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Capítulo 42

Pov Madalena

Passaram-se três semanas após o dia em que perdi um pouco de mim mesma.

Perdi o meu bebé, e perdi parte da minha família. Ainda hoje acho que foi a agressão do Rocco que provocou o aborto. E que talvez tenha perdido o meu bebé nessa altura.

Hoje, finalmente era o dia de voltar para Lisboa. Os meus tios, já tinham ido há uma semana, assim como os pais do Diogo. Ficámos apenas nós os quatro, a Mara e o Martim mais os três pequenos.

Ontem despedimo-nos da Mamã Consuelo. Foi difícil, ela foi a primeira a estender-me a mão quando precisei de ajuda, assim como a Pilar. Já para não falar da Luz, que passou a tarde agarrada aos seus "abuelos". 

— Mamã...porque não podemos ficar?

— A mamã já te explicou Luz, o papá trabalha em Portugal.

— E o teu trabalho? Não vais mais trabalhar?

— Vou, meu amor, mas em Lisboa. Tu não queres ficar juntinho do papá e do Lucas?

— Sim...mas eu vou ter muiiiitas saudades dos Abuelos...— e as lágrimas de novo surgem no rostinho da minha boneca.

— Eu sei Luz, e a mamã também vai ter muitas saudades deles. Mas olha vamos ter a Tia Marta e o Ursão a viver bem do nosso lado, e vais conhecer mais primos...e sabes quem mais vais conhecer: os teus bisavós.

— Bisavós?

— Sim, os pais da avó Maria e da Tia Marta. Que são meus avós e teus bisavós. Eles são velhinhos, mas tenho a certeza que te vão amar quando te conhecerem.

— Mas eu vou ter saudades daqui mamã.— abraça-se a mim a chorar, um choro de dor e saudade.

— Ei! Princesa. Por que estás chorar, meu amor?

— No  quiero ir. No quiero. (Não quero ir. Não quero)

— Llega María da Luz. Mamá ya te ha explicado por qué tenemos que irnos. (Chega Maria da Luz. A mamã já te explicou porque temos que ir.)

— Pero no quiero. Por qué papá no se queda aquí y trabaja? Por qué tenemos que irnos? (Mas eu nao quero. Por que é que o papá não fica cá a trabalhar? Por que temos que ir?)

— Porque papá ya tiene su trabajo allá en Lisboa. Y mama también lo tiene. Ya basta de tanto llanto.(Porque o papá já tem o seu emprego lá em lisboa.
E a mamã também tem. Agora chega deste choro todo.)

— Te odio... no quiero ir.(Odeio-te...no quero ir.)

— María da Luz de Sá Fernandes Ramos.— Sim, a minha filha já era oficialmente uma Ramos.

— Madalena...— olho para a porta e vejo o Diogo de pé a olhar para a nossa filha. Ele aproxima-se, ajoelha-se à nossa frente.— Princesa olha para o papá...— e apesar de ainda relutante e com um bico do tamanho do mundo, Luz olha para o pai...— Ouve eu sei que te vai custar viver longe dos teus "abuelos", mas eu prometo que vais sempre falar com eles. Eles podem ir a Portugal sempre que quiserem. E nós podemos cá vir de férias para espanha só para estares com eles.

—Lo prometes? (Prometes?)

— Prometo princesa.

—Pero todavía estoy triste. (Mas, eu estou triste na mesma.)

— É normal estares triste princesa, mas que tal limpar essas lágrimas, sim?— não sei como o Diogo o faz, mas sempre consegue dar a volta à nossa espanholita.

E assim, o dia foi passando. Com os adultos a arrumar as últimas roupas e  brinquedos. Maria da Luz continuava meia triste e marrenta, enquanto o Lucas, o Matias e o Manuel estavam animados por voltar a Portugal.

Depois do processo, que conseguimos ganhar, a Mara e o Martim decidiram sair do hospital. Segundo eles não havia condições de eles continuarem a trabalhar naquele lugar que quase me afundou. Graças principalmente ao testemunho de Marisol e daquela senhora das admissões da faculdade, conseguimos provar não só que toda a minha bolsa era legal e integral, como também as agressões de Rocco.

Mesmo com o testemunho negativo do meu avô consegui manter o diploma e a equivalência do internato para o fazer num hospital em Lisboa. O que a Tia Marta já tinha conseguido depois de falar com a Tia Luísa.

