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Capítulo 6

POV Madalena

E assim seguimos até ao mercado. Aproveitei para comprar mais algumas coisas. Quando estávamos a sair, a Luz fez outra birra, queria porque queria ser ela a levar o saco onde estava o gelado, mas ela nunca conseguiria levá-lo, estava demasiado pesado. Então ela resolveu colocar a sua postura de espanholita, e fazer das suas: sentou-se no chão e armou um berreiro. Estava eu a tentar pegar na luz, como podia, mais os sacos, quando ouço uma voz que não esqueceria nunca.

— Madalena, és mesmo tu?— não...não...o que é que eu faço agora.

— Eu...eu...— Não consigo nem responder. Não sei o que responder, o que fazer...apenas olho da Luz para a pessoa que está à minh frente, sem saber o que fazer: se fujo, ou se...

O panorama em que me encontro neste momento é este: uma Maria da Luz ao meu colo a espernear,  a fazer uma birra do tamanho do mundo; os sacos das compras espalhados pelo chão, depois da minha filha, de tanto espernear, me obrigar a largar os sacos no chão, e à minha frente um casal com duas crianças a olhar para mim, como se eu fosse a própria reencarnação de Nossa Senhora de Fátima.

Mara e Martim. Apenas os tios da minha filha, que nem sabem que o são. O que é que eu faço agora? Se eu disser que não sou quem eles pensam, sei que não vão acreditar. Ou será que vão? O medo de alguém saber onde estou, começa a assombrar-me. E tenho a Luz, eles nem sonham que ela existe. Olho de novo para Luz. Eles não a merecem, ou merecem? Não, eu não posso. Foi e é pela minha filha que eu fugi, que eu sumi da vida de todos eles. Sem nem me aperceber, começo a falar em espanhol...

— Yo...Yo...lo siento, deben estar confundiéndome. Si me das licencia...(Eu...eu...Desculpa, devem estar a confundir-me. Se me der uma licença...)

— Não, Madalena por favor...— A Mara não me deixa passar, e a nem sei quando mas Luz deixou de chorar e olha para a tia com um ar curioso.— Não me reconheces sou eu, a Mara.

Ela segura-me pelo braço, não com intenção de me magoar, apenas para que eu não fuja, de novo. Nessa altura Luz recomeça a chorar. Desta vez sei que não é por birra, mas medo. Ela não sabe quem são, a única coisa que ela vê é uma desconhecida a segurar-me o braço. Para a minha pipoca aquilo é ou pode ser uma ameaça. Mal sabe ela que são os seus tios e primos.

— Mama...mama...— Tento acalmar Luz, e apanhar os sacos do chão ao mesmo tempo, mas é quase impossível. Martim afasta Mara que está quase em cima de mim e pega nos sacos.

— Mara, para. A miúda está assustada.— Mara olha para a minha filha, e larga-me.— Pido disculpas por mi esposa. Eres muy parecida a una chica que conocimos hace unos años. Si puedo, te ayudo a llegar al auto...(Peço desculpa pela minha mulher. És muito parecida com uma rapariga que conhecemos há uns anos. Se puder, ajudo-te a chegar ao carro.)

— No estoy conduciendo, pero agradezco la ayuda. (Não estou de carro, mas agradeço a ajuda.)— Pego nos sacos e saio dali a correr, com a minha filha ainda a chorar e o meu coração prestes a sair do peito.

O que raio é que estes dois estão a fazer por aqui. Este bairro onde moro é na sua maioria propriedade do hospital. Quando construíram o Hospital Sagrado Corazon de Jesus, e anos mais tarde a Faculdade, decidiram criar um bairro comunitário e uma residência universitária. Felizmente e graças ao meu Anjo da guarda, apenas frequentei a residência durante o meu primeiro ano. Assim que a Luz nasceu, a "mama" arranjou-me um pequeno apartamento.

Depois de dois anos de curso, e com o que fui ganhando quer a trabalhar no colégio de Consuelo, quer a trabalhar como assistente na faculdade, consegui juntar o suficiente para arranjar uma casa neste bairro. Foi um bairro construído pelo hospital para que os médicos ficassem o mais perto possível para alguma emergência. A maioria dos que viviam aqui eram médicos já formados, mas havia alguns alunos mais abastados que moravam aqui desde que entravam na faculdade.

Comigo morava a Marisol, eu não a consegui deixar sozinha no dormitório, e quando consegui finalmente a minha casa, chamei-a para vir morar comigo. Para além disso, a Luz amava ter a dinda com ela. Elas amavam-se, e por vezes confesso, até ficava com alguns ciumes da relação das duas.

Mas voltando agora ao que me fez perder toda a cor que tenho no corpo: se a Mara e o Martim andam por aqui, isso quer dizer que!? Não. Isto não pode estar a acontecer. O que é que eu vou fazer, não posso simplesmente deixar o meu internato. Iria prejudicar-me, e mudar de Hospital neste momento é impossível, as candidaturas já foram aceites. E depois tenho a Luz, não a posso tirar daqui. Ela ama a escola, e os avós postiços.

