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Capítulo 40

POV MADALENA

O Juiz decide fazer um intervalo para o almoço, apesar de ainda faltarem duas testemunhas para falarem. Ele levanta-se e sai da sala. Eu não consigo parar de chorar, até sentir um abraço...um abraço que há muito não sentia. 

— Perdóname. Por favor, perdóname. ( Perdoa-me. Por favor...perdoa-me.)

— Por qué nunca me lo dijiste? Es tu primo, por qué nunca...? (Porque nunca me disseste? Ele é teu primo, porque é que nunca...)

— Porque odio a mi familia. Porque yo también fui víctima de Juan y nunca nadie me creyó. Me acaban de llamando de loca...(Porque eu odeio a minha família. Porque eu também fui uma vitima do Juan, e nunca ninguém acreditou em mim. Simplesmente me chamaram de doida...')

—Juan...él...(O Juan...ele...)

— Él... él... me tocó... y sí, me forzó. (Ele...ele...tocou-me...e sim chegou a forçar-se em mim.)

—Marisol...— apenas a abraço. Eu sei como ela se sente, eu sei como dói, como nos deixa com nojo de nós mesmas. E como é difícil entender que a culpa não é nossa, que nós nunca fizemos nada para merecer aquilo.

 — Ya no está, fue hace mucho tiempo. (Já passou, foi há muito tempo)

— No Marisol, tu familia no debería haber callado el asunto. (Não Marisol, a tua família não devia ter abafado o assunto.)

— De verdad crees que los magníficos Guzmán tendrían preso a un miembro de su digna familia por violar a una niña, aunque fuera su prima? ( Achas mesmo que os magnificos Guzman iriam ter um membro da dignissim familia na prisão por violar uma rapariga, mesmo que fosse a prima?)

— Mari...— e abraço a minha amiga, irmã, comadre...

— Madalena- Porque é que nunca nos contaste que ele te ameaçou? Que ele ameaçou a Luz?

— Não sei, acho que simplesmente tentei esquecer o que ele disse. E depois como ele nunca fez nada, deixei de lado a ameaça.

— Bom que tal irmos comer alguma coisa? Daqui a duas horas temos que voltar, e saco vazio não para em pé.— disse o meu tio a rir, e claro todos nos rimos com ele.

Apesar de a convidarmos, a Marisol preferiu ir para casa. Sabia que iria ter uma dura discussão assim que chegasse. O pai não tinha ficado nada contente com o que ela fizera. O meu tio ainda tentou que pelo menos ela fosse almoçar connosco, mas a Mari preferiu enfrentar logo as feras de uma vez. Seguimos então apenas nós os cinco até a um pequeno restaurante ali perto mesmo do tribunal. Era pequeno mas acolhedor, e o mais importante por ser tão simples, não precisávamos de nos preocupar em encontrar alguém que estivesse do lado do hospital.

Durante o almoço, eu e o Diogo, falámos sobre os nossos planos de ir para Lisboa. Os meus tios logo me disseram que a casa onde cresci, estava lá à minha espera. Que quando o meu pai a colocou à venda, o meu tio pediu a um amigo que fizesse de testa de ferro, isto é, para o meu pai era este amigo que estava a comprar a casa e não o meu tio. Fiquei feliz, por saber que a casa onde passei tantos bons momentos, poderia ser agora a casa dos meus filhos.

— Bom, em relação ao vosso trabalho, já te disse Nena que a clínica é tua quando tu quiseres. E o Diogo, lógico que poderá trabalhar lá, a Luísa não se irá opor.

— Antes de poder trabalhar na clínica tia, preciso de acabar o internato e a especialização, e tudo isso vai depender do resultado deste processo todo.

— Madalena, nós vamos ganhar. Confia no teu Ursão

Ursão, tu viste aquele bando de urubus. Eles só estão à espera que nós nos estatelemos no chão para atacar.

— Pois aqui o Ursão não vai deixar ninguém cair. Sou forte e voraz.— e ao dizer isto faz aquela cara que fazia quando eu era pequena, a imitar um grande urso e claro que todos nos rimos.