A minha tia e madrinha, a minha segunda mãe, fala-me todos os dias, para me dar conta do processo contra o meu pai. As coisas estão difíceis, o meu pai foi dado como incapaz, logo depois de se irem embora de Espanha. A guarda está agora com o meu avô, e segundo o meu tio e o tio Vasco vai ser quase impossível conseguirmos ganhar.

Com toda esta confusão que se gerou no dia do julgamento, o meu Ursão acabou por sair do escritório, assim como o Tio Vasco, que depois de saber o que o meu avô me tinha feito, ficou furioso. Contudo, foi apenas quando o meu avô colocou uma acção para declarar o meu pai  como inabilitado, que também acabou por sair da sociedade.

Os meus avós, Manuel e Marina, pais da minha mãe, ainda não sabem que eu estou a voltar hoje. Apesar da minha Tia Marta já lhes ter tido que teve notícias minhas, e contando algumas coisas sobre a minha vida. Segundo ela, o meu avô não dormiu nada no dia em que a Leonor lhe disse que tinha estado comigo, e que eu iria voltar para Lisboa.

Todos os dias, a primeira coisa que o Avô Manuel pergunta aos meus tios é: "É hoje que a minha Nena volta?". Confesso que também estou ansiosa por voltar a vê-los. Depois de tudo o que aconteceu na minha vida, ver o Avô Manuel e a Avó Marina, vai ser como reiniciar uma nova fase na minha vida um Recomeço no Nosso Caminho.

— Em que tanto pensas?— pergunta o meu amor, o meu melhor amigo.

— Nos meus avós. Não os vejo há tantos anos. O avô Carlos, afastou-os de nós. Foi algo feito muito subtilmente, hoje percebo isso. Naquela altura acho que nem demos conta.

— Às vezes, acho que nos enganamos em relação ao teu pai. Talvez ele não fosse assim tão contra o nosso amor.— olho para o Diogo, surpreendida com o que ele diz...— Eu sei, é meio estranho eu estar a dizer isto, mas, depois daquele  dia no tribunal, fiquei com a certeza que é o teu avô que faz a cabeça do teu pai e ele apenas se deixa levar.

— O meu pai pode ter ficado em coma durante meses, mas daí a ser deixado levar pelo meu avô, custa-me a acreditar.

— Madalena, as atitudes dele e até do teu irmão. O teu pai sempre que tinha que tomar uma decisão fosse sobre o que fosse, sempre falava com o teu avô.

Começo a lembrar-me de tudo o que aconteceu desde que fomos morar para Coimbra, e de certa forma o Diogo tem razão: foi o meu avô que decidiu levar o meu pai para Coimbra, foi o meu avô que decidiu levar-nos a todos para lá também, com a desculpa que tínhamos que estar perto do meu pai, foi o meu avô que decidiu como seria a missa da minha mãe.

Era sempre ele a decidir tudo. Ele proibiu-me inclusive de falar com a Magui e o Guga, e depois proibiu-me de sair com o Diogo, sim foi o meu avô e não o meu pai que falou e falou. O Pedro sorria cínico, achando-se o melhor. E o meu pai apenas ficou calado enquanto era o meu avô a falar comigo.

Abraço o Diogo, e tento nele, esquecer tudo isto, não vale a pena estar a pensar se quem esteve errado foi o meu avô por ter influenciado o meu pai, ou se o "erro" foi apenas do meu pai. Infelizmente o tempo não vai andar para trás.

— Já não me importa. Eles fizeram a escolha deles. A única coisa que quero é conseguir ter as meninas comigo.— Digo e acabamos por ficar no quarto, na nossa bolha.

Depois do almoço fomos finalmente para o aeroporto. O voo estava marcado para as 15h00, porém, como temos crianças, a companhia pede sempre para ir mais cedo, de forma a embarcarmos antes dos outros passageiros. Era normal, as companhias terem este procedimento, para que quando os outros passageiros entrem no avião, as crianças já estejam um pouco mais calmas.

Ficamos sentados em fila, do lado da janela à direita do avião. Como a Miriam era bebé, e entrou com a bebe-conforto, a Mara e o Martim ficaram com ela no meio deles. Eu fui com o Lucas e a Luz, e o Diogo foi com o Matias e Manuel. A viagem não seria muto longa, duas horas se tudo corresse bem, e não houvesse atrasos. De qualquer forma trouxemos um brinquedo para cada um, livros de colorir e lápis para que os mais velhos não se aborrecesem.

