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Capítulo 4

POV Madalena

A primeira semana de aulas passou. Confesso que foi pesado, mas como diz a minha avó "Quem corre por gosto não cansa", e estou a estudar o que sempre quis. Ainda me pergunto às vezes como é que algum dia pude pensar em seguir outra coisa que não medicina. Continuo a não gostar de hospitais, mas apenas como doente.

No início desta semana fui falar com a tal assistente social. Confesso que tive medo, mas ela foi cinco estrelas. Quis saber toda a minha história, da gravidez, do pai do bebé, porque é que decidi ir para Espanha sozinha, entre outras perguntas. Não lhe contei tudo sobre a minha vida, mas o essencial para ela perceber que eu sabia o que estava a fazer, que apesar de estar sozinha conseguiria ter o meu bebé e acabar o curso.

Contei-lhe que no dia em que descobri a gravidez encontrei o pai do bebé com outra. Que nunca iria fazer um aborto ou dar o meu bebé que já amava muito. Disse-lhe que o meu namoro não era bem visto na família, e que provavelmente a gravidez também não seria. Que decidi vir para Espanha seguir o meu sonho de ser médica, e ter o meu bebé em paz. Sendo que já era maior de idade, tinha o poder de decidir a minha vida como eu achasse o mais correcto. E que o mais correcto era ter aquele pedacinho nos meus braços e amá-lo.

A Doutora Pepita, ficou de boca aberta, literalmente falando. Deu-me os parabéns, por ser alguém tão ciente do que queria. Disse-me que todos os meus professores sabiam da minha situação, logo mesmo tendo que ser rigorosos, iriam tentar ajudar-me no que fosse possível. Respondi que não queria ser favorecida apenas porque estava grávida. Eu sabia que depois do meu bebé nascer teria que arranjar alguma forma de continuar a estudar, e que iria arranjar uma solução.

Falei também que um dos meus objectivos este ano, seria arranjar um emprego, para conseguir algum dinheiro para alugar uma casa. Mesmo que fosse um studio,  seria o suficiente para mim e para o meu feijãozinho. Aind alhe falei que uma das próximas tarefas a cumprir seria tentar arranjar uma médica para me acompanhar na gravidez, mas que ainda não tinha conseguido um tempo naquela semana.

Foi quando ela me disse que poderia marcar uma consulta com uma das professoras da faculdade. Ela chamava-se Paloma Martinez e tinha sido sua colega desde pequena, e como eu tinha o seguro de saúde fornecido pela Universidade não teria custos. Agradeci-lhe a dica, e no final do dia já tinha a consulta marcada.

Assim foi, e hoje chegara o dia da primeira consulta. A Marisol, que entretanto já sabia de toda a minha história, e que decidiu intitular-se de tia do meu feijãozinho, decidiu vir comigo. Neste momento estamos as duas na sala de espera, do consultório da Doutora Paloma, à espera de ser chamadas. E enquanto esperamos, não há como não pensar nele. Em como o Diogo talvez gostasse de estar aqui, ou melhor, em como eu gostava que ele estivesse aqui, ao meu lado.

Não vou ser hipócrita e dizer que não estou com medo. Eu estou apavorada com tudo, como irá ser a gravidez? Se o meu bebé vai crescer bem e saudável dentro de mim? Como irá ser o parto? Como vou fazer depois do feijãozinho nascer? Será que vou conseguir cuidar de um ser tão pequeno? Serei eu um boa mãe? São tantas as perguntas, são tantas as inquietações.

— Magdalena Fernandes?

— Magdalena vámonos.(Madalena vamos)— Estava tão dispersa nos meus próprios pensamentos que nem ouvi chamarem o meu nome.— Magdalena, están llamando tu nombre. Vamos, quiero ir a ver a mi bebé.(Madalena, estão chamando o teu nome. Vamos quero ir ver o meu bebé)

— A qué te refieres con tu bebé, Marisol? Que yo sepa, él está dentro de mí y no en ti. Él es mío... deja de quererlo para ti.(Como assim teu bebé, Marisol? Que eu saiba ele está dentro de mim e não de ti. Ele é meu...deixa de que querer ele para ti.)

Deja de estar celosa, ese bebé es solo un poquito mío, sí.(Deixa-te de ser ciumenta, esse bebé é só um pouco meu, sim.)