O tempo passou, e era hora de voltar para o tribunal. O meu tio ainda tinha a Dra. Diaz para chamar a depor, e o nosso primeiro advogado que soube mais tarde, era também ele primo do Juan e irmão da Marisol. No inicio, ele aceitou o caso pela Mari, ele sabia o que o Juan lhe tinha feito e sempre acreditou na versão da irmã. Porém, o pai e o tio forçaram-no a nos prejudicar.

Quando entramos, olhei para o Juan e para o pai dele que sorriam de uma forma, que me gelou os ossos. Tremi de dentro para fora, naquele momento, soube que algo iria acontecer, que todo aquele pressentimento ruim que tenho tido era real sim.

— Madalena!?

— Algo de muito errado vai acontecer. Olha para eles, algo vai acontecer.

— Nada vai acontecer, prometo-te. Nada vai acontecer.

— Diogo, algo vai acontecer sim. Liga para a Mara, por favor liga para ela, eu quero a Luz comigo.

— Nena, a Luz está bem, ela está a passear com a Mara e com o Martim. Eles estão bem.

— Liga para a Mara, por favor, eu estou a sentir aqui...— digo e aponto para o meu peito...— Liga por favor.

Embora o Diogo não perceba, o que eu estou a sentir, acaba por ligar para a Mara. Falo com a minha pequena e com o Lucas. Eles estão bem. Estão a salvo. O Juiz entra e voltamos aos depoimentos das nossas ultimas testemunhas: a Dra. Diaz e o nosso primeiro advogado. Ambos eram a nossa defesa para o facto do hospital me estar a prejudicar por uma obsessão do Juan. A Dra. Diaz foi até mais longe e confirmou ter assistido várias vezes o Juan a "importunar-me".

Após estas últimas testemunhas foi a vez dos advogados do hospital começarem com as suas próprias testemunhas. Primeiro chamaram um dos médicos que reconheço da direcção do hospital, que mesmo tentando forçar a ideia que a minha bolsa apenas daria para a faculdade e que nunca para o internato. O que o meu tio refutou, logo a seguir com as provas que reuniu na secretaria da faculdade onde consta que a bolsa que eu consegui incluiria as propinas, o alojamento na residência e até mesmo todo o sistema de saúde enquanto fosse estudante da faculdade.

De seguida chamaram o pai do Juan depor. Este continua a afirmar que a minha bolsa não foi aprovada pelo hospital e apenas pela faculdade, e que por isso a mesma não é válida. O que logo o meu tio interfere, de novo, uma vez que esta questão já foi respondida e comprovada, com os documentos apresentados como prova. O Juiz concorda e aconselha o advogado do hospital a seguir para outra direcção.

Logo o Juan é chamado e começa por dizer que era eu que andava atrás dele, e não o oposto. Afirma que com toda a certeza estava a tentar arranjar um "pai" para a minha filha. Um rico de preferência. O Diogo que estava ao meu lado, até bastante calmo, enerva-se de tal forma que não aguenta ficar calado.

— A Madalena nunca te pediria isso, seu desgraçado...

— ORDEN...ORDEN EN LA CORTE. (ORDEM...ORDEM NO TIRBUNAL...)— grita o juiz.

— A Maria da Luz é minha filha, minha. Ela não precisa de outro pai seu...— consigo que ele olhe para mim, ao mesmo tempo que o Juiz pede para que ele se acalme ou será retirado da sala.

Puxo-o para ele se sentar e faço-o olhar para mim, de novo. Não lhe digo nem uma palavra, apenas ficamos a olhar um para o outro sem palavras, não é preciso falar. Ambos sabemos que nada daquilo é verdade. Ambos sabemos que temos que nos manter calmos, e assim apenas fixando o nosso olhar um no outro, os nossos corações acalmam. Saímos desta bolha, quando ouvimos o nome da ultima testemunha...

— Ahora llamamos al Dr. Carlos Fernandes. (Chamamos agora, o Dr. Carlos Fernandes.).— O meu avô!? Mas, o que é que ele está aqui a fazer? E se ele está aqui, então?! Olho para o lado e vejo o meu pior pesadelo: o meu pai e o meu irmão.

— Não. Não. O que é que ele está a fazer ali? Tia? O que é que eles estão aqui a fazer? Vocês prometeram...vocês...

— Nena. Tem calma. O teu tio...