A Mara e o Martim, após chegarem a Lisboa, ainda teriam uma viagem de carro de cerca de uma hora de Lisboa até Coimbra. Iriam alugar um carro no aeroporto, e seguiam caminho. Como tinham vendido a casa onde moravam, quando foram para Espanha, iriam ficar com os "meus sogros" até conseguirem comprar uma casa nova.

A viagem em si correu bem. Não houve atrasos, e chegámos dentro do tempo esperado. Os meninos acabaram por adormecer, excepto o Matias que talvez por ser o mais velho, não adormeceu e passou a viagem toda a falar com o Tio Diogo.

Recolhemos as malas, e fomos para o local onde os familiares nos esperavam ansiosamente. Estava combinado com o meu Ursão ir-nos buscar ao aeroporto. Assim sendo, era ele que estávamos á espera de ver. Contudo, não foi apenas ele que estava á nossa espera. Quando saímos vejo duas pessoas que não via desde que vim há uns anos a Lisboa com o Diogo.

—GUGA...MAGUI...— eles correm na minha direção, e abraçamos nos quase caindo no chão.

— Papi, quienes son? (Papá, quem são?) — ouço Luz perguntar, e aposto que grudou no pai. No primeiro impacto com pessoas estranhas ela é bastante tímida, talvez porque vivemos apenas nós duas durante muito tempo.

— Son amigos de mamá desde que era pequeña como tú. (São amigos da mamã, desde que era pequenina como vocês.) — ouço Diogo responder, num espanhol quase perfeito. As lições da nossa filha estavam a resultar.

— Mada, nem acredito que voltaste.— Diz a Magui.

— E desta vez, nunca mais sais de perto de nós.— Logo completa o Guga, o meu irmão de outra mãe.

— Eu juro que nunca mais vos deixo.— Olho para o lado e vejo a Tia Luísa e o Tio Vasco.— Tia Lu.

— Princesa.— abraça-me, e olha para onde está a minha família...— Aquela ali não engana ninguém, tem os teus olhos. — e dá um sorriso. Faço um pequeno gesto de forma a que o Diogo perceba que é para vir com os meus bebés.

— Tios, Magui, Guga. Esta é a Maria da Luz, e este príncipe aqui é o Lucas.

— Gémeos??? Não podias ter um de cada vez.— Grita o Guga, que assusta os meninos.

— Gustavo! Podes por favor deixar de gritar. Assustastes as crianças.

— Desculpem, não foi por mal. Mas, bolas Madalena Fernandes, dois?!

— Na verdade o Lucas é só meu filho...

Naum xou teu Naum papá. Xou da mamã taumbem.— Diz um Lucas com um bico enorme que só me apetece morder.

— Nao chores meu príncipe.— pego no Lucas ao colo, mando-lhe mimos, que sei que é o que elecquer.

Mamã, o Ucas qué...— diz apontando para o meu seio. O Lucas sabe que não tenho leira, mas ele ama ficar a mamar só para se sentir mais perto de mim. E eu deixo, ele nunca teve esta ligação com aquela louca, e comigo ele vai ter tudo o que merece.

— Bebé, aqui não dá. A mamã dá quando chegarmos a casa, sim.

— Como vêem o meu filho adoptou a Madalena como mãe...

— E eu amei. Amo o Lucas da mesma forma que amo a Luz.

— Então tenho dois sobrinhos?— diz a doida da Magui, que pula mais que uma criança de dois anos.

— Sim, sua doida. Como é que ainda consegues aguentar isto Gustavo?!

— Amor. Conheces? O Amor suporta muita, muita coisa...

— Gustavo da Silva Medeiros.— A Magui olha indignadissima para o Guga e dá-lhe um safanão que ele nem deve ter sentido dor.

— Meu Deus. Estes dois dão comigo em doida.— diz a Tia Luísa...— Felizmente o casamento está para breve e vou-me livrar dos dramas. É um atrás do outro.

— Mãe!

— Espera.— Grita de repente a Magui.

— Margarida Rafael Brito. Olha os gritos. — Diz o Guga.

— É que...Mada, tu voltaste...

— Isso é óbvio amor...

— Gustavo, cala a boca. Amiga, tu vais ser a minha madrinha como sempre combinamos. Aliás, quem é a madrinha do teu casamento? Nem acredito que te casaste sem mim.

— Nós não casamos Magui.— digo.

— Sério?! Então podemos casar no mesmo dia? Seria fantástico.

— Meu Deus Margarida, não vês que isso não dá?— Resmunga o Guga.

— Não dá? Mas por quê? Só porque tu dizes que não dá?— Sorrio disfarçadamente, estas discussões entre os dois sempre foram hilariantes. Parecia que assistíamos um jogo de Tennis. Sendo as respostas um do outro como a bola que vai sendo jogada entre os dois.