Apenas lhe sorri e entrámos no consultório. A consulta correu bem, a médica foi super querida comigo. Fez-me uma série de perguntas sobre mim, sobre o que eu estava a sentir, se me estava a alimentar bem, se tinha enjoos. E por enquanto, não sentia nada do que ela me falava, mas talvez porque ainda estava muito no início.

Depois de todas as perguntas feitas, ela pediu-me para ir até a uma sala para vestir uma bata, para poder fazer o ultrassom. Eu ia ver o meu feijãozinho. Finalmente a ficha iria cair em mim, que algo dentro de mim crescia. Que um pedacinho do Diogo tinha ficado comigo.

Entro na sala onde está a Doutora Paloma e a Marisol e deito-me na maca. A primeira diz-me que terá que fazer um ultrassom transvaginal, uma vez que ainda estou de poucas semanas. Diz que poderá ser incómodo, mas que não irá afectar o bebé de forma nenhuma.

Quando ela começa, fico meio receosa. Começo a lembrar-me de tudo o que se passou comigo, será que isso vai influenciar a minha gravidez? Preciso falar com a médica sobre isso, não lhe posso esconder. Quando estou a pensar nisso, olho para ela e percebo que ela sabe que algo me aconteceu, contudo não diz nada e continua com o exame.

Passado um tempo ela liga algo e consigo ouvir o som que passará a ser melhor que a oitava sinfonia de Beethoven. O som do coração do meu bebé é sem dúvida a melhor melodia que os meus ouvidos podem ouvir.

As lágrimas já me caem pelos olhos. A médica acaba o exame dizendo que está tudo bem, e que o bebé está nas medidas certas para o tempo de gestação. Depois manda-me vestir de novo, quando saio percebo que Marisol não está mais na sala.

— Madalena, seré muy directa contigo. Lo que vi...(Madalena, eu vou ser muito directa contigo. O que eu vi...)

— Yo ... cuando tenía 14 años, mi novio abusó de mí. Esto dejó marcas que no fueron atendidas de inmediato por motivos que ahora no importan.(Eu...quando eu tinha 14 anos, fui vitima de abuso pelo meu namorado. Isso deixou marcas que não foram logo tratadas por razões que não interessa agora.)

— Entiendo. Y te siguieron?(Entendo. E foste seguida?)

— Sí. Solo ... tuve relaciones sexuales después de que me dieron de alta.(Sim. Eu apenas...fiz sexo, depois de ter alta médica.)

— Sólo quería estar seguro. Tiene algunas heridas, pero es posible que se hayan abierto después de haber tenido ... sexo.(Bem. Eu só queria ter a certeza. Tens algumas feridas, mas que podem ter apenas aberto depois de teres feito...sexo.)

— Pero quería saber, esto va a dañar el embarazo? Dañará al bebé?(Mas, só queria saber, isso vai prejudicar a gravidez? Vai prejudicar o bebé?)

— Bueno, solo puede evitar que tengas un parto normal. Es posible que tengamos que hacerle una cesárea. Pero aún es temprano, lo estamos siguiendo y cuando llega el momento lo vemos.(Bem, pode apenas impedir que tenhas um parto normal. Poderemos ter que te fazer uma cesariana. Mas ainda é cedo, vamos acompanhando e quando chegar a hora vemos.)

Despedi-me da médica, que me passou as receitas para as vitaminas, o remédio para os enjoos e mais alguns conselhos. Saí do consultório e encontrei Marisol, marquei a próxima consulta e fomos até ao shopping, porque a minha colega de quarto queria comprar o primeiro presente do bebé.

Os meses foram passando, consegui entretanto através da minha médica um trabalho num Colégio perto da Faculdade. Não era um trabalho muito exigente, apenas tinha que auxiliar a directora em alguns assuntos administrativos e quando tinha algum tempo livre ia para o recreio brincar com os pequenos. Ali eu era feliz, era apenas eu...era apenas mais uma criança no meio de centenas crianças.

Dona Consuelo Martinez era mãe da minha médica. Contei-lhe tudo sobre a minha gravidez, sobre o Diogo, sobre o meu pai, sobre a morte da minha mãe e sobre o que se passou com o Ricardo. Falar com a Dona Consuelo era como se estivesse a falar com a minha mãe, não tinha vergonha, não tinha segredos com ela. Falei-lhe dos meus sonhos, da minha preocupações, das minha duvidas sobre a maternidade. Ela foi simplesmente alguém que se tornou especial para mim.