Quando chego a casa, tenho uma bebé quase a dormir ao meu colo. Largo os sacos no chão, e deito a minha pequena no sofá. Talvez a devesse acordar para ela almoçar, mas vou deixá-la dormir, enquanto isso vou ligar á única pessoa que me poderá ajudar.

— Estoy...necessito tu ayuda. (Estou...preciso de ajuda.)— E neste momento as minhas lágrimas que estava a tentar conter saem com tudo.

— Magdalena? Qué passa? Le passa algo a Maria da Luz? Me estas asustando...(Madalena? O que é que se passa? Acontece alguma coisa à Maria da Luz? Está a assustar-me...)

— Puedes venir a la casa? Por favor? (Podes vir cá a casa? Por favor?)

— Si, claro que puedo. Hoy mi turno es de noche, estoy en camino. (Sim, claro que posso. Hoje o meu turno é de noite, estou a caminho.)

Paloma. Para além de ser a minha ginecologista e filha do meu anjo da guarda, tornou-se alguém muito especial para mim. Nunca tive uma irmã mais velha, para me ajudar nas minhas dúvidas e inquietudes da juventude. Tinha a minha mãe, porém ela foi-se embora cedo demais. Por um tempo tive a minha prima Leonor e a Magui, e tive a Rute. Mas com a mudança para Espanha fiquei de certa forma sem elas.

Quem tem irmãs mais velhas sabe do que eu estou a falar. Sim podemos ter amigos, melhores amigos, mas não é a mesma coisa. Paloma, é aquela pessoa que eu procuro sempre que preciso, sempre que me sinto em baixo, sempre que estou por um fio, quando tudo o que me apetece é desistir. Ela está ao meu lado e segura-me, não me deixa cair.

Quando a campainha toca, corro para abrir. Não quero que Luz acorde agora, sei que vai ficar de mau humor e não vou conseguir mais falar com Paloma. Assim que abro a porta, olho para aquela mulher que atura as minhas oscilações de humor, e os meus problemas à quase cinco anos e abraço-a.

— Magdalena, por qué lloras? Qué te pasa?(Madalena por que é que estás a chorar?O que é que se passa contigo?)— Não aguento, e apenas choro, abraçando-a.— Pequeña, para ayudarte necesito saber qué está passando...(Pequena, para te ajudar preciso de saber o que se passa...)

— Vi...vi la hermana de Diogo...(Vi...vi a irmã do Diogo...)

— La tia de Maria da Luz? Y ella te reconoció? (A tia da Maria da Luz? E ela reconheceu-te?)

— Si, pero lo negué. Le dije que estaba equivocada, pero cuando Luz me llamó mamá...(Sim, mas neguei. Disse-lhe que devia estar enganada, mas quando Luz me chamou de Mamã...)

— Dios, entonces ella ya sabe que...(Deus, então ela já sabe que...)

— No. No sé. Creo que ella se lo perdió. Como podría yo tener una hija a esta edad...(Não. Não sei. Acho que ela se perdeu. Como podia eu ter uma filha desta idade...)

— Sabes que podrísa...entonces, cuál es el problema? Ciertamente fue una casualidad que se encontraron. (Sabe que podias...nntão qual é o problema? Foi certamente uma coincidência que se encontraram)

— Lo peor es que no creo que sea una casualidad.(O pior é que eu creio que não foi uma casualidade).

— Como asi?(Como assim?)— Respiro fundo e continuo...

— Paloma. Mara y Martim son médicos, caminaban con sus hijos por el barrio donde viven básicamente los médicos que trabajan en el Hospital...(Paloma. A Mara e o Martim são médicos, estavam a passear com os filhos no bairro onde moram basicamente os médicos que trabalham no Hospital...)

— Crees que pueden haber venido a trabajar al hospital? (Achas que eles podem ter vindo trabalhar para o Hospital?)

— Puede que hayan venido a un seminario, no lo sé. (Eles podem ter vindo para um seminário, eu não sei.)

— Sí, escuché ayer que iba a haber un seminario estos días. (Sim, eu soube ontem que haveria um seminário por estes dias.)

— No saber lo que hacen aquí me asusta. (Não saber o que eles fazem aqui, assusta-me)

— Si quieres, puedo intentar averiguarlo en el hospital. (Se quiseres, eu posso tentar averiguar no hospital.)

— Por favor. Aquí nadie conoce el nombre Sá Fernandes, pero Mara lo reconocerá enseguida. (Por favor. Ninguém aqui conhece o nome Sá Fernandes, mas Mara vai reconhecê-lo na hora.)

— Veré con Angel, si alguien sabe si contrataron nuevos médicos, es ella.(Eu vou ver com a Angel, se alguém sabe se contrataram novos médicos é ela.)

