- A culpa foi minha. Se...se eu não tivesse escondido a minha gravidez, se eu te tivesse contado logo...talvez tudo tivesse sido diferente.

- Madalena, ninguém podia imaginar que aquele acidente iria acontecer, que alguém fizesse o que fez...

- Eu devia ter tentado alguma coisa. Eu só quero a minha menina de volta, eu só queria saber se ela está bem...

- Nós nunca iremos desistir. Nunca irei desistir. Madalena, eu prometi-te naquele dia, que moveria céus e terra, mas que encontraria a nossa filha. E eu prometo que é isso que farei.

No final abraçamos nos os dois. A dor que sentíamos era a mesma. A dor da perda, contudo, era uma perda que não conseguíamos sentir de verdade. Simplesmente porque não tínhamos um fim para essa dor. Quando a morte te leva alguém, a dor é grande, e tens ali um fim à tua frente. Tens um tempo duro à tua frente: de sofrimento, de saudade, tens um tempo para fazeres o luto da perda. Mas nós, nunca tivemos esse fim, esse luto.

E a dor que não tem um fim, é pior, bem pior que a dor que sentes com a morte.

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