— NÃO. NÃO. PAI...por favor...não...— Mas ele apenas levanta o olhar, para baixar de novo. Nem parece o meu pai. É apenas a sombra dele, o que é que se passa com o meu herói? Olho para o meu avô...— AVÔ...

— Orden. Orden. Exijo orden en mi corte. O te calmas o me veré obligado a llamar la guardia para que te saque. (Ordem. Ordem. Exigo ordem no meu tribunal. A senhora ou se acalma ou serei forçado a chamar a guarda para a retirar.)

— Nena. Olha para mim...— diz o meu tio...— Ele não pode fazer nada, ele não conhece o processo, ele não sabe o que aconteceu.

— Tio. O Meu pai...ele...ele...

— Nena, nós temos um acordo. O teu pai não pode ter acesso a este processo. E por muito que o teu avô tenha conhecimentos, se ele o fizesse o escritório ficaria em maus lençóis, seria a quebra de contrato entre os sócios. Por isso, ou te acalmas ou eu peço à tua tia que te leve para casa. É isso que queres?— abano a cabeça a dizer que não.— Então acalma-te.— e virando-se para o Juiz...— Señor juez, le pido disculpas por mi cliente. No pasará de nuevo. (Sr. Juiz, peço desculpa pela minha cliente. Não vai acontecer de novo.)

— Espero que no. La próxima vez no habrá ningún aviso. (Espero que não. Na próxima não haverá aviso.) — virando-se para o outro advogado...— Dr. Juárez, puede continuar. (Dr. Juarez, pode continuar.)

— Gracias, doctor Judge. El doctor Carlos podrá informar al tribunal sobre su relación con "Dra". Madalena? (Obrigada, Dr. Juiz. Doutor Carlos pode informar o tribunal qual a sua relação com a "Dra." Madalena?)

— Soy Abuelo Paterno, Madalena es mi nieta.(Sou avô paterno, a Madalena é minha neta).

— Y hace cuánto que no ves a tu nieta? (E há quanto tempo não vê a sua neta?)

— Hace unos cinco años y medio. (Há cerca de cinco anos e meio)

— Es mucho tiempo para que un padre no vea a su nieta. Dígame, el padre de la Dra. Madalena no ha visto a su hija en cinco años?(Isso é muito tempo para um pai não ver a filha. Diga-me o pai da Dra. Madalena também não vê a filha há cinco anos?)

— Si. (Sim.)

 — Pero esso casi constituye un abandono de la paternidad. Puedes explicar el motivo de esta salida? (Mas, isso 1qase que constitui abandono de parentalidade. Pode explicar o porquê desse afastamento?)

— Protesto. No vemos ninguna relevancia para esta pregunta. (Protesto. Não vemos relevância neste questionamento.)

— Diferido. El testigo puede responder la pregunta. (Deferido. A testemunha pode responder à pergunta.)

— Madalena se escapó de casa. Supuestamente se suponía que había ido a Lisboa para estudiar en la universidad. ( A Madalena fugiu de casa. Supostamente ela era para ter ido para Lisboa para a faculdade.)

— A casa de sus tíos, verdad? (Para casa dos Tios, correcto?)

— Sí. (Sim.)

— Estos son los tíos que están hoy aquí en el tribunal. De hecho, el tío es el abogado presente aquí? (Tios esses que estão hoje aqui em tribunal. Aliás o Tio é o advogado aqui presente?)

— Protesta. Nada en la ley me impide ser abogado de un familiar. (Protesto. Nada na lei me impede ser advogado de um familiar.)

— Rechazado. Sr. Doctor, revise sus preguntas al testigo. (Indeferido. Sr. Doutor, reveja as suas questões à testemunha.)

— Por supuesto, doctor. Doctor Carlos, por lo que nos contó, y por lo que le pedimos que le dijera al tribunal, esta no es la primera vez que su nieta, la Dra. Madalena, se escapa de casa, verdad? (Com certeza doutor. Dr. Carlos, pelo que o senhor nos relatou, e que pedia que contasse ao tribunal, não é primeira vez que a sua neta, a Dra. Madalena foge de casa, correcto?)

— Avô...não...por favor...— falei bem baixo, já não tinha forças para gritar.— Olhei para o meu pai, mas ele continuava com a face escondida, a olhar para o chão. E eu apenas chorava...