E a Doutora Pilar, bem ela transformou-se em Pilar a minha irmã de outra mãe. A minha amiga, a minha confidente, a minha referência. Era ela que me aguentava, nos dias em que as minhas hormonas aos saltos me faziam chorar até não ter mais lágrimas para chorar. Era ela que me dava na cabeça quando fazia algo que me colocava em perigo, ou que colocava o bebé em perigo.

A minha barriga foi crescendo, e crescendo, estava uma perfeita bola. Marisol brincava comigo dizendo que eu tinha mas era dois dentro de mim, o que me fazia pirar. Se com um ia ser difícil, eu nem queria imaginar o que faria se tivesse dois dentro de mim. Mas Paloma garantiu-me que era apenas uma, uma menina. A minha princesa.

Aos sete meses apanhei um susto, estava na faculdade numa aula quando comecei com umas dores enormes e com a perda de liquido. Pensei mesmo que tivesse sido a bolsa a rebentar, mas as dores eram tão fortes que me assustei. Pedi que ligassem à minha médica, e de imediato a Paloma mandou que me levassem até ao hospital. 

Depois de algum tempo, Paloma veio ter comigo ao quarto. Pelo olhar dela, tive medo. Medo de ter perdido o meu tesouro. A minha princesa. Com ela veio Dona Consuelo, olhei para as duas e lágrimas já me corriam pelos olhos.

— Paloma, por favor...dime que no la perdí. Dime que mi princesa está aquí, dentro de mí, que está bien. Por favor dime...(Paloma, por favor...Diz-me que não a perdi. Diga-me que minha princesa está aqui, dentro de mim, que está tudo bem. Por favor, me diga...)

— Calma Magdalena. Está bien, nuestra princesita está bien. Pero, tendremos que hablar.(Calma, Madalena. Está tudo bem, nossa princesinha está bem. Mas, temos que falar.)

— Porque? Qué me escondes?(Por quê? O que você está escondendo de mim?)

— Quedarte en ese estado solo te pondrá nerviosa y lastimará al bebé.(Ficar nesse estado só vai te deixar nervosa e machucar o bebé.)

— Entonces dime, qué está pasando ... por favor.(Então me diga o que está acontecendo ... por favor.)

— El bebé está bien, pero estás perdiendo líquido amniótico. Tendremos que ponerte a descansar y bajo vigilancia.(O bebê está bem, mas tu estás a perder líquido amniótico. Teremos que colocar-te para descansar e terás que ficar sob vigilância.)

— Que quiere decir eso?(O que significa isso?)

— Significa que si el líquido llega a disminuir mucho más, tendremos que hacer la cesárea.(Significa que se o líquido diminuir muito mais teremos que fazer uma cesareana.)

E assim passei os dias seguintes, ou semanas deitada numa cama. Sem nada para fazer, sem nada para me entreter, a não ser ver televisão e ler revistas que Dona Consuelo me trazia com as mais recentes fofocas da elite espanhola.

A minha princesa não demorou os nove meses para nascer, infelizmente o liquido continuava a diminuir, e Paloma teve que realizar a cesariana de emergência. E apesar de todos os riscos a minha princesa nasceu bem e saudável. Maria da Luz. A minha Luz, no fundo de um túnel que atravessei por meses. Se a adaptação foi fácil? Não. Os primeiros dias com Maria da Luz, foram de complicados. Eu era apenas uma miúda de quase 19 anos mas com uma filha para tratar. E a Luz era apenas uma bebé, completamente dependente de mim.

Dona Consuelo, foi a mão de uma mãe que eu precisei naquela altura. Ela ensinou-me tudo o que hoje sei. Não sei como ela conseguiu, mas assim que saí do hospital tinha uma casa mobilada à minha espera, inclusive com um quartinho para a Luz. Ainda me disse que a partir daquele dia não iria mais trabalhar no colégio. Disse que depois de Luz desmamar eu iria voltar para a faculdade e continuar a minha formação. Ainda tentei argumentar que eu não tinha com quem deixar Maria da Luz, e que tinha que trabalhar para pagar as contas da casa e comida.

Mas sendo quem é, claro que ela já tinha um plano: "La pequeña María Luz se quedará conmigo. Después de todo, ser director de una escuela debe tener sus privilegios." ("A Pequena Maria Luz ficará comigo. Afinal ser directora de um colégio tem que ter os seus privilégios.").

E assim nasceu a minha nova família. Não era a de sangue, mas foi a que o meu coração adoptou. A minha pequena Luz, podia não ter a sua verdadeira família para a amar, mas tinha uma que a amava mesmo não sendo a de sangue.

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