— Gracias Paloma, no sé qué haré si...(Obrigada Paloma, eu não sei o que vou fazer se...)

— Cálmate, primero veamos qué hacen aquí, luego veremos qué hacemos. (Calma, primeiro vamos perceber o que eles fazem cá, depois logo vemos o que fazemos.)

— No sé qué haría sin ti y doña Consuelo. (Não sei o que eu faria sem ti e a Dona Consuelo.)

— Nada.— E começa a rir-se, até que a minha pipoquita acorda...— Mira quien se despertó...(Olha só quem acordou...)

— Mamã...fominha...— De repente apercebe-se quem está na sala, e pronto adeus sono...— Titi. Donde esta la abuela?(Titi. Onde está a avó?)

— Hola princesa de la tía. La abuela debe estar en la escuela. Además, por qué no estás tu en la escuela? (Olá princesa da tia. A avó deve estar na escola. aliás, por que não estás na escolinha?)

— Mamá no me llevó. (Mamã, não levou eu.)

— Lo sé. Qué tal si vas a comer y luego recogeremos a los primos? (Sei. que tal ires comer, e depois vamos buscar os primos?)

— Sí, sí. Pimos.(Sim, pimos.)— Luz para por alguns segundos e olha para mim...Podiemos ir ber la abuela(Avó)?

— Hoy vamos a cenar todos a casa de mamá. Creo que ella también quiere que cenes con nosotros. (Hoje vamos todos jantar a casa da mamã. Acredito que ela queira que também jantes connosco.)

— Está bien, creo que podría ser, mañana empiezo a trabajar a la mitad del día. (Tudo bem, acho que pode ser, amanhã só começo a trabalhar ao meio do dia.)

E assim acabámos por almoçar as três. Estar com Paloma fazia-me lembrar das minhas irmãs. Será que era esta a sensação que elas tinham de se sentir seguras, de sentir que havia sempre alguém com quem podiam falar. Pensando em como eu me sentia com Paloma, percebo que as impedi de sentir o mesmo. Clara era uma pré-adolescente quando fugi, Sofia estava em plena adolescência, e a Luísa estava na altura das grandes decisões da sua vida.

Talvez tenha sido demasiado egoísta, mas como iria o meu pai, ou o meu avô, reagir à minha gravidez. Talvez o meu pai não me obrigasse a abortar. Porém talvez o meu avô o convencesse. Olho para a minha filha, e sinto um arrepio passar por mim. Não. Decididamente a minha vida sem a Luz nunca teria sido a mesma, não me vejo sem ela, não me vejo sem este pedacinho de gente que me enche de beijos, abraços. Sem ela a Madalena simplesmente não existiria.

No início da tarde, saímos as três para ir buscar os meus "sobrinhos": Pablo, Candela e a pequena Maribel. Como Consuelo tinha ido tratar de alguns assuntos importantes da direcção da escola naquele dia, acabámos por ficar mais um pouco à espera dela.

Quando estávamos a chegar a casa de Consuelo, Juana estava também a chegar com Javier e a pequena Cármen. O avô mais babado de Espanha, já esperava à porta pelos seis netos. Apesar de Luz não ser neta de sangue era amada por Júlio e por Consuelo da mesma forma, e na mesma medida, e eu não podia ficar mais agradecida por isso.

As seis crianças entraram a correr com o avô, ignorando completamente as recomendações de Paloma, para terem cuidado. Obviamente que nem é preciso dizer que eles já nem ouviram nada, às vezes o Sr. Júlio parecia mais criança que os seis juntos. E era engraçado ver Javier e Pablo entrarem nas brincadeiras das irmãs e primas mesmo que se achassem muito crescidos para certas coisas.

Depois de deixarmos as nossas coisas no escritório, fomos as quatro para a cozinha dar início ao jantar para esta multidão. No meio de muita conversa, Paloma acabou por comentar com a nossa "mãe" o meu encontro de terceiro grau. Se eu ficava chateada? Não, ao contrário do que acontecia com o Pedro, com ela eu sentia que era apenas para me proteger.

Acabei por contar a Consuelo e a Joana o episódio do reencontro que tive no mercado pela manhã. Que apesar de achar que ela talvez tenha ficado meio confusa, não tenho a certeza de ter sido a última vez que a encontrei. Até porque ainda nem sabia o porquê de eles estarem ali naquele bairro. Claro que a minha "mãe" postiça logo teve que me dizer algo enigmático...

— El sufrimiento pasado es gloria y sal en gris.(Sofrimento passado é glória e sal em cinza.)

— Qué significa eso exactamente? Me lo vas a explicar o tengo que averiguarlo por mí mismo? (O que é isso quer dizer exactamente? Vais-me explicar, ou tenho que descobrir por mim mesma?)

Mas Consuelo apenas sorri. Ela adorava deixar-nos com aquelas frases e deixar que chegássemos às nossas próprias conclusões. Era frustrante a maioria das vezes.

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