— É só pensar, se queres a Mada como madrinha não podemos casar no mesmo dia.

— É verdade, não tinha pensado nisso. Por isso somos bons juntos: eu sou o coração da relação e tu és o cérebro.— E pronto estamos todos a rir.

— Bom, a conversa está boa, mas temos que ir para casa.— diz o Ursão.

— Promete-me que não vais sumir de novo?

— Prometo. E fica combinado assim que estivermos instalados e ambientados, vão lá jantar a casa.

— Já tens casa em Lisboa, Mada?

— Sim. A mesma morada que vocês conhecem.

— Vais para...?!

— Sim. Os meus tios fizeram algumas obras. Pelo que vi em fotos, não parece a mesma casa.

— Ok...então estamos combinados. Uma semana, é esse o tempo que te dou para que te "ambientes".

E um novo coro de gargalhadas se faz ouvir. Que saudades, desta minha amiga doida. Tinha-me esquecido como era bom estar ao lado dela. Nunca havia momentos tristes, era impossível. Despedimo-nos da Mara, do Martim e dos meus três sobrinhos e fomos para casa.

Na manhã seguinte, finalmente iria rever os meus avós. Estava ansiosa. Eles ainda não sabiam o porquê de eu ter desaparecido. O que significava que não faziam ideia que eu tinha uma filha, e um filho do coração. Nervosa era pouco para o que eu sentia. Sinto umas mãos a fazerem festas nas minhas bochechas.

— Bom Dia Mamã...— dizem os meus dois pequenos amores.

— Bom Dia, meus amores.— olho para o despertador e são 10h00. Meu Deus dormi demais...levanto-me rapidamente.— Meninos, vão se vestir, estamos atrasados...

— Mamã, nós estamos vestidos, olha?— o Lucas diz, olhando para mim, indicando o pijama que tinha vestido.

— Eu estou a falar de se vestirem roupas para ir à casa da Tia Marta.

— Ah!!! O papá já escolheu a nossa roupa. Só viemos aqui acordar-te, até já tomamos banho mamã.— Diz a minha Luz

— Meninos, os dois para o quarto para se vestirem. O papá já vai lá ter para vos ajudar.— E logo os dois saem a correr...— Sem correr.— Diogo aproxima-se e dá-me um beijo.— Bom Dia amor. Aqui está o pequeno-almoço, come e arranja-te. Hoje trato eu das duas pestinhas.

— Já te disse que te amo hoje?

— Não. Acho que hoje ainda não.

— Amo-te...muito, muito.

— Sabes qual o problema nessa afirmação ?— olho para o Diogo...— É que eu amo-te muito mais.

Beijamo-nos, como se a nossa vida dependesse deste beijo. Quando damos por nós já estamos deitados, o Diogo em cima de mim...até que...

— Papá... papá...

— Salva pelo gongo. Mas logo à noite não te escapas.— dela de novo os nossos lábios e levanta-se. Antes de sair, vira-se de novo para trás, dá um sorriso daqueles que me aquece de baixo para cima.— Come.

Sai do quarto, em direcção presumo ao quarto dos meninos. Apesar de poderem ter um quarto para cada um, os meus filhos não quiseram ficar longe um do outro, a minha tia diz que eles têm o síndrome dos gêmeos, que nada ou ninguém os pode separar.

Espero que a casa de banho não esteja muito alagada. Aqueles dois quando tomam banho juntos devem achar que o chão precisa virar uma piscina.

Como o pequeno-almoço que o meu amor me trouxe, e depois sigo para o meu banho. Prefiro tomar um duche rápido. Não quero demorar muito, a ansiedade de ver os meus "velhinhos" é grande.

Quando acabo o banho, enrolo-me na toalha e vou ao closet escolher a roupa para vestir. Decido ir com algo prático, afinal vou estar em família.

Antes de descer passo pela casa de banho dos meninos, ver o estrago desta vez. E está até seca. O que significa que: ou o Diogo já a limpou, ou desta vez decidiram comportar-se.

Desço as escadas e ouço os dois a falar com alguém. Assim que chego à sala, percebo que estão a falar com a Dona Dulce, apareço no visor do telemóvel e falo um pouco com eles. Passado uns minutos terminamos a chamada de vídeo, e saímos para casa dos meus tios. A nossa casa é mesmo ao lado, logo o tempo de me preparar não é muito longo.

— Pronta?— pergunta-me o Diogo, assim que chegamos á porta.

— Não sei. Acho que estou com algum receio. E se eles se sentirem mal? E se não me perdoarem? Afinal podia ter vindo para Lisboa, eles não seriam como o avô Carlos.

— Madalena, os teus tios e a Leonor já falaram com eles. Os teus avós estão a contar ver te hoje. E amor eles não têm o que perdoar.

— Como? Como é que sabes?

— Porque falei com a tua tia hoje de manhã. Tiveram que dar um calmante ao teu avô ontem à noite. Ele não queria ir dormir de jeito nenhum. A ansiedade por te abraçar e maiôs que qualquer mágoa.

— Acho que fomos dois, também dormi mal.

— Eu sei, senti-te a noite toda a virar de um lado para o outro.

— Mamã, posso tocar? Quero ver o Vovô Ursão.— Diz a Maria da Luz já com a mão na campainha. O Diogo olha para mim à espera que eu dê uma resposta.

— Podes.— Digo, e respiro bem fundo, como se isso me desse a coragem que preciso neste momento.

— Oi.— Diz o Simão que é quem abrii a porta. Eles estão no jardim, a Marta disse que primeiro ias tu, sozinha. Depois o Diogo e os meninos vão. Luz, Lucas que tal irmos ter com os primos? A Avó Marta tem um quarto cheio de brinquedos só para vocês.

— Mamã...— Aceno e eles seguem com o Simão.

O meu namorido dá-me um abraço.  Sigo para a porta da varanda onde consigo vê-los. De onde estão os meus tios veem-me chegar. Vou seguindo, e de repente percebo o olhar do meu avô em mim. A Avó Nina está de costas por isso não se apercebe da minha chegada.

— Nena. És mesmo tu?

— Vô...— e nessa altura a minha avó também se vira e logo estamos os três agarrados a chorar.

— Minha menina. Nunca mais desapareças assim, ouviste? Para a próxima levas umas boas palmadas...— sorrio...— E não te rias, estou a falar muito a sério.

— Não ligues ao teu avô. Como se ele tivesse força para te pegar ao colo e dar-te umas palmadas. Ó meu velho, ela já não tem 5 anos. É uma mulher feita, e linda.

— Estás tão parecida com ela. Com a minha Maria.— diz o avô Manuel com lágrimas a cair.

— Ei! Hoje não é para chorar. Hoje é dia de caras felizes pai.— dia a minha Tia.— A nossa Nena voltou, e para ficar.

— Vais ficar em Lisboa? Não vais voltar para Coimbra? Mas e o teu pai e o Carlos, ele...

— Vô, não tenho mais 14 anos. Sou adulta, tenho o meu curso de medicina. Tenho uma família.

— Medicina?!

— Sim. Pediatria.

— És filha da tua mãe, não há dúvidas.— Diz o meu avô a rir, e todos nós nos rimos com ele. Afinal ele tem razão, sempre fui muito mais parecida com a minha mãe.

Olho em direção à casa, e vejo o Diogo na porta de acesso. Está agachado no chão, a falar com o Lucas e a Maria da Luz. Vejo-o levanta-se e a caminhar para onde estou, com os nossos dois tesouros pela mão.

— Tenho algumas pessoas para vos apresentar, bem uma vocês já conhecem.  Lembram-se do Diogo? Ele esteve em Lisboa quando cá vim pela última vez?

— Não me lembro.— Diz o avô Manuel.

— É primo do Simão, meu velho.— explica a minha avó, antes mesmo de eu ter tempo.

— Ah!!! Claro. E quem são as outras pessoas?

— Os vossos bisnetos.— olho para trás de mim, e vejo-os mesmo atrás...— Vô, Vó, estes são a Maria da Luz e o Lucas. Os vossos bisnetos.

No início foi difícil. A Luz e o Lucas assustaram-se com o choro dos meus avós. E só se acalmaram quando lhes expliquei que os Bisavós estavam a chorar de alegria.

Depois deste primeiro impacto, fizeram a festa. Claro que tive que lhes contar a história toda. Da minha descoberta sobre a gravidez, do porquê da minha fuga, do meu reencontro com o Diogo, e sobre o Lucas. Que apesar de não ser meu filho de sangue, era tão meu filho como a Luz.

O dia foi passando agradavelmente. Parecia que nada tinha acontecido. Era como se apenas tivessem passado alguns anos e todos tivéssemos apenas crescido e nunca nos tivessemos separado.

Era bom voltar a sentir-me em família, em casa.

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