— Correcto. La primera vez que tenía 14 años, se escapó con su novio de entonces. Ella acabó siendo atacada por él y acabó en el hospital. (Correcto. A primeira vez ela tinha 14 anos, fugiu com o namorado da altura. Ela acabou por ser atacada por ele e foi parar ao hospital.)

— De hecho, fue por la "fuga" de su nieta que tu hijo e tu nuera tuvieron un grave accidente, no? (Na verdade foi por causa dessa "fuga" da sua filha, que o seu filho e a sua nora tiveram um acidente grave, certo?)

— Sí. Mi nuera terminó falleciendo. (Sim. A minha nora acabou por falecer.)

—Y dime, de alguna manera crees que es culpa de tu hijo? O será el de tu nieta? Después de todo, fueron sus acciones las que provocaron el accidente. (E diga-me, o senhor de alguma forma acha que a culpa é do seu filho? Ou será da sua neta? Afinal foram os seus actos que levaram ao acidente.)

— Protesta. Ninguno de estos eventos está relacionado con este proceso. (Protesto. Nenhum destes acontecimentos estão relacionados a este processo.)

— Sólo intento mostrar quién es realmente la señora Madalena Fernandes. (Estou apenas a tentar mostrar quem na realidade é a Sra. Madalena Fernandes.)

— Diferido. Continúa Doctor Juárez. (Diferido. Continue Doutor Juarez.)

— Gracias, doctor juez. Dr. Carlos, podría responder a mi pregunta: alguna vez culpó a su nieta por la muerte de su nuera? (Obrigada Doutor Juiz. Dr. Carlos, podia responder à minha pergunta: alguma vez culpou a sua neta pela morte da sua esposa?)

O meu avô, naquele momento, olhou para mim. Tantas vezes eu pensei a mesma coisa, tantas vezes eu me culpei. De relance olhei para o meu pai e para o meu irmão, depois de novo fixei o olhar para o meu avô, e ali naquele olhar frio e cruel estava a minha resposta, não precisava de ouvir a sua resposta, aqueles olhares mostravam tudo.

— Sí. María podría estar todavía con nosotros, si Madalena no se hubiera ido esa noche. (Sim. A Maria podia estar conosco ainda, se a Madalena não tivesse saído naquela noite.)

—  Isso é mentira, e o Pedro sabe disso.— a minha tia olha para o meu pai, que estava agora a olhar para mim...— Tu sabes que isto não é verdade, a minha irmã morreu por tua causa. Eras tu que estavas a conduzir que nem um louco. A culpa foi tua, tu sabes e ele também...

— Orden. Orden...(Ordem. Ordem...)— e desta vez não houve anuncio, dois policias pegaram na minha tia e levaram-na para fora da sala, enquanto ela continuava a gritar que a culpa era do meu pai.

Eu apenas o olhava, para o homem que um dia mais amei na vida. Para o homem que um dia foi o meu herói, o meu exemplo. Percebi no seu olhar que ele talvez fosse o único dos três ali presentes que não me culpava. Porém, algo estava errado. Confesso que depois daquilo não ouvi mais nada do que foi dito.

O Juiz acabou por adiar as conclusões para o dia seguinte e também o veredicto. Saí da sala, sem chão. Percebi naquele momento que não perdi apenas a minha mãe naquele dia, eu perdi o meu pai, o meu avô e talvez a minha avó e os meus irmãos.

— Dona Magdalena Fernandes.— vejo um oficial vir ter comigo...

— Si.— ele entrega-me uma carta e sai. Olho para o Diogo que ainda está comigo. Ficamos os dois meio que a perguntar-nos o que será aquela carta.

Abro o envelope, e o que lá está escrito faz-me perder as forças, o ar...parece que estou a morrer, a sufocar. Eu não consigo respirar, eu não...acredito...ele não pode fazer isto...não pode. Olho para aquele que me devia amar acima de tudo, acima de todos os meus erros, e o que vejo é alguém com muito medo no olhar, alguém que eu não conheço.

O ar continua a faltar, mas a raiva que sinto por ele, é maior. De repente parece que o todo o ar aparece para gritar a única palavra que consigo. A palavra que gostaria de gritar para o abraçar finalmente após quase seis anos, mas que grito com raiva, com uma vontade louca de lhe fazer mal...

— PAI!